Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 9
Capítulo 9 - Saída


Notas iniciais do capítulo

Oi o/
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533068/chapter/9

— Rukia —

Nada. Não sentia nada alem de culpa, ao ter meus lábios colados aos de Byakuya. Culpa por estar beijando-o somente para livrar-me da sensação prazerosa que os lábios de Ichigo deixaram nos meus. Culpa por estar a comparar o beijo dos dois, mas principalmente, culpa por não me arrepender de o fazer.

Sabia que nunca conseguiria o amor dele para mim, afinal, o que a pequena Rukia poderia ser comparada a bela e delicada Hisana? Sempre tive consciência de ser uma mera substituta e nunca antes havia me importando com esse fato, mas agora essa ideia era tão amarga quanto o final daquele rápido encostar de lábios.

Nunca pensei que teria a coragem necessária para beija-lo, mas ao vê-lo tão receptivo ao meu toque em seus macios cabelos negros, não resisti. Na hora, aquilo parecia o mais certo a se fazer.

Acreditava que essa minha grande ousadia iria por fim desembaraçar meus sentimentos, mas parecia que, na verdade, aquilo havia me deixado ainda mais confusa e o que eu podia fazer alem de me desculpar?

— Desculpe-me... Desculpe-me, Byakuya-sama. — As palavras atropelavam-se ao deixarem meus lábios. Aquilo havia sido um erro, mesmo eu não me arrependendo, sabia que ele poderia nunca me perdoar.

— Tudo bem, Rukia. — Declarou olhando-me com a mesma expressão indescritível em seu rosto, deixando-me ainda mais nervosa do que já estava. — Rukia, por que isso? — Questionou serio.

— Eu... Me desculpe... Eu precisava testar... — Gaguejei hesitante tentando encontrar uma resposta convincente tanto para ele, quanto para mim mesma. — Me desculpe mais uma vez. — Pedi mais uma vez dando-lhe as costas, precisa sair dali o mais rápido possível.

— Rukia. — Chamou-me. — Você encontrou a resposta que procurava? — Indagou friamente fazendo-me entender que ele também não havia sentido nada alem de aborrecimento.

— Sim... Desculpe-me... — Sussurrei deixando o comodo de uma vez.

Sabia o quanto havia sido imprudente, mas precisava entender de uma vez o que senti por ele. Precisava saborear aqueles finos lábios para provar para mim mesma que o beijo de Ichigo havia sido irrelevante, mas parecia que a irrelevante no meio de tudo isso era a minha razão. Talvez o fascino o admiração que sentia por Byakuya havia se tornado mais que isso, mas eu ainda não sabia o que era.

Talvez Masaki estivesse realmente certa, e o mais correto a se fazer era me afastar do jardim e consequentemente, de Ichigo. Talvez com esse tempo meus sentimentos se resolvessem e eu encontrasse uma saída para tudo isso, afinal, mesmo que um dia eu chegasse a amar Ichigo, o que poderia fazer sendo uma mulher casada? Precisava encontrar uma maneira onde ninguém se ferisse por consequência de meus atos.

E foi ali na escuridão de meu quarto que percebi que, sim, o outono chegava ao fim trazendo consigo o frio doloroso do inverso, me mostrando que tudo dali para frente se complicaria cada vez mais, tornando-se algo quase tão impossível de suportar, quanto estar mergulhada no mais profundo mar congelado da Antártida. Sabia que estava sem saída, mas não desistiria de encontrar uma para em fim, libertar-me.

— Ichigo —

Os blocos de neve caim lentamente sobre as arvores com galhos secos. O inverno finalmente, chegará rigoroso acabando momentaneamente com a vida que existia no jardim.

Uma semana havia se passado desde o episodio do beijo roubado, uma semana havia passado desde a ultima vez que consegui ver Rukia. Tinha plena consciência de que ela passará a evitar-me.

Meu peito pesava, mas não poderia culpa-lá. Sempre soube que ela nunca seria minha, mas uma pequena fagulha de esperança, desejava ter ela mais uma vez entre meus braços, desejava saciar a abstinência que sentia ao lembrar do doce sabor daqueles pequenos lábios, que foram meus por poucos segundo, mas ainda sim viciaram-me totalmente.

Estava de mãos atadas e isso me frustava. Desejava conversar com ela, desculpar-me e pedir para que esquece-se o beijo, mesmo que eu não esquece-se, estar distante dela era mais doloroso do que tê-la por perto sem poder toca-la. Estar com Rukia, definitivamente, era como uma faca de dois gumes, onde poderia me machucar de qualquer maneira.

Sentia os blocos de neve cair sobre meus cabelos, umedecendo-os, o silencio em que me encontrava no imenso jardim, entedia-me ainda mais, fazendo-me desejar ainda mais a presença ela ali comigo, para conversar e discutir bobagens como sempre fazíamos, para ouvir sobre os incontáveis livros que ela havia lido e principalmente, para poder admirar discretamente aquela beleza tão rara, que somente ela possuía, mas parece que não teria isso nunca mais e minha solidão voltaria, afundando-me na escuridão de meu coração, onde tudo o que poderia encontrar era triste e desespero de alguém que havia experimentado o luz e se apegado a ela.

