Persecutor escrita por Emi AK


Capítulo 25
Bagunça


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas postei! Viajei no final de semana passado e isso acabou atrasando meus planos, anyway, aqui está mais capítulo de Persecutor!
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| Nathaniel Lambert |

Já estava cansado, ficara em pé durante muito tempo. Por algum motivo meu pai gostava de me trazer em reuniões e confraternizações entre seus colegas da empresa, eu geralmente era apresentado aos homens e empresários que ele sempre difamava e criticava na mesa do jantar, também conhecia a filha de alguns deles e sempre ouvia "formariam um belo casal". Eu odiava tudo isso, durante as festas eu vivia a procura de um banco para me sentar e tomar vinho sozinho. Todas aquelas pessoas, bonitas, feias, altas, baixas, novas, velhas; eram falsas, só estavam em mais um jogo cotidiano de poder, onde se escondiam em suas máscaras e preparavam mais um golpe. Infelizmente, esse é o mundo dos negócios.

Me afastei daquelas pessoas e fui à sacada do salão. A noite estava bela, havia muitas estrelas no céu e uma fina lua crescente. Uma leve brisa ameaçou tirar os meus cabelos do lugar, mas não me importei, continuei a olhar para o céu. Um homem se aproximou e colocou a mão no meu ombro. Tinha uns 30 anos, era bem jovem se comparado aos outros convidados.

– Noite bonita, não?

Apenas concordei com um aceno de cabeça.

Ele apoiou os braços nas muretas. - Odeio essas festas mas sou obrigado a vir.

Fiquei quieto. Não sabia quem ele era, mas havia algo familiar só não conseguia saber o que, talvez eu tenha bebido vinho demais.

O homem riu. - Não se preocupe, não sou como eles. A maioria das pessoas aqui são falsas. Você é jovem demais para isto.

– Meu pai me trouxe.

– Eu suspeitava. Ele já me mencionou alguma vez?

Eu olhei para o rapaz.

– Meu nome é Evan. Evan Lefevre.

Quase engasguei. Lefevre. Meu pai simplesmente odiava toda a família Lefevre.

Levantei as sobrancelhas. - Eu certamente conheço esse sobrenome.

– É um sobrenome francês popular, bem comum.

– Não, digo, meu pai cita muito este nome.

– Seu pai? Como ele se chama?

– Francis Fontaine.

– Então você é o Nathaniel? Não creio!

Olhei torto para ele.

– Você não deve se lembrar. Era criança. Enfim. Você cresceu muito! Nem parece o mesmo!

– Desculpe... Eu...

– Conheci você e sua família assim que se mudaram para Le Havre. Lembro como se fosse hoje, eu baguncei seus cabelos e disse que você seria um grandioso homem, assim como seu pai. - Evan sorriu. - Pretende seguir os passos do seu velho?

– Na realidade eu quero cursar medicina.

Ele concordou e tomou um gole de champanhe.

Olhei para minha taça e depois para o céu iluminado. - Meu pai acha que eu deveria seguir sua carreira, mas não me vejo administrando algo, às vezes eu o ajudo com algumas papeladas...

– De todos os quatro filhos eu fui o único que levou a profissão do meu pai adiante.

– Eu acredito que serei muito mais útil trabalhando em um hospital do que em um escritório.

– Eu já me sinto mais útil em um escritório.

Evan colocou a mão em meu ombro. - E quanto as garotas? Aposto que seu pai já te apresentou várias.

Sorri e balancei a cabeça. - Sim, mas não tenho interesse em nenhuma. Essas garotas não fazem meu tipo, só querem dinheiro.

– Exato. Não sabe como chove interesseira na minha horta. - Ele fez uma pausa - Desculpe, acho que estou falando demais, já perdi a conta das taças.

– Algum motivo especial?

– É..- ele encolheu os ombros. - Estávamos falando de mulheres, certo?

Rimos. Lefevre não era um cara ruim como meu pai vivia dizendo, ele era engraçado e simpático, não parecia ser chefe de uma grande empresa.

– Acho que não devemos encarar nossos relacionamentos como negócios. Me dei mal. - ele riu e tomou mais um gole.

– Às vezes é difícil separar as coisas, mas com o tempo a gente consegue. - eu disse por fim.

– Já lida com coisas do tipo?

– Sim...

– É bom, assim não comete erros estúpidos como os meus.

Ficamos em silêncio apenas observando o céu estrelado, não havia mais assunto entre nós. Respirei fundo e relaxei os músculos. Evan não era o arrogante, egoísta que ficava tentando bancar o intelectual a todo instante como meu pai costumava dizer.

– Você sabe que horas são?

– Quase 22h, eu acho. - agora foi a vez de Evan respirar fundo. - É incrível ver o quanto você cresceu Nath, às vezes seu pai fala de você e sempre imagino o loiro baixinho de 5 anos atrás. Deve ser por isso que não falei com você em outras festas, não te reconheci.

“Ou meu pai te evitou ao máximo”, pensei.

