O Dia Que Te Perdi escrita por Anninha Batatinha Queiroz


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo sem postar nada resolvi voltar v:
Fanfic originalmente escrita pra fazer a minha Onee-chan chorar, mas como ela gostou resolvi postar.
Espero mesmo que vocês gostem ^u^



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“Certo tempo se passou desde que o Deus de Moleton conheceu a humana Hiyori, ela tem ficado na cola dele desde aquele dia, pois o rapaz tinha prometido que ia ajuda-la em seu estado “anormal”, mas depois de um tempo, a garota se tornou algo natural na vida do rapaz, e posso dizer necessária.

Seu pequeno amigo, Yukine, pensa da mesma forma, só que o sentimento que ele tem pela Hiyori, é o sentimento de um filho com sua mãe. Kofuku até falou, que vendo de longe, os três parecia uma família.”

- Yato! Yato! – Hiyori chamou novamente. – Eu vou ali, na loja de conveniência, comprar umas coisas. Tente não atrapalhar o Yukine-kun nos seus deveres.

Ela apenas se levantou e me as costas ao rapaz, saindo pela janela do quarto, e foi saltitando pelos fios dos postes.

“Impressão minha ou ela está ficando menos carinhosa comigo?” Pensou Yato “Antes ela teria pelo menos passado a mão na minha cabeça...” Continuo “Será que a Hiyori deixou de gostar de mim?” Ele completou seus próprios pensamentos.

O rapaz de cabelos negros azulados ficou apenas ali, deitado no chão, pensando na garota boboca de cabelos castanhos. Enquanto Yato ficava depressivo no chão, apenas com seus pensamentos, o outro rapaz no cômodo, o loiro, notava que sua amiga não tinha levado seu o seu cachecol com ela, e a noite estava congelante.

“Só ela mesmo pra esquecer o cachecol com o tempo tão frio assim.” Pensou o garoto pegando o objeto na mão.

- Ei Yato. – Chamou o menino. – Yato!

Mas o Deus não respondia, ficava apenas olhando para teto, com a maior cara de boco do mundo. O garoto loiro se aproximou do moreno e deu um chute no mesmo.

- EI! O que deu na sua cabeça? – Falou o moreno esfregando o ponto onde tinha recebido o chute. - Seu idiota!

- Idiota é você, seu idiota.

- Pra que o chute? – Perguntou o garoto sentando com as pernas cruzadas no chão.

- Ah... É que a Hiyori esqueceu o cachecol dela. – Falou o garoto apontando pra mesa onde ele a pouco estava estudando. – Então eu só ia avisar que estava indo levar pra ela...

- Você não vai. – Respondeu Yato.

- Oi? Como assim? – Perguntou o garoto sem entender.

- Já está tarde e crianças não devem andar sozinhas à noite. – Respondeu o mais velho, cruzando os braços, tentando passar um ar de maturidade.

- Você é um idiota mesmo. Então leve você. – Falou Yukine, indo até a mesa e pegando o cachecol e entregando ao outro. – Vá e entregue a Hiyori. Ela vai precisar dele, à noite esta muito fria.

- Okay. Okay. – Respondeu. – Estou indo.

O rapaz pulou pela janela e saiu andando pelo caminho que levava ao bosque e a loja de conveniência mais próxima. A jovem começou a morar com eles um pouco mais de um ano, fazendo a alegria do rapaz. Chegando lá ele entrou na loja, mas a ela não estava lá, na loja só tinha um vendedor com uma cara de tédio. O rapaz procurou pela loja, que não era tão grande, mas nada da garota.

Saiu da loja a procura da menina, já preocupado com a mesma.

Depois de muito tempo preocupando pela garota, o rapaz pensou em voltar para loja, para ver se ela estava lá, chegando lá, ela não encontrou a garota, encontrou apenas o mesmo vendedor com cara de entediado, uma senhorinha fazendo as compras e um grupo de adultos tendo conversa banais sobre o clima, o tempo e blá blá blá.

