Wounded hearts escrita por Rafa


Capítulo 12
Capítulo 12 - Primavera


Notas iniciais do capítulo

Oie gente. Tudo bem?
Desculpem a demora, vida de vestibulanda não é facil
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/533068/chapter/12

— Rukia —

Fazia horas que estava acordada a observar o dia clarear do lado de fora de minha janela. Já não sabia mais que horas eram, mas isso não me importava, sentia apenas um insano desejo de ir ao jardim tomar-me. Sabia que não devia, mas era o primeiro dia da primavera e algo dentro de mim necessitava sentir os ares primaveris em primeira mão.

Deixei meu quarto o mais rápido e silenciosamente possível, não queria ser vista e muito menos acordar alguém, queria apenas desfrutar de um momento de paz em meu lugar favorito daquela frigida mansão.

A brisa da manhã estava fria, assim como o orvalho que molhava meus pés calçados apenas com uma simples sandália de dedo, mas mesmo assim sentia-me revigorada por sentir a vida voltar ao grande jardim livre da brancura característica do inverno.

Não havia sinal de nenhuma alma humana ali, Ichigo ainda devia estar dormindo e era melhor assim, não sabia se estava preparada para encontra-lo depois de semanas vendo-o apenas da janela solitária de meu guarda.

O local estava no mais puro silêncio, exceto pelos pássaros que cantavam harmoniosamente saldando o sol, que subia timidamente ao céu, distribuindo sua pálida luz amarela, aquecendo-me.

Sentia-me imensamente feliz em estar ali mais uma vez. Sentia falta de passar as tardes ali na companhia de Ichigo, sentia falta dele e isso me deixava temerosa.

— Parece que alguém caiu da cama, certo Kuchiki-sama? — Ouvi a marcante voz de Ichigo ecoar logo atras de mim, fazendo com que me corpo entrasse em um estado de ebulições dos mais diversos sentimentos e sensações.

— B-Bom dia para você também idiota. — Rebati tentando soar o mais normal possível. — E sem essa de Kuchiki-sama. — Acrescentei afoita, sorrindo sem graça.

— Okay. Okay, Rukia. — Respondeu ele pegando suas ferramentas sorridente.

Uma sensação de plenitude apoderou-se de mim ao contemplar aquele sorriso, sentia que nada havia mudado entre nós durante esse longo período de ausência minha e isso me fez corresponder a aquele sorriso contagiante.

— Então? — Começou ele parando ao meu lado. — Por que veio aqui tão cedo? Saudades de mim? — Questionou sarcástico com uma pequena pontada de ansiedade na voz.

— Idiota. — Murmurei comigo mesma. — Vim apenas sentir a chegada da primavera em primeira mão. — Respondi.

— Entendo. — Rebateu deixando-me para trás para realizar suas tarefas.

— Ei Ichigo. — Chamei andando atrás dele impulsivamente. — Tem alguma árvore frutífera por aqui? — Questionei ao ter aqueles belos olhos castanhos sobre mim.

— Tem sim. — Respondeu simplesmente. — Pensei que a senhorita dona da casa conhecia o jardim por completo. — Completou desdenhoso.

— E-Eu... — Comecei sem ter resposta formada a aquela provocação, pois a verdade é que nunca havia me interessado em explorar aquele grande jardim por inteiro.

— Siga-me. — Mandou ele andando a minha frente.

Optei por segui-lo em silêncio, estava confortável com o clima amigável entre nós e queria que permanecesse assim.

— Aqui está. — Declarou ele parando em frente a uma grande árvore cheia de frutas alaranjadas como seus cabelos.

— Que fruta estranha é essa? A cor dela me lembra esse seu cabelo esquisito. — Falei debochada provocando-o como ele havia me provocado antes.

— Muito engraçado, maldita. — Rosnou ele, olhando-me irritado. — O nome dessa fruta é caqui, sua estranha. — Completou dando-me as costas.

— Mas essa fruta se cultiva no inverno? Por que acabamos de entrar na primavera e essa árvore está carregada. — Falei admirando a fruta que resistirá a uma das épocas mais vazias e bela do ano.

— Sim, essa fruta é característica do inverno. — Respondeu simplesmente, começando a juntar as poucas folhas secas que cobriam o chão de terra batida. — Você devia experimentar uma. Te garanto que vai adorar. — Completou sem deixar de fazer sua tarefa.

