POV Austin

A vida realmente de prega peças. Uma viagem, que ótimo. Não era esse meu plano para as minhas férias, eu queria sair sim, mas sem ter que ver a Ally todos os dias, eu queria um descanso de tudo sabe? Um tempo para eu aliviar as ideias, e não me fazer pensar mais ainda.

Sexta-Feira. Último dia de aula antes de viajar, todos nós estávamos na cantina. Dez vai viajar com os pais para Nova Iorque, e Kira que não estava mais gripada, ainda estava decidindo se ia viajar ou não. E Elliot? Não me interessa nem um pouco para onde ele vai ou deixa de ir.

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–Austin onde é a casa que vocês vão? – Kira perguntou chamando minha atenção enquanto nós dois caminhávamos para fora da escola, depois do fim das aulas.

–É no campo, na verdade meus pais é que sabem, mas disseram que é bem legal lá. – Falei enquanto ajeitava a mochila nas costas.

–Vou sentir sua falta. – ela falou fazendo bico e eu ri a abraçando, fazendo-a rir.

–Também vou, se cuida! E não suma. – falei e ela riu -Você também loirinho. – Ela bagunçou meu cabelo e foi embora, liguei para o Dez para ir embora, depois de alguns minutos ele apareceu.

–A Ally não vem? – Perguntei querendo não mostrar muito interesse, sem sucesso. Dez riu.

–Não, ela está com o Elliot. – Ele falou me analisando.

–Bom pra ela. – falei seco, e comecei a caminhar para a ponto de ônibus e o ruivo me acompanhou.

POV Ally

Viajar com o Austin, eu não esperava por isso. Não sei por que cismei com essa união dos nossos pais para nos levar de qualquer jeito. Não sei o que essa viagem fará, mas sei que estou de saco cheio de estar discutindo com ele. Última aula sozinha, já estava guardando meus livros quando senti mãos cobrindo meus olhos.

–Única tentativa para descobrir quem é. – Ri e entrei na brincadeira.

–Michael Jackson? – Perguntei gargalhando e Elliot riu, enquanto eu virava e o via.

–Seria uma bomba ele estar vivo. – Ele falou me fazendo rir – Ally eu posso falar com você?

–É que os meninos já estão indo, - Olhei para o portão da escola – Mas sem problema vamos. – Caminhamos juntos para fora da escola em direção ao parque. -E então? O que houve? – Nós nos sentamos no mesmo banco de antes.

–Ally eu queria dizer que gosto muito de você, e que nessas férias vou sentir muito sua falta.

–Eu também vou sentir a sua Elliot. – Falei e ele sorriu.

–Eu sei que nós combinamos que íamos devagar, mas eu tenho que te perguntar, tenho que te pedir,– Meu coração descompassou – Ally você quer ser minha namorada? – Minha respiração tinha falhado.

–Elliot eu... – ele me interrompeu.

–Olha você não precisa me responder agora, eu te entendo. Mas eu não podia te deixar ir sem te pedir, você pode me responder quando voltar, o que acha?

–Você é incrível sabia, eu nunca conheci nenhum garoto como você. – ele sorriu.

–Sabe é o que dizem por aí – Ele falou me fazendo rir enquanto eu dei um leve tapa em seu ombro – Ai.

– Eu prometo que te respondo quando voltar das férias, e te agradeço muito por me entender Elliot.

–Sempre, só te peço, por favor, não me esqueça. – ele falou mais sério.

–Não vou esquecer. – Falei bagunçando seu cabelo – Vamos tenho que ir para casa, arrumar as malas. – Fiz careta e ele riu

–E você e o Austin? Como estão? – Ele perguntou

–Na mesma. – Falei forçando um sorriso.

–Não sei o que houve, mas espero que vocês parem de brigar. Isso não faz bem. – Ele sorriu e acariciou meu rosto, me dando um beijo na bochecha.

–Obrigada. – Falei e nós fomos cada um para sua casa.

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–Vamos, vamos! É hoje! – Minha mãe gritou abrindo a porta do meu quarto e me assustando. -Mãe! – Reclamei fazendo-a rir.

–Nem vem. Hoje eu estou muito feliz! Finalmente vou ter meu descanso da correria daquele hospital e vou ter mais tempo com a minha família. – Sentei na cama despertando.