Ele saiu novamente da casa e resolveu procurar pela garota, mas antes ele resolveu ligar pra Kofuku.

- Yato-chan? – Indagou a Deusa. – O que foi?

- É sobre a Hiyori – Falou ele. – Ela sumiu. Tem como vocês virem me ajudar a procura-la?

- Claro! Iremos procura-la agora mesmo! – Respondeu a menina.

Ele desligou o celular e voltou a procurar por ela.

E pouco antes da meia noite ele encontrou seus amigos; Kofuku, Daikoku e Yukine. Mas eles não estavam sozinhos, estavam acompanhados por uma Bishamon que aparentava preocupação e um Kazuma que demonstrava uma leve irritação.

- Yo. – Falou Yato se aproximando deles.

- Yato-chan!

- Yato, você achou alguma pista da Hiyori? – Perguntou Yukine.

- Não, e o que eles estão fazendo aqui?

- Ei seu idiota, veja como fala! Se não, irei chutar sua bunda! – Falou Bisha mostrando os punhos pra ele.

- Veena! – Repreendeu Kazuma. - Não é hora pra isso. Precisamos achar a Iki-san.

- Yato, quando você ligou para Kofuku eles estavam lá. Bishamon-sama estava à procura da Hiyori. - Daikoku respondeu a pergunta de Yato.

- Sim, vocês esta certo Kazuma. Precisamos acha-la. – Respondeu Bishamon.

Todos eles se dividiam pra acha-la, mas mesmo depois de rodarem quadras e quadras nem uma pista da garota.

“Hiyori, Hiyori...” Pensou Yato. “Onde você está?”. “Por favor. Mande-me um sinal! Apenas um!”

Ele se sentou no chão e encostou a cabeça na cerca e olhou para o outro lado da rua onde ficava parque.

“Eu olhei nesse parque?” Perguntou ele pra si mesmo. “Não, com certeza eu não procurei...”.

O rapaz se levantou e foi em direção ao parque, com uma terrível certeza que lá encontraria a garota.

Ele caminhou pelo parque olhando para todos os lados e rezando com ele mesmo “Esteja bem. Esteja bem. Esteja bem. Por favor, Hiyori, esteja bem.” Era a única coisa que ele conseguia pensar. Ele continuou a vagar, mas quando estava próximo de desistir ele ouviu um grito, e para o desespero dele, ele conhecia aquela voz.

Enquanto ele corria para o local de onde ele havia escutado o grito, um homem esbarrou nele e caiu. O homem que aparentava ter meia idade, mas o que desesperou Yato ainda mais foi que o homem estava coberto de sangue.

- Não é o que você ta pensando... – Falou o homem.

- Onde ela está? – Perguntou Yato, com sua mente sendo esvaziada pelo medo e ódio que cresciam. Medo pela eminente perda de Hiyori e ódio pelo que esse homem poderia ter feito com ela.

- Do que você esta falando?

- Não. É. Você. Que. Faz. As. Perguntas. – Respondeu Yato friamente.

Ele puxou o homem pela blusa melada de sangue, o que o fez tremer.

- Eu perguntei, agora quero uma resposta. – Falou apertando ele mais forte. – O que você fez com a Hiyori?

- Q-Quem é Hiyori?

- A garota, seu patife! A menina de cabelos castanhos escuros, olhos arroxeados e pele clara. Eu sei muito bem que você sabe de quem eu to falando.

- Ah... Você esta falando da garota, bem marrentinha, se você que saber, acho que perdi uns dois dentes quando ela me chutou... – Falou o homem debochando da cara do rapaz, o que o enfureceu ainda mais.

- O que vocês fez com ela?

- Tenho certeza que você não vai querer saber... – O homem começou a gargalha.

Foi nessa hora que o rapaz não se aguentou, começou a bater no homem, como se aquilo fosse aliviar a sua dor.

- O QUE VOCÊS FEZ COM ELA? O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA HIYORI? – Yato não conseguia parar de gritar.