— Certo. — Respondi tentando pegar uma que estava a uma altura considerável para alguém de baixa estatura como eu.

— Mas é nanica mesmo... — Resmungou ele parada a minhas costa pegando o pequeno fruto estendendo-o para mim.

— Eu não pedi sua ajuda, Idiota! — Exclamei irritada. — Eu conseguiria pegar ela sozinha tranquilamente. — Declarei encarrando-o com um olhar desafiador sem pegar a fruta.

— Serio? — Indagou ele sarcástico. — Vamos ver então. — Completou mordendo a fruta que antes estava estendida em minha direção.

— Idiota! — Gritei caminhando decidida até a grande árvore, a fim de escala-la.

— Oe Rukia? O que você pensa que está fazendo? — Questionou ele.

— Subindo na árvore. Não está vendo, idiota? — Rebati pegando impulso para subir.

— Isso é perigoso. — Alertou em tom serio. — Os galhos parecem fortes, mas estão secos. — Completou.

— Calo boca. — Mandei subindo de vez. Não queira escutar mais nenhum alerta dele, pois ele havia conseguindo me irritar com aquelas provocações.

— Certo, depois não diz que não avisei, teimosa. — Falou voltado para suas tarefas.

— Tolo. — Sussurrei pegando pela primeira vez o suculento caqui alaranjado, para logo morde-lo em seguida. — Isso é maravilhoso! — Exclamei devorando-o rapidamente para pegar outro.

— Eu disse.... — Murmurou ele sem olhar-me.

Estava viciada naquela fruta tão exótica e suculenta e não conseguia parar de devora-la.

— Quer mais uma, Ichigo? — Perguntei inocentemente.

— Não. Quero que você desça logo dai. — Respondeu de mal humor.

— Eu desço quando eu quiser. — Declarei mostrando-lhe a língua de uma maneira infantil, subindo ainda mais alto na árvore.

— Rukia, desce dai. — Mandou ele bravo largando o cabo do rastelo que usava.

— Não. — Respondi ouvindo a galho sob meus pés estralar. Tudo aconteceu rápido demais e eu somente senti meu corpo chocar-se violentamente contra o chão duro.

— Rukia! — Gritou ele vindo até mim. — Eu falei para ter cuidado. — Ouvi sua voz soar longinquamente. Parecia que meus sentidos abandonavam-me lentamente. — Rukia?! Oe Rukia, está me ouvindo? — Contínuo a questionar enquanto a unica coisa que conseguia ver a minha frente era seus belos olhos de um castanho tão vivo quanto os brotos que floresciam lentamente com a chegada da primavera e seu místico sobro da vida.

Poderia se dizer que eram apenas alucinações de uma garota a beira da inconsciência, mas foi ali sob a pálida luz do sol da manhã que desejei entregar-me a súbita vontade de mergulhar naqueles bonitos olhos de tom caramelado, onde apenas refletiam minha imagem ao cair no escuro e denso mar da inconsciência.

— Ichigo —

— Rukia?! — Chamei mais uma vez com ela em meus braços.

Um desespero puro e doloroso assolava-me, enquanto a carregava desacordada em direção a porta da varanda, que estava mais próxima. Sentia-me culpado e impotente perante tudo o que acabará de acontecer. Sabia que não devia tê-la provocado a tal ponto sabendo o quanto ela era cabeça quente e isso pesava ainda mais em minha consciência.

— Com licença. — Disse apresado adentrando a luxuosa sala de estar, que estava vazia, sem nenhum dos vários empregados a vista. — Ayame-san? — Chamei pela moça que sempre via em companhia de Rukia por esses dias. — Ayame-san? — Repeti rapidamente.

— Kurosaki-san? — Falou ela em tom interrogativo ao passar pela porta que ligava a sala ao corredor que levava aos quartos da casa. — Rukia-sama?! — Indagou ela aproximando-se afobada em minha direção. — Por Deus, o que houve com ela? — Perguntou ela com um tom de angústia na voz.

— Ela caiu de uma árvore. Preciso levá-la ao médico rápido. — Declarei observando o sangue seco sobre a pálida testa de Rukia.

— Byakuya-sama saiu mais cedo hoje e Hisagi-san saiu, para fazer compras para o mês... — Falou ela desesperada.

— Não há nenhum outro carro que eu possa usar? — Questionei apressado.

