So Far Away escrita por Erzy, Shion


Capítulo 11
Decisões - Mágoas II


Notas iniciais do capítulo

Rélou cambada! Como estão? Bem, quero agradecer aos comentários ( que amo tanto!) que me incentivam bastante, apesar de poucos ;3 Talvez achem essa história toda um pouco rápida demais, maaaas eu já não sei como enrolar esse casal 10 ai não :C E como percebem, a fic está em sua reta final ¬3¬ Vou dar um tempo com longfic, pois percebi que não sou tão boa nelas, mas minhas ones sempre serão postadas ;3 É isso ai, aproveitem esse capítulo que foi feito com muito carinho :3 Boa leitura!



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Já havia se passado um pouco mais de um mês desde o passeio pelas cavernas, e nesse tempo, muita coisa mudou. Ultimamente, eu tenho visitado a Erza quase todos os dias depois do colégio. No começo eu ia apenas para entregar e explicar os exercícios passados, já que a mesma não estava em condições, mas confesso que comecei a prestar mais atenção nas aulas, para que eu pudesse explicar de uma maneira que a ruiva entendesse.

Eu e ela estávamos cada vez mais próximos, sempre conversávamos depois das atividades. Falávamos sobre que curso seguiríamos depois desse último ano no colégio, sobre gostos entre outras coisas. Mas, o que eu queria saber mais, era sobre como era nossa relação antes do acidente, ela contava com detalhes cada momento, mesmo com um leve rubor, que a deixava de certa forma, fofa.

Algumas vezes, eu me pegava admirando-a. Suas pequenas expressões infantis ao ver algo que gosta, mas em que breve instantes, voltava a sua expressão séria. Aqueles olhos que eram tão vivos e decifráveis, o seu sorriso sempre gentil, formado nos pequenos lábios rosados, e os seus cabelos longos e... únicos.

Quando eu notava o que estava fazendo, eu sabia o porquê deu já ter me apaixonado pelo ruiva antes. Isso mesmo, eu sabia que ela já havia sido especial pra mim, não havia como negar. Toda vez que eu a via, imagens embaralhadas surgiam na minha cabeça. Mesmo minha mente tendo a esquecido, o meu coração palpitava de forma destrambelhada quando meus olhos iam de encontro com os dela.

Então os dias se passaram, as visitas ficaram constantes, e eu não via a hora que ela voltasse para a Fairy Tail. Até que, em uma segunda-feira, a ruiva contou que iria tirar o gesso de manhã, e de lá, iria entregar os atestados no colégio, para que no dia seguinte começasse a frequentar as aulas.

Mas admito que ser amigo dela não era o suficiente para mim. Cada dia que se passava, eu me sentia mais apaixonado pela ruiva. Contudo, o que eu poderia fazer, depois que Ultear disse que, antes do acidente, eu não tinha laços com ela, mas que fui apaixonado pela mesma, entretanto, o sentimento não era correspondido?

Pois é.

Depois que perdi a memória, Ultear passou boa parte do tempo me falando sobre minhas memórias antigas, ou, o que sabia. Eu fiquei muito agradecido a ela. Contudo, dúvidas começaram a me vir a mente quando a Erza começou a se aproximar de mim.

Se ela havia me rejeitado, e não tínhamos nenhum vínculo, como ela sabia de tanta coisa que a própria Ultear tinha me contado? E, algumas, tinham mais detalhes. Como isso seria possível?

Passei perguntar para Ultear sobre isso, e a mesma sempre parecia nervosa ao responder. Tentava mudar o rumo da conversa sempre que podia. Porém, hoje, Erza estava ali, na minha frente. Corada, tentando olhar diretamente para mim, com seus lindos cabelos ruivos quase tampando sua visão e, sem mais nem menos, se declara para mim. Foi como levar um choque. Uma onda de felicidade invadiu meu corpo, meus lábios esboçaram um sorriso que estava difícil de segurar. Mas eu ainda assim fiquei confuso com a afirmação. Ainda não tinha perguntado a ruiva se ela, realmente, tinha me rejeitado. Contudo, quando Lucy chegou, não me senti a vontade para falar sobre esse tipo de coisa com a ruiva na presença da loira, então, achei melhor me despedir, e ir em busca de Ultear, para saber se tinha explicações para o ocorrido, e não iria deixá-la contornar o assunto dessa vez.

