A Ilha da Sereia escrita por Jupiter


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha terceira oneshot...há tempos quero fazer algo sobre sereias, mas ficava parecendo Barbie Mermaidia, mas não se preocupe, tá mais sombrio rs.Espero que gostem, perdoem qualquer erro.Boa leitura!



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As ondas batiam violentamente nas rochas e corais que cercavam nas areias finas e brancas daquela paradisíaca ilha à qual os marinheiros da Señora, uma leve e ágil nau rumavam . Uma tempestade havia se formado nas últimas horas, e o vento castigava a rosto comum aos espanhóis do jovem Julián, um adolescente buscando riquezas e uma vida melhor para sua família, e sua namorada secreta, Carmelita. Só de pensar nos cabelos loiros cacheados, a pele salpicada de sardas e os lábios vermelhos, Julián se distraiu do movimento furioso do mar, e um jato de água salgada e fria jorrou sobre ele.

Desperto, correu para ajudar os colegas a ajeitar o barco. Horas de exaustão se abatiam na tripulação, e uma terrível onda, de mais de 6 metros, varreu o barco. A sensação de sufocamento que Julián sentia era tão cruel e devastadora, e tudo o que ele podia fazer era esperar que aquilo acabasse. Era tão ruim ser jogado para lá e para cá como a uma folha ao vento.

Por fim acabou. Não do jeito que ele imaginava: ele apenas perdera a consciência, mas Julián era arrastado perigosamente em direção às pedras, sempre no último momento conseguindo escapar.

Depois de quase morrer, Julián tinha ido parar na ilha tão cobiçada, que tinha a promessa de riquezas. A areia sujava suas roupas. Ele tossiu, vomitou e sentiu uma enorme fraqueza. Quando viu os coqueiros dourados e as flores brilhates como diamantes, se localizou. Era Esmeralda del Oeste.

O jovem marinheiro se arrastou para a sombra de um coqueiro. Lá se sentiu revigorado. Quando descansou o suficiente, ele se levantou e, em passos cambaleantes, adentrou a preciosa floresta.

“Água,” murmurou, “água.”

Como que se a ilha tivesse lido seus pensamentos, logo avistou uma lagoa cristalina, com fundo de pedras...preciosas. Rubis, esmeraldas, safiras, topázios. Extasiado, correu até ela e deu longos goles. Parecia o néctar dos deuses, levemente adocicado e delicioso. Ele tirou a camisa rasgada e mergulhou. A água parecia massageá-lo, e pequenos peixes com olhos também feitos de jóias fizeram cócegas nos seus pés

Subitamente, uma movimentação na água chamou-lhe a atenção. Uma figura esbelta e curvilínea surgiu das profundezas, com charme e balançado sedutores.

Cabelos negros e uma pele delicadamente bronzeada deixavam a figura ainda mais atraente. Ela tinha um olhar voraz e provocativo, e suas íris mudavam de cor conforme ela se movimentava. Mas o mais interessante e peculiar era a cauda esverdeada e sinuosa, coberta por escamas que remetiam à esmeraldas. Ela estava nua, os seios cobertos por casuais mechas negras.

Maravilhado, momentaneamente esqueceu-se das desventuras pelas quais havia passado.

A mulher-peixe, com uma voz um pouco baixa, disse, de um jeito sexy e com leve sotaque:

“Bem-vindo à minha ilha, marujo.” Os olhos da sereia faíscaram. Ela nadou suavemente, rebolando um pouco. Se aproximou de Julián e tocou o rosto recém lavado do jovem. Carmelita era uma bela moça, sim, mas não se comparava àquela figura misteriosa.

“O-olá.” Julián falou, trêmulo. Ela era tão bela... “Quem é você?”

“Meu nome há muito se perdeu no tempo. Me chame do que quiser.”

“Posso chamá-la de...Esmeralda?”

“Do que quiser, meu rei.” Hipnotizado pela sereia, fitava. A moça mergulhou e voltou com uma tiara de ouro adornada com diamantes, e pôs na cabeça de Julián, entre os cabelos loiros bagunçados.

A sereia ia e voltava trazendo frutas maravilhosas e afrodisíacas, tratos para o garoto e até uma capa de folhas.

Ela se sentou ao lado dele, e inclinou o rosto ferozmente bonito. Eles se beijaram, e então o feitiço estava selado, e feito. Num ritmo apaixonado aos olhos de Julián. Ele nunca esqueceria aquele dia, o dia em que estava sujeito ao feitiço da sereia. Apesar disso, tiveram momentos de prazer no paraíso de Pedra del Oeste. Era uma experiência que poucos tinha a oportunidade de ter, e a raridade da coisa era o que a tornava especial para ele.

Os dias se passavam e Julián lembrava-se cada vez menos de Carmelita e o resto do mundo e dava cada vez mais valor à companhia da sedutora Esmeralda. Ela mimava Julián lhe dava tudo o que , poderia oferecer: jóias, frutas, diversão. Ele ficou na Ilha por semanas. Até que o feitiço agiu. Naquela noite de lua cheia, casualmente sentada numa enorme safira, Esmeralda penteava os longos cabelos. Ele nadou, como no primeiro dia, extasiado, até a sua musa. Sentando-se ao lado dela, se inclinou para beijá-la, mas ela desviou pela primeira vez o rosto.

Esmeralda ergueu a face de seu consorte, e dando um sorriso cruel e exibindo novos dentes afiados e branquíssimos, mordeu o pescoço dele.

“Seu idiota” ela sibilou, “são todos iguais, deixam tudo por alguns momentos de diversão e luxo. Merecem a morte.”

E mordia-o, perfurando a carne macia curada pela águas místicas da Ilha. Ela o devorou, apenas nesse momento que ela sentia prazer. Pegou o crânio do destroçado Julián e fincou-o na safira, que havia se formado a partir dos crânios dos iludidos homens que se apaixonavam por Esmeralda.

E esse era o fim de todos que iam parar na Ilha, que mais tarde deixou de ser chamada de Pedra del Oeste para ganhar um nomes mais apropriado: Ilha da Sereia.

Não importa o quanto mascarassem, contassem as belezas que lá haviam: encontrá-la significava perdição.

E nada mais.


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Notas finais do capítulo

Bom...é isso! Gostou? Deixe um review! Espero que esteja legal, e agradeço a leitura.Kissus