By Change escrita por Srta Lima


Capítulo 2
First


Notas iniciais do capítulo

Desculpeeeeeem a demora...mas minha internet tava ruim e.e
Mas eu prometooo compensar o atraso e posto outro capítulo ainda essa semana...
Ameeeei os reviews



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Pov Rose

Passamos horas no avião, não sei dizer quantas, mas foram muitas. Passei a maior parte da viagem imersa em torpor. Meu cérebro não conseguia processar tudo o que tinha acontecido. Depois de muito tempo olhando pela janela e pensando em nada, meu estômago começou a doer de fome. Como se num estalo, minha mente começou a funcionar novamente. Eu havia sido sequestrada. Estava em um avião com pessoas estranhas que não falavam a minha língua, indo para um lugar completamente desconhecido.

Empurrei todo o desespero, que queria irromper, para o fundo da minha mente e analisei a minha volta. Eu via alguns homens sentados por ali, mas a maioria eram meninas. Elas estavam muito assustadas percebi, depois de um tempo, exatamente como eu, como se não quisessem estar ali. Eu não entendia porque esses homens estavam sequestrando meninas. Na verdade,disse meu subconsciente, você entende muito bem o que um bando desses quer ao sequestrar meninas.

Sim, eu sabia. Mas não podia aceitar essa possibilidade porque se eu fizesse isso ia começar a chorar. E nesse momento, mais do que nunca, eu precisava manter o foco. Comecei a pensar num modo de escapar. Meu pai com certeza já tinha notado meu sumiço, mas dificilmente estaria me procurando por aqui. Ele deve ter visto os rastros da minha fuga e provavelmente estava revirando a cidade atrás de mim. Logo eu não podia contar com ajuda externa, tinha que esperar o avião pousar e arrumar um jeito de fugir.

Depois de mais algum tempo, que eu passei tentando contar o número de homens que tinham ali, o avião começou a pousar. Dava para ver que era mais uma daquelas pistas ilegais e estava cercada por altos pinheiros. Passei alguns minutos admirando a vegetação antes dos homens começarem a nos arrastar para fora do avião.

Coloquei todos os meus sentidos em alerta, sabia que se eu fosse fugir teria que ser naquele momento. Enquanto saía do avião olhava tudo ao meu redor, pensando que eu poderia correr em meio as árvores e me esconder. No entanto congelei quando meus olhos pousaram nos homens que nos esperavam do lado de fora. Cada um deles tinha uma alça em seu pescoço, de onde pendia uma metralhadora, que descansava na diagonal, indo de seu peito até o final da barriga. Todo o sangue do meu corpo secou e eu fui incapaz de fazer qualquer movimento, apenas deixei que o homem que segurava meu braço continuasse me arrastando.

Eu e o resto das garotas fomos levadas até um galpão, que eu não tinha reparado antes. Chegando lá haviam mais meninas, todas sentadas no chão, caladas e olhando para baixo. Colocaram-no junto com elas e pouco temo depois trouxeram para cada uma de nós um pão com um copo de água, algo que meu estômago agradeceu. Depois disso saíram fechando a porta e nós já não podíamos ver a luz do sol.

Em pouco tempo eu descobri porque todas ficavam tão quietas. Uma menina ficou histérica, o que incitou a histeria em todas as meninas que haviam vindo comigo e fez com que as estavam aqui antes de nós se encolhessem. Eu não entendi a atitude delas até dois homens entrarem, pegarem a desordeira, que batia na porta gritando, pelos cabelos, espancarem-na e por fim atirarem duas vezes em sua cabeça antes de sair. Depois disso todas permaneceram quietas. A calma só foi quebrada uma vez, um tempo depois, quando eles vieram retirar o corpo.

Depois do que se pareceram horas, eles começaram a vir e pegar grupos de aproximadamente dez meninas. De dentro do galpão era possível ouvir o som de aviões pousando e decolando. Eles pegaram três grupos antes de arrastar a mim a mais dez meninas para fora. As meninas foram levadas para um avião menor do que o outro em que entramos e eu fui arrastada até uma mulher que estava virada de costas para nós falando no celular.

Ela desligou o celular e se virou para nós. Seus cabelos cor de mel caíam até um pouco abaixo dos ombros, em cascatas que se ondulavam nas pontas. Sua pele parecia porcelana e suas sobrancelhas, também cor de mel, formavam dois perfeitos arcos a cima dos expressivos olhos castanhos. Ao olhar para nós ela sorriu de forma amigável e acenou, com isso o homem ao meu lado apertou meu braço com mais força e começou a andar mais rapidamente em direção a ela.

Paramos em frente a ela e os dois começaram uma conversa. O homem explicava alguma coisa exasperado, naquela língua que eu não entendia, vez ou outra apontando para mim ou sacudindo o meu braço que já começava a doer. Ao fim da explicação a mulher soltou uma risadinha e, com um sorriso tranquilizador, começou a falar com o homem. No meio de sua fala ela puxou do bolso um bolinho de dinheiro e deu para o homem, que sorriu satisfeito e foi embora me deixando com a mulher.

Quando ficamos a sós ela sorriu para mim e me conduziu delicadamente até o avião, onde me acomodou em um dos acentos e se sentou ao meu lado. Estávamos afastadas das outras meninas, percebi um tempo depois. A mulher terminou de se acomodar ao meu lado e se virou para mim ainda com um sorriso no rosto. Por um momento eu esqueci todo o meu medo e me permiti corresponder ao seu sorriso.