–Não é por nada, mas preferia que fôssemos só nós. – Falei e ela sentou em minha frente, respirou fundo e me olhou sorrindo.

–Acha que eu sou boba Ally? Acha que eu não sei o motivo de você e Austin estarem brigados? – Eu fiquei calada e ela sorriu – Meu amor eu posso até trabalhar muito, e não ser tão presente como eu queria, mas eu te conheço Ally. Sei que você o ama e que ele também te ama, e que está morto de ciúmes por causa do Elliot, - Ela riu – Filha, o amor é complicado. Ainda mais quando amamos nosso melhor amigo, porque isso também aconteceu comigo. E veja! hoje o meu melhor amigo virou o marido que eu sempre quis. – Eu ri – Cuidado Ally, o orgulho não te leva a nada, e às vezes pensamos estar fazendo o certo, mas depois nos arrependemos. – Fiquei refletindo e ela beijou minha testa – Agora levante, essas férias vão ser incríveis! – ela levantou e foi até a porta.

–Mãe? – A chamei

–Sim meu amor? – Ela virou e me olhou

–Obrigada. – Falei sorrindo e ela retribuiu o sorriso.

–Sempre conte comigo minha princesa, estarei sempre aqui. – Ela mandou um beijo e saiu.

Levantei e fui tomar um banho. Minhas malas estavam prontas e eu comecei a descer com elas, meus pais estavam terminando de tomar café, quando a campanhia tocou. Fui abrir a porta e o loiro mais lindo estava em minha frente. Alguém pode me explicar como ele pode ficar irresistível apenas de bermuda e sandálias? Ele vestia uma camisa vermelha de gola V, uma bermuda jeans preta e calçava suas famosas sandálias brancas. Seu cabelo estava úmido e bagunçado, e seu cordão deixava-o perfeito sempre.

–Ahn meus pais estão perguntando se vocês já estão prontos. – Ele falou depois de alguns segundos.

–Já sim! – meu pai gritou - Estamos saindo agora. – Austin sorriu para ele e depois me olhou, assentiu e se virou para ir embora.

–Austin? – O chamei, ele virou parado no meio do jardim e esperou que eu falasse.

–Sim? – Ele indagou me analisando.

–Bom dia. – Falei sorrindo sem jeito e vi seu sorriso torto enquanto ele me olhava.

–Bom dia. – Ele respondeu e saiu. Respirei fundo, me virei e me preparei para sair de casa.

POV Austin

Bom dia. Como é que essas duas palavras podem ter invadido minha mente me deixando não pensar em mais nada? Como ela estava bonita! Aquelas mechas loiras me desnorteavam, ou era aquele sorriso meigo?

Não tinha dado tempo tomar café, então eu preparei para viagem dois sanduíches e o meu normal café com leite. Meus pais pareciam querer pular dentro de casa de tanta animação, eu só fazia rir porque eles pareciam crianças. Cada família ia no seu carro, coloquei minha comida no banco de trás e ajudei meu pai a colocar a bagagem e o case do meu violão na mala. Ally e seus pais também estavam saindo.

–Ally você não tomou café! – Sua mãe reclamou

–Não tem problema mãe eu como quando chegar lá. – Ally falou

–Você tem noção o tempo que vamos levar para chegar lá? São duas horas de viagem! – Ela reclamou de novo. Peguei o saco com os sanduíches e o copo de café e caminhei até lá.

–Aqui, está do jeito que gosta. – Falei chamando sua atenção, ela se virou e me encarou.

–Muito obrigada, mas esse é o seu café, não posso aceitar. – Ela disse.

–Eu já tomei café, pega. – Entreguei a ela, e ela pegou sorrindo. Tia Penny assim como nossos pais assistiam tudo.

–Obrigada. – ela falou e eu sorri voltando para perto do carro.

–Sabia que é feio mentir Austin Moon? – Meu pai falou me fazendo rir

–De quê adianta eu tentar mentir para ela? Ela não acreditou. – Falei fazendo-o gargalhar e entrei no carro.

–Esses dois... – Ele falou dando partida no carro e nós começamos a ir em direção a tão esperada casa de campo.

