O quase Armagedom escrita por Lya De Volkan


Capítulo 4
Conversa franca.




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POV Castiel

Papai estava serio, muito serio mesmo, nem quando ele nos dava uma bronca ele ficava tão serio. Ele encarava meus irmãos mais velhos, Miguel, por ser um filho obediente, tremia. Lúcifer, por ser um filho rebelde, empinou o nariz. O poder de Deus ia muito mais além do que o poder de um criador, era o poder de um pai que criou 5 filhos sozinho, com amor e carinho.

–Eu quero todos sentados, a conversa vai ser longa. –Papai ordenou e eu não entendi, e tinha certeza que nem Rafael e muito menos Gabriel entenderam.

–Como assim todos papai? –Gabriel perguntou e papai se virou para nós.

–A conversa não será apenas com Miguel e Lúcifer, todos vocês então juntos nisso. Eu estaria sendo injusto em julgar seus irmãos e não julgar vocês também. –Ele não estava para brincadeira, eu tremi dos pés a cabeça só de pensar no que ele sabia que eu tinha feito esse tempo todo.

–Mas pai...-Rafael tentou argumentar mas de nada adiantou, as vezes, tentar conseguir tempo para se safar de uma bronca só irritava ainda mais no nosso pai.

–Eu já disse que quero todos sentados! –Papai deu apenas um olhar, e em segundos todos nós estavamos sentados, até mesmo Lúcifer, o poder dele não chegava nem perto do poder de nosso pai. –Ótimo...bom por onde eu começo? Já sei, primeiro com os dois encrenqueiros que insistem em brigar. O que foi que eu já disse sobre brigas entre vocês? –Ele perguntou, o silencio foi tão mortal que dava para ouvir a respiração de todos ali.

Ele esperou, e como a resposta não veio, insistiu.

–Hein? O que foi que eu já disse para vocês sobre brigas entre irmãos?

Eu, Rafael e Gabriel nos olhamos, nenhum queria falar, mas se não falássemos tudo iria piora.

–Que...é errado. –Eu fui o primeiro.

–E? –Papai perguntou.

–Que é pecado. –Gabriel respondeu.

–E? –Papai continuou.

–E que é vergonhoso. –Rafael respondeu.

–Isso mesmo! Sabe o significado da palavra vergonha Miguel? –Ele se aproximou do meu irmão mais velho, que por mais que pouco, eu vi ele se encolher na cadeira.

–Eu compreendo pai...-Miguel abaixou a cabeça.

–Olhe para mim! –Papai ordenou e meu irmão mais velho e olhou. –Então compreende o que seu nascimento destinou a você? Você é o filho mais velho, minha primeira criança, você deveria servir de bom exemplo para seus irmãos mais novos! Mas não...o que você faz? Passa séculos em uma briga infantil com seu irmão e ainda por cima tenta desencadear o Armagedom com isso. Isso me entristece filho...isso me envergonha. Ver meu filhos brigando entre si, não tem vergonha maior para um pai.

–Perdoe-me, por favor papai perdoe-me. Eu não queria entristecer o senhor, muito menos te envergonhar. –Meu irmão abaixou a cabeça novamente, Lúcifer começou a sorrir alto, debochando mesmo do nosso pai.

–Isso é idiotice. –Ele falou então papai o olhou. –Você é realmente um idiota Miguel, meu pobre irmão, até a pouco tempo estava destinado a lutar e acabar com esse mundo, e agora está ai, de cabeça baixa. Que piada...

–Cale-se Lúcifer. –Nosso pai falou se aproximando do filho rebelde. –Não vai insultar seu irmão na minha frente, tudo que você quer é leva-lo para a rebeldia com você, mas não vai...Eu devo muito aos Winchester, pois se não fosse eles da primeira vez, vocês dois teriam feito a maior idiotice da vida de vocês, iriam se matar e acabar com o mundo que EU criei.

–Obrigado pela parte que me toca. –Dean respondeu e por um minuto todos olharam para ele.

–Deve é? –Lúcifer perguntou e começando a falar com Dean. –Ele vai usar vocês dois e depois joga-los fora. Foi assim com Adão! Foi assim com Moises! Foi assim com Dedé Santana!

Quem? Quem ser esse?

