É Megan! escrita por HuannaSmith


Capítulo 43
O Novo Sucessor


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap, adorando os comentários! Leio todos e respondo as perguntas!

Obs= não se esqueçam que os caps NÃO são diários, porém este em questão, é o fim do dia do cap anterior e continuação do seguinte amanhecer, mas nem todos são assim.



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O pai tinha um sonho,
O filho tinha uma certeza:
O sonho do pai.

Um dia o pai morreu,
Mas a certeza do filho não.
"Que seja feito teu sonho meu pai",

Ledo engano,
Mau sabe ele
Que as certezas dos netos de seu "meu",
São diferentes daquelas que,
Levianamente,
Designou para si mesmo.

Luíz Sommerville e Huanna S.

O ar frio oriundo do ar-condicionado me provocou um pequeno arrepio, mas confesso que este não foi o único motivo, eu realmente detesto hospitais, só me traz lembranças ruins, nunca me trouxe nada de bom, estou a ponto de explodir.

Davi percebeu meu desconforto, com as costas na parede oposta, ele saiu de seu "aconchego" e veio até mim, tirou o casaco e me entregou com um sorriso bobo, ás vezes ainda me pergunto se mereço um cara como esse.

Ele abriu o enorme agasalho marrom e me ajudou a colocar, mau terminei de vestir e ele já me deu um abraço like de urso como dizem, minha cabeça encostada em seu peito quente fez o arrepios desaparecerem, para deixar tudo ainda mais confortante, ele depositou um beijo na minha cabeça, é como estar nas nuvens.

– Cumpriu sua promessa, fiquei feliz

– Não tinha como não cumprir, passamos menos de uma hora na festa - disse aconchegando meu rosto eu seu peito

– Dez minutos e um bar era suficiente pra você - ele me fez sorrir - estou orgulhoso

Davi puxou levemente meu queixo com as pontas dos dedos, segurei seus lábios com os meus, fazendo um entrar em contato com o outro, as bocas gélidas fizeram troca de calor, mantendo as duas parcialmente aquecidas, well, pelo menos eu notei isso.

Como um pequeno momento de paz em meio a um caos, Davi fez, por alguns segundos, toda a preocupação sumir, me fez entrar em uma terra onde tudo é bom, onde nada e nem ninguém dá errado, mas como todo "bom", durou pouco.

– Senhorita Megan? - um homem de jaleco branco e crachá no peito esquerdo me chamou

Sai do beijo envergonhada, puxei Davi e fomos para mais perto dele.

– Eu sou o médico encarregado pela amiga de vocês, a Baylee, sua prima certo? - ele olhou para mim e eu assenti - ela me deu seu nome

– E qual o estado dela doutor? Por que desmaiou? Ela tá bem? - perguntei

– Isso eu só poderia dizer aos responsáveis, mas a Baylee disse que veio passar uns tempos aqui no Brasil, por conta de um desfile, que na verdade mora na Califórnia com os pais, disse também que está de estadia na casa de vocês dois

– Mas...

– Isso mesmo doutor - Davi me cortou - ela tá passando esse dias conosco, temos contato com os pais dela, informamos á eles

– Baylee quer conversar com vocês, pedido dela, primeira porta a esquerda, eu tenho que ir agora

O cara de jaleco branco se foi, sem nem ao menos nos dizer o que minha prima tem, e Davi? Porque me interrompeu daquela maneira? Por que eu não podia dizer que Baylee está com minha família?

– Vamos? - Davi foi na direção das instruções recebidas pelo médico

– Wait! Por que você me cortou? Por que não podia dizer que Baylee tá com minha família?

– Pensa comigo amor, é claro que a Baylee não ia esquecer da Pamela, né? Afinal é tia dela, muito menos do Jonas, se não quis contar é porque tem motivos

– Você tem razão... mas que motivos?