“Oh, querida! O que fizeram com seu rosto? ” - Falou ela num turco perfeito, me surpreendendo. - “Ah, e seu braço também está marcado! Esse é o lado ruim de ter uma pele de porcelana” - Ela deu uma risada enquanto alisava o meu braço no lugar onde o homem havia me segurado. - “Já vamos dar um jeito nisso, mas agora aperte o cinto porque já vamos decolar.”

Uns quinze minutos depois disso nós começamos a decolar. Quando o avião estabilizou a moça, que me disse se chamar Eva, pediu licença e disse que já voltava. E alguns minutos depois ela voltou, com hidratante, um pouco de gelo e um lanche. Com o hidratante ela fez uma massagem no meu braço e no meu rosto, que eu nem tinha percebido que ficara inchado com o tapa que recebi do brutamontes que me sequestrou. Com dois panos fez duas trouxinhas, encheu-as de gelo e uma ela amarrou no meu braço e outra ela me deu, para que eu colocasse sobre o rosto. Depois disso ela saiu, dizendo que ia resolver algumas coisas e me dizendo para aproveitar o lanche.

Mais uma vez percebi que o tratamento que eu estava recebendo era diferente do resto das meninas. Porque será que aquela mulher estava me tratando assim? Haviam eles finalmente percebido que eu não deveria estar ali? Será que me mandariam de volta para casa? Me perdi nessas perguntas enquanto o avião voava. Não percebi o tempo passar. Só voltei a realidade quando Eva voltou a se sentar do meu lado. Ela trazia consigo duas chicaras de chá e me entregou uma, logo bebericando a outra.

“Porque está me tratando diferente das outras?”- Perguntei, agora passada a minha surpresa por ela falar turco.

“Ora, porque você não e como elas. Você é especial”- Ela respondeu com aquele mesmo sorriso angelical. -“Beba o chá e aperte o cinto, aterrissaremos em breve.”

“Diferente como?”- Pedi após acabar com o meu chá e apertar o cinto. Encarei-a por algum tempo ainda, esperando que ela desgrudasse a chicara da boca para me responder.

“Oh, minha querida! Aquelas meninas serão prostitutas, talvez com alguma sorte serão compradas e se tornarão escravas sexuais”- Nesse momento ela parou e deu uma risadinha. -“Mas você...ah, você é meu novo projeto! A primeira de um negócio muito lucrativo. Você será uma boneca viva!”- Mais uma risadinha, agora eu já não achava mais seu sorriso amável e sim diabólico. Mas eu não consegui externar o horror que suas palavras causavam em mim, pois nesse momento as coisas começaram a sair do foco e pontos escuros começaram a aparecer na minha visão. Virei a cabeça para o meu outro lado, talvez procurando por alguma ajuda divina, e pude ver pela janela o avião pousando em uma pista. Não era de um aeroporto, mas não parecia uma pista ilegal, era algo mais como uma pista particular. Ouvi ela continuar a falar, agora sua voz parecia longe. -“Mas você nem deve saber o que é uma boneca viva não é? Bom, eu vou simplificar para você. Nós tiramos seus membros, arrancamos seus dentes e cortamos suas cordas vocais. Mas não se preocupe, no lugar dos membros de dos dentes nós colocaremos próteses, então não se preocupe com a sua aparência. Logo, você será uma linda boneca que respira.”- Encarei-a novamente e a última coisa que eu vi foi seu sorriso, antes de cair na escuridão, onde sua risada infernal dançava em minha mente.

Pov Dimitri

Entrei no meu quarto de hotel, acendi as luzes, joguei as chaves e a carteira na mesinha perto da entrada e me joguei pesadamente na poltrona, que dava de frente para a parede de vidro, por onde eu podia ver as luzes de Novosibirsk a noite. Eu estava no melhor hotel da cidade, na cobertura, olhando para uma paisagem deslumbrante, mas trocaria tudo isso facilmente pela simplicidade da casa da minha mãe.

Lá era o único lugar onde eu tinha paz e essa era a única época do ano na qual eu conseguia ir até lá. Passava a maior parte do ano nos Estados Unidos, trabalhando na empresa do meu pai, com ele e com meu meio irmão, contando os dias para voltar para casa e ver minha família. Infelizmente, esse ano Nathan e Adrian vieram comigo pois possuíam negócios a tratar aqui e solicitaram minha permanência. Estive muito perto de recusar, mas esses dias de trabalho a mais me renderia exatamente a quantia que eu precisava para abrir meu próprio negócio, uma agência de publicidade, junto com o meu amigo Christian. Eu ainda teria que trabalhar com os Ivashkov por um tempo, mas quando a agência se estabilizasse estaria livre deles.

Por isso eu repetia o meu mantra“É por uma boa causa” inúmeras vezes em minha mente, após ter retornado de mais uma maçante reunião, onde eu mais uma vez havia sido obrigado a negociar com a outra parte, coisa que a prepotência de Nathan o impedia de fazer. Suspirei enquanto passava as mãos pelo cabelo e, quando meu cérebro começou a compreender que a tortura do dia acabara, comecei a relaxar. O alarme do meu celular soou avisando que eu possuía uma mensagem.

Festa para relaxar, depois de um intenso dia de trabalho.

Não aceito não como resposta.

–N.”

Usei todos os xingamentos em russo e em inglês que eu conhecia para me referir a Nathan naquele momento. Olhei para o celular com descrença por algum tempo, depois levantei e fui tomar um banho quente. Precisaria de um para enfrentar aquela noite. Aquela prometia ser uma noite muito longa.


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Notas finais do capítulo

Então gente, eu sei que esse capítulo ta um pouco parado...mas no próximo a fic começa de verdade xD
Espero que tenham gostado...deixem reviews pra eu saber o que mudar e etc...
Bjokss =3