Sem você escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 1
Sem você - Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Estava eu no meu curso preparatório, copiando a matéria no quadro branco, quando repentinamente surgiu a ideia de criar esta One-shot. Voltei para casa e assisti a Opening 15 de Fairy Tail (Masayume Chasing) e me lembrei do início do episódio 176. Pronto! Todos os ingredientes estavam reunidos no caldeirão chamado "mente de Mihawk". Esta One-shot é o resultado de horas da minha madrugada. Eu espero que gostem dela.



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A vida humana é frágil. É poeira que o vento pode espalhar a seu bel-prazer. Eu sou testemunha do poder deste “vento” denominado Destino. Lembro-me como se fosse há alguns segundos atrás. A ferida aberta jamais sarará, jamais!

O dia em que ele me deixou, ou melhor, foi tirado de mim. Eu não gosto de me lembrar daquele dia, mas é impossível esquecê-lo...

07 de Julho de x791 – País de Crocus

Estávamos decididos. Eu estava decidida. Era um risco que deveríamos correr, mas se desse certo, poderia salvar o mundo. Abrir o Portão Eclipse e derrotar Zeref, o mago negro lendário, antes que o mesmo obtivesse a imortalidade. Este era o motivo de tamanha inquietação no Palácio de Crocus. Tudo, todos os sacrifícios, momentos de divergência, tudo era em prol de um bem maior.

Ah! Não podíamos estar mais errados...

Assim que o Portão Eclipse foi aberto, tudo aconteceu rápido demais. Em poucos minutos a destruição viria. Destruição essa que ninguém seria capaz de imaginar.

Eles tomaram o céu noturno. Traziam a morte em suas asas; em seus rugidos, a extinção da raça humana; em suas garras, trevas eternas. Dez mil dragões cortavam o firmamento com seu voar.

Aquilo era um pesadelo infindável que, a cada segundo passado, se tornava realidade. Em instantes, tudo a minha volta se convertera em rastros da destruição que vinha dos céus. Fogo, fumaça e cadáveres, sendo muitos deles de meus amigos. Os dragões eram implacáveis. Raios, Fogo, Gelo, Água, Luz, Sombra, Vento, Rocha, Ácido, Lava, Veneno... As mais variadas raças dracônicas rasgavam a noite, trazendo o terror a toda a humanidade, sendo Crocus a primeiro país a experimentar o poderio dos dragões. Meu corpo tremia. As feridas cobriam meu corpo sob as roupas rasgadas.

Eu fugia. Eu estava desesperada, machucada e sozinha em meio ao caos. Queria encontrar um abrigo e meus amigos também. Se possível, eu queria acordar e saber que tudo aquilo não passava de um pesadelo. No entanto, eu sabia que isso não aconteceria.

Não adiantava correr. Por mais que eu tentasse fugir, cerca de trinta dragões cuspiam chamas perto de mim, impossibilitando qualquer chance de fuga. Não pareciam querer me acertar de imediato, pelo contrário, estavam brincando comigo e com meu medo.

Os ataques se intensificaram de forma significativa. Eu estava prestes a ser consumida pelas chamas.

Foi neste instante que ele me encontrou. Ele sempre aparecia quando eu precisava. As chamas foram completamente devoradas pelo meu Dragon Slayer preferido, Natsu Dragneel.

— KARYUU NO HOUKOU! (Rugido do Dragão de Fogo.)

Natsu soprou uma onda de chamas contra os dragões, afastando-os de mim. As chamas dele eram as únicas que eu não temia.

— FIQUEM LONGE DA LUCY! — ele gritava para os dragões acima de nós enquanto colocava seu corpo a frente do meu, me protegendo. Os braços estendidos, o olhar ameaçador. Natsu encarava todos eles.

— N-Natsu... — eu não conseguia sequer pronunciar o nome dele. Minhas lágrimas escorriam contra a minha vontade. O corpo dele também estava bastante ferido, aliás, estava bem mais ferido que o meu. Suas roupas estavam chamuscadas, mas ele se mostrava imponente diante das feras dracônicas. Este era Natsu. Ele nunca demonstrava fraqueza.

— Eu senti o seu cheiro, Lucy, e vim o mais rápido que pude. Você está bem? — ele me perguntou ainda com os olhos atentos aos céus.

— Bem melhor agora... — consegui dizer — Onde... — Estava receosa e ansiosa também. Talvez houvesse mais sobreviventes — Onde estão os outros? O Gray, a Erza, a Wendy... Consegue senti-los?

Natsu respirou profundamente e nem ousou virar o rosto para mim. O silêncio dele era assustadoramente esclarecedor. Estávamos sozinhos.

— Lucy.

— O-O que foi?

— Eu vou te dar cobertura. Fuja! — ele disse.

— O-O que disse, Natsu? Você não está pensando em enfrentá-los sozinho, está? Eles são muit...

— ... Fuja! — ele me interrompeu.

— Natsu... — Eu me aproximei pelas suas costas e o abracei. Eu sentia a pele quente dele sobre a minha. Tinha certeza de que aquele não era o momento ideal, mas eu não queria perdê-lo também. Eu queria estar com o Natsu. — P-Por favor... Vem comigo!

Ele tocou as minhas mãos e, pouco tempo depois, se afastou do meu abraço.

— Eu... Eu vou ficar aqui e te proteger. Ache um lugar seguro e fique nele. Eu estarei bem atrás de você! — ele me disse.