– É isso que vamos descobrir agora

================

O quarto escuro e abafado cheirava a mofo, quase impossível de se respirar ali dentro, mas Herval não parecia se importar, estava sem sono, ligou o pequeno abajur de sua mesa e começou a trabalhar na mesa, revirar alguns papéis.

Entediado com tudo aquilo, levantou da cadeira de escritório preta e se abaixo, afim de pegar alguma coisa, entre os escombros do interior da mesa, ele tirou uma pequena caixa revestida com papel marrom, colocou em cima da mesa e começou a vasculhar lá dentro.

Revistas, recortes, fotos... ele parecia procurar algo específico, até que sem muito esforço, encontrou, uma foto muito bem preservada, nela estavam Jonas, Pamela e Megan, abraçados em frente, o casal Marra mais jovem e Megan com seus quinze anos.

Herval observou a foto por alguns segundos, um olhar meio irritado meio malicioso, pegou a tesoura no porta-lápis á sua frente e começou a recortar a fotografia tão bem cuidada, recortou algo específico, alguém específico, Jonas.

Retirou por completo toda a figura do magnata, não deixando-lê nem sequer os fios de cabelo que estavam arrepiados, amassou a figura e jogou-a no lixo que estava aos seus pés, examinou novamente a foto e abriu uma das gavetas no pequeno armário ao seu lado, tirou de lá uma pasta cinza.

Era um álbum com poucas fotografias, mas Herval só fazia questão de uma, na qual o próprio estava sorrindo em frente á algum monumento pertencente a alguma história, recortou tudo, como fez com Jonas, deixou apenas sua imagem.

Com um sorriso malicioso e sarcástico ele jogou os fiapos fora e juntou as duas obras recortadas, ao lado de Pamela que sorria abraçando sua filha, no espaço vazio, o qual levara também parte do braço da atriz, que estava na criatura que ali já existiu, Herval colocou sua imagem.

Um riso alto e sombrio ecoou de sua boca, se recostando na cadeira ele observava a obra feita, passou mais alguns segundos observando aquela nova família, Megan, Pamela e ele próprio, antes de colocou a fotografia em seu pequeno mural ao lado do computador.

Espetou a montagem em pontos estratégicos com pequenas tachas coloridas, lara que a mesma não escorregasse e nem nenhum pedaço fosse perdido, passou o restante da noite ali, observando sua... "arte".

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O ar oriundo do quarto era ainda mais frio, o chão branco, as paredes de um cinza claro, fez meu estômago embrulhar, mas Davi me abraçou forte, notando minha expressão. Bem á frente, em cama típica de hospitais, Baylee estava deitada, ao seu lado, sentado na ponta da cama e com a braço em torno dela, estava Danilo, ou "Dani", como ela costuma chama-lo.

Fui me aproximando dos dois e Baylee foi me levantando o olhar lentamente, como se ainda estivesse muito fraca, me deu um aperto no coração, vê-la ali tão frágil, somos como irmãs.

– Oi minha abelinha - disse carinhosamente

– Oi... - ela disse fracamente, arrastando-se no tom

– O médico disse que você queria me ver - ela fez que sim com a cabeça - o que foi?

– Ela achou melhor te contar pessoalmente - Danilo disse, sério

– Vocês estão me deixando nervosa - passei as mãos pelos meus braços, em uma tentativa de me aquecer do frio repentino - o, o que você tem Bay?

Os dois me lançaram um olhar sério mas ao mesmo tempo profundamente triste, fez meu coração se apertar de novo, olhei rapidamente para Davi que também observava os dois com curiosidade, até espanto, até que Baylee tomou a palavra.

Com dificuldade, quase parando para pedir um pouco de água, não pelo seu estado físico mas pelo peso que as palavras pareciam pender sobre seus dentes, ela respirou profundamente e olhou nos enfurnados dos meus olhos.

– Eu tô... - fez uma pausa para molhar os lábios com a saliva - eu tô grávida, Megan - declarou

– Grávida?!! Como assim grávida?!!

