Mais tarde, na casa da Mônica...

–Oi amor, como vai aí no Resort? - diz Mônica pelo celular com o DC enquanto entra no quarto.

–Tá melhor do que pensei, os produtores de O Palhaço e a Panqueca estão passando as férias aqui e estão anunciando O Palhaço e a Panqueca 2 numa entrevista coletiva aqui.

–E quantas pessoas estão vendo a entrevista?

–Só eu, um entrevistador entediado e uma ruiva bronzeada que me parece ligeiramente familiar.

Isso é o recorde de maior número de espectadores numa coletiva de O Palhaço e a Panqueca, 1 entrevistador entediado e 2 pessoas interessadas.

–Mas fala aí, perdi alguma coisa hoje?

–Temos uma nova professora de... que aula o Licurgo nos dava mesmo?

–Sei lá! Mas isso explica porque tem uma notícia da maior avalanche de todos os tempos no Everest logo após ser registrado um grito que dizia:"Ma pāgala hō'ina".

–O que é isso?

–Eu não sou louco em nepalês. Mas então, como é essa nova professora?

–Ela dá um certo medo, ainda mais com aquele tapa-olho e a bengala.

–Ela tem quantos anos? 60?

–Parece ter vinte e poucos.

–E pra que a bengala?

–A bengala acho que era mais pra assustar mesmo.

–E o tapa-olho?

–Bala perdida.

–Algo mais?

–A Denise acha que é a nossa filha que veio do futuro.

–Isso seria muito louco!

–Dá pra calar a boca? Eu quero ouvir a entrevista. - disse uma voz ao fundo que aparentemente era a tal ruiva bronzeada.

–Te ligo amanhã DC. Beijo.

–Te amo.

Enquanto isso numa lanchonete de segunda que fica do outro lado de um restaurante chique que é famoso por ter um pedido de casamento toda noite, Cebola está bebendo um refri barato que venceria hoje e fica vendo esquemas e projetos que vai levar pro exterior, um deles é o projeto Nanita. E no canto do laptop que estava trabalhando, ele vê uma foto dele e da Mônica se beijando, era o mega beijo, e então ele se lembrou da época em que namoravam, quando ele não era um idiota. E caiu uma lágrima do olho direito dele. O projeto nanita e seu intercâmbio o ajudarão a esquecer de todos os erros que cometeu.

–Não é uma boa ideia. - diz uma voz feminina atrás dele que parecia ter ouvido seus pensamentos.

–O quê...? - indaga Cebola virando-se pra ver a professora Monique de pé atrás dele - Professora Monique?

–Fora da escola é só Monique. Você é Cebola né? Eu sei por causa do cabelo. - responde calma

–Você não vai me ameaçar por causa do cabelo né? - diz Cebola com medo, mas Monique só ri.

–Não, eu só quero conversar. Posso sentar? - mas ela senta de qualquer jeito - Eu sei qual é o motivo desse intercâmbio, mas acredite, você não vai esquecer essa garota.

–Como você sabe?

–Fui professora da escola da Mila.

–Como ela tá?

–Da última vez que a vi, ela tinha dito pro Carlão que estava arrependida de ter uma idiota egoísta com ele e que estava disposta a voltar se ele quisesse.

–E voltaram?

–Foi uma festa naquela escola quando eles voltaram. Me diz, você já teve uma sensação de num segundo você ter passado horas em outro lugar?

–Uma vez. Eu estava conversando com uns amigos e fiquei inconsciente por dez segundos e tive a sensação de que devia fazer alguma coisa e também me lembro de um beijo... - então Cebola olha pra Monique e vê que ela é muito familiar, e não só pela sua semelhança com a Mônica. - Por que veio falar comigo?

–Devia ter prestado atenção na minha história, veria muita coisa familiar. Você nunca deixou de amá-la né? Posso ver nos seus olhos.

–Eu sempre a amei. O problema é que fui um idiota e-e, sinto como se um mané tivesse me acertado com uma bazuca - e ele chora na frente dela.

–Por que não tenta de novo?

–Ela fez a decisão dela - ele se levanta, pega o laptop e, antes de ir, engole o choro e diz - e eu fiz a minha.

Depois dele ir Monique se lembra de seu primeiro beijo, ela pensou que iria morrer, até que um moleque 4 anos mais novo que ela a beijou e de uma forma bem esquisita acabou salvando ela de se tornar um zumbot.