Encontrei ela em frente a minha sala, acenando alegremente ao me ver, quando me aproximei, chamei-a em um canto afastado de todos, mesmo confusa ela me seguiu.

— Ultear, seja sincera, a Erza realmente me rejeitou? – Pergunto direto.

— Por que está tocando nesse assunto novamente, Jelly? -- Respondeu com outra pergunta.

— Ultear! Pare de fugir do assunto e me responda. – Percebi que ela não me encarava direito, e ficava movimentando as mãos.

— Por que você quer tanto saber?! – Alterou a voz. – Vai correr atrás dela como um cachorrinho novamente?! Mesmo depois de ter perdido a memória, e de tudo que eu lhe contei, você se apaixonou por ela? Como pode ser tão cego quando o assunto é a Erza? Ela te odeia, mas você não consegue enxergar a própria situação! – Vendo que eu estava descrente a tudo que me dizia, ela me segurou pelo colarinho, parecia que iria chorar, mas não o fez, então confessou. – Eu sempre estive ao seu lado, sempre olhei pra você. Os dias passavam e aquele sentimento crescia, eu queria me declarar, mas faltava a coragem. Arrependi-me de ter esperado tanto, pois, quando dei por mim, você a conheceu, seus olhos só começaram a vê-la, eu não conseguia te alcançar mais. Era Erza pra lá, Erza pra cá, enquanto eu tinha que escutar os momentinhos que vocês passavam juntos. Aquilo doía tanto! Eu aguentei todo esse tempo, até que, como se o destino estivesse do meu lado, me dando uma segunda chance, você sofreu aquele acidente. Quando soube que perdeu algumas memórias, e não se lembrava dos seus próprios colegas, eu usei isso como um recomeço pra mim. Isso mesmo, eu menti! Eu sempre soube que ela te amava, mas fui eu que te amei primeiro, não ela! – Começou a chorar, se encostando sobre meu peito, sem soltar minha gola.

— Ultear...

— Não vá atrás dela novamente... Por favor. – Pediu.

— Sinto muito... – Retirei seus braços gentilmente. – Mas não posso corresponder aos seus sentimentos.

Após dizer isso, eu me direcionei a sala, enquanto ela correu pelo corredor.

As últimas duas aulas pareceram uma eternidade. Ansiava em resolver as coisas com a Erza logo. E, logo após o fim, andei o mais rápido que pude até a saída, entretanto, notei Ultear vindo logo atrás, pedindo que eu a esperasse. Diminui o passo para escutar o que a morena queria dizer. Logo quando me alcançou, começou:

— Olha Jellal, eu sei que o que eu fiz não foi certo, ok? Mas como acha que eu me senti ao ver você sendo roubado de mim pela Erza? Por favor, me dá só uma chance? – Implorou ela. Ela realmente se mostrava arrependida, havia lágrimas em seus olhos, contudo, infelizmente, eu não gostava dela dessa forma.

— Ultear, – comecei, ao passarmos o portão da escola – olha, você é alguém muito legal. Eu realmente fico agradecido por ter se importado comigo, por ter gostado de mim até agora. Mas, eu não gosto de você. Eu gosto da Erza. Realmente gosto dela. E não seria correto eu ficar com você, não sentido reais sentimentos, e não seria correto com a Erza também. Além disso, você ter mentido realmente me zangou. Você não tinha o direito de usar o meu acidente dessa forma. Distorcendo minhas memórias... – Neguei com a cabeça. Brincar com as minhas memórias foi algo ultrajante. – Realmente não tinha o direito. – Desculpe, ok?

Durante alguns segundos, ela passa a olhar para baixo. Contudo, logo após, avança sobre mim e toma um beijo dos meus lábios.

