Meu nome é Taisho. Sesshoumaru Taisho. Sou vice-presidente da companhia de meu pai, Inu no Taisho. Segundo meu amigo (sim, pois só tenho um), sou frio, calculista e mau. Muito mau. Segundo às mulheres, eu sou classificado como "bom partido". O que simplesmente era uma justificativa plausível para ser assediado em todos os lugares que vou, segundo Kagura. Essa mulher é nada mais, nada menos, do que a praga da minha vida. Eu não consigo ler em paz. Não consigo comer em paz. Não consigo nem dormir em paz. Eu já estava considerando dar queixa dessa mulher por perseguição.
- Você me parece mal. Realmente irritado. - me disse Bankotsu.
Lembram-se do meu único amigo? Bem, lhes apresento o mesmo. Bankotsu tem olhos e cabelos pretos, lisos e curtos. É um executivo, também, porém da sua própria empresa, construída do zero. Não era uma grande empresa, mas já era impressionante.
- Kagura. - murmurei simplesmente, de mal humor.
Apontei com o queixo a maldita mulher sentada no fundo do restaurante em que eu e meu amigo jantávamos. Não me entenda mal: é bom ser perseguido por uma mulher. No começo, massageou meu ego. Eu e ela tivemos uma boa noite. E era só. Eu a queria bem, bem longe de mim depois disso. O motivo? Simples. Ela é louca. Lógico, é gostosa para caramba. Cabelos lisos e pretos, olhos de um tom que me lembrava vermelho e dona de um corpo ótimo. Porém, uma total louca que estava planejando o nome de nossos filhos enquanto me fazia café da manhã. É claro que a expulsei de meu apartamento. E é claro que ela não desistiu de mim até hoje, embora cerca de dois meses já tivessem se passado.
- Você já tentou de tudo... - murmurou Bankotsu, de volta - Menos uma coisa.
Ergui uma sobrancelha para ele, esperando que o mesmo me contasse o que eu havia esquecido de cogitar. A verdade é: eu sou um homem muito inteligente. E sim, eu estou usando minha modéstia ao me dar esse elogio.
- Nada é melhor para espantar uma mulher do que outra mulher. - me sorriu ele.
- E nada é menos eficiente do que se livrar de um problema arranjando outro. - rebati.
Claro que eu já havia tentado me relacionar. Porém, as mulheres nunca eram interessantes, ou eram lunáticas, como Kagura.
- E se fosse uma namorada contratada? Somente para fingir ser sua namorada.
- Está me sugerindo que eu banque aquele homem de "Uma linda mulher"? - perguntei.
- Não... E esse é o filme mais gay que eu já lhe ouvi dizer que assistiu. - ele disse, meio enjoado - Conheço um lugar com umas garotas bem legais. Nada desse nível. Poderíamos lhe contratar uma namorada. Assim que Kagura sumisse, nós pediríamos à sua namorada contratada para simular um término com você, e então você fingiria continuar correndo atrás dela. Kagura vai ficar desmotivada e sumir.
- Esse é o plano mais idiota que já ouvi em toda a minha vida. - me pronunciei.
- Já usamos todos os planos inteligentes, Sesshoumaru. - disse Bankotsu.
Pude ver que ele estava cansado. Isso também o afetava. Não podíamos mais conversar direito, ou sair para boates, ou até mesmo sair numa de suas amadas "caçadas". Eu também estava cansado. E provavelmente bêbado ao aceitar um plano desses. Porém, respirei fundo e então assenti.
- Então, vamos. - disse Bankotsu, animado.
Pedimos a conta e pude ver Kagura fazer o mesmo.
- Você sabe que ela vai nos seguir, não é? - perguntei ao meu amigo enquanto nos levantávamos.
- Relaxe. Adoro brincar de corrida. - Bankotsu piscou e balançou a chave na mão.
- Deixaremos o meu carro? - perguntei, com uma sobrancelha erguida.
- Peça para que um de seus subordinados o busque. - ele deu de ombros, simplesmente.
E, realmente, era o que eu pretendia fazer desde o começo. Porém, jamais irei admitir que ele havia tido uma boa ideia. Usei meu celular para chamar um velho subordinado, que apareceu. Lhe dei a chave do meu carro e lhe ameacei a vida se não encontrasse meu bem mais precioso exatamente como havia deixado. Ele pareceu amedrontado e foi embora. Então eu entrei no carro de Bankotsu. Observei os faróis de Kagura ligarem quando Bankotsu deu a partida. Incrivelmente rápido, ele começou a fazer voltas e dar curvas sem sentido. Tentei me situar, porém, após vinte minutos, nem eu mais sabia onde estávamos.
- Onde estamos? - perguntei, afinal, não gostava de ficar sem saber de tudo.
- Nem eu sei. - ele riu - Espere um segundo, vou me situar.
Ele então parou num acostamento e puxou o telefone. Ligou para alguém e ficou parecendo o maior idiota do mundo, com um grande sorriso no rosto, esperando que a pessoa atendesse. Foram necessários mais cinco minutos para que ele conseguisse entrar em contato com a pessoa, enquanto eu olhava ao meu redor. Eu estava realmente ficando paranoico.
- Kagome, criatura linda? - perguntou ele, rindo - Me diga, eu estou na frente de uma padaria, quero saber como chego aí... Sim, garota, não precisa me arrancar os olhos por telefone... Nem me surdar. - ele parecia se divertir, e eu me perguntei quem diabos seria essa tal de Kagome - Ok, ok. Já estou indo, gatinha.
Então ele desligou. Ficou com o sorriso idiota por um momento a mais no rosto e então se tornou são novamente. Lançou-me um meio-sorriso razoável e eu ergui minhas sobrancelhas para ele.
- Kagome é uma grande amiga. - ele disse.
- E provavelmente, muito gostosa. - falei.
- Ela é como uma irmã mais nova. - ele se defendeu enquanto eu pensava "Sei" - E vamos lá, Sesshoumaru.
- Para onde? - perguntei, curioso.
- Para um lugar que eu sei que você, em breve, vai ter vontade de voltar muitas vezes.