- Yato! Pare Yato! Você vai mata-lo! – Falou Daikoku tentando segurar o rapaz.

- É O QUE EU VOU FAZER MESMO! EU VOU MATA-LO! – Gritou. – DIGA-ME! DIGA-ME O QUE FEZ COM A HIYORI!

- Yato-chan... – Kofuku tentou falar com o rapaz, mas nada dele se controlar.

- Ela esta morta. – Enfim o homem falou.

Todos olharam para ele; Yato, Kofuku, Daikoku, Yukine, Bishamon e Kazuma. Mas dessa vez, foi Kofuku que perdeu a compostura e socou o homem.

Yato se livrou dos braços de Daikoku e de Kazuma que o seguravam e saiu correndo em direção à outra área da floresta, de onde o homem havia vindo.

Ele chegou próximo a um amontoando no chão. Quando chegou próximo, ele viu, com muito horror que era Hiyori, mas a garota já não estava respirando, na verdade, ela estava muito machucada, e com um corto muito forte na garganta.

O rapaz não conseguiu suporta, ver o estado em que sua amada se encontrava, ele apenas se jogou em cima dela e começou a chorar e a gritar, muito alto e muito forte.

Gritos cada vez mais altos, de pura dor e ódio.

Se o rapaz não estivesse no estado atual, ele teria conseguido ouvir o som dos passos, que chegavam apressados. Primeiro um menino loiro, depois uma mulher de cabelos rosa, depois um rapaz de cabelos castanhos, depois a mulher loira e por ultimo o homem alto.

O garoto se jogou no chão ao lado do rapaz, já em lágrimas e dando gritos tão altos e fortes quanto aos do rapaz ao seu lado.

A mulher de cabelos rosa caiu de joelhos no chão e também chorou, mas não escandalosamente quanto os rapazes.

A mulher loira abraçou o rapaz moreno, e ambos choraram em um silencio absoluto.

O homem alto sentou-se no chão e começou a chorar, mais altos e ruidosos que os seus outros três amigos, mas não tão alto quanto os dois rapazes.

Muito tempo depois, eu não sei dizer quanto, o rapaz de cabelos pretos e olhos azuis que um dia reinaram uma luz de alegria, levantou-se e a pegou junto a si o corpo da menina. Ele foi andado pra longe dos demais, que começaram a segui-lo de longe.

A garota de cabelos rosa abraçou o loiro e ambos foram amparados pelo rapaz mais alto, e o casal os seguiu.

A peregrinação funérea continuo até o momento em que eles chegaram a pousada de Kofuku.

- Ei Kofuku você poderia cuidar dela? – Perguntou o rapaz. – Não... Não podemos deixa-la assim.

- Claro Yato-chan. – O rapaz levou a menina para o quarto, onde a deixou sobre os cuidado de Kofuku. Ele voltou pra sala pra se juntar ao restante do grupo.

Chegando na sala o clima estava pior do quê o que estava na floresta, um clima muito diferente do ultimo encontro que eles tiveram, quando a garota ainda estava viva.

Veena olhou para Yato e disse.

- Eu vou ajudar a Kofuku, afinal a Hiyori também era minha amiga. – A moça loira subiu as escadas em direção ao quarto de onde Yato acabara de sair.

Os quatro homens que ali estavam permaneceram em silêncio, até o momento que o mesmo foi cortado, pelo som sufocado do choro do garoto mais novo.

Yato abraçou o garoto, tentando consola-lo, mas era uma tarefa impossível, já que ele não conseguia cosolar a si mesmo.

Kazuma se aproximou dos dois e colocou uma mão no ombro de cada um.

- Eu sinto muito. Eu sinto muito mesmo. – falou o rapaz. – Somos seres mais fortes que os humanos, mas não conseguimos proteger a nossa própria amiga. Droga! Não conseguimos proteger uma garota de um humano comum! – Falou o rapaz perdendo a calma e chorando também.

