Scream For Me escrita por Camila


Capítulo 24
Quando máscaras caem


Notas iniciais do capítulo

HOLA! :)
Então galera, aqui estou com mais um capítulo de SFM escrito com todo o carinho especialmente para vocês!
Sessão dos agradecimentos mode on:
Um muito obrigada a toda a galera que lê, deixa review, favorita e faz de me mim uma pessoa mais feliz! Thanks Rosie lindona, ao meu amor DLeindecker, a Nat do meu core, a Manuuu.... Obrigada gente. Estão cansados de saber do quanto eu gosto da opinião de vocês e cara, eu me divirto muito lendo seus comentários! Amo vocês gostosos da Solli! HAHAHA VLWWWW tbm a Káh Chan e a Danica Valdez por favoritarem :)) esqueci de alguém?
Sessão de agradecimentos mode off
Esse capítulo ficou giganteee, tipo muito grande, portanto achei melhor dividi-lo em dois ok?
Ótima leitura! Enjoy ;)



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Quando o mundo resolver ir a merda e as pessoas começaram a comer umas as outras - no sentido literal da frase - o lugar mais seguro que eu poderia imaginar era a antiga chácara da minha família, quase na saída de Waynesboro, a cidade onde eu morava. Lá era realmente tranquilo e afastado da cidade e também da rodovia, o que, apesar de antes do apocalipse isso ser bastante incômodo, depois do que aconteceu, foi uma espécie de alívio para todos nós. Lembro-me de que quando chegamos à chácara, eram apenas Bruce e seu pai, o Sr. Muller, a sua vizinha, a Sra. Jenkins, meu pai, Clark, e eu. Cinco pessoas sem qualquer tipo de experiência ou contato totalmente direto com os zumbis que estavam lá fora atacando a todos. Não tínhamos informações o suficiente além do que passava na tv e no rádio. A internet era impossível de ser acessada da chácara, porque não havia sinal ali, muito menos telefônico. Aos poucos tudo foi parando de funcionar, inclusive a energia elétrica. O mundo acabou em questões de dias e com ele, as pessoas. Pelo menos era o que pensávamos.

A vida na chácara não era de toda ruim, ignorando o que acontecia ao nosso redor. Meu pai sempre fez questão de manter uma horta nos fundos com verduras para quando viesse pra ali, tivesse sempre o que comer. Sem contar o enorme pomar repleto de frutas que era de encher os olhos. A Sra. Jenkins era uma ótima dona de casa, era ela quem cozinhava e cuidava para que não morrêssemos de fome, sempre racionando a comida para que durasse por um bom tempo. Eu sempre a ajudava. Meu pai, Bruce, o Sr. Muller e eu mantínhamos a chácara funcionando. Os dois cavalos alimentados, os porcos bem gordinhos, e a cerca sempre em pé, pronta para nos proteger se fosse necessário. Tudo corria bem, na medida do possível, e estