Good girls go bad escrita por Ann


Capítulo 1
Welcome to my life.


Notas iniciais do capítulo

No capítulo a seguir, vai ser explicada boa parte da origem de Vicky Winters, espero que gostem =)



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"Vicky, nós te amamos muito , tudo vai ficar bem, prometemos!" Ela sussurrou em meu ouvido e logo ouvimos a porta bater. " Temos de ir agora" disse a voz mais grave dele, e ele me pegou em seu colo " Nós te amamos muito Victoria" e me colocou em uma poltrona, " Sempre vamos te amar". E logo depois a porta bateu novamente.

Abri os olhos em um sobressalto, ah claro, esse sonho novamente. Ainda estava no meio da noite, mas eu sabia que não conseguiria dormir outra vez, não sabendo que eles me esperariam em minha cabeça. Levantei e andei até a porta do meu quarto, claro que tropecei em alguma coisa no meio do caminho, torci para não ser um rapaz.

Hoje, posso dizer com todas as letras que sou uma espiã.

Sim, e-s-p-i-ã, agente secreta, maluca com arma ou o caralho a quatro que você queira chamar.

Meu nome é Victoria Winters, Vicky se você tiver intimidade comigo ou for muito cara de pau (ou os dois) e Vi se você for extremamente gostoso. Eu não sei a minha idade, mas tenho entre 20 e 25 anos, segundo Rennan, ou seja : eu posso ter qualquer idade. Mas se na minha identidade "oficial" que saiu na semana passada, eu tenho 21 anos, o chefe que teve essa ideia.

Ah, o chefe que eu ainda não conheço, eu sei que ele só me aceitou por causa da minha família, e por que eu posso ser uma peça valiosa no quesito sedução, novamente palavras dele, não sei o que passou na cabeça daquele homem quando falou isso, mas não me importei muito. Eu trabalho para a Chase's , uma agência secreta nacional, o nome é broxante e ambíguo já que faz apologia a palavra " perseguir" e ao mesmo tempo é o sobrenome real do todo poderoso chefe. A Chase´s é a empresa responsável pela segurança das cidades mais próximas e trabalha diretamente com a polícia, mas ninguém de fora tem contato com os dados que nós coletamos, a não ser os que o chefinho libera. A empresa em si é sensacional, genial e toda aquela porra de filme mesmo. Consegui meu distintivo de espiã há uma semana, junto com a minha identidade oficial, a quinta que eu já tirei na vida, todas elas com datas de nascimento diferentes, mas desta vez, parece que eu vou ficar com 21 mesmo. Acho que é por causa da minha admissão na empresa que voltei a sonhar com meus pais.

Meus pais.... Foram como Romeu e Julieta dos espiões, de empresas inimigas, quer alguma coisa mais clichê? Ela era Russa. Ele? Americano. Os dois, grande espiões estimados em seus países. Acho que o resto você já consegue prever. Eles acabaram mortos, é claro, mas não sem antes me colocarem no mundo, e eu ainda não perdoei eles por isso. Meu tio conta que eles fugiram assim que souberam que ela estava grávida, e conseguiram se manter por alguns anos (é aí que entra a confusão da minha real idade) mas então foram descobertos, e fugiram novamente mas desta vez foram pegos de propósito, para que ninguém me procurasse, um último ato de amor á sua única filha que eles estavam prestes a abandonar para sempre. e antes de morrerem, conseguiram deixar um recado para que Rennan cuidasse de mim, o que ele fez surpreendentemente bem, me nomeou como sua própria filha apesar de ter apenas vinte anos na época. Oficialmente, sou o fruto de alguma aventura dele.

Hoje em dia Rennan é casado e tem uma filinha: Claire. ela tem apenas sete anos então ainda não está na idade de saber que eu não sou sua irmã de verdade, e talvez nunca saiba. Ele mudou muito desde seu casamento, quero dizer, fui criada na base de pizza e aulas de tiro e agora ele me chama para comer lasanha na casa dele em algum domingo? Wtf? Se bem que uma vez ele me ensinou a fazer pizza de maconha... foi uma das tardes mais divertidas que passamos juntos. Sim, Rennan foi esse tipo de pai, e eu o amo muito por isso, sem ele? Eu não seria nem metade do que eu sou.

Minha vida? Eu amo o meu trabalho, não o escolhi por que tenho orgulho dos meus pais e quero continuar seu legado, e sim para mostrar a eles como se faz, e modéstia a parte, estou me saindo muito bem. Fiquei em primeiro lugar entre os calouros e não foi só por que passei a minha vida inteira vendo Rennan como espião, mas também por que treino sério desde que me fizeram a pergunta " o que você quer ser quando crescer?" e eu respondi " melhor do que os meus pais.". Eles foram idiotas em se apaixonar, e isso é um erro que não vai acontecer na minha história. Minha vida amorosa se resume á no máximo três noites com o mesmo cara, e depois tchau queridinho.

