Juste Attendre-II escrita por Melissa França


Capítulo 6
Et Désaccords


Notas iniciais do capítulo

Hey! Este capítulo foi bem trabalhoso de fazer, mas espero sinceramente que vocês gostem. E obrigada a todos que estão comentando, ok? Sempre me deixam imensamente feliz!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/531899/chapter/6

Rumpelstiltiskin estava tão inerte em seus próprios pensamentos, que não ligara para o fato de Gancho estar junto de Bae e correu para abraçar o filho. O menino, porém, não retribuíra o gesto de carinho, muito pelo contrário, afastara-se do pai o mais rápido possível, tentando inutilmente não manter um contado visual com o homem que lhe dera a vida.

– Te encontrei, meu filho, te encontrei! - Rumple esforçava-se para não começar a chorar copiosamente na frente do pirata, ele abraçou o jovem de novo, entretanto fora rejeitado outra vez.

Baelfire olhou para o pai, parecia estar um pouco espantado pela nova aparência do Senhor das Trevas, por minutos chegara a pensar que a maldição havia sido quebrada, entretanto percebeu estar enganado. Ele não tinha muita idéia do que fazer, então decidiu tomar uma decição tola, totalmente covarde. Saiu correndo pela mata, ele precisava pensar.

O jovem sempre acreditou que quando encontrasse o pai o abraçaria, aceitaria as desculpas do mesmo, porque ele tinha certeza que o homem que ele amava sentiria culpa de deixar o filho sozinho, mas ali, naquele momento, havia uma misto incrível de sentimentos dentro dele e o perdão não era um deles.

Rumpelstiltiskin esperava uma reação como esta, até mesmo uma rejeição maior, entretanto ver a dor e a mágoa tão presentes nos olhos de Bae o fez estremesser. Ele viu que o pirata estava tentando correr atrás de seu filho, então rapidamente ele tomou uma atitude. Raízes prenderam os pés de Gancho, Rumple não podia deixar que aquele homem se aproximasse de seu menino. Gancho quer usá-lo para se vingar de mim, não há outra opção.

O Senhor das Trevas correu atrás do menino e logo o alcançou. Ele fez com que o jovem o olhasse, ambos estavam chorando.

– Bae, eu sei que possui muitas mágoas. Eu juro que te entendo, meu filho. Mas preciso que você me entenda, aqui não é um lugar para conversarmos adequadamente. - O homem tirou do bolso o feijão mágico e mostrou ao menino. - Isso, pode nos levar para casa. Lá discutimos tudo, tudo o que você quiser.

– Por qual preço? - O rapaz perguntou com ironia.

– Não fale assim, filho.

– E o que eu devia falar? - Cada palavra saia com um grau enorme de dificuldade, os soluços até impediam que algumas saíssem com clareza.

– Tudo o que eu posso fazer é pedir que aceite as minhas desculpas, filho.

O garoto o olhou com mágoa, mas havia carinho também, sonhara tanto com este dia. Rumple tinha uma boa sensação sobre o que ocorreria mais para frente.

– Quero fazer um acordo com você, aceitas? - O menino dizia ainda um pouco frio.
– Qualquer coisa filho, diga que o farei. - O Senhor das Trevas viu que aos poucos o adolescente foi se rendendo e abriu um leve sorriso.

– Vamos para o mundo sem magia! - Bae sugeriu mais animado. - Use este feijão, se quer me dar uma prova de que realmente posso confiar em ti, vamos para este lugar onde seremos duas pessoas normais...

Rumpelstiltiskin chocou-se com o pedido, a tentação de aceitar a proposta do filho era grande, não queria cometer o mesmo erro duas vezes, entretanto o seu amor por Belle era maior.

– Bae, eu não posso...

– Por favor, Rumple. Há uma família lá que talvez possa nos ajudar, nos abrigar por um tempo! - Não era mais pai, era Rumple. Ele ouvira certo, seu filho não o chamava mais de pai. O coração foi se apertando aos poucos e ele não sabia o que dizer ou fazer. - Em troca disto eu te dou mais uma chance, podemos ter uma vida nova.

– Filho, eu não posso... - Ele não queria dizer assim, queria esperar que ambos chegassem em casa para contar sobre Belle, no entanto agora não havia opção. - Eu tenho uma esposa que está a nossa espera na Floresta Encantada, não posso abandoná-la desta maneira.

O Senhor das Trevas esperava que o menino o entendesse, apesar de tudo o que ocorrera ele ainda tinha o mesmo jeito maroto de antes, a mesma feição inocente de sempre. O adolescente, porém, possuía um olhar incrédulo no rosto, não conseguia aceitar o fato de que sempre havia algo acima dele, Rumpelstiltiskin sempre fizera escolhas erradas e no seu coração esta era mais uma delas.

– Você me deixou ir para um mundo totalmente estranho por causa do seu estúpido poder. O que é diferente agora? Está desistindo de se libertar por causa de uma mulher! Está me trocando de novo, será que não enxergas isso? - Baelfire estava agitado e alterava a voz.

