Dois Mundos, Duas Vidas escrita por Giis


Capítulo 34
Capítulo 34




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Edward

Observava o céu clarear enquanto Bella dormia em meus braços. Olhei para o seu rostinho tranqüilo.

Só de pensar que por negligencia minha eu quase a perdi ficava angustiado.

Como pude ser tão idiota, tão babaca, tão ingênuo a ponto de acreditar que Tanya realmente iria me deixar em paz?

E Rosalie? Por que ela estava ajudando Tanya de novo?

Ela sempre dizia que gostava de Bella, sempre a defendia das maldades de Britanny. Eu podia ver que Rosalie era sincera com suas palavras e atitudes quando se referia a minha namorada. Deve haver alguma coisa por trás disso e Alice sabe o que é.

Ah, Alice!

Eu teria que lhe pedir desculpas, e desta vez tenho certeza que ela vai me fazer rastejar e com razão, já era a segunda vez que eu duvidava dela. E graças a ela e seu ataque para me chamar à realidade tudo terminou bem, na verdade mais do que bem.

Senti meus lábios se retorcerem em um sorriso, ao lembrar-me do corpo frágil e perfeito de Bella sob o meu. Sua pele quente, cheirosa e macia em minhas mãos. A suavidade de seus seios em minha boca. O gosto maravilhoso que tinha sua excitação. Aquele momento foi tão fantástico que me fez esquecer, de tudo, do mundo - Carlisle tinha razão, essa era a melhor forma de testar meus limites. Foi tão perfeito que me vi tentado a dar continuidade em seu quarto, como eu mesmo havia brincado com ela eu iria torturá-la, mas antes que eu começasse Bella já estava dormindo profundamente.

Frustrante. Eu tinha tantos planos...

Tinha que admitir que o dia anterior, foi estressante, se eu me senti meio esgotado com tudo o que aconteceu, imagine Bella que é tão pequena e frágil. Mas eu havia prometido que não pensaria sobre isso, não enquanto estivesse com Bella, na hora certa Tanya e Rosalie teriam que prestar contas de seus atos.

Bella se remexeu em meus braços livrando-me dos pensamentos desagradáveis. Sua respiração havia mudado sinal que ela já estava acordando. Beijei seu pescoço e ela suspirou.

-- Bom dia amor. - Sussurrei em seu ouvido. Ela sorriu ainda sem abrir os olhos.

-- Bom dia. - Sua voz era rouca por causa do sono, isso me fez rir. - Posso dormir mais um pouquinho? - Pediu ela com a voz mole.

E antes que eu pudesse responder, ela já havia na inconsciência novamente. Olhei para o relógio, ainda marcava seis e meia. Era muito cedo, a deixaria dormir mais um pouco, depois conversaria com ela.

(*)

Bella acordou por volta das 08h30min, e enquanto ela foi tomar banho eu fui para minha casa trocar de roupa e pegar meu carro. Depois a buscaria para um passeio com minha família.

Assim que entrei na sala senti um clima tenso no ar - estava tão perceptível que nem precisava ter os poderes de Jazz para perceber, acho que até Bella teria percebido. A cena que vi me deixou pasmo. Uma cena que pensei que jamais veria: Emmett e Rosalie estavam um de frente para o outro, ela com a cabeça baixa e ele a olhando irritado com os braços cruzados.

Estava discutindo. Emmett queria saber o que Tanya sabia sobre Rosalie para ter tanta influencia sobre ela. Ele as tinha surpreendido no meio de uma conversa tensa. Eu também gostaria de saber o que de tão grave Rosalie escondia a ponto de fazer tudo o que Tanya mandasse. Como por exemplo, me distrair enquanto Tanya envenenava Bella contra mim. Agora tudo fazia sentido. Por isso, ela estava evitando que Alice falasse comigo.

-- Conte-me Rosalie o que é? Eu não vou te julgar, nenhum de nós vai. Somos sua família. Sabe que pode sempre contar com a gente. - insistia Emmett, mas Rosalie teimava em dizer que não havia nada de errado. E também não conseguia ler a mente dela, então eu ia ficar na curiosidade.

Emmett suspirou contrariado. Nunca o havia visto dessa maneira. Só uma vez quando ele me deu o conselho de terminar com Tanya, mas mesmo assim naquele dia ele estava apenas serio não irritado. E o mais incrível: eu nunca o vi com raiva ou irritado com Rosalie.

-- Você quem sabe Rosalie. - Ele disse e saiu.

-- Emm? - Ela disparou atrás dele.

Olhei para os outros que estavam na sala presenciando a discussão deles. Carlisle e Esme estavam chocados. Jasper também estava surpreso, e para ele ainda era pior já que ele podia sentir. A única que não demonstrava surpresa era Alice, ela olhava para as unhas, como se já esperasse por aquela cena, o que fazia sentido já que ela era a vidente da casa.

-- A que horas vai pegar Bella? - Ela perguntou sem olhar para mim - ainda chateada. Ela olhava para as unhas como se a cena que presenciamos nunca tivesse acontecido.

