Após o jantar, as duas ficaram sentadas à beira da piscina, bebendo e conversando. Estavam se divertindo como nunca antes haviam feito. Se conheciam a mais de três anos, mas no começo, a ruiva era namorada de Marina, por isso não tinham momentos assim. Com o termino do namoro delas, Flávia não tentou nada com a ruiva, sempre escondeu seus sentimentos, até namorou outras pessoas, mas ninguém conseguiu despertar dentro dela o que a mulher em sua frente despertava. Agora, ali, a olhando toda sorridente e feliz a sua frente, não via motivos para não tentar algo. Porém, o medo da rejeição ainda era mais alto. Afinal, Vanessa nunca escondeu que ama e sempre amou Marina. Com esse pensamento, Flávia voltou a olha-la. Vanessa ainda ria da última piada. A morena não conseguiu esconder o sorriso ao vê-la assim, tão feliz, tão leve, tão linda... Freou o pensamento e deixou a taça de vinho no chão.

— Van... Já está tarde. Acho que vou indo.

— Ah não, fica mais um pouco. – usou uma voz manhosa – Vou pegar outra garrafa pra gente. Tá tão bom aqui. – sorriu.

— Vanessa, já está tarde, tá ficando frio. Daqui a pouco vai ficar difícil arrumar um táxi por aqui.

— Não seja por isso... Dorme aqui. E quanto ao frio, vamos lá pro estúdio, deve estar quentinho.

— Não sei não, Van.

— Tá decidido. Você dorme comigo hoje. – se levantou, esticando a mão para a amiga – Vem. Vamos lá pra dentro.

Flávia pareceu pensar um pouco, mas por fim, acabou aceitando e entrou de mãos dadas com Vanessa. Era impressionante como apenas aquele simples toque causava tantas sensações nela. Já no estúdio há algum tempo, elas ainda se divertiam e aproveitavam daquele momento delas. A morena tinha acabado de contar sobre um incidente que aconteceu com ela, e Vanessa ria feito criança, fazendo com que a outra desse um daqueles sorrisos maravilhosos. A ruiva parou de rir, a olhando fixamente por alguns segundos, até um novo sorriso brotar em seus lábios. O que fez Flávia ficar sem jeito.

— O que foi?

— Me lembrei do que você disse na primeira noite que dormiu aqui. – sorriu mais abertamente, e acabou por morder o próprio lábio inferior, deixando a morena mais sem graça ainda.

— Nossa... Já tem um tempinho. Nem me lembro... Tem mais vinho lá dentro? Esse tá acabando. – tentou disfarçar e mudar de assunto.

— Ah, mas eu me lembro muito bem, Flavinha. – se aproximou – Pouco antes da Marina quebrar a garrafa de champanhe e a gente descer pra ver o que era, eu te perguntei o porquê de nunca ter dormido aqui antes... – fez uma pausa – Lembrou?

— Ah é, lembrei. Foi isso mesmo. – tentou em vão dar aquele assunto por encerrado, mas Vanessa insistiu.

— Lembra o que me respondeu?

— Aonde cê tá querendo chegar? – estava ficando nervosa. Claro que lembrava o que havia dito, mas “Porque Vanessa insistia naquele assunto agora?”, pensou.

— Só quero saber se você lembra. – dizia sem tirar o sorriso do rosto.

— Lembro. – se deu por vencida.

— O que quis dizer com aquilo?

— Nada demais.

— Nada demais? Você disse que nunca dormiu aqui antes porque era fiel... Isso quer dizer alguma coisa.

— Tem razão. – a olhou nos olhos.

— E o que é?

— Isso.

Flavinha aproveitou a proximidade da outra, e a puxou um pouco mais, a beijando sem cerimônia. Vanessa estava provocando, mas não esperava aquela atitude da morena, foi pega de surpresa, por isso demorou a corresponder ao beijo. Demora essa que fez com que Flávia achasse que teria se precipitado demais. Fez menção de se afastar, e então sentiu as mãos de Vanessa em sua nuca, e a mesma retribuindo àquele beijo de forma intensa. O beijo se estendeu por longos minutos. Quando se deram conta, Vanessa já estava deitada entre as almofadas, e tinha o corpo de Flavinha sobre o seu. As mãos de ambas explorando os corpos. O beijo que havia começado de maneira tímida, cheio de receios, agora estava mais ousado e vinha acompanhado de muitas caricias. A morena sorriu entre o beijo ao sentir a outra passando as mãos por suas costas, já por dentro da blusa. E se arrepiou ao senti-la arranhando levemente sua pele. Flavinha tomou esses gestos como um sinal de que poderia avançar, então levou a mão direita para a perna da ruiva e foi deslizando pela coxa da mesma, até chegar próxima à barra do vestido que ela usava. Foi quando a ruiva parou o beijo e chamou por seu nome, colocando as mãos no ombro da morena, a afastando levemente, então Flavinha parou e a olhou, ambas estavam ofegantes.

— Desculpa... E-eu... – Flavinha começou a falar.

— Vamos pro meu quarto! – a ruiva sorriu maliciosa, fazendo a outra sorrir também e morder o lábio inferior. A noite seria longa...