O Olimpo em Guerra escrita por O Patriarca do Santuário


Capítulo 6
A necromante




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Montes Cárpatos, Romênia. Em um vale escondido e encravado nas montanhas, os animais saem em disparada, as aves silenciam. Um ruído como se um objeto estivesse por cair em grande velocidade no solo e de repente, Deimos aterrisa segurando em uma das mãos a urna com o espírito de Abel e na outra mão, a mulher com o capuz que atacara Hyoga no Santuário.

—Phobos já deveria estar aqui com a urna de Poseidon. Será que teve dificuldades no Santuário? Se indaga a mulher.

—Eu estava a espera de vcs dois. Phobos sai por detrás de uma enorme rocha.

Deimos solta a urna de Abel no solo e se ajoelha, como se sentisse alguma coisa.

—Há algo errado com vc, Deimos? Pergunta a mulher.

—Arghh...a cosmo-energia que emana dessa urna me deixa tonto, com dores de cabeça, e minhas pernas doem e ainda estão um pouco dormentes por causa daquele cavaleiro, que as congelou...miserável, ainda vou esmagar-lhe o crânio por isso...

—A cosmo-energia de Abel é muito poderosa e agressiva. Além disso o selo de Zeus também emite uma forte cosmo-energia acumulada, Eu sei que é difícil segurar essa urna , Deimos, mas vc precisa aguentar mais um pouco,estamos muito perto de nosso destino agora... Diz a mulher

—Esta urna aqui também está começando a emitir uma cosmo-energia bem forte, às vezes vibra com intensidade, sinto como que drenasse minhas forças...Diz Phobos

—Poseidon pode estar querendo se comunicar com sua mensageira, mas como estamos longe da Grécia agora, dificilmente conseguirá alcançá-la. Mas devemos nos apressar, o selo de Athena o limita um pouco mas tem poder suficiente inclusive para nos atacar, mesmo com o selo, caso perceba o que está acontecendo. Seu poder e consciência aumentam com o tempo. Vamos vcs dois, segurem firmes essas urnas e caminhem. Temos que seguir por uma trilha estreita agora, para dentro daquela montanha a nossa frente... Diz a mulher.

Phobos e Deimos agarram as urnas com força, fazem uma expressão de dor, mas começam a caminhar, seguindo a mulher.

Se aproximam da base da montanha. A mulher pára diante de uma enorme rocha. Ergue os braços e pronuncia algumas palavras ininteligíveis. A enorme rocha de desloca para o lado, revelando por detrás uma fenda escura e estreita.

—Vamos, estamos perto. Diz a mulher, entrando pela fenda, que é o início de um longo túnel no interior da montanha.

Phobos e Deimos a seguem.

A rocha volta para o lugar, tornando o túnel ainda mais escuro. Após alguns minutos caminhando, uma luz aparece na fenda de saída, do outro lado.

Se deparam com a visão de um vale completamente cercado de altas montanhas, tomado por uma densa vegetação de árvores, arbustos e espinhos, com uma neblina pairando entrelaçada à floresta. No meio do vale, uma elevação que serve de base para um enorme e lúgubre castelo, formado de pedras negras, com umidade e limo escorrendo por suas paredes externas.

—Vamos saltar por cima disso tudo e chegar no castelo. Diz Phobos.

—Não. O terreno abaixo da floreta é argiloso, vcs afundariam ao tocar o solo. E eu também, junto de vcs. E as urnas....Diz a mulher.

—Vou abrir caminho com as chamas negras. Diz Deimos.

—Deixem isso comigo. Diz a mulher. Ela ergue mais uma vez os braços, pronuncia algumas palavras estranhas e diante do trio, um atalho entre as árvores e arbustos aparece, após a vegetação se afastar, para os lados.

—Vamos , mas com cuidado e devagar. O terreno é argiloso, quase um pântano. Pesados como vcs são, podem afundar, com certeza. Há animais peçonhentos também.

—Gostei dessas suas habilidades. Diz Phobos. _Poderia me ensinar algumas...

A mulher simplesmente diz: _Vamos, precisamos colocar essas urnas em lugar seguro...

Começam a caminhar pelo atalho, cercados pela vegetação.

Deimos se queixa: _Sinto-me pesado, com dificuldades de andar...

—Este vale está impregnado da cosmo-energia da princesa Eris. Forma uma espécie de barreira contra intrusos. Vcs se sentirão melhor quando chegarem ao Castelo...Diz a mulher._ Além disso, a cosmo-energia daqui tornará muito difícil, a quem quer que tente rastrear a cosmo-energia de Poseidon, ou de Abel, localizar as urnas.