-- Docinho acha mesmo que ainda devemos fazer o passeio com esses dois brigados? - Perguntou Jasper.

-- É claro que sim, anjo. E não se preocupe com eles. Vão fazer as pazes daqui a cinco minutos. Alem disso não podemos desistir dos nossos planos só por causa deles. O tempo está perfeito.

-- Alice tem razão Jasper. - Concordou Esme. - Edward vá se trocar logo e ir buscar Bella. Enquanto isso, vou fazer alguma coisa para levar caso ela sinta fome.

Alice saltitou até Esme batendo palmas e deu-lhe um sonoro beijo na bochecha. Esme foi para a cozinha e eu olhei para Alice suplicante.

“Não vem Edward, ainda não estou pronta para te perdoar.” - E então saiu puxando Jasper pela mão.

Bufei e fui para o meu quarto trocar de roupa.

Assim que estacionei o carro, avistei Sam, Jacob, Paul e Seth. Eles conversavam, na verdade discutiam em uma maneira de encurralar os nômades, para pelo menos saberem o que eles faziam por aqui. Sai do carro e fui até eles, ao perceberem minha aproximação Jacob e Paul se retraíram. Ainda se sentiam meio envergonhados pela atitude de alguns meses atrás.

-- Como vai Edward? - Cumprimentou-me Sam.

-- Bem obrigado.

-- Eu precisava mesmo falar com um de vocês, é sobre os nômades.

-- Eu sei. Desculpe-me eu ouvi um pouco da conversa. - Sam apenas assentiu. - Alice ainda não consegue vê-los direito, nem o que querem. Eles mudam de idéia o tempo todo e isso a atrapalha, ela só conseguiu ver que são três. E eles ficam mais perto da área de Seattle.

-- Obrigado pela informação. - Ele olhou para os três garotos presentes. Eles não disseram nada, só assentiram e saíram correndo em direção a floresta.

-- Como está Leah? - Perguntei depois de alguns segundos de silencio.

Sam estava em um conflito interno: se perguntava se conversa comigo ou não sobre os seus problemas.

-- Ela está bem melhor. - Ele deu um suspiro triste.

-- Algum problema? - Perguntei. Eu sabia que sim, mas achei melhor não falar que andei bisbilhotando sua mente.

-- Agora ela não quer mais me ver, nem pintado de ouro. Ela me mandou ficar com Emily. - Disse triste. - Eu não sei o que há com Leah, ela vive implicando com a prima sem nenhum motivo.

-- Sam, posso dizer o que eu vejo? - Ele balançou a cabeça em um sinal positivo. - Eu acho que você está sendo muito ingênuo em relação à Emily. E essa sua ingenuidade está fazendo Leah sofrer... e você vai perdê-la por isso. - Sam arregalou os olhos surpreso. - No dia da festa de Britanny, eu pude ler a mente de Emily, sei o que ela planeja. Ela discute com Leah, fala um monte de coisas para provocá-la sabendo que ela tem um gênio forte e vai revidar, então quando você chega, ela se finge de ofendida, se faz de vitima, sabendo que você irá acreditar nela. Britanny já tentou isso uma vez, mas não deu certo. Na verdade ela já tentou um monte de coisas absurdas.

-- Mas para você é fácil descobrir, é um leitor de mentes. - Contrapôs, ele.

-- Eu não diria isso. - Então contei a ele o ocorrido do dia anterior. Como Tanya conseguiu me enganar, como ela envenenou Bella. Ela ficou ouvindo calado.

-- Nossa essa superou todas hein? - Comentou depois que eu terminei meu relato.

-- Só um conselho. Se você realmente ama Leah com diz. Vá até ela, peça desculpas, diga tudo o que sente. E principalmente tente ficar de olho aberto em relação à Emily e ouça a versão de Leah, com certeza a partir do momento que começar a ouvi-la, a coisa vai fazer mais sentido.

Sam agradeceu-me e correu para a casa dos sogros; esperava que desse tudo certo para ele e Leah.

Toquei a campainha da casa de Bella, e para minha infelicidade quem abriu a porta foi Britanny. Ela ofereceu-me um sorriso exagerado.

“Ai, sua retardada, para que um sorriso desses? Você já não foi humilhada o bastante? Ele não quer nada com você” - Ainda bem que ela se tocou. - “Mas ele é tão incrivelmente lindo e irresistível.”

Interrompi seu debate não tão intimo w perguntei sobre Bella, seu rosto endureceu e ela bufou. - “Bella, sempre Bella. Ele bem que poderia perguntar um pouco sobre mim de vez em quando. Quem sabe me conhecendo melhor...” - Ela era tão patética. Parecia a Tanya não desistia nunca.

A olhei impaciente, ela deu um sorrisinho amarelo e me mandou entrar.

-- Olá Edward. - Cumprimentou-me Claire estranhamente simpática.

-- Oi Claire.

-- Bella já vai descer. Quer beber algo? - Perguntou ainda simpática. Neguei dizendo que havia acabado de tomar café.

Claire ficou puxando papo comigo, até Bella descer.

