Destino - Once Upon a Time escrita por Capitã Sparrow


Capítulo 3
Capítulo 3




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Graham estava correndo, mas não sentia seu coração acelerar. Isso acontecia porque ele não tinha mais um coração. A rainha o roubara várias vezes até que um dia não o devolveu mais, devido aos seus fracassos. Há muitos anos não lembrava como era sentir o coração batendo dentro do peito. Há anos seu coração havia sido roubado pela rainha e ela o enfeitiçara de alguma maneira. Graham não envelhecia mas também não conseguia fugir, não conseguia se distanciar dela. De alguma forma ele se sentia atraído por ela, não romanticamente, mas como um imã que está preso ao outro. Sem vontade própria, era algo que ele não sabia explicar.

Prometeu à rainha que se tivesse seu coração de volta não a deixaria, e ela concordou em devolver se ele cumprisse essa tarefa. Ele acreditou nela, mas não deveria. A rainha nunca devolveria seu coração, pelo menos, não enquanto quisesse ele como sua marionete.

Ele corria rápido e os lobos o acompanhavam. Eles eram sua única família, os únicos que nunca o trairiam. Seus olhos negros faiscaram ao ver que se aproximava do castelo. Com uivos de despedida, os lobos se distanciaram e deixaram que ele terminasse o trajeto sozinho. O sol começava a se esconder atrás das nuvens deixando que a lua se tornasse a imperatriz da noite que caía.

Quando chegou perto da entrada do castelo, notou a imensa quantidade de guardas, devido ao evento real que aconteceria. Resolveu entrar pela janela, um caminho mais perigoso, porém imperceptível. Escalou sem grandes dificuldades e alcançou o quarto da princesa. A única vez que a vira, ela era um pequeno anjo loiro. Foi quando Regina o enviara para matá-la ainda no berço, mas não conseguiu. Não era um assassino. Por essas e outras perdeu seu coração mais de uma vez. Agora ele era obrigado a fazer tudo que a rainha ordenava, como um cachorrinho e simplesmente não conseguia negar, não era livre. Precisava terminar essa tarefa e recuperar seu coração, ou acabaria machucando mais inocentes por ordem da rainha.

Ele viu que o quarto da princesa estava vazio, então abriu a fechadura da janela com um pedaço de arame. O aposento era o oposto do quarto de Regina. Enquanto o da rainha era enfeitado por cores e móveis escuros, com um ar um tanto fúnebre, o da princesa era cheio de cores, cheio de vida. O caçador sentiu uma imensa paz naquele recinto. Era confortável e alegre. Graham começou a explorar o quarto e viu a pequena penteadeira ao lado do espelho. Depositou ali a pequena caixinha e ao lado o bilhete que Regina escrevera. O ambiente estava ficando cada vez mais escuro e logo a luz da lua iluminou o quarto inteiro. Quando ele terminou de arrumar seus pertences para ir embora notou, com o canto dos olhos, a trinca da porta se mover. Então correu e se escondeu atrás da cortina.

Emma entrou após combinar de encontrar as irmãs no quarto do pequeno príncipe. Ela estava fascinada com todas as descobertas. Sempre quis uma família grande, irmãzinhas para ensinar a maquiar e namorar. Um irmãozinho para proteger e brincar. Sempre que olhava para o pequeno bebê "sem-nome" lembrava de Henry. A maldição parecia nunca ter acontecido, então o que acontecera com Regina e Neal? Se não tinha conhecido Neal nunca tivera Henry! Aqueles pensamentos apertavam o coração de Emma e ela encontrava-se num dilema. A vida perfeita que sempre quis estava diante de si, e do outro via Henry. Nada daquilo valia a pena sem ele. Decidiu que no dia seguinte procuraria Rumpel para descobrir o que estava acontecendo, e o que faria para voltar ao normal. A cada hora que passava a hipótese de que tudo era um sonho parecia não fazer sentido.

O caçador a observava atrás da cortina e alguma coisa o fez querer sair de lá e impedir que ela abrisse a caixinha. A princesa era encantadora, ela parecia não combinar com aquele cenário, como se fosse uma rosa vermelha que nasceu sozinha entre girassóis. Graham não percebeu, mas seu coração fora roubado novamente, sem ao menos ter conseguido recuperá-lo.

Do outro lado do quarto olhos negros observavam aquela cena atentamente, exibindo um sorriso satisfeito. Estava escondido nas sombras, mas mesmo que andasse até a luz ninguém poderia vê-lo, a não ser que ele permitisse. Ele segurava um livro imenso, e anotava nele tudo que via.

Emma sentiu a estranha sensação de estar sendo observada. Sentiu um arrepio percorrer sua nuca quando ouviu a porta se abrir. A empregada ruiva, que Emma descobriu se chamar Esther, entrou novamente no quarto para arrumar o penteado da princesa e maquiá-la. Emma estava pronta mas sentia que faltava algo. Foi então que notou uma caixinha de madeira envolta numa fita de cetim florida. Ao lado dela um pequeno bilhete. Abriu-o e leu:

"Para minha princesinha. Algo para deixá-la ainda mais bonita.
Com amor, papai."

Emma desfez o laço e abriu a caixinha revelando o colar. Era o colar prateado com um pequeno cisne que sempre usara mas, que percebeu ter sumido naquela manhã. Ele parecia mais brilhante e o prateado parecia levemente azulado. Ela sorriu enquanto deixava que Esther o colocasse em seu pescoço. Olhou-se no espelho uma última vez antes de ir se encontrar com as irmãs sendo seguida pela ruiva.

Novamente Graham viu-se sozinho no quarto da princesa. Ele olhou para a janela, mas algo o impedia de fugir. Ele queria salvar a princesa, ele queria impedir a rainha, nem que isso significasse ter seu coração esmagado por ela. Fechou os olhos e inspirou profundamente. Quando abriu-os, pareciam olhos de um lobo. Ele estava determinado. Saiu pela porta e seguiu entre as sombras do corredor, abrindo porta por porta, até encontrar o que procurava.

***

Regina escolheu seu vestido púrpura. Em cima do tecido roxo havia uma renda fina da mesma cor. As mangas iam até o cotovelo e a renda continuava até formar um triangulo sobre sua mão e terminar envolvendo o dedo médio, como se fosse um anel. O decote era mais aberto com uma renda preta enfeitando. Na altura da cintura o tecido se dividia em dois, caindo para os lados e sob eles um tecido púrpura mais claro com detalhes de renda preta. Cobrindo seu pescoço a clássica gola preta que acabara se tornando uma de suas marcas. Seu longo cabelo negro estava preso num penteado elevado, deixando os brincos de pérola a mostra. Em seu pescoço pendia um colar prateado simples, que realçava o decote.

Regina era sem dúvida uma das mais belas mulheres de toda floresta encantada. O espelho gostava de lembrá-la que era "uma das mais belas" visto que agora havia quatro princesas à sua frente. Apesar de ter envelhecido, Snow ainda era considerada a mais bela de todas e logo após, suas três filhas. Mas Regina não se importava, pois era temporário, iria acabar com uma de cada vez, começando pela mais velha. Colocou o anel que havia ganhado de Daniel no anelar esquerdo e estalando os dedos sumiu envolta de fumaça negra.


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Notas finais do capítulo

Agora o bicho vai pegar!! O que estão achando??



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