Por um momento, travei com o que estava acontecendo. Mas logo soltei-a do meu pescoço. E a cena que vi, me deixou mais estático que antes. Erza estava olhando diretamente para mim. Decepção definia o seu rosto. Seu olhar não tinha nenhuma felicidade. Parecia que ela, na verdade, não estava lá. Quando eu encontrei alguma força para ir até ela, um garoto moreno que me pareceu familiar falou com a mesma, e, logo após eles saíram correndo de onde ela estava.

Eu não tentei discutir com Ultear, apenas a encarei de forma furiosa pela atitude infantil, então segui correndo pelas ruas, procurando por aqueles dois.

J&E

Depois que sai de perto do “casal chove-não-molha”, voltei a procurar Juvia, parecia que ela tinha tomado um chá de sumiço. Foi aí que me lembrei... Corri feito louca até o clube de natação, por que não havia procurado lá antes?!

Chegando lá, olho em minha volta, mas nenhum sinal de Juvia. Será que ela não está aqui também? Fui caminhando em direção á borda da piscina e vejo ela no fundo, imóvel. Sem pensar duas vezes, pulei na piscina, puxando-a para cima, mas quando noto, ela me olhava de forma assustada.

— Juvia! – abraço-a. – Não faça mais isso, por favor!

— Fazer o quê, Lucy-san? – Perguntava confusa.

— Se suicidar! – Meus olhos já enchiam de lágrimas.

—Mas Juvia só estava testando o fôlego.

— Tes... tando? – Desfaço o abraço, enxugando as lágrimas que se formavam.

— Sim, Juvia queria espairecer, então veio ao clube para se distrair. – Confessou.

— HO HO HO! É claro, eu só estava testando minhas habilidades de atuação também! – Digo quase gritando, pela vergonha que passei pela segunda vez no dia.

Ela apenas da uma pequena gargalhada, então a acompanho, mas eu não havia vindo aqui pra isso, então fui direto ao assunto.

— Juvia, eu sei que foi errado de minha parte, mas eu ouvi o final da discussão sua com o Gray na sala de aula, quando eu estava voltando. Eu e Erza tentamos te achar, depois que você saiu chorando, mas não a encontramos.

— Juvia está bem, não precisava vocês se preocuparem. – Forçou um sorriso.

— Pode tirar esse sorrisinho falso agora, sabemos o quanto Gray foi babaca, e também sabemos, o quanto você o ama. Agora que ele percebeu seus reais sentimentos, mesmo o amando, você vai querer o esquecer? Não era isso que você queria? Que ele correspondesse seus sentimentos? – Pergunto, olhando naqueles olhos tão azuis.

— Juvia não sabe... – Murmura um tanto cabisbaixa, com os vermelhos, tentando não chorar, mas era uma tentativa em vão.

— Eu sei que sabe. – Disse olhando diretamente para ela.

— Ju-Juvia quer tanto abraçar Gray-sama e dizer que o ama! – Ela disse desabando, chorando como uma criança que acabou de cair. Eu sorri para ela, e abracei-a com todas minhas forças.

Alguns minutos depois, saímos do clube de natação. Eu não sabia o que dizer à Juvia. Gray sempre agiu como um idiota. E ela, finalmente, passou a agir com dignidade, deixando o moreno de lado. Porém, ele realmente parece arrependido, e eu sabia que Juvia ainda gostava dele. Além disso, Gray não é um mal elemento ou algo do gênero, mas agiu como um babaca.

Resolvi deixar isso de lado, por agora, e tentar animar a azulada de outra forma, e logo fui falando as novas sobre o “casal chove-não-molha”.

— Juvia, o que acha de ir na minha casa hoje, comemorarmos com a Erza? Você tá precisando se divertir.

— Comemorar o que? Não diga pra Juvia que...