Quando estou fora do meu trabalho, sou só uma mulher normal, que muitos enxergam como mau exemplo e minha aparência não ajuda. Eu tenho 1,65 de altura e sustento com não muito orgulho 57 quilos, minha pele é cheia de tatuagens ( algumas eu nem lembro como fiz) e meu cabelo é mal aparado, a última vez, quem cortou ele foi Claire só por diversão. Eu uso geralmente blusas folgadas , talvez rasgadas, short e tênis. Tenho olhos cor de mel que segundo Rennan , eram iguais o da minha mãe e cabelos negros e ondulados pra caralho mas, mais uma vez, o corte não ajuda.

Saí do quarto e entrei na cozinha, acendendo a luz, eu me mudei para esta casa semana passada, mas tudo está como se eu morasse aqui há anos. A agência quis que eu morasse aqui: a casa que uma vez foi do meu pai, mas uma das condições para que eu viesse, foi poder fazer as modificações que eu queria, então ela está bem diferente agora. Meu velho nunca reconheceria. Do que eu estou falando? Meu velho é Rennan.

Uma coisa que eu amei, é que esta casa agora é o ponto dos agentes, exatamente como era na época do meu pai. Quando estão entediados? Vêm até aqui e roubam meus donuts. Quando precisam entrar em contato com a central? Vêm para cá e usam o telefone especial que foi deixado aqui. Isso é bom , por que todos na empresa já me conhecem, e o clima lá é totalmente descontraído.

O que me faz lembrar da minha vida pessoal, que se resume a algumas amigas de infância, entre elas , Anna a filha do governador. Ela é a minha melhor amiga apesar de não saber da minha segunda vida. Anna é uma loira que consegue parar o trânsito com uma piscada de olho, e é tão vadia e inconsequente quanto eu, é isso que eu amo nela.

Fui andando em direção a sala com um copo d´água na mão, quando vi uma forma escura jogada no meu sofá. Imediatamente , peguei a faca que estava no meu balcão e cheguei perto da pessoa. Segurei a risada quando vi quem era.

Eu: Porra Rennan! - falei e ele se levantou em um salto, se assustando ao ver a faca na minha mão.

Rennan: Bom te ver também, ingrata.

Eu: O que você está fazendo aqui? - olhei para o relógio - ás quatro da manhã?

Rennan: Dora está insuportável, posso dormir aqui? - Dora era a sua mulher. Eu ri, vida de casado realmente nunca combinou com ele.

Eu: Primeiro a pessoa pede, depois ela invade e se joga no sofá.

Rennan: Sabia que você ia deixar. - ele falou sorrindo para mim.

Eu: Pelo menos vai para um quarto né.

Rennan: Eu não queria incomodar. - falou com o sarcasmo transbordando da voz, revirei os olhos e joguei uma almofada nele.

Rennan: Vicky?

Eu: Hummm - então ele tirou um envelope do bolso. - Mentira. - falei com os olhos no envelope.

Ele sorriu e andou até mim.

Rennan: Eu passei lá na central mais cedo e...

Eu: CARALHO - falei e tentei puxar a carta da sua mão, mas ele foi mais rápido e tirou-a do meu alcance.

Rennan: Ô projeto de prostituta, deixa eu terminar de falar.

Tão carinhoso.

Rennan: Mandaram eu te entregar isso.

Eu: Jura? - ironizei e puxei a carta da sua mão. - CARALHO - gritei pela segunda vez, quando li o que estava escrito.

Rennan: Parabéns Agente Winters, você foi chamada para a sua primeira missão.

Eu estava muito ocupada fazendo uma dança da vitória ridícula para responder, e então ele me abraçou. Okay, momento estranho: Eu e Rennan nunca demonstrávamos carinho fisicamente, a não ser com tapas e socos.

Rennan: Seu pai ficaria tão orgulhoso - ele falou em meu ouvido.

Aquilo tirou um pedaço do meu sorriso.

Eu: Meu pai é você. - E antes que ele pudesse responder, separei meu corpo do dele. Ele percebeu que falou merda e estragou um pouco o momento, mas logo sorri para ele. - tudo bem, Rennan, você não é tão velho assim.

Rennan: Vicky....

Eu: Hum? - perguntei, de costas para ele, vai que ele fala outra merda?

Rennan: Esteja na agência amanhã as oito em ponto.

Não me contive e dei outro abraço nele.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam da Vicky? me digam, para eu ver se vale a pena continuar postando a história.



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