Precisava desabafar e talvez Ulquiorra fosse a melhor opção, mas o que diria? Como iria explicar que havia me apaixonado por uma mulher casada quando sabia que Ulquiorra estava na mesma situação e nem ele mesmo sabia o certo a se fazer? Ambos estavam em um beco sem saída, desistir seria o caminho mais fácil para se escolher, mas por que sentia que desistir não era o certo? Ainda mais depois de provado a sensação prazerosa de ter ela uma vez em meus braços, parecia que quanto mais eu procurava uma saída, mais me confundia acabando por voltar ao mesmo ponto.

Sabia que ser amigos não cabia mais em nossa relação, pelo menos para mim, mas o que eu poderia fazer?

Pensava qual seria a reação de meus dois melhores amigos ao ouvirem de minha boca que havia a beijado. Talvez Grimmjow surtasse, xingando-me e ameaçando-me para depois, indiretamente, dizer que estaria ao meu lado, já Ulquiorra manteria-se calado oferecendo seu silencio reconfortante onde eu poderia desabafar todos aqueles sentimento sufocados, aliviando-me de toda aquela pressão que eu mesmo havia posto sobre mim.

E foi ali, com a brisa fria do inverno que, sorrindo, dei-me conta de que, talvez eu não estivesse tão solitário quanto pensava, mesmo que a falta de Rukia sempre fizesse meu peito doer, mesmo que o tempo passa-se, ela sempre teria um lugar em meu coração, lugar esse que seria somente dela e de mais ninguém. Agora entendia que Rukia nunca pertenceria a mim, mesmo que doe-se, eu havia começado a aceitar, assim como aceitava que meus sentimentos por ela nunca mudariam.

— Byakuya —

Uma semana, fazia exatamente uma semana que todo o meu esforço para me aproximar de Rukia haviam sido frustrados. Ainda sentia-me em êxtase só de lembrar o gosto dos lábios dela junto aos meus.

As refeições voltaram a ser solitárias, pois ela passo a evitar-me, assim como o diabo evita a cruz. Raramente ela deixava o quarto e isso irritava e acalmava ao mesmo tempo, saber que ela evitava o jardineiro satisfazia-me.

— Byakuya-sama. — Saldou-me Ayame ao ver-me passar pela porta. — Rukia-sama pedia para avisa-lo que jantará na residencia dos pais dela. — Completou respeitosamente.

Estava claro que não estava sendo convidado e sim avisado, mas via ali uma chance de aproximar-me novamente. Queria mudar toda aquela situação e não mediria esforços para conseguir isso.

— Que horas ela sairá? — Indaguei caminhando lentamente sentindo-a logo atras de mim.

— As oito, mestre. — Respondeu baixo.

— Certo. — Respondi friamente.

Faltava ainda algum tempo para oito, teria tempo o suficiente para pensar em tudo o que lhe diria para reverter aquela situação e talvez a unica saída fosse deixar claro todos os meus sentimentos em relação a ela.

Como odiava atrasos, arrumei-me casualmente e exatamente as oito esperava-a junto de Hisagi, meu motorista mais confiável. Estava impaciente, desejava por vê-la logo e como se lesse meus pensamentos, Rukia surge vestida com simplicidade, mas sem deixar de revelar toda aquela rara beleza, característica somente dela.

— Byakuya-sama? — Questiono ao encarrar-me surpresa. — O que faz aqui? — Indagou apresada.

— Irei acompanha-la em seu jantar. — Respondi simplesmente, não havia necessidade de mais detalhes.

— Não é necessário... — Começou hesitante.

— Eu sei, mas vou mesmo assim. — Corte sua fala, era doloroso saber que minha presença não era desejada por ela.

— Como desejar, Byakuya-sama. — Concordou adentrando o carro rapidamente.

Quando pensei em toda aquela situação como uma oportunidade, nunca imaginei que começar uma conversa seria tão difícil. O silencio dentro do carro era esmagador e eu já não me sentia confortável para colocar as cartas na mesa, talvez esperar até o final da noite fosse o certo.

O caminho não era longo, então em menos de vinte minutos já estávamos a tocar a campainha. Poucas palavras forram trocadas entre nos até então. Odiava tudo aquilo, mas manteria-me calmo como sempre me mantinha.

— Boa noite. — Saldou-nos o homem moreno de meia idade, Hisaya, pai de Rukia. — Minha querida filha. — Disse abraçando-a.

Ele parecia agitado.

— Boa noite, papai. — Respondeu correspondendo-o. — O que houve? O senhor me parece ansioso. — Declarou encarrando-o pensativa.

— Bom, é qu....

— Boa noite, Rukia-chan. — Saldou interrompendo-o. — Sentiu minha falta, irmãzinha? — Indagou a mulher que eu pensava que nunca mais veria.

— Hisana?! — Exclamou Rukia surpresa.

Nunca pensei que um dia chegaria a essa conclusão, mas aquele amor que um dia pensei sentir por Hisana nunca havia sido tão forte, pois ela já tinha mais efeito nenhum sobre mim, meu coração já não batia acelerado ao contemplar aquele sorriso em sua face, sorriso esse, que ao meus olhos , não passava de uma farsa onde oculto poderia-se encontrar escarnio e deboche direcionado a mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então??? Deixem suas opiniões comentam...
Bjos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wounded hearts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.