— Menina, quando estávamos te procurando, Erza acabou encontrando com Jellal e estava pintando mó clima entre eles! – Disse eu, num tom animado, mas totalmente envergonhada por ter interrompido os dois. – E ele disse que ia encontrar ela depois da aula! Estou louca para saber o que aconteceu nesse encontro dos dois. E sei que você também está. – Falei, tentando animar a garota. Embora, ela só tenha esboçado um leve sorriso.

— Não sei não, Lucy... A Juvia não está muito afim de comemorações, sabe? Ainda mais desse tipo...

— Prefere ficar treinando o fôlego em casa então? Vamos, Juvia! Vai ser divertido!

— Bem, se eu não aceitar, acho que é capaz de Lucy-san invadir a casa da Juvia e fazer essa festinha do mesmo jeito, então, ok, Juvia vai.

— Ótimo! – Falei eu, satisfeita com a resposta da azulada. – Agora, voltando, você devia ter visto a cena dos dois, a Erza fica tão fofa corada! – Continuei, tentando manter o assunto. Enquanto eu pensava se deveria pôr em prática uma ideia que veio em minha mente.

J&E

A culpa fazia meus pés vacilarem. Eu queria só queria me isolar de tudo e ficar me culpando por eu ter sido um total palerma e não ter evitado que Ultear me beija-se. Mas eu precisava evitar que a Erza me odiasse. Depois daquela tarde, finalmente estaríamos juntos, e tudo foi estragado pela atitude infantil da morena. Mas eu fui mais idiota ainda. Eu deveria ter dito logo à Erza o que eu sentia antes do acidente, e até mesmo depois dele. Porém eu só fiz ela sofrer esse tempo todo, achando que eu nem ao menos tinha empatia pela mesma! Imagina agora? Ela deve estar totalmente arrasada! Eu precisava encontrá-la logo para explicar tudo.

Andei por mais algumas ruas durante algum tempo, e não tive sinal nenhum nem da Erza, nem do garoto, cujo qual, lembrei que se chamava Rogue. Com isso, entrei numa cafeteria próxima, porque precisava urgentemente tomar alguma coisa e, quem sabe, poderia conseguir alguma informação para encontrar o paradeiro dos dois.

Logo quando eu entro, vejo um garoto de cabelo rosa, vestido como um garçom, sendo segurado por 2 garotos de estatura média quase atirando uma bandeja de ferro em alguém que deveria ser um cliente. O que gerou na vinda de um homem alto e gordo, que logo declarou:

— Vamos, podem mandar ele para fora daqui. É a última vez que você briga com um cliente no meu estabelecimento, Dragneel! Está demitido! – Gritou, visivelmente irritado.

— Ok, tá ótimo! – Disse Natsu, se soltando dos outros dois garotos. Parecendo um cachorro raivoso. – O trabalho aqui é uma droga mesmo! O salário é uma merda, e o dono é um velho gordo que só faz o máximo para economizar! Por exemplo, pôr o máximo de água que puder no leite, para render mais!

— Saia logo daqui seu vagabundo! – Retrucou o gerente, ainda mais irritado.

— Não precisa pedir de novo! – Respondeu Natsu, saindo do estabelecimento. Eu o segui.

— Maldito velho. Maldito moleque mimado, achando que só porque é cliente, é uma espécie de deus ou sei lá o que... – Resmungava, enquanto caminhava.

— Er... Natsu? – Arrisquei.

— Ah, Jellal? – Respondeu, visivelmente surpreso, mas seu humor pareceu mudar rápido. Típico do rosado. .

— O que houve ali atrás? – Perguntei.

— Ah, um babaca lá naquela espelunca começou a falar da Lucy. Ela saiu com a Juvia de lá. Deve ter notado que eu era amigo delas, e me chamou para atendê-lo. Primeiro ele fez os pedidos, aí, quando fui entregar, ele pediu o número da “loirinha” – Disse mostrando aspas com os dedos. -- porque achou ela “gostosa”. – Fez o gesto novamente. -- E ele ainda soltou graça pra Juvia. Adoraria que o Gray não trabalhasse na cozinha. Ele deu um soco na cara de outro moleque que tentou beijar a Juvia um dia desses em um restaurante. Se ele fosse garçom, não tinha segurança que segurasse a gente! – Falou ele, mudando de um tom irritado, para animado.