O garoto estava errado, ele não estava o trocando, jamais faria isso. O que ocorria de verdade, era simplesmente o fato de que Rumple queria ter ambos em sua vida, Baelfire e Belle, ele não conseguia enxergar onde estava o erro nisso. Não havia equívoco algum, ele só queria estar perto de ambas as pessoas que foram e são importantes na vida dele, sem deixar nenhum dos dois desamparados, pela reação do menino talvez isso fosse algo impossível.

– Ela é diferente, Bae, ela traz o melhor de mim. Quando conhecê-la, você irá...

– Eu não quero conhecê-la! - Ele sentia-se traído demais pelo pai.

– Mas você vai! - Disse de forma rígida, mas ainda assim doce. - E você adorá-la, porque não há fera no mundo que ela não consiga domar. Eu sei que te magoei, eu sei que te troquei por poder, reconheço meu erro, filho. Mas não houve um dia sequer desde que você se foi que eu não tentei trazê-lo de volta. Belle era a única coisa que eu tinha, depois de você ela foi a única que viu o bem em mim, mesmo quando a minha pele gritava o contrário. Ela te ama e nem ao menos te conhece, filho, sofreu muito só para que eu pudesse estar aqui agora. Então, quem te pede um favor nesse momento sou eu, você pode me odiar pelo o que eu fiz no passado, mas não a odeie, por favor.

Baelfire não sabia o que fazer, estava chocado pelo pai defender alguém com tanta força. Ele amava essa mulher, não havia dúvidas. Então, finalmente as coisas começaram a clarear em sua mente. Rumpelstiltiskin poderia ter ficado na Floresta Encantada, poderia ter ficado com ela e os dois poderiam ter quantos filhos quisessem, mas não. Seu pai escolhera vir buscá-lo, escolhera arriscar a felicidade, que provavelmente tinha ao lado desta Belle, somente para levá-lo de volta para casa. Não poderia perdoar o homem a sua frente tão rapidamente, mas poderia dar-lhe uma chance.

– Espero que ela seja tão boa assim, não há muitas mulheres que aceitam filhos já crescidos. - Ele possuía lágrimas nos olhos, talvez aquela fosse a escolha certa a se fazer.

O Senhor da Trevas abriu um sorriso enorme, deixou as lágrimas correram por seu rosto e não lembrou-se de nada que o afligia minutos antes. Nem mesmo o fato de estarem na Terra do Nunca o incomodava. Pela primeira vez naquele dia seu abraço não fora rejeitado, sentiu que o menino também nutria saudades suas, pois com toda certeza aquele abraço fora o mais apertado que já recebera.

– Ela já te ama, Bae. Não tens que se preocupar com Belle. - Disse quando já separavam-se.

– Temos que ir soltar Gancho, vi que o prendeu... Já sei o que ocorreu entre vocês no passado, mas não quero falar sobre isso agora, tudo bem? - O garoto não se incomodava de fato com o que Gancho lhe contara. Ele nunca conhecera realmente a mãe, para ser sincero não lembrava-se nem de como era o rosto dela. Entretanto, fora um choque descobrir que o pai a matara, e ele ainda precisava conversar a respeito disso com Rumple.

– Bae, Gancho vai tentar usar-te contra mim...

– Por favor, só confie em mim. Eu sei que ele não mente.

– Como preferir, filho, se ele não tentar fazer-te mal e não dirigir a palavra a mim, está bom. - O homem não suportava a presença do pirata, mas no momento não queria contrariar Bae, tinha que provar que mudara. Até mesmo porque, se o pirata tentasse alguma coisa, não teria sucesso, sua magia poderia estar diferente, mas ainda era a mais forte de todos os reinos.

– Certo, conte-me sobre Belle. Você disse que ela sofreu para você poder estar aqui, o que houve? - Eles caminhavam em direção a Gancho.

– Eu fui tolo e covarde, foi isso que aconteceu.

– Não. Quero que me conte o que realmente ocorreu, não me trate como se eu fosse uma criança.

– É complicado, Bae. - O menino o olhou, incentivando-o a continuar. - Do começo? - Baelfire acentiu. - Certo, o reino dela estava sendo atacado por ogros, eu fui chamado para salvar todos que habitavam lá, o meu preço era que ela fosse comigo e cuidasse do meu Castelo.

– Ela era uma princesa e se tornou sua criada? - Bae parecia interessado no conto.

– Exato. Um dia uma vidente disse-me que uma criança, uma menina me levaria até você. Eu negociei uma primogênita, pensando que poderia ser ela a nos unir, mas eu estava errado. Pedi que Belle cuidasse da criança até eu achar um lar para ela, entretanto as duas eram como mãe e filha, confesso que eu mesmo já estava apaixonado por Alexandra, então simplesmente não consegui entregá-la a ninguém. Nós dois nos aproximamos por causa dela e eu me apaixonei por Belle. Nós nos casamos e quando Alex tinha três anos precisei devolvê-la aos pais, para que ela ficasse segura e para que eu pudesse vir até você, eu sabia que eles sentiam falta da menina e cuidariam bem dela.

– Belle aceitou que você a entregasse?