– Grávida Megan!! Barriga crescendo, ciclo parado, grávida!!! - ela disse enquanto lágrimas escorriam de seus olhos

– My God... como isso foi acontecer Baylee?! Logo você, que sempre foi tão responsável! Tão... como?!

– Não foi nada programado - Danilo explicou - quando vimos já tinha acontecido, uma vez, foi só uma vez... - ele amassou os dedos com a palma da mão - na nossa cabeça não iria fazer mau - ele disse sério, já como um verdadeiro... pai

– É seu? Não é?

– É claro que é dele Megan! O que você acha que eu sou?

– Of course que é, cabeça minha... mas como? Como você vai fazer agora? Como vai criar uma criança?

– Eu não sei, Megan, te juro que não faço idéia, a minha cabeça tá fervendo, eu, eu não sei mais o que eu vou fazer da minha vida, a minha carreira... - Baylee se desmanchou em lágrima em cima do travesseiro, meu coração ficou pequenino

– Não importa o que você vai fazer, ok? - não consigo ver ela chorar, lágrimas rolaram dos meus olhos - eu tô aqui contigo,tá? Pro que der e vier

– I love you

Baylee levantou com dificuldade apenas seu torso e, nos abraçamos fortemente, um abraço acolhedor, confortador, tão puro que qualquer a nossa volta que não se emocionasse não era humano.

Uma pessoa, um adolescente, uma criança, um bebê... um feto; é isso que está crescendo no ventre de Baylee, uma coisa tão maravilhosa mas que não poderia ter vindo em momento pior, Bay tá na auge da carreira, tão jovem ainda, como vai criar um outro ser?

A frase "criança cuidando de criança" se encaixa perfeitamente aqui, Baylee vai precisar ser forte, encarar isso como um erro que ela mesma cometeu, Danilo vai ter apoia-la, assumir o posto de pai, apesar de eu achar que ele já fez isso, vão ter que contar ao pai dela.

– Sabe que tem que contar pra mom, não sabe? - disse pausadamente

– Yeah... - ela disse esfregando os olhos com o torso da mão direita

– E não só pra ela, Baylee... vai ter que contra pro seu pai

– I know that but.... vamos esquecer tudo isso só por um instante, ok? Deixa, deixa eu ao menos me acostumar com isso, porque eu, eu...

Baylee caiu em lágrimas novamente, Danilo abraçou ela forte, sentada ao seu lado na cama apenas segurei sua mão esticada em minha direção, Davi deu a volta e apertou meu ombro, minha outra mão foi de encontro a dele.

Não posso dizer que esse é o pior momento pelo qual já tive que passar, mas também não posso mentir, vê-la sofrer assim, eu sofro muito mais dentro, por muito tempo eu só tive ela, a única que escutou todos os meus lamentos e... a única que se importou de verdade.

Esse termo de "prima" nunca existiu entre nós, a não ser esteticamente, a forma como interagimos, como confiamos uma na outra, é relação de irmãs, mesmo ela morando longe quando éramos pequenas, passando tempos na França e tempos em San Francisco, quando estávamos juntas, estávamos completas.

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Jonas virava de um lado para o outro, procurava a sono mas este não o atendia, a cabeça pesada reclamava, como se tivesse alguém batendo lá dentro, sua cabeça latejava, resolveu ir até a cozinha pegar um pouco de água, sentou na cama e tomou coragem.

O corredor escuro e frio era intimidante, mas as luzes automáticas ligaram obedientes com os passos de Jonas, que andou calmamente até a escada, parando para ajeitar a chinela, que não estava respeitando o limite entre seus dedos.

A cozinha "ligou" com o primeiro passo que Jonas dera lá dentro, todas as luzes, os equipamentos... tudo parecia dar um "oi" para ele, que pouco de importou com isso, pegou seu copo e tirou a água da porta da geladeira, passou alguns segundos observando a mesma, remexendo-a de um lado para outro no copo, depois a bebeu.