— Temo que não... — Falou incerta, deixando-me desesperado. — Mas podemos chamar um táxi. — Completou ela rapidamente, já pegando o telefone para chamar um táxi.

— Certo. — Concordei ajeitando Rukia melhor em meus braços, enquanto a Ayame encerrava a rápida ligação para chamar o táxi.

— Já está a caminho. — Declarou aproximando-se observando a face machucada de Rukia. — Eu irei me arrumar para acompanha-la. — Falou de repente surpreendendo-me.

— E-Eu acho melhor eu leva-la. — Falei vendo-a me olhar indignada. — É que sou a melhor opção para carrega-la e acho melhor você avisar Kuchiki-sama, afinal ele é o marido dela. — Completei rapidamente sentindo um gosto amargo instalar-se em minha garganta ao me lembrar do homem ao qual a baixinha pertencia, mesmo que não pertence-se inteiramente.

— Certo. — Concordo depois de olhar-me por alguns instantes. — Avisarei Kuchiki-sama então. — Declarou ao ouvirmos a som da buzina do carro que estacionava a frente da luxuosa residência.

Despedi-me brevemente para logo adentrar o automóvel vendo Ayame pagar a viagem. Precisávamos chegar ao hospital o mais rápido possível, afinal Rukia já estava a alguns minutos desacordada e isso me angustiava. O medo preenchia-me, mesmo sabendo que podia não ser nada grave.

Suspirei extasiado ao ajeita-la melhor em meus braços, sentindo o perfume suave da pequena penetrar por todos os poros de meu corpo ao tê-la tão colada a mim, com certeza esse doce aroma não sairia de minha memoria e de minhas roupas tão rapidamente.

— Chegamos, senhor. — Avisou o motorista parando em frente ao tão conceituado Hospital central de Karakura, melhor hospital da região.

— Ah sim. — Falei saindo do carro sem muita dificuldade ao receber ajuda do velho motorista, que me abrirá a porta para sair livremente com Rukia em meus braços. — Obrigado. — Agradeci despedindo-me antes de adentrar o grande hospital, onde pessoas de branco entravam e saiam aos montes para realizarem suas tarefas.

O lugar era realmente fascinante para se observar, mas não era para isso que eu estava ali com uma Rukia desacordada em mãos. Caminhei até a recepção, onde tudo foi realizado na mais perfeita ordem e rapidez ao ouvirem o sobrenome Kuchiki, aquele nome parecia realmente abrir portas e eu agradeci mentalmente por isso, aliviado por finalmente deixar a baixinha em boas mãos.

Rukia foi tirada de meus braços deixando-me apenas com uma grande sensação de vazio acompanhado do magnífico perfume dela, impregnado em minha alma.

Suspirei apático ao sentar-me na sala de espera que fora me indicada, esperando que logo Rukia estivesse bem para em fim acalmar me coração, que batia desesperado pelo medo desconhecido que se espalhava por meu peito. Estava começando a ficar paranoico.

— Kuchiki Rukia? Acompanhante de Kuchiki Rukia? — Indagou um homem de aparecia jovem apesar dos poucos fios brancos que já se destacavam em meio aos cabelos negros, penteados para trás.

— Com licença. — Falei caminhando até o mesmo.

— Yo. — Saldou ele sorrindo com uma prancheta em mãos. — Me chamo Shiba Isshin e sou o medico responsável pela Rukia-chan. — Declarou estendendo-me a mão.

— Prazer. — Falei apertando-lhe a mão estendida, estranhando a ansiedade que se espalhava por meu interior. — Kurosaki Ichigo. — Declarei apresentando-me estrando o fato de a expressão do homem a minha frente mudar ao soltar minha mão. — Como a Rukia está? — Perguntei rapidamente estranhando o silêncio, que havia se instalado entre nós.

— A-Ahh sim. A Rukia-chan. — Começou ele desconcertado. — Bem, ela está bem, apenas acordará com uma leve dor de cabeça. Não à com o que se preocupar. — Completou de maneira profissional.

— Bom saber disso, Isshin. — Declarou meu arrogante patrão sem olhar-me ao adentrar o ambiente atraindo vários olhares cobiçosos e admirados para si.

— Byakuya. — Saldou o medico ainda com a expressão profissional na face, recebendo apenas um aceno como resposta de Byakuya, que agora olhava-me friamente.