- Ei Kazuma, a culpa não é sua. – Falou Yato levantando e olhando para todos. – A culpa não é de nenhum de vocês. Eu que deveria te cuidado dela, eu que deveria te protegido ela. Eu que deveria te acompanhado ela quando ela saiu daqui.

- Yato pare com isso... – Tentou dizer Yukine, mas logo foi cortado pelo rapaz de olhos azuis.

- Eu não consegui protegê-la... Eu... Eu... – ele não conseguia dizer, mas sabia que precisava. – Eu que não consegui dizer que a amava, ela nunca vai saber. Hiyori nunca irá saber de nada, de nenhum dos meus sentimentos por ela. E esses sentimentos iram viver comigo por toda eternidade. – Ele falou olhando para o chão. Mais um longo período de silencio se passou até o rapaz voltar a falar. – Daikoku. Kazuma. Vocês sabem o que mais me atormenta agora? – Ambos negaram – É pensar que ela morreu sozinha, sem ninguém ao seu lado para segurar suas mãos e olhar em seus olhos e dizer que vai ficar tudo bem.

Mas uma vez fez um silencio mortal na sala. Mas nenhuma palavra foi dita, até o momento que o menino loiro levantou os olhos para o moreno de olhos azuis.

- Ei Yato, você deveria trocar de roupa. – Falou Yukine. – A sua roupa toda suja do sangue da Hiyori...

Então ele olhou para as próprias roupas e viu que o que o garoto tinha dito era verdade, estava coberto pelo sangue dela.

- Yukine, você também precisa trocar de roupa. – Falou Kazuma para o garoto.

- Na verdade eu acho que todo mundo aqui ta precisando de um banho. – Falou Daikoku. – Vocês dois podem ir para os banheiros. – Falou apontando para Yato e pra Yukine. – E tenho certeza que conseguirei arrumar alguma coisa pra você, Kazuma.

Os rapazes logo subiram e foram cada um para um banheiro.

Yato ficou em baixo da ducha e sem percebe logo começou a chorar, pensando que nunca mais veria ela. Que nunca teria os seus “Felizes para sempre” com Hiyori. Que ele nunca mais a veria sorri. Que ele não a veria fazer nada, pois Hiyori havia deixado esse mundo e nunca mais haveria o brilho roxo arosado em seu mundo.

Depois de um longo tempo debaixo daquela água fria, o rapaz finalmente saiu, mas logo notou que não poderia vestir sua roupa normal, pois essa ainda estava coberta de sangue. Então ele decidiu que vestiria o terno que Hiyori tinha dado a ela há alguns meses atrás, ele não tinha gostado do terno, era muita certinho para gosto dele, mas ele vestiria, por ela, por que ele sabia que ela tinha adorado ver ele tão alinhado.

Assim que ele terminou de colocar a roupa ele penteou o cabelo, deixando seu cabelo tipicamente bagunçado, bem alinhado. Quando terminou de arrumar-se o rapaz saiu do quarto e desceu as escadas indo em direção à sala, encontrado um Yukine também de terno.

- Tivemos a mesma ideia. – Falou Yato sorrido amarelo para o garoto que devolveu o sorriso.

Kazuma desceu tempos depois, também de terno.

- Eu achei que seria mais apropriado... – Tentou dizer Kazuma.

- Também achamos... – Completou Yato.

Daikoku apareceu muito tempo depois, também de terno.

- Vocês não acham que a Kofuku e a Bishamon estão demorando demais? – Perguntou Yato.

- Não se preocupem, elas logo estarão descendo. – Respondeu Daikoku.

- Ei Yato, onde iremos enterra-la? – Perguntou Yukine só parando agora pra pensar nisso.

- Eu... Eu não sei... – Falou o rapaz, ele também não tinha parado pra pensar nesse tipo de coisa.

- Ei rapazes, não se preocupem, eu estava resolvendo isso. – Falou Daikoku. – Está tudo pronto. Hiyori-chan poderá ser enterrada aqui no jardim da pousada. – Falou o homem. – Terão muitas flores. E será um lugar próximo de todos...