–Foi assim com Jacó! –E Lúcifer continuou.

–BASTA! –A capela começou a tremer com o grito de papai. –Engula! Engula esse seu veneno, engula essa tua arrogância!

–Se não oque? Vai me dar uma bronca? Me mandar pro quarto de castigo? –Lúcifer era horrível quando se tratava e enfrentar alguém, ele nunca desiste, ele sempre ia até o limite da pessoa.

–Luci...-Papai começou mas já foi cortado pelo meu irmão.

–Eu odeio esse apelido.

–Você é meu filho...mesmo tendo se rebelado contra mim e ter saído do céu, você ainda é meu filho, minha criança. Eu ensino as pessoas a perdoarem, por isso eu te perdoou. Porém...Deus é amor, mas é fogo consumidor. Mesmo recebido o perdão, ninguém fica isento da consequência de seus atos.

–Olha...esse cara fala muito bem. –Dean falou.

–Fica quieto. –Falei para ele se calar.

–Todos os meus filhos erraram...fizeram coisa errada e improprias aos meus olhos, por isso que nenhum vai ficar sem receber o castigo devido. –Tremi dos pés a cabeça.

Ele pegou uma cadeira e colocou no meio de todos nós, eu não queria, mas já imaginava o que iria acontecer. Papai se sentou.

–Por quem vou começar?...-Ele perguntou a si mesmo.

–Pai não...-Rafael falou, também já sabendo o que iria acontecer.

–Sim Rafael, e não adianta tentar me convencer do contrario! –Papai falou se ajeitando na cadeira, meu corpo não parava de tremer.

–Papai o senhor não pode está falando serio! –Gabriel falou e no mesmo momento nosso pai se levantou da cadeira.

–Mais serio impossível! Acham que eu não sei tudo que vocês fizeram? Acham mesmo? –Sabíamos que era uma pergunta retorica. –Rafael, tentou se tornar senhor do céu e assim desencadear o Apocalipse, ameaçou e matou outros dos seus e ainda bateu no seu irmão caçula. –Papai apontou pra mim, realmente, ele sabia de toda verdade.

–Gabriel, saiu do céu sem a minha permissão e veio brincar na terra, além de atrasar o trabalho de Sam e Dean você ainda se envolveu com mulheres humanas. –Ele olhava para o meu irmão que agora ficava calado, então ele se virou pra mim. –E Castiel...fez um pacto com um dos subordinados de Lúcifer, se auto denominou Deus, matou seu irmão, perdeu sua graça...sua lista é longa filho. –Abaixei minha cabeça, eu não conseguia encara-lo.

–É, só por que é o caçula acha que pode fazer tudo... –Lúcifer comentou.

–Fica quieto que sua hora vai chegar. –Papai respondeu fazendo-o se calar. –Estão vendo? Nenhum de vocês é perfeito...e eu não quero que sejam. Só pode haver um ser perfeito nesse mundo, eu. Nem meus filhos, nem ninguém mais pode ser. Antes de tudo, eu sou pai e é como pai, que eu vou punir cada um de vocês.

Ele começou a desabotoar o cinto da calça e o tirou, colocando no chão do lado da sua cadeira. Papai se sentou na cadeira e deu leves tapinhas no colo.

–Pai para com isso, o senhor esta nos tratando como crianças! –Miguel abriu a boca e nosso pai respirou fundo.

Eu estava apavorado, ele iria fazer aquilo e não podíamos fazer nada a respeito!

–Miguel...vocês são crianças. Crianças mimadas. Príncipes mimados. É por isso que eu vou fazer isso, e você vai ser o primeiro. –Se meu irmão pudesse desaparecer ele desapareceria e não voltaria nunca mais, mas como estava preso pelo poder de nosso pai, ele mal conseguia se mover. Papai bateu novamente em seu colo, esperando Miguel se levantar, não teria coisa mais humilhante do que andar para sua própria punição ainda mais na frente de seus irmãos.

–Papai não...por favor não. Não na frente deles...-Meu irmão mais velho implorou, mas nosso pai não voltaria atrás.

–Miguel, ou você vem ou eu vou te buscar, e te garanto, se eu for te buscar vai ser pior filho...

Não tinha escapatória.


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