Seu olhar parecia querer oprimir-me, mostrando que meu lugar não era ali, mas eu não me abateria. Nunca fui de me importar com a opinião alheia e não seria agora que me importaria. Se eu estava ali era por Rukia, que precisará de mim, não por ele.

Sabia que poderia estar sendo ingênuo, e até mesmo imprudente, mas eu não recuaria. Manter-me-ia firme diante dele, o todo-poderoso Kuchiki Byakuya. Antes eu apenas ficava parado vendo os dias passarem, mas agora estava decidido a fazer o que fosse preciso para permanecer ao lado de Rukia e para isso não me importaria de enfrentar qualquer tipo de obstáculo que surgisse em meu caminho, só para no fim poder observar em paz minha bela e graciosa lua branca brilhar alto na fresca noite escura da primavera.

— Byakuya —

Meu sangue bombeava rapidamente por minhas veias. Sentia que poderia explodir a qualquer momento devido a insolência do insignificante Jardineiro a minha frente.

O maldito olhava-me de uma maneira arrogantemente desafiadora me deixando completamente raivoso, mas mantive-me firme perante a aquela ridícula situação.

— Não preciso mais do seus serviços, jardineiro. — Falei vendo-o apertar os punhos.

— É Kurosaki Ichigo, Byakuya. — Falou debochado ignorando completamente o fato de estar falando sem formalidade alguma com um homem de posição superior a dele.

— Que seja. Pode voltar ao trabalho. — Falei indiferente ao fato da casa estar a uma grande distancia para se percorrer a pé.

— Certo. — Falou ele ainda com aquele olhar desafiador deixando o ambiente ao despedir-se brevemente de Isshin, que parecia desconfortável com o clima hostil que se instalará ali.

— Bom... — Começou Isshin incerto ao cortar o silencio. — Suponho que queira ver a Rukia-chan. — Indagou ele sorrindo como era de costume.

— Certo. — Respondi ignorando a intimidade a qual ele dirigia a minha esposa. — Como ela esta? — Perguntei brevemente acompanhando-o pelos corredores do hospital.

— Ela esta bem, sofreu um leve corte acima da testa e apenas algumas pequenas escoriações nos braços e nas pernas . — Falou calmamente.

— E o desmaio? Não é nada serio? — Perguntei calmo mesmo estando realmente preocupado com ela.

— Consequência da queda, como eu disse: Ela esta bem. — Respondeu parando em frente a porta ao qual presumi ser o quarto de Rukia.

— Mesmo assim quero que faça todos os exames necessários. — Insisti vendo-o suspirar.

— Certo. — Concordou ele abrindo lentamente a porta. — Ela agora esta dormindo pelo efeito dos analgésicos para dor que lhe mediquei. — Completou entrando logo atrás de mim.

— Hm. — Resmunguei andando para perto da cama onde ela dormia.

— Vou deixa-lo a vontade. — Declarou Isshin deixando a sala.

Continuei ali parado observando-a dormir serenamente, seu rosto estava mais pálido que o comum, mas isso não apagava sua beleza unica.

Fazia dias que não a tinha tão perto assim e me sentia frustrado com essa distancia que ela havia posto entre nós. É claro que reconhecia que havia sido precipitado ao beijá-la daquela maneira, mas não me arrependia e tão pouco me sentia culpado, afinal fora ela que me viciará em seus pequenos lábios avermelhados ao beijar-me pela primeira vez sob o céu estrelado.

Vê-la ali a minha frente me acalmava de todo medo e estresse que havia passado até o momento, estava realmente aliviado por vê-la bem e mesmo odiando admitir, tinha uma grande divida com o insolente jardineiro, que parecia disposto a enfrentar-me.

— Kurosaki Ichigo, hm? — Indaguei baixo acariciando levemente o rosto delicado de Rukia, que ainda dormia profundamente.

Se ele estava disposto a me enfrentar eu é que não fugiria da batalha, mesmo sabendo que fim pudesse perder a unica coisa que mais me importava, eu não recuaria. Assim quando tudo acabasse eu poderia observar o céu primaveril com a consciência de que havia feito de tudo para ter Rukia ao meu lado, mesmo que no fim ela já não tivesse mais ali comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então??? Comentem, assim prometo voltar logo com minhas outras fanfics alem de mais um capitulo novo dessa.
Bjos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wounded hearts" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.