— Você promete? — perguntei esperançosa.

Ele se virou para mim e me deu aquele sorriso único. O sorriso infantil que eu tanto amava.

— Tá combinado, Lucy! — ele falou sorrindo.

Como ele pediu, eu fugi dali. Deixei Natsu para trás me protegendo enquanto eu simplesmente fugia. Eu sentia raiva de mim mesma. Raiva por não ser forte suficiente para protegê-lo também. Raiva deixá-lo lá, sozinho contra vários dragões gigantescos e ferozes. Eu não tinha poder mágico suficiente para invocar nenhum dos meus Espíritos Estelares, e mesmo que eu tivesse, apenas a magia Dragon Slayer era capaz de vencer um matar um dragão. Eu, naquele momento, não era capaz de ajudar o Natsu em nada. Tudo o que eu podia fazer era fugir enquanto ele, mais uma vez, me protegia.

Ousei olhar para trás por um momento. Nenhum dragão parecia se interessar em mim. Todos tinham sua atenção voltada para o Natsu.

Natsu criou chamas em torno das próprias mãos enquanto caminhava contra os dragões. Eu deveria acreditar. O Natsu iria vencer; ele sempre vencia.

O tempo passou e eu descobri: aquela foi a última vez que eu vi o sorriso radiante do Natsu.

* * *

Meses se passaram. Os dragões, como há quatrocentos anos, reinaram absolutos sobre a Terra. Os poucos humanos que sobreviveram viviam às escondidas.

Da Fairy Tail, apenas a Levy-chan e eu sobrevivemos. Nossa morada se tornou o subterrâneo do que um dia foi nossa querida guilda.

Nossa guilda... Que saudades eu tenho daquele tempo. Eu nunca mais veria as festas espalhafatosas e, algumas, sem sentido algum. Nunca mais ouviria os sermões do Mestre, as broncas da Erza, as músicas estranhas do Gajeel e as encantadoras da Mira-san. Nunca mais brincaria com a Wendy. Nunca mais veria o Happy tentando conquistar a Charle, a Juvia tentando conquistar o Gray, as brigas sem sentido e constantes do Gray e do... Natsu.

Natsu... Natsu Dragneel.

Eu tinha em minhas mãos uma fotografia. Uma lembrança de tempos felizes que se foram. Por manter a foto sempre comigo, ela não se perdeu em meio à destruição. Na foto, nosso time estava retratado. Juvia, Gajeel e Lily também posaram para a fotografia.

Os três Exceed estavam na frente. Lily estava com a mesma feição emburrada de sempre. Charle, com as patinhas cruzadas, estava de costas para Happy, que por sua vez, oferecia um peixe para a gatinha.

Juvia abraçava Gray e sorria. Ele, no entanto, tentava, sem sucesso algum, se desvincular do abraço. Eu sabia, porém, que o Gray, mesmo que não quisesse transparecer para ninguém, também a amava.

Wendy sorria. Ela só tinha doze anos. Ainda me recordo do dia em que a conheci. A garotinha tímida da guilda Cait Shelter e Dragon Slayer do Céu que, mais tarde, seria uma maga da Fairy Tail.

Gajeel nutria a expressão tediosa. Os olhos do Dragon Slayer do Ferro revelavam que ele não gostava de fotografias em grupo. No fim, ele só queria bancar o durão.

Erza Scarlet, a Titânia, estava à direita. Os braços cruzados sobre o peito revestido pela armadura, o sorriso belo e sereno e os longos cabelos ruivos; uma combinação perfeita de força e beleza. Assim era a Erza, a integrante mais forte do nosso time e uma maga Classe S da nossa guilda.

Eu estava ridícula na foto. Meu rosto estava corado e espantado; meus cabelos loiros estavam bagunçados ao vento; meu corpo estava nos braços do Natsu.

O Salamander da Fairy Tail, o Dragon Slayer do Fogo, o filho de Igneel, o Rei dos Dragões de Fogo; o garoto idiota de cabelos rosados e sorriso largo, aquele que me trouxe à Fairy Tail, o primeiro que conheci em nossa guilda, meu melhor amigo.

Meus dedos deslizavam pela foto, sobretudo em Natsu. Como eu queria que ele estivesse ali, ao meu lado, naquele momento. Como fui idiota. Por que nunca disse a ele? Minha vergonha me impediu de falar para o Natsu como eu me sentia.

Não pude contê-las. As lágrimas riscavam o meu rosto e caiam na foto em minhas mãos. Eu mordia meu lábio inferior. O remorso e a tristeza me sufocavam completamente. Eu sentia falta dele, muita falta dele.

— E-Eu te amo... Natsu... Eu te amo! — falei.

Mas era tarde demais para dizer tais palavras. Ele não estava mais ali para ouvi-las. Eu nunca mais veria o garoto pelo qual me apaixonei. Nunca mais. Estava condenada a viver sem ele. Para sempre... Sem ele, sem o Natsu.

Fim.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como foi? Estou pensando em escrever outra fanfic de Fairy Tail. Desta vez será uma Long-fic e não mais uma One-shot, mas saibam que não ficará pronta em breve, pelo contrário, se ela for lançada, será daqui a muito tempo. Tenho que concentrar meus neurônios e minha estamina na minha principal fanfic, "O Herói do Mundo Ninja".É isso, pessoal. Estou apto a receber elogios e críticas provenientes de vocês, está bem? Até mais!