POV Ally

Austin não sabe mentir para mim, ele não tomou café, disso eu tenho certeza. Mas decidi aceitar, já que ele quis tanto me dar sua comida e também pelo fato de meu estômago querer mais do que eu.

O percurso até a casa de campo era longo, mas o caminho era incrível. Nossos carros nunca saiam do lado um do outro, e em alguns momentos o meu olhar cruzou com o de Austin. Tinha tantas árvores! O verde naquela região era incrível, o cheiro, o sol brilhando lá no alto, tudo! Aquela calmaria que o movimentado centro de Miami não nos dava. Quase uma hora depois e eu estava ansiosa para chegar logo. Se a casa fosse tão bonita quanto o caminho que seguia até ela, eu iria gostar muito.

Finalmente chegamos, o pequeno caminho de gramas que levava até o portão, era rodeado de coqueiros e de outras árvores, a casa era simplesmente perfeita. Quando meus pais falaram em casa de campo, pense que seria algo mais rústico, algo mais simples. Estava totalmente enganada. A piscina era enorme, e a casa era toda rodeada de gramas e árvores. Era de 1° andar e tinhas as paredes brancas, com grandes janelas que transpareciam muito o interior da casa. E pelo o que me pareceu, não tinha só aquilo.

–Uau. – falei embasbacada quando todos nós descemos e admiramos aquele lugar.

–Essas férias serão incríveis! – Meu pai falou, e todos se animaram para pegar a bagagem e entrar.

POV Austin

Que lugar incrível. Nunca pensei que encontraria algo assim em Miami. Nós já tínhamos entrado e nos admirado mais ainda com o interior da casa, sofás brancos, grande TV, móveis de madeira, tudo muito bonito e em perfeita limpeza.

Constatamos que os quartos da casa eram no andar de cima, dois de casais e dois de solteiro. Parecia feita exatamente para nós. Cada um levou suas malas para seu quarto, o meu ficou em frente ao de Ally no final de um pequeno corredor, os de nossos pais foram os primeiros perto da escada, assim que abri a porta me encantei por aquele lugar.

A cama de solteiro com lençóis impecavelmente brancos, e os móveis de madeira davam uma aparência muito luxuosa. O quarto parecia ter o tamanho certo, não era pequeno ou grande demais. Tinha a cama, uma poltrona branca com uma mesa de centro e uma cômoda, poucos móveis e um espaço livre maior. Eu curti muito. Larguei as malas e me joguei na cama aproveitando a sensação de paz que aquele lugar me trazia. De repente minha mãe entra no quarto.

–Você não vai comer Austin? – Ela perguntou, seu rosto transmitia sua animação em estar ali.

–Vou. – Me levantei e sai do quarto.

A porta da frente estava aberta então pude ver a morena prender o cabelo com um charme irresistível. Até as pequenas coisas que ele faz me atrai. Isso tá acabando comigo. Desci e fui para a cozinha, que não preciso comentar o quanto era bonita e aconchegante também. A geladeira e o armário estavam abastecidos, agradeci mentalmente por isso. Me deu vontade de comer panquecas, mas como não sei fazer chamei minha mãe que estava na sala junto com meu pai.

–Mãe! – ela veio – Você pode fazer panquecas para mim? – Perguntei e ela sorriu

–Meu amor seu pai acabou de me chamar para descobrir o lugar, come outra coisa pode ser? Prometo que faço panquecas quando voltar. – Ela falou bagunçando meu cabelo

–Tá bem. – Falei e ela sorriu voltando para a sala. Me virei para geladeira e escutei uma voz atrás de mim.

–Eu faço. – Ally me olhava com expectativa. Demorei alguns segundos para entender.

–Ah não, não precisa. – Falei olhando para a geladeira pensando no que ia fazer.

–Eu faço. Você não tomou café e eu sei fazer panquecas, então eu faço, senta. – Ela mandou tomando a frente da geladeira me deixando admirar seu jeito doce.

–Ok. – falei a obedecendo e olhando-a preparar meu café. Era estranho ter alguns momentos de calma com ela de novo, e não ficar o tempo todo emburrado como nós ficamos essas últimas semanas. Fez eu me sentir, em casa.