5 maneiras de aprender escrita por Makino07


Capítulo 1
Maneira #1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Depois do fim de Salvadora eu dei um tempinho, mas não demorou né?! Agora voltei com essa mini fic(?? rs) com 5 pequenos episódios, mostrando um pouco dessa época em que nossa amada extraterrestre conhece a Terra e seus encantos rsrs.Cada cap vai ter uma música, e quem já leu Salvadora sabe que nem sempre eu coloco as músicas na ordem, ou todos os pedaços dela. A música de hoje é Under the bridge - Red Hot Chili Peppers (indico ouvir a música enquanto lê o cap, se der, até porque o capítulo é pequenino)Abraços e boa leitura!!!



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"Às vezes sinto que não tenho um parceiro
Às vezes sinto que meu único amigo é a cidade onde eu moro
A cidade dos anjos
Tão solitária quanto eu, juntos nós choramos"

– ... E então, enquanto fugia dos Gordanianos, acabei caindo aqui neste planeta... como vocês chamam?

– Terra! Planeta Terra.

Após a luta contra os gordanianos, Robin conversava com a alienígena numa sala da recém projetada Torre Titã. Os outros Titãs passeavam pela construção que o Senhor Stone, pai do homem ciborgue, havia ajudado a construir em alguns meses. Robin ficara encarregado de ensinar os costumes do planeta Terra à moça que estranhava tudo à sua volta.

– Você... está falando um inglês muito fluente para uma alienígena... Essa história de contato labial... é realmente muito engraçada... - Robin sorria meio sem graça, olhando para a moça confusa a sua frente.

– Engraçada por quê? - ela perguntou séria - Como vocês aprendem outras linguagens por aqui??? - Perguntou como se fosse óbvio a transmissão de linguagem pelo beijo.

Robin gargalhou.

– Nós estudamos...

– Estudam?

– Sim, aprendemos o significado de cada palavra em outra língua, dia após dia, depois de muito estudo. Aprendemos a gramática... e diferentes interpretações de coisas que possuem sentidos totalmente diferentes dependendo do lugar... - Ele terminava de falar vendo que a moça ruiva e esbelta estava ainda mais confusa olhando para ele. - Por exemplo... O contato labial aqui na Terra tem um significado diferente do que tem em Tamaran... o seu planeta.

– E o que mais poderia significar? - ela disse cruzando os braços cheia de convicção, o que fez Robin sorrir.

– Aqui o beijo é uma demonstração de afeto entre duas pessoas que se amam... ou em alguns casos... que sentem atração pela outra... pessoa... beijada... - Robin dizia pausadamente observando a expressão de susto no rosto da alien que fazia caretas conforme ele dizia as últimas palavras.

– Oh... - ela procurava palavras - nesse caso, me desculpe, eu não queria... quer dizer... você é um cara legal... mas...

– Está tudo bem... Kory...

Ouvi-lo dizer seu nome, provocou algo dentro de Estelar, ela não sabia o que era, tampouco havia sentido aquilo, mas para ela, os terráqueos eram criaturas realmente simpáticas e acolhedoras.

"Eu dirijo em suas ruas pois ela é minha companhia
Eu ando pelas suas colinas pois ela sabe quem eu sou
Ela vê meus feitos bons e ela me beija com o vento"

– O meu nome é Richard... Richard Grayson - ele estendeu a mão, esperando que ela a apertasse, mas em resposta Estelar apenas olhou a grande mão do rapaz com uma das sobrancelhas levantadas. Ele sorriu com a falta de conhecimento terráqueo por parte da moça e com muito cuidado (e medo da reação dela), com a mão livre, ele pegou a mão da moça e colocou sobre a sua estendida. Fez tudo isso de forma lenta e mantendo contato visual com a moça o tempo inteiro - E assim... nós nos cumprimentamos... e você aperta a minha mão - a moça apertou a mão dele com força - Ai!! Não tão forte assim - ele sorriu e ela corou. - Está tudo bem... o que acha de conhecermos a cidade?

– Você vai me levar? - ela disse um tanto receosa.

– Se você quiser...

– Seria... glorioso... - pronunciou sem tirar os olhos do rapaz.

"Eu não quero me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo me leve embora
Bem, eu não quero nunca me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo me leve embora"

Richard pegou a mão da moça calmamente e sem pensar muito saiu correndo em direção a janela aberta. Estelar ria se divertindo como nunca antes nesses últimos meses aterrorizantes de sua vida. Estava tão feliz correndo e segurando a mão daquele rapaz estranho, que levantou voo antes mesmo de passar pela janela aberta e carregar Dick no ar, voando sobre o enorme oceano de San Francisco.