— Ah...Entendi... Bem... Então você tem o número da Lucy? – Perguntei, com um pouco de incerteza no que dizer. Eu tinha ouvido boatos sobre Natsu e Lucy namorarem, mas nunca tive certeza. Mas o ocorrido comprovou os boatos para mim.

— Sim, claro. Por quê? – Perguntou, de forma desconfiada. – Ah, e o que faz aqui?

— Bem... É uma longa história. Mas eu preciso muito falar com a Erza. Não quero nada com a sua namorada, fique tranquilo.

— Na- Namorada? Quem? – Perguntou ele, surpreso.

— A Lucy. Ela não é sua namorada? – Perguntei um pouco confuso.

— Não! De onde tirou isso? – Perguntou, parecendo aterrorizado com a ideia.

— Ah... Bem, eu ouvi uns boatos. E vocês sempre andam juntos. Você a trata como nenhuma outra garota, e o jeito que ela te olha... – Falei, enquanto via o rosto do rosado ficar cada vez mais rubro.

— M- Mas nós não estamos namorando! – Virou a cabeça e, rapidamente, focou em algum ponto qualquer da rua. – Mas para que quer falar com a Erza?

— Bem... Como eu disse, é uma longa história... Mas, para resumir, eu preciso dizer para ela que estou apaixonado pela mesma. – Disse, sem demonstrar vergonha alguma, numa expressão de total determinação. – Sério, poderia, por favor, me dar o número? Eu preciso dizer o mais rápido possível.

— Ah... Tudo bem, eu acho. – Disse ele, pegando o telefone, e procurando o número da loira. – Aqui está. - Falou entregando o telefone.

— Ok. Muito obrigado, cara. – Agradeci, começando a digitar o número. Mas, acrescentei logo depois de colocar o telefone próximo a orelha. – Ah, Natsu, e se você gosta da Lucy, mas ainda não tem coragem para contar a mesma, sugiro fazer isso logo. Se não, vai ter de passar pelo que estou passando. Talvez, para você, não haja nenhuma chance. – E, ao meu término, o rosado pareceu nervoso com o que falei, mas também não retrucou. Manteve-se em silêncio.

— Hey, seu idiota! Não acredito que foi demitido de novo! – Escutei o que parecia ser a voz de Gray.

— Cale a boca! Você também teria feito o mesmo se estivesse lá! – Respondeu Natsu, voltando a sua cara irritada.

— Alô, Lucy?

“Ah... Quem é?”

— É o Jellal! Você sabe onde a Erza está? Preciso muito falar com ela!

“Hm... Não a encontrou depois da aula? O que aconteceu?”

— A história é meio longa... Mas eu preciso falar com ela urgentemente.

“Não vai tirar nada de mim antes que eu saiba o que aconteceu.”

— Se é assim...

Falei sobre todo o ocorrido. Desde que Ultear ter dito que a ruiva não gostava de mim, até o beijo que ela me rouba, e do garoto que sai correndo com a Erza, enquanto Gray e Natsu conversavam entre si. Gray pareceu surpreso quando Natsu comentou que Juvia esteve no café, e irritado por Natsu não ter falado para ele sobre isso. E, logo após, se demonstrou interessado na ligação. Possivelmente por causa da azulada, que foi citada em um grito agudo da loira.

“AÍ MEU DEUS, QUE BABADO!!! JUVIA PREPARA OS DOCES QUE HOJE NINGUÉM DORME!... Onde você está?”

— Na cafeteria onde Natsu e Gray trabalham. Peguei seu número com o Natsu.

“Pera, o Gray está trabalhando aí?” – Ela perguntou, quase sussurrando.

— Sim, respondi. Os dois estão do meu lado agora.

“Hm... Quanto a Erza, ela está pegando metro, meio longe daí. Vocês não iriam alcançá-la. Eu liguei faz pouco tempo pra ela, e marquei de nos encontrarmos na minha casa. Se não souber onde é, peça ao Natsu para trazê-lo. E diga ao Gray que Juvia está aqui. Eu acho que os dois deveriam se falar de novo.”