Yato se levantou e abraçou um surpreso Daikoku.

- Obrigado camarada, obrigado mesmo.

- De nada Yato... – Respondeu Daikoku ainda sobressaltado.

Pouco depois de tudo isso acontecer Bishamon desce a escadas para avisar que a garota já estava pronta.

- E-Eu posso vê-la? – Perguntou Yato olhando para ela.

- Sim, pode sim.

O rapaz subiu as escadas de dois em dois degraus, com uma ânsia de revela, como se no tempo que ele ficou sem vê-la, ela tivesse voltado à vida. Mas é claro que a garota não tinha voltado, ela estava lá, deitada e sem vida. Não mais com as maças do rosto coradas, e nem com o brilho em seus olhos, e pra piorar, a pele da garota começava a esfriar, cada vez mais rápido.

Kofuku e Veena fizeram um ótimo trabalho, conseguiram cobrir todos os machucados no corpo de Hiyori, mesmo o da garganta, que já não sangrava mais.

As garotas não tinha feito um bom trabalho só na maquiagem, mas em tudo. A menina morta parecia que estava dormindo de tão serena. E usava um vestido rosa bebê bem soltinho e estava com uma tiara de flores, que davam a garota uma aparência ainda mais angelical.

O rapaz aproximou-se da garota e se ajoelhou ao seu lado, encostando a cabeça na cama, pra poder olha o rosto dela mais perto.

“Sabe Hiyori, olhando assim parece que você só esta dormindo e que logo ira acorda e gritar pra mim que eu preciso arrumar um emprego pra cuidar melhor do Yukine-kun” Pensou o rapaz.

Ele continuo ali olhando pra garota e alisando seu cabelo e depois seu rosto, mas ele percebeu, que infelizmente, não poderia passar a eternidade ali alisando o rosto dela e esperando ela acorda.

- Ei Kofuku, eu já estou pronto. – Falou o rapaz saindo do quarto.

Ao chegar à sala ele nota duas pessoas que antes não estavam ali.

- Hey Tenji. – Falou o garoto olhando para o senhor que ali se encontrava. – Tomone.

- Eu já disse que é Mayu! – Falou a moça, que já foi Tomone e agora é Mayu.

- Ta. Ta. – Falou o rapaz com desdém. – Não importa.

- Ei Mayu, não ligue. – Falou Tenji colocando a mão no ombro da garota. – Viemos por causa da Hiyori-chan...

- Ela ta lá em cima. – Falou Yato saindo da casa e indo para jardim.

Ele passou um tempo olhando as flores, e lembrando-se de quando a Hiyori ajudava Kofuku a cuidar das coisas ali. O rapaz chegou perto do buraco no chão, que se encontrava no local mais distante daquele jardim.

“Então é aqui que ela ficará...” Pensou o rapaz chutando algumas pedras que estavam ali no chão.

Yato se encontrava hiperativo, não tinha o que fazer mais queria fazer algo, então ele teve uma ideia...

[...]

Após todos se despedirem da garota e darem suas bênçãos a mesma, revolveram que havia chegado a hora. Yukine foi procurar Yato, que desde o momento que havia saído do quarto da garota, não havia retornado. O garoto encontrou o rapaz no canto do jardim, segurando um grande pedaço de madeira bem polido.

- Ei Yato, ta na hora. – Falou o garoto limpando o rosto com a manga do seu palito – Precisamos enterrar a Hiyori.

O rapaz moreno não disse nada, apenas colocou a tabua que segurava no chão e seguiu o menino.

Entrado na casa o clima havia piorado muito, as expressões dos Deus e dos Shinkis que ali estavam não eram nada boas.

Veena e Kazuma estavam encostados na parede oposta a das escadas, já se via as lágrimas brilhando no rosto da mulher, apenas esperando para serem libertadas. Kofuku não se encontrava na sala, então Daikoku estava ao lado da escada, com uma cara muito vermelha e forçando a si mesmo a não chorar. Tenji e Mayu também estavam ali, o homem não demonstrava que chorou ou que ia chorar, mas sua expressão não era melhor do que a da moça que estava ao seu lado com um rosto muito vermelho pelo choro recente.