Não adiantava voltar para o quarto, o sono não lhe aguardava lá, iria ficar revirando na cama atoa pensou e, quase como que automaticamente, como uma coisa rotineira e que é de fato, Jonas foi até seu escritório, fazer? Trabalhar é claro.

Queria ver se estava tudo certo para o próximo dia, se não faltava organizar alguma coisa ou resolver outra, aliás não vai ser um dia como outro qualquer, segundo ele é um dia especial, pois Megan Lily, depois de tanto tempo, vai voltar a empresa, mas será que é só isso mesmo?

Sentando-se na sua fiel cadeira, bebeu mais gole da água que trouxera, respirou fundo e deu uma olhada na mesa vazia, apenas com seu computador, o porta lápis e o porta retrato, o qual chamou sua atenção como sempre.

Trocou o copo d'água pelo quadro, que estava dando as costas pra ele, mas para sua surpresa, a foto que ocupava posto ali, já não estava mais, o susto foi tremendo, quem tirara a foto? E porque? Só quem tem acesso ao escritório é a família, porque iriam querer uma foto de Jonas, Pamela e Megan? Em frente a casa de São Francisco?

Passou a mão entre os cabelos e colocou o quadro no lugar, apesar de achar estranho achou melhor não se importar, resolveu fazer o que faz de melhor, trabalhar, abriu a gaveta mais próxima, para verificar o que a ocupava.

Vários papéis foi o que ele encontrou, entre eles um lhe chamou atenção, anotações dele próprio sobre o drone que caíra no jardim da mansão, na verdade foi Edmilson que o acertou com uma pedra, Jonas retirou o papel da gaveta e começou a observa-lo, pensativo.

Jonas ligou o MarraBook a sua frente, abriu um programa e digitou alguns números, enquanto bebia mais um gole de água, em poucos segundos o programa lhe concedeu algumas coordenadas, uma localização.

A mesma já havia sido encontrada antes, acessada previamente e, a insistência na procura dos mesmos dados fez o programa oferecer um "salve", que foi ignorado, Jonas voltou a observar o papel em suas mãos.

Fechou o programa e abriu uma página de pesquisa na rede, digitou uma única palavra, uma ordem direta, "Plugar", apareceram diversos resultados, mas nenhum deles estava relacionado realmente a Plugar, mas sim a Megan Lily, cliques de fotógrafos da menina no estabelecimento estavam em diversos sites de fofoca.

Jonas deslizou o dedo, procura do algo que estivesse relacionado ao local, até encontrar um único site, que dava pouco mais do que o endereço da unidade, o qual foi comparado por Jonas aos dados em seu papel.

A página estava contida no histórico do MarraBook, a mesma já havia sido acessada antes é claro, após mais alguns segundos de observação, Jonas desligou tudo, bebeu as últimas gotas de água e foi para o seu quarto, desligando a luz ao sair.

==============

A água fria da torneira escorreu entre os meus dedos, passei a mão úmida em meu cabelo, para aliviar a tensão acumulada, desligue a corrente e abri a porta, Davi observava um vaso de flores próximo a janela e Danilo ainda abraçava Baylee, esta adormecida em seu peito.

Deixei os dois em seu momento, afinal eles merecem, fui até Davi, que me recebeu com um pequeno beijo.

– Tá mais calma? - perguntou baixinho

– Yeah...

Ele beijou minha testa e me acalentou em seus braços, ainda vestia seu casaco, o frio na me permitia devolvê-lo, não por ansiedade porque as coisas até que estão mais calmas e sim pelo fato de ainda estarmos em um hospital.