O dia não estava muito bonito, e aos poucos, algumas nuvens iam ficando carregadas e escuras, fazendo com que Robin se apressasse em mostrar cada canto da cidade. Estelar ficava maravilhada com aquele lugar, as grandes construções, os carros, bondes coloridos, pracinhas com crianças brincando e senhores de idade entretidos em jogos de dama ou xadrez. Toda aquela visão de felicidade trazia um alívio instantâneo à alienígena. Nem parecia que há horas atrás, ela vivia um terrível pesadelo, uma vida de serventia e escravidão... Não queria voltar a se sentir dessa maneira nunca mais, não queria mais sofrer, seu corpo e sua alma pediam paz e tranquilidade. Era tudo tão injusto, ela era uma ótima guerreira e combatente, mas possuia um coração tão puro quanto o de uma criança, era tão injusto que tivesse que sofrer tanto. Mas ali do lado daquele rapaz ela sentia que tudo estava para mudar... ela só não sabia porquê.

"É difícil acreditar Que não há ninguém lá fora
É difícil acreditar Que estou totalmente só
Pelo menos tenho seu amor, A cidade me ama"

– Hey, tem um lugar que você vai adorar... A ponte! - Dick dizia animado mais uma vez segurando as mãos da moça, que se intimidava cada vez que ele expunha sem nenhum pudor seu grande e convidativo sorriso.

Seguiram para a formosa ponte de San Francisco, foram bem para o meio dela sem se importarem muito com o barulho dos carros que eram poucos conforme a noite chegava. Robin parou ali debruçando-se sobre as ferragens vermelhas e cuidadosamente, Kory fez o mesmo.

Observaram por alguns minutos a água do oceano sob eles. Para todo lugar que olhavam viam apenas aquelas águas refletindo as grandes nuvens no céu acizentado.

– O que achou da cidade? - Robin fez um corte no silêncio.

– É incrível, magnifica - os olhos dela brilhavam e varriam toda aquela vista, conforme ela pronunciava as palavras.

Dick sabia que a cidade era realmente fabulosa, mas também tinha o conhecimento de que existiam muitos outros lugares estonteantes e de tirar o fôlego, países com vistas inacreditáveis e e cidades que pareciam ter saído de contos... ele sorriu com a idéia de um dia poder mostrar todos esses lugares a ela.

"Eu não quero me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo me leve embora
Eu não quero me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo me leve embora"

– Richard... Não quero mais sofrer de novo, não quero ser pressionada, agir contra minha vontade... não quero mais voltar pra casa... - sussurrou num tom choroso ainda olhando para o reflexo dos dois na água.

– Mas você está em casa agora... - ele pegou na mão da moça a seu lado, olhando para seu rosto de uma beleza imensurável, os longos cabelos ruivos esvoaçando com o sopro do vento de fim de tarde. Ela o olhou de volta apreciando seu sorriso tímido e ali naquele sorriso masculino ela realmente se sentiu em casa.

"Me ame, eu disse, sim, sim"

O contato visual foi quebrado quando umas tímidas gotas de chuva cairam sobre seus rostos e mais uma vez Robin viu aqueles grandes olhos verdes se arregalarem surpresos.

– O que é isso? - perguntou maravilhada, tirando suas mãos debaixo das de Dick e pôs-se a tentar pegar cada gota que caía.

"Debaixo da ponte, centro da cidade
É onde eu derramei um pouco de sangue"

– É só a chuva - Dick observou o céu e tirou sua capa de titânio colocando-a sobre a cabeça da moça ruiva.

"Debaixo da ponte, centro da cidade
Eu não poderia ter o bastante"

– Está tudo bem... - ela o encarou, tirando a capa e o entrgando lentamente - eu quero sentir... - finalizou enquanto fechava os olhos com a cabeça voltada para o céu.

"Debaixo da ponte, centro da cidade
Esqueci do meu amor"

A chuva apertava arrancando sorrisos da moça ainda de olhos fechados. Richard olhava para o rosto alvo da alien e via as gotas de chuva escorrendo sobre ele. Mesmo que ela estivesse sorrindo, ele percebeu que algumas gotas naquele rosto, eram lágrimas que se misturavam com a chuva. Ele imaginou que ela estivesse tentando lavar a si mesma, lavar seus pensamentos, e o fato de estar chorarando fazia Richard pensar que ela queria que tudo de ruim que tivesse vivido fosse embora naquela chuva. Nesse momento sentiu uma imensa vontade de abraçá-la, fazê-la sentir que tudo estava bem, mas muita coisa ainda era nova para ela, e sinceramente, tudo aquilo que ele estava sentindo naquele momento era novo para ele também.

"Debaixo da ponte, centro da cidade
Eu entreguei minha vida"

– É só... a chuva - ele sussurrou para si mesmo.

"Mas eu vou ficar..."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! em breve, mais uma maneira de aprender!