– Inicialmente não, mas depois que eu expliquei que seria mais seguro para Alex, ela se rendeu. Você entende agora? Ela é uma boa pessoa. Eu a fiz sofrer e mesmo assim ela nunca me culpou. O beijo dela começou a quebrar a minha maldição, sabia?

– O beijo do amor verdadeiro é a coisa mais poderosa do mundo! Mas o que quis dizer com "quase"? - Indagou enquanto ainda andavam.

– Eu não sei, realmente não sei. No começo eu interrompi o beijo, tive medo de que sem poderes nunca conseguisse chegar até você, no entanto quando finalmente tive coragem de beijá-la novamente não houve efeito algum. A minha magia apenas obteve uma pequena mudança, mas isso não assunto para discutirmos aqui, já revelamos segredos demais para esta ilha.

Baelfire não entendeu o que ele quis dizer, mas não questionou também, talvez por medo da resposta. Os dois caminharam um pouco mais de tempo, encontraram e soltaram Gancho. O menino viu nitidamente a presença do desconforto nos olhos de ambos, ele precisava fazer alguma coisa, o menino não queria ficar no meio de uma briga de séculos atrás, viajando com dois homens que não se suportavam.

Deu a desculpa de que havia algo em sua caverna que ele não podia deixar para trás e quando os dois homens já se encontravam dentro do lugar ele começou.

– Quero que vocês dois se acertem, me recuso a ir embora nesta situação. Ambos estão errados, ambos já pagaram mais do que deviam. - Ele estava sério e Rumple não podia esconder o orgulho que estava sentindo do amadurecimento do filho, embora no fundo estivesse se sentindo culpado.

– Bae, isto não é preciso...

– É preciso sim, eu não que os dois tentem se matar enquanto eu durmo, agora esclareçam tudo, por favor. - Baelfire saiu, ele estava claramente chateado.

O pirata sabia o tanto de maturidade que o menino possuía, entretanto aquela atitude era infantil. Como se colocar dois homens que se odeiam em um lugar pequeno resolvesse as coisas. Gancho riu logo após a saída do menino, ele foi surpreendido pela mão do Senhor das Trevas no seu pescoço e logo o ar foi se perdendo.

– Depois de anos eu finalmente encontrei o meu filho, não vou perdê-lo agora por sua culpa. Então, não o machuque, porque se isso acontecer não vai ser bonito, estamos entendidos? - Rumpelstiltiskin soltou o moreno e deixou que ele respirasse por um tempo.

– O Crocodilo sempre tem que mostrar sua força, não é mesmo? Sempre precisa mostrar que não é mais um covarde, um aleijado patético. Por que mesmo você perdeu ele? Talvez sua memória esteja ruim, espero que não ruim o suficiente para esquecer do fez à Milah.

O homem de postura inabalável suspirou e tentou manter a calma o máximo que pôde, era tão difícil manter o seu lado bom sem a presença de Belle ou Bae, contudo pelos dois ele precisava se manter puro. Fechou e abriu os olhos, tentando fazer com que o pirata o olhasse diretamente nos olhos e finalizou.

– Eu mudei e eu realmente espero que você também tenha feito isso, porque Baelfire é um menino maravilhoso, não precisa de mais uma desilusão. Eu sou mais forte que você, sempre vou ser, então sim, pelo meu filho eu não sou mais um covarde, prova disso é que estou te deixando viver. Agora, a escolha é sua, nós podemos sair desta caverna e dizer a ele que nunca vamos nos perdoar ou dizer a verdade.

– Verdade? Achei que a primeira opção era a mais provável de se tornar realidade.

– Oh, sim, a verdade. Bem, nós dois sabemos qual é a verdade e, se você realmente gosta do meu filho, a nossa rivalidade terá que esperar. Você e eu teremos que ficar um tempo sem duelar, o que eu sei que é uma lástima e que que te deixará deveras triste, mas...

– Eu aceito!

– Não, isso não é um acordo, queridinho.

– Na verdade, é sim. Eu aceito não tentar matar você e assim não magoar Bae se, ouça bem, se você curar os meus tripulantes.

– Acho que temos um acordo atingido. Podemos ir.

Os dois encaminharam-se em direção a saída e Gancho completou:

– Você sabe que eu nuca magoaria Baefire, certo?

– Bom, você já o fez uma vez, assim como eu, é sempre bom se prevenir.

Quando saíram da caverna não foi possível avistar o garoto. Os dois rapidamente se desesperaram, cada um fora para um lado tentando inutilmente encontrar o menino. Pan, havia sido ele, provavelmente raptara Baelfire, Rumple começou a se desesperar, só um motivo para isso, vingança. Não havia outra opção, afinal ninguém sabia da paternidade do jovem. O Senhor das Trevas pensou em Belle, talvez ele realmente não voltasse para ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Eu realmente espero que sim, tentei caprichar desta vez. Lembram-se que na primeira temporada o beijo não quebrou a maldição por completo? Há uma resposta, aqui foi uma parte (não tão nova) e mais para frente vocês saberão mais! Beijocas!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Juste Attendre-II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.