– Megan Lily? - o médico com quem falamos entrou no quarto, percebeu Baylee adormecida e falou em um tom suave - preciso falar com vocês dois - direcionou o olhar para Davi também

Deixamos Baylee e Danilo no quarto, fomos para corredor onde podíamos ficar mais a vontade e falar em um tom pouco mais alto, o médico de cabelos castanho claro estava com uma prancheta na mão e foi bem claro.

– Baylee desmaiou por fraqueza, ela me contou que precisa manter uma dieta rigorosa por conta da profissão, mas agora é diferente, está grávida e precisa se alimentar bem, não precisa de nenhum medicamento, ela não está doente, prescrevo apenas repouso e uma alimentação mais farta e saudável - ele explicou - mas ainda prefiro que ela passe a noite aqui conosco, pra ter certeza de que está tudo bem com ela e com a criança

Ainda não me acostumei com "a criança", isso soa tão estranho, tão errado, parece até que o médico está cometendo um crime ao falar assim, mas na verdade só está dizendo a mais pura verdade.

– Tudo bem, falamos pra ela quando acordar - afirmei

– Que bom - ele sorriu - agora eu preciso ir, com licença

Ele se foi apressadamente pelo corredor, me virei para Davi e dei um sorriso fechado, ele sorriu de volta.

– Você não comeu nada, tem uma lanchonete lá em baixo, vamos?

– Ainda bem que você falou, estou like morrendo de fome

Davi soltou uma gargalhada gostosa, a enfermeira no balcão brigou com ele, se desculpou e me envolveu com seu braço, descemos juntos pelo elevador, rumo a lanchonete, farta de gostosuras ou... apenas a comida nojenta que é a preferida de todos os hospitais, mais um motivo para eu não me sentir bem neles.

*****

O sol no meu rosto parecia fazer de propósito, me forçando a levantar as pesadas pálpebras que pendiam sobre meus olhos, levantei para fechar a cortina, impedir aquela luminosidade desagradável e dormir mais um pouco, mas Davi acabou acordando.

– O que tá fazendo? - perguntou sonolento

– O sol não me deixa dormir - respondi fechando as frágeis cortinas

– Mas não pode dormir, tem que ir pra Marra hoje, lembra?

– Eu tenho que ir mesmo? - perguntei me ajoelhando no colchão ralo e fazendo biquinho

– Tem que ir sim

O biquinho foi em vão, fiz cara feia e ele me puxou para um rápido beijo, depois me despachou para o banheiro, peguei minha roupa no pequeno armário e fui, como seria depois de tantos dias afastadas passou pela minha cabeça é claro, mas como Davi disse, tenho que ser responsável e ir.

O motivo de dad, I mean... Jonas, me chamar para like uma "reunião" também me tirou o sono, se é que posso chamar três poucas horas de sono, passamos a noite com Baylee no hospital, mas ao mesmo tempo imagino e não imagino o que Jonas tenha para dizer, é complicado, mas na verdade, tudo vindo dele é complicado.

Fechei os olhos e joguei a água gelada que saia da torneira no meu rosto, para acordar todos os músculos, só depois desse ritual que criei coragem de entrar no banho, cuja água estava ainda mais fria.

=============

– Jonas... my man, my brother, você tem certeza do que vai fazer hoje? Tem certeza de que é isso o que quer? - Brian perguntou girando na cadeira

– Tenho Brian, Megan vai ter que saber de um jeito ou de outro, então que seja assim, tudo no coletivo - Jonas disse enquanto procurava algo

– Yeah... mas você não acha que ela merece um pouco mais? Algo íntimo? Não quero que minha menina se machuque man...

– É exatamente isso Brian, Megan não é mais uma menina, já é uma mulher, precisa entender que as coisas na vida nem sempre vão ser como ele quer - disse olhando para Brian

– Mulher? Megan ainda nem completou dezenove anos e ela já tem que ser responsável por tudo isso, man

– Com a idade dela eu já começava um império, Brian, agora eu preciso ir, todos me esperam lá fora - Jonas disse dando uma última olhada no espelho, ajeitando o cabelo

Brian respirou fundo e respondeu ao gesto misteriante do "imperador", sabia que aquela decisão estava errada, mas teve que deixar o amigo ir, afinal, não importava o que ele dissesse, a opinião de Jonas já estava formada e, essa ninguém no mundo consegue desfazer, nem o mistério.