– É incrível o fato de ter conseguido chegar a presidência da empresa, você é jovem e…

– Não pareço ser experiente?

– Desculpe, não foi isso que…

– Não, eu sei, muitos pensam isso e acreditam que eu não mereço o cargo. Concordo que há pessoas muito mais experientes, mas não se trata de ser experiente e sim de ter visão. Visão ampla. Não que os outros não tenham, mas às vezes estão tão focados em algo que não conseguem ver o restante.

Uma voz interrompeu Evan - E você acredita que tem essa tal “visão ampla”?

Era meu pai, ele tinha um sorriso sarcástico no rosto. Alguns de seus anéis banhados em ouro brilhavam em seus dedos, ele mexia a taça com um restante de vinho, a outra mão ele mantinha no bolso da calça enquanto andava em nossa direção com passos serenos.

– Em partes sim. - Lefevre respondeu singelamente.

– Nathaniel, vamos?

– Já? - questionei.

– Sim.

– Foi um prazer revê-lo Nathaniel, espero encontrar contigo novamente. Sr Lambert, até segunda-feira. - Evan despediu-se de maneira sorridente e simpática.

Dei um abraço e aperto de mão em Evan, em seguida segui meu pai, ele parecia irritado com algo. Deixei minha taça com um garçom. Prestei atenção nas atitudes de meu pai, ele geralmente expressava sua raiva ou descontentamento em todos os gestos. Não se despediu, falou baixo com poucas pessoas, observava tudo pelo canto dos olhos, tentava andar depressa. Ele estava furioso, não simplesmente bravo.

~~~

Entramos no carro, houve silêncio, em seguida:

– Então você conversou com Evan Lefevre…?

– Sim.

– Ótimo! - respondeu ele em tom irônico. - Deve ter enchido sua cabeça com lorotas, mentiras, ilusões, muito mais do que ela já é cheia. Não percebe? Eu peguei vocês conversando, Lefevre estava criticando os métodos da equipe.

– Mas ele está certo pai, é uma questão muito…

– Vê? Contaminou até você. Ele é um trapaceiro, arrogante, egoísta, só pensa em si mesmo e em liderar a empresa, não houve os conselhos que lhe são dados, pensa ser o dono da razão. Todo o plano comercial irá afundar, junto com ele e sua carreira. - ele deu partida no carro.

Ficamos em silêncio.

– Você nunca mais irá me acompanhar em nenhuma dessas reuniões.

Abaixei a cabeça, mas isso soava como musica para meus ouvidos.

~~~

Chegamos em casa e como sempre Ambre estava esperando ansiosa para saber como havia sido. Perguntava sobre as pessoas, bebidas, decoração. Por algum motivo ela adorava e admirava essas coisas. Foi então que meu pai disse em voz alta:

– Na próxima, eu irei te levar. Nathaniel, você ficará em casa.

Eu não podia reagir de maneira positiva na frente de meu pai, então respirei fundo e subi as escadas tentando parecer frustrado. Entrei em meu quarto, fechei a porta e dei socos no ar, era muita felicidade.

.

| Lis Fontaine |

Castiel me deixou em casa, agradeci o passeio e me despedi. Ok, tudo estava uma loucura, eu tinha acabado de beijar um garoto que conheci há umas 3 semanas atrás e nós não eramos namorados e nem algo do tipo. Apenas amigos. Depois do beijo ele simplesmente fingiu que estava tudo normal e que nada havia mudado, então acho melhor fazer o mesmo. Creio que não vou conseguir, afinal foi o meu primeiro beijo e Castiel é bastante presente no meu dia-a-dia.

– Tia, cheguei. - avisei quando estava começando a subir as escadas que levavam para o meu quarto.

Tudo estava confuso. Eu precisava de um banho, precisava tirar essas roupas úmidas e lavar meu rosto meio borrado de lápis de olho - estava parecendo uma das maquiagens da Avril Lavigne.

~~~

Peguei meu livro e deitei na cama para ler. Depois de meia hora eu desisti, não conseguia me concentrar. Deixei o livro na cabeceira da cama e olhei pro teto. Eu queria me sentir segura para desabafar com alguém. Fechei os olhos e procurei em alguma outra coisa para pensar sobre. Levantei da cama e fui até a sacola que continha a saia comprada na Aigre-Doux. Hora de testar alguns looks!

Usei a saia com várias blusinhas. Simplesmente amei cada combinação. Já havia me cansado de fazer isso e coloquei meu shorts e blusa larga de ficar em casa, agora eu precisava arrumar essa bagunça que havia feito. Mas não sem antes beber algo.

Desci as escadas e fui até a cozinha pegar um copo de chá gelado. Enquanto isso conectei o celular ao wi-fi e abri o aplicativo Spotify. Cheguei no meu quarto e dei play no único álbum da dupla Jack Ü. Hora de arrumar a bagunça que fiz no quarto. Bom, pelo menos essa bagunça eu estou sendo capaz de arrumar…


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler e acompanhar essa história!
Até o próximo cpaítulo ;)



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