Yato não ficou na sala, ele e Yukine subiram para o quarto, onde Kofuku estava junto com a garota, que agora estava em cima de algo que lembrava uma maca de pano. Só que o tecido era uma seda branca e em vez de cabos de madeira, era algo parecido com metal, mas com muitos detalhes nas pontas.

- Kofuku. – Falou o rapaz fazendo a moça vira-se – Eu e o Yukine iremos leva-la. – Falou Yato, em momento algum ele conseguiu dizer a palavra corpo. – Então pode ir descendo, okay?

A garota concordou, mas antes de sair da sala ela passou a mão no rosto da garota e deu um leve beijo na testa da mesma, então saiu da sala.

Quando os rapazes desceram carregando Hiyori, o clima pareceu ficar mais pesado, um clima perfeito para Ayakashis, mas o terreno da pousada é sagrado, então os monstros não teriam como se aproximar.

Todos seguiram para o jardim, onde Kofuku e Daikoku já se encontravam, ao lado do local que seria a cova da menina.

Quando todos finalmente chegaram ao estremo do jardim, onde quase começava o bosque, os rapazes que seguravam a garota colocaram-na em cima de uma mesa, que um dia eles usaram pra vários piqueniques felizes, a lembranças fez o mais novo entra em lágrimas e abraçar a mulher de cabelos rosa.

Novamente, cada um se aproximou e disse o que queria dizer.

Tenji recitou o poema que a garota tanto gostava, e ainda disse muitas bênçãos para o corpo e a alma da garota, então ele depositou um pequeno objeto na mão garota.

Mayu não conseguia falar direito, mas mesmo entre os soluços desejou que a alma da garota, onde estivesse não fosse corrompida pelo Ayakashis, a mesma colocou um pequeno ramo de for de ameixa na mesma mão em que Tenji havia colocado o objeto.

Kazuma agradeceu para garota, tudo que ela tinha feito por eles, principalmente por te ajudado ele a dizer o que sentia por Veena, resultando no namoro dos dois. Ele ainda prometeu que tentaria cuidar da melhor forma possível, de Yato e Yukine. O rapaz colocou uma pequena chave de prata muito antiga na outra mão da garota e deu um beijo em sua testa.

Bishamon já não conseguia se controlar então todas as suas palavras foram ditas de maneira sufocada, mas ela também prometeu que cuidaria dos rapazes, e que zelaria pelo seu amor com Kazuma. A mesma ainda afagou o rosto da garota, depositando um beijo em cada bochecha e colocou outra pequena chave, só que de ouro, na mão da garota.

Daikoku apenas disse que a garota tinha sido muito forte, e que era a pessoa mais bondosa que ele havia conhecido. O rapaz também depositou um pequeno objeto vermelho, um chaveiro em formato de luvas de boxes.

Kofuku foi à única que não conseguiu dizer nada, mas em sua mente ele desejava tudo de bom pra menina que foi e sempre será sua melhor amiga, ela também prometeu que cuidaria dos garotos, que eles sempre teriam um lugar pra chamar de lar. Ela beijou o rosto da menina e também passou a mão no cabelo da mesma, pensando que nunca mais elas se divertiriam juntas. A moça pegou uma tulipa quase roxa e colocou entre os cabelos da menina.

Yukine chorava palavras de desculpa e de agradecimento à garota que desde que se conheceram, sempre ágil como uma mãe pra ele, uma mãe bondosa e gentil. Ele abraçou e prometeu que protegeria Yato dos outros e dele mesmo e que nunca deixaria de estudar. O garoto colocou no pulso esquerdo da menina, uma pulseira com vários pingentes representando os momentos importantes da vida deles juntos.

Todos os presente ali colocados com a garota, eram presentes que eles esperavam entregar no aniversario de Hiyori, que seria em duas semanas.