O rei dos reis misteriantes, levantou ajeitando a alças de sua roupa tão "mística" quanto ele, se olhou no espelho, mostrando seu lado frágil, humano e, foi prestigiar Jonas, não ficar do lado direito, apenas observar á distância, não queria ser visto, afinal, não concordava com nenhuma palavra do "discurso" do amigo.

O salão principal da Marra Brasil estava repleto de funcionários como sempre, mas diferente de todos os dias, estes estavam esperando a declaração de Jonas, que preferiu falar ali mesmo, próximo ao tobogã que faz em todas as sedes da Marra, em homenagem ao primeiro que está localizado na sede mãe, em São Francisco.

Ali, naquele espaço intimista, Jonas foi para o seu posto, ao lado de quatro figuras, sendo três dessas consideradas as mais importantes da Marra, seu fiel Murphy, o diretor de vendas internacional da Marra e um dos maiores sócios da empresa, depois de Pamela é claro.

A quarta figura, que surpreendentemente não foi expulsa do lugar que para alguns, ocupou de forma leviana, era Manuela, bem ao lado de Jonas, a moça de olhos pretos e cabelo castanho sorria maliciosamente, exalando um ar de grandeza.

Naquele exato momento, passando pela porta de entrada, fios longos de um loiro claro se acomodaram próximo a uma coluna, como se quisessem se esconder, não chamar muita atenção, o que era praticamente impossível, já que todos naquele ponto notaram sua presença, aliás, quem não notaria?

Jonas levantou o olhar em meio á todos, como se quisesse encontrar alguém, mas não conseguiu o fazer, resolveu começar sua breve declaração assim mesmo.

– Eu estou aqui hoje para dar um informativo, eu não quero opiniões muito menos questionamentos, isso é algo que faço pelo andamento da empresa - iniciou com uma ordem clara - a cerca de um mês, despedi o sucessor que eu mesmo escolhi no Geração Brasil, Davi Reis, por motivos pessoais que não convém falar aqui - Megan Lily ao fundo revirou os olhos - eu acabei ficando sem sucessor e pressionado a encontrar alguém tomei hoje minha decisão - Jonas levantou um leve e confiante olhar para direita - eu nomeio, o novo sucessor da Marra International ou melhor, a nova sucessora... Manuela Yanes

Palmas só vieram da parte de Jonas e do sucessor a sua esquerda, todos os funcionários permaneceram em silêncio, observando o sorriso da engenheira que foi se desfazendo aos poucos, as palmas vieram arrastadas e foram contagiando uns aos outros em poucos, num ritmo fraco.

Mas Jonas não ligou, pouco lhe importa a opinião de seus funcionários, acompanhou as palmas fracas e jogou novamente um olhar perante todos e, dessa vez, conseguiu cumprir seu objetivo, conseguiu encontrar a figura tão procura, que já estava de costas para ele.

– Megan Lily! - as palmas pararam em um som mudo, a menina de olhos escuros e brilhantes virou-se para ele - venha aqui

Manuela, mesmo ao longe, soltou um sorriso impiedoso e cruel para a menina de fios compridos, algo quase mórbido, como uma pessoa que ri de alguém em fase terminal ou como um filho sorrindo as lágrimas da mãe.

Com os olhos anormalmente brilhantes, Megan Lily não se deu ao trabalho de responder, virou-se e seguiu o caminho de poucos segundos atrás, a saída.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de deixarem suas opiniões nos comentários.

Uma pergunta: o que estão achando do rumo qie a história está tomando?
Aguardo respostas, beijos e até o próximo cap.