—Certo. Vou pedir para que Natsu nos leve até aí. Até mais.

“Até” – Desligou.

J&E

Depois que tirei a Erza de lá, levei-a para um lugar mais sossegado. Ela percorreu o caminho alheia ao que acontecia em sua volta. Poderia não transparecer, mas seus olhos entregavam tudo. Era um olhar vago, como se estivesse no passado. Ela não parecia estar ali.

Foi quando me perguntei o porquê de eu fazer tudo isso desde que a conheci. Em todas as vezes que a encontrei, a confusão estava ali. Não conheço seu passado, seu presente, e tão pouco o que deseja pro futuro. Apenas a conheço.

Ela foi uma das poucas pessoas em que consegui me sentir à vontade. Onde o silêncio não é algo desconfortável, talvez a falta de assunto fosse um motivo, mas isso não mudava em nada, sua companhia bastava.

Seguimos até um pequeno parque, onde a maioria que se encontrava eram crianças. Erza sentou em um banco de madeira, que ficava em frente aos balanços. Até o momento ela não havia dito nada, apenas ficou observando as brincadeiras. E, repentinamente, sorriu. Não era um sorriso triste, muito pelo contrário, era doce.

— Isso é divertido, não é mesmo? – Perguntou sem me olhar.

— Depende. Eles brincarem ou caírem? – Ela sorriu.

— Que cruel, Rogue! – Exclamou divertida, dessa vez olhando pra mim.

— Isso é bom. – Murmurei para mim mesmo, referindo-me a sua expressão.

— Quer brincar? – Perguntou levantando-se.

— Não acha que você está velha demais? – Ela fica incrédula, mas apenas revira os olhos.

— Até o momento não tive nenhum cabelo branco, então, não estou velha. – Cruzou os braços.

— Então por que pintou o cabelo? – Sua boca abriu em um “o”, literalmente.

— Ei! Fica quietinho ai seu emo, ou vou te fazer chorar. – Realmente era fácil irritá-la.

— Ruiva de farmácia! – Provoquei.

— Emo! – Retrucou.

— Criança!

— Velho!

— Quer um sorvete? – Levanto-me sorrindo.

— Não quero! – Então ao perceber, ela arregala os olhos.

— Ok, vamos embora. – Digo começando a andar.

— Não! Eu quero! Ei! Rogue, isso não vale! – Exclamou.

Ela foi reclamando igual uma criança, até ela receber a ligação de uma amiga, na qual ela se referiu como “Loira oxigenada”. Depois da ligação, Erza disse que iria ter que pegar o metrô, pois suas amigas a convidaram para dormir lá.

Levei-a até a estação, então ela se virou de frente pra mim, surpreendendo-me com um abraço, então, ela murmurou um “Obrigada, Rogue”. E saiu, entrando no metrô.

Consegui inalar profundamente seu cheiro mesmo que por pouco tempo, gravando o quão agradável era. Não esperava essa atitude dela, mas também não neguei que havia gostado. Então foi ali, junto com aquele abraço, que deixei algo que nunca havia sentido antes, ir.

Desde que a conhecia, ela havia de certa forma, chamado minha atenção. Pensei que era apenas atração de adolescente, mas eu ficava um pouco nervoso perto dela. Então mesmo com o pouco tempo, e as mínimas vezes que conversamos, eu senti, bem lá no fundo, que algo dentro de mim mudou em relação a ela. E sabia que teria que deixa-lo no mesmo lugar, porque para ela, estava bem claro, que já existia alguém.

No entanto, não fico abalado com isso, fico até feliz por ter conhecido essa sensação. E sei que, o que eu sentia não era egoísta, nem possessivo, mas sincero.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?! Deixem suas opiniões, e deixem de ser preguiçosos! Pois como uma leitora viciada, sem como é essa preguicinha ¬u¬
Até o próximo! o/



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