Yato foi o ultimo, ele apenas colocou um colar de prata no pescoço da garota e deu as costas, mas logo mudou de ideia e voltou.

- Hei Hiyori, é claro que eu não poderia te dar adeus assim. – falou o rapaz afagando o rosto da garota. – Sabe Hiyori, você foi à pessoa mais importante da minha vida. Se não fosse você eu não teria tudo que tenho hoje, não seria quem eu sou hoje. – ele começou a botar tudo pra fora, tudo que queria ter dito pra ela enquanto ela estava viva. – Hiyori... Você foi à pessoa que mais amei, e não tenho vergonha de dizer isso, não mais. Não é vergonha nenhuma amar uma garota como você, vergonha seria se eu nunca tivesse notado todas as suas qualidades. – o rapaz afagou novamente o rosto da garota e continuo – Hiyori como eu queria ter dito pra você o quanto eu te amo. Queria ter te dado um futuro, mesmo que nesse futuro eu não estivesse com você, mas mesmo assim eu queria que você estivesse feliz! – o rapaz começou a soluçar – O meu futuro perfeito, é ao seu lado, Hiyori. Sem você ele não existe. Gostaria de ter me casado com você, mas será que você iria querer casar com um Deus vagabundo como eu? Mas mesmo assim eu sempre quis me casar com você, Hiyori. Imaginar você com cabelos soltos e usando um vestido branco. Esse sempre foi meu sonho, Hiyori. No pouco tempo que nos conhecemos e vivemos juntos, tivemos nossa família. Graças a você eu tive uma família. Eu ganhei um filho. – o rapaz olhou para o garoto loiro que havia se aproximado deles – E esse filho, o nosso garoto, teve a melhor mãe do mundo, você. – ele passou a mão no cabelo do garoto loiro – Sei que no começo eu não soube valorizar essa família maravilhosa que você me deu, me desculpe Hiyori.

Obrigado por nunca ter me esquecido Hiyori. Obrigada por ter notado o bom em mim, notado as coisas boas que nem eu mesmo sabia que tinha. Obrigado por desperta o melhor de mim. – O rapaz já não aguentou e chorou, não mais conseguindo continuar.

Fez-se um silencio só se ouvia o canto dos pássaros.

- Hiyori eu nunca te esquecerei, não importa quanto tempo eu viva. Você sempre será a lembrança mais forte. – O garoto colocou uma moeda de 5 yen muito importante, colocando ela no bolso do vestido.

E com isso ele terminou de dizer, ainda queria dizer muitas coisas. Mas sabia que tinha que ser agora.

Yato e Yukine cobriram o corpo com outro lençol de seda e levara a menina para cova e colocaram lá.

Foi o momento mais difícil da vida dos rapazes, mas teve que ser feito.

Todos jogaram flores no buraco e todos se despediram, cada um jogou um punhado de terra, começando com Yato e Yukine.

Foi o próprio Yato que terminou o trabalho, ele não aceitou ajuda de ninguém, quando a cova já estava totalmente tampada colocaram as flores e pra termina Yato pegou a tabua e fixou-a, na madeira estava feito um desenho da garota sorrindo, como Yato gostava de vê-la. Todos sorriram ao ver, pois todos tinham lembranças maravilhosa com a garota.

[...]

Dias se passaram desde o enterro de Hiyori.

Yato passa os dias no quarto, até a madrugada que ele acabou se decidindo.

Ele sabia o que tinha que ser feito, trocou de roupa, deixando um bilhete em cima da cama.

Ele sabia que eles iriam entender o que ele tinha que fazer era necessário.

Ele sentia, como se ela estivesse dizendo pra ele procura-lá.

“Venha Yato, estou aqui esperando por você.” Era o que o rapaz sentia que ela estava dizendo.

- Estou indo buscar o meu coração, um dia eu volto.

Falou o rapaz olhando para sua casa e partindo.

FIM


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que vocês tenham gostado.
Até a próxima ^^



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