Bella

Ouvi a campainha tocar. Devia ser Edward. Ele viria me buscar para um passeio de barco com sua família. Alice como sempre havia preparado a roupa perfeita para eu usar - ela estava me deixando muito mal acostumada -, uma blusinha sem mangas com listras brancas e azuis, um short jeans preto, e uma sapatilha preta. A roupa era estilo marinheira. Alice pensava em tudo, ela e Rosalie se vestiriam igual a mim também.

Pensar em Rosalie me fez ficar triste e lembrar coisas desagradáveis: como Tanya por exemplo. Eu gostava muito de Rose e sabia que ela gostava de mim também. E mesmo sabendo de seus motivos ainda ficava revoltada.

Tinha certeza de que se ela contasse a verdade para Emmett e o resto da família eles iriam entender.

Alice pensava da mesma forma que eu. Ela iria ter uma conversa com Rosalie, e a daria um prazo para contar tudo para a família, caso não fizesse isso, a própria Alice iria contar tudo o que sabia para os pais e os irmãos. Essa foi à única solução que chegamos no dia anterior, poderia parecer cruel da parte de Alice, mas esse era o único jeito de livrar Rosalie da influencia de Tanya.

Empurrei os pensamentos desagradáveis para o fundo do meu cérebro e mais uma vez agradeci por Edward não poder ler minha mente, e terminei de me arrumar. O tempo não estava frio, mas ainda estava meio nublado. Pelas previsões de Alice o sol iria aparecer, então teria que me apressar antes que o sol saísse.

Desci as escadas e encontrei Edward me esperando no pé da escada. Seus olhos passearam minuciosamente por todo o meu corpo, parando os olhos em minhas pernas expostas. Ele deu um sorrisinho malicioso que me fez arrepiar toda. Senti uma pontada aguda no lado interno da minha coxa. Senti meu rosto esquentar, maravilha agora eu estava corada. Mas mesmo constrangida não pude deixar de lembrar o dia anterior, quando ele me tocou com as mãos, com os lábios. A reação que provocou no meu corpo, que me fizeram quase ir ao céu. Não podia esquecer como seus olhos ficaram escuros, quando ele arrombou a janela do meu quarto, dizendo que iria me torturar, por ter o deixado trancado do lado de fora (uma idéia de Alice e Leah, para castigá-lo um pouquinho) e que infelizmente ele não pode cumprir porque eu cai no sono.

Fui arrancada dos meus devaneios por Britanny. Eu nem tinha percebido que ela estava por ali.

-- Bella você me ouviu? - Ela perguntou impaciente, enquanto estalava os dedos na minha cara.

-- O que você quer? - Perguntei irritada, por ter meus pensamentos interrompidos.

-- Edward estava me contando que vocês vão passear de barco, e eu queria saber se posso ir com vocês? - Sua expressão não era mais impaciente, agora era entusiasmada.

Olhei para Edward, ele deu de ombros, como quem diz “você quem sabe”. Eu poderia até levá-la, mas se Britanny passasse muito tempo com os Cullens poderia perceber que havia alguma coisa errada. E do jeito que ela era, poderia expô-los.

-- Hmm, Britanny sinto muito. - Mentira, não sentia nada. - Mas não vai dar quem sabe na próxima.

-- Poxa Bella, por favor, somos primas - só agora ela se lembrou disso? - Temos que fazer mais coisas juntas.

-- Mas não quando eu estou com meu namorado. Precisamos de um tempo, sozinhos. - Enfatizei bem os “sozinhos”. - Por que não sai com Lauren, ou Jessica. Convida a Stacy para vir para cá, arruma um namorado sei lá.

Britanny olhou para mim com a cara vermelha de raiva e gritou:

-- Eu te odeio Isabella Swan.

-- O sentimento e recíproco. - Respondi calma para ela. Minha doce e amável prima subiu as escadas correndo em direção ao seu quarto e bateu a porta com força.

Edward me pegou pela cintura e me levou até seu carro. Ele abriu a porta para mim e colocou o cinto de segurança, mas foi só quando assumiu seu lugar no volante que percebi que ele estava tremendo de tanto rir.

-- Eu sabia que você era perversa, mas não desse jeito. - Disse tentando segurar a risada. - Onde está minha linda, doce e meiga namorada?

-- Ainda está aqui, eu só to cansada dos joguinhos dela. E também se ela passasse muito tempo com sua família iria perceber que há algo estranho, e como conheço minha prima provavelmente ela poderia expô-los.

-- Eu não tinha pensado nisso. - Ele disse enquanto dirigia. - Faz muito sentido, obrigado. - Pegou minha mão e beijou-a.

Quando estávamos próximo a mansão dos Cullen, Edward enrijeceu de repente, e começou a murmurar um monte de coisas inaudíveis, mas pela sua expressão deveria ser um monte de impropérios. Fiquei surpresa com a reação dele. Porem quando saímos do carro e entramos na casa, pude ver porque ele estava tão tenso. Sentada no sofá de pernas cruzadas, toda sorridente, estava a vampira mais sebosa e mais vadia do mundo: Tanya.

Olhei para Edward, ele estava com uma cara de quem queria matá-la.


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