Após caminharem com dificuldades por quase uma hora, conseguem chegar diante do fosso que cerca a elevação que serve de base ao castelo.

A mulher ergue a mão esquerda, uma ponte levadiça amparada por um pórtico, na outra margem do fosso, é abaixada. O trio a atravessa.

Sobem pela colina até alcançarem o enorme portão dianteiro. Com gestos a mulher o abre.

O castelo em seu interior, tem um aspecto sombrio, pouco iluminado por antigos lampiões, dos quais alguns estão acessos, com chamas tênues. Mas a decoração é rica, com vários quadros e estátuas muito bonitas. Os tapetes parecem ser bem caros, ainda que um pouco empoeirados.

Deimos brinca com Phobos: —Que lugar...Ênio e Anteros gostariam de dar suas festinhas góticas em um lugar como este...

—É...mas também serviria para torturar prisioneiros. Este castelo deve ter umas masmorras bem interessantes...responde Phobos.

Após caminharem por um longo corredor, chegam por fim a uma escadaria, adornada com um belo tapete e com grossos corrimãos.

—Já me sinto melhor aqui no Castelo, mas essa urna ainda me causa algum desconforto... Diz Deimos

—Paciência Deimos, já chegamos... Diz a mulher.

O trio sobe a longa escada.

Phobos e Deimos apreciam os belos lustres do Castelo.

A mulher, com um gesto, faz a grande porta no alto da escadaria se abrir.

Então, entram em uma espécie de nave, um enorme salão com belos vitrais e colunas em estilo ogival. No fim uma espécie de grande mesa ou altar de pedra.

Ao lado do altar, uma bela mulher parece esperá-los. Traja uma típica túnica no estilo grego antigo, branca e com bordados em fios de ouro, o cabelo preso em um coque com madeixas caindo pelo lado do rosto, enormes e belos brincos nas duas orelhas, uma maquiagem de cores fortes, porém de bom gosto. Cabelos negros e penetrantes olhos verdes.

A mulher que acompanha Phobos e Deimos tira o capuz e deixa revelar também um belo rosto, com maquiagem e adornos no mesmo estilo da outra mulher ao lado do altar. Cabelos castanhos bem claros e olhos de um raro tom de violeta. Sua túnica porém é de um tom azul claro, mas com bordados em fios de ouro, também.

—Vcs demoraram bastante. Diz a mulher ao lado do altar, demonstrando um pouco de impaciência.

—Tivemos alguns contratempos no Santuário de Athena, Dirce. Diz a mulher que viera com os dois bersekers. —Além disso não é fácil atravessar este vale, até o Castelo.

—Coloquem cuidadosamente as urnas neste altar. Dirce diz para Phobos e Deimos.

Phobos e Deimos pousam as duas urnas no altar. Fazem expressões de alívio por não terem mais que segurá-las.

—Está com a caixa de prata, Medeia? Dirce indaga.

Medeia retira a caixa de prata que traz dentro da túnica, perto da cintura, e a pousa cuidadosamente no altar, entre as duas urnas. —Ela me foi muito útil no Santuário.

—Em breve aprisionaremos também o espírito de Tanathos. E até mesmo o de Hades. Com seus corpos destruídos não poderão resistir aos rituais que a Princesa Eris está preparando. Dirce passa carinhosamente os dedos pelos adornos da caixa prateada.

Deimos cutuca discretamente Phobos e diz em um tom baixo: —Essas duas feiticeiras e Eris estão praticando atos de necromancia. Isso foi proibido por Zeus, no Olimpo.

—Mas nós não estamos no Olimpo! Diz Dirce de um modo ríspido —E quanto a vcs dois, retornem ao seu senhor. Seu trabalho aqui está terminado. Dirce faz um gesto desrespeitoso com a mão, indicando a saída para os dois bersekers.

—Ei, veja lá como fala conosco...feiticeira. Phobos se irrita._Não recebemos ordens suas, nem mesmo de Eris. Só estamos aqui por ordens do Príncipe Ares....

Deimos segura o braço de Phobos. _Deixa estar, Phobos, vamos relatar o que vimos ao Príncipe Ares.

—Cuidado, feiticeira... podemos esbarrar por aí, e sua princesa Eris pode não estar por perto para ajudá-la... Phobos aponta o dedo ameaçadoramente para Dirce.

Deimos o puxa pelo braço e os dois finalmente se dirigem para a saída.

Medeia fica um pouco assustada com o diálogo e Dirce faz uma expressão de desprezo, voltando-se para o altar e falando em um tom baixo para ela mesma. —Hum...o idiota do Ares nem faz idéia a respeito do que a princesa Eris planeja...

Phobos e Deimos se dirigem para a saída do Castelo.

—Não confio em Eris, muito menos nessas feiticeiras. Diz Phobos. _São loucas se pensam que podem aprisionar o espírito de alguém como Hades...

—Se aquelas árvores no vale voltaram ao lugar, vou abrir passagem queimando tudo com chamas negras...Diz Deimos. —O príncipe Ares poderia mesmo ter um lugar descolado como como este na Terra. Imagino as festas memoráveis que poderíamos dar...

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No vilarejo grego próximo ao Santuário, Tatsumi, os seguranças da Fundação e a equipe médica se preparam para retornar ao Japão.

—Já acertei o pagamento de todos os prejuízos causados nas imediações, Marin. Pensei que seu irmão acordaria normalmente e falaria conosco, e nos ajudaria a saber onde está a senhoria Saori....Diz Tatsumi

—Eu sinto muito por tudo que aconteceu, Tatsumi. Principalmente pelo ataque que vc sofreu por parte de Touma. Fizemos vc vir do Japão praticamente à toa. Diz Marin.

—De jeito algum Marin, Fizeram bem em me chamar. Seu irmão é muito forte e se recuperou de um modo incrivelmente rápido, mas se não fosse o atendimento médico no início, e depois, ele poderia ter morrido com aqueles ferimentos. Melhor ele solto por aí mas vivo, do que morto. Acho que ele ainda pode nos ajudar de alguma forma, no futuro...

—É verdade Tatsumi...obrigada por tudo ...Diz Marin _Tomem conta do báculo de Athena. Eu sei que nós a encontraremos e então ela vai precisar e muito, dele...

—Estará seguro em um dos supercofres da Fundação. Vou colocar uma guarda bem armada para fazer a segurança...além dos cavaleiros de aço.

—Ih não vai adiantar nada, se aparecer algum olimpiano por lá. Ele derruba os guardas que nem soldadinhos de chumbo! Kiki que estava perto ouvindo a conversa intervem.

—E vc vem comigo, moleque. Diz Tatsumi. —Do Japão mando vc de novo para Jamiel, para continuar o treinamento com as armaduras.

—Eu quero ficar aqui na Grécia com os cavaleiros. Diz Kiki cruzando os braços e fazendo birra. —Eu já sei tudo sobre reparo e produção de armaduras!

—Tatsumi está certo, Kiki. Diz Shun, que estava por perto e ouviu o diálogo. Ele pousa uma das mãos no ombro de Kiki. —Você recebeu a incumbência de se aperfeiçoar na arte das amaduras sagradas, da própria Athena. É uma ordem dela. Um cavaleiro deve obedecer às ordens de Athena, ainda mais um futuro cavaleiro de ouro. Shun pisca um olho para Tatsumi e Marin sem que Kiki perceba.

—Hum...vcs parecem o Mu, quase nunca deixam eu fazer o que eu quero. Diz Kiki com os braços cruzados e com uma expressão zangada.

Marin vê que em um canto da sala Sorento e Thetis conversam. Ela pede licença a Tatsumi e vai em direção ao casal.

—Vcs já decidiram o que vão fazer daqui para frente? Pergunta Marin aos dois.

—Bem...Diz Sorento. — Só nos resta tentar localizar a urna do Imperador Poseidon...

—Eu não consigo captar mais nada de sua cosmo-energia. Diz Thetis. —É como se a tivessem bloqueado por completo.

—Se aqueles seres que levaram as urnas do Santuário estão ligados a alguma divindade do Olimpo, essa mesma divindade deve estar bloqueando a cosmo-energia de Poseidon, e mesmo do selo de Athena. Diz Marin.

—É exatamente o que tenho pensado... Diz Sorento. —Ou então levaram a urna para uma dimensão diferente da que estamos, isso também dificultaria sobremaneira que pudéssemos captar acosmo-energia... Marin, vc disse há pouco que o cavaleiro de Fênix se dirigiu ao Monte Olimpo...

—Sim, foi em busca de pistas que pudessem conduzir ao paradeiro de Athena e de Seiya...

—Pois é mesmo um bom lugar para se começar a procurar...acho que vou me dirigir para lá, para investigar também. No Monte Olimpo há um portal que conduz à dimensão do Olimpo...não faço idéia de como abrí-lo e atravessá-lo, mas pode ser que encontre algumas respostas por lá...posso apostar que foi para onde seu irmão fugiu...

—E Shiryu foi atrás dele...

—E nós vamos para lá. Diz Hyoga se aproximando do trio e já trajando sua armadura.  —Ikki e Shiryu podem estar em dificuldades.

Shun, também vestindo sua armadiura, se aproxima em seguida.

—Vc poderia ir comigo e com Hyoga, Sorento, Diz Shun

—Bem, temos que começar a nos mover. Vcs tem que encontrar Athena, eu, a urna de Poseidon. Talvez encontrar um signifique encontrar o outro. Diz Sorento

—Eu, Shina e os demais cavaleiros vamos voltar ao Santuário e procurar algum indício que ainda possa haver por lá. O Santuário tem muitos segredos e esses seres olimpianos parecem ter bastante interesse nele. Vc poderia vir conosco, Thetis... Diz Marin.

—Se aquela amazona me deixar em paz... até poderia ir.. Diz Thetis com uma expressão séria, braços cruzados, se referindo a Shina

—Não se preocupe. Diz Marin. —Fique ao meu lado que eu cuido dela. Ela estava nervosa por causa da fuga de Touma, mas não acredito que fique alimentando problemas com vc. Nós não temos mais os cavaleiros de ouro e de prata e vcs são os únicos marinas que restaram. Temos que unir forças nesta hora...

—Vá com eles, Thetis. E tomem muito cuidado todos vcs. Essas criaturas que vem do Olimpo são extremamente fortes. Se aparecerem por lá novamente, não hesitem em fugir. Não quero subestimar a capacidade de vcs, mas definitivamente não tem condições de enfrentá-los. Diz Sorento

—Tomaremos cuidado. Diz Marin.

—Marin...Hyoga...Shun, Tartsumi está partindo. Jabu acena da porta da rua.

Os três vão para a frente da casa. Sorento e Thetis observam da janela.

Na rua, o cortejo dos carros de luxo e das vans, com Tatsumi, Kiki, a equipe médica e alguns seguranças, está pronto para partir.

Os cavaleiros e as amazonas acenam se despedindo.

Shun se aproxima da janela de trás do carro onde vão Tatsumi e Kiki.

Tatsumi baixa o vidro.

—Obrigado por ter vindo Tatsumi. Boa viagem de volta ao Japão. E vc, Kiki, juízo , hein. Continue com o treinamento em Jamiel...

Kiki acena com uma cara um pouco triste, pois gostaria de ficar na Grécia.

—Encontrem a senhorita Saori, e Seiya... Shun. Diz Tatsumi

—Nós encontraremos, Tatsumi, eu prometo. Ah, me diga uma coisa, como está June?

—Ela está se desincumbindo de uma tarefa que a Senhorita Saori lhe confiou. Diz Tarsumi.

—Tarefa? Pergunta Shun, surpreso. —Que Tarefa?

—Uma nova instituição ligada ao Santuário e à Fundação. Uma academia para a formação e o estudo dos aspirantes a cavaleiro: Palaestra.

—Palaestra?? Athena quer instituir uma academia para os cavaleiros estudarem? E onde fica isso?

—No Canadá. A senhorita Saori adquiriu por lá uma grande propriedade e está erguendo um complexo de prédios e locais de treinamento. June está supervisionado os trabalhos, Eu mesmo devo fazer uma visita em breve...

—Gostaria de visitar June...mas agora isso é impossível. Quando estiver com ela, diga que lhe mandei lembranças e assim que for possível, vou procurá-la...

—Eu direi. Vcs dois deveriam estar juntos, Shun... Após dizer isso, Tatsumi faz um sinal para que o motorista parta.

O comboio se desloca devagar pelo vilarejo, em direção a Atenas.

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—C-como vc...como entrou aqui??? Atravessou o portal sem que eu....

—Eu sabia que quando vc recuperasse a consciência, tentaria fugir para o Monte Olimpo, para vir para cá. Dificilmente estaria disposto a nos dar informações. Valeu a pena carregá-lo e salvar a sua vida. Esperei vc abrir o portal e peguei, digamos assim, uma carona. Diz Ikki

—Seu idiota, tem idéia do que fez? Sabe o que farão com vc por aqui? Sabe qual a pena para quem entra no Olimpo sem permissão? Touma se irrita.

—Hum, eu já estive em lugares muito mais perigosos do que este. Diz Ikki com um certo ar de desdém.

—Seu tolo. Acha que por ter esta beleza o Olimpo não oferece perigo? Faz idéia do poder dos seres que habitam este lugar?

Ikki não responde, pois se dá conta de todo o esplendor à sua frente. Fica como que deslumbrado pela beleza do panorama que se descortina. E bem a sua frente, na distância de uns 100 metros,uma enorme escadaria de um branco ofuscante. No topo, uma espécie de frontispício no estilo grego, sustentado por 12 enormes colunas enfileiradas e eqüidistantes umas das outras. Ao longe, contempla as belas construções e palácios entremeados por belíssimos bosques e jardins.

O Elísios não se compara a isto aqui, nem de perto. Diz Ikki

—É muita audácia sua voltar aqui, Touma de Ícaro! Deveria ter ficado na Terra! Uma voz possante ecoa na direção de Touma e de Ikki.

Então Ikki percebe que vem descendo a escadaria, na direção dele e de Touma, um guerreiro de grande estatura, trajando uma espécie de armadura divina, imponente e bela como as que os cavaleiros de bronze vestiram nos Elísios. Ele empunha uma enorme e ameaçadora lança.

—Z-Zéfiro! Diz Touma. —Eu preciso ver Artemis, tenho que falar com ela...

—O que o faz pensar que Artemis o receberia, depois do que fez?

O guerreiro aponta sua lança para Touma e dispara um fulgurante raio de cor muito branca, ofuscante, que atinge o guerreiro de Artemis. Uma espécie de descarga elétrica o envolve e percorre seu corpo, prendendo seus braços e pernas.

—Arghhhhhhhhhhhh!!! Touma cai de joelhos expressando muita dor.

Ikki demonstra indignação pelo ataque repentino e tratamento dispensado a Touma: —Liberte-o, seu miseráve! Ou vai se ver comigo!

—N-não, Fênix, não o enfrente, será pior para vc... arghhhhhhhhhhhhh. Touma demonstra estar sentindo muita dor. As descargas elétricas serpenteiam ao redor de seu corpo, prendendo-o como cordas vivas

—Cale-se inseto humano! Diz Zéfiro, para Ikki. —Vc cometeu um delito gravíssimo ao penetrar nos domínios de Zeus sem permissão para tal.

Sem titubear, Zéfiro aponta a lança para Ikki e dispara um raio contra o Cavaleiro de Fênix. Ikki consegue saltar com agilidade e evita ser atingido. Eleva seu cosmos, que assume a forma da lendária Fênix cercada de chamas, ao mesmo tempo em que seu corpo paira no ar alguns metros acima do solo. Ataca Zéfiro com decisão.

O guerreiro olimpano apenas atravessa sua lança em diagonal diante de seu corpo, criando uma espécie de barreira de energia . As chamas do ataque de Ikki se desviam e se dissipam atrás de Zéfiro. Ikki volta ao solo surpreso pela facilidade com que o guerreiro se defendeu de seu ataque.

—Hum. Diz Zéfiro, com empáfia. — Acha que pode me enfrentar com um poder desse nível?

O guerreiro volta a disparar contra Ikki, que novamente consegue saltar e se esquivar. Mas, em pleno ar, Ikki é atingido por um raio vindo de outra direção que não a de Zéfiro. Seu corpo é envolvido e aprisionado por fortíssimas descargas elétricas.

—Arghhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!! Ikki emite um forte grito de dor e desaba contra o solo, descordado.

—F-Fênix....Balbucia o aprisionadoTouma.

—Eolos! Não precisava interferir. Eu o dominaria em instantes.

—Perdoe-me, Zéfiro, mas essas confusões tiram a paz do Olimpo. Na escadaria, um pouco acima de Zéfiro, um outro guerreiro olimpiano, empunhando uma lança, vem descendo. —Touma...por que retornou? Sua situação por aqui não é boa. Hera deu ordens para que vc fosse conduzido às prisões do Olimpo, caso retornasse. E ainda trouxe um humano com vc... Eolos não demonstra raiva em relação a Touma, apenas tem uma expressão de tristeza, como se lamentasse a situação do guerreiro de Artemis.

—E-Eolos...por favor...d-deixe-me falar com Artemis...Balbucia Touma.

—Lamento, Touma. Recebemos ordens diretas de Hera para prendê-lo, caso voltasse para cá. Ela vai julgar o seu caso, e provavelmente o deste humano que veio com vc...

Eolos ergue sua lança. Dela emana uma forte luz, claríssima. Os corpos de Touma e do desacordado Ikki se elevam suavemente do chão. As asas da armadura de Eolos se abrem. O guerreiro levanta vôo e os corpos de Touma e de Ikki o seguem. O conjunto desaparece por cima do enorme frontispício, através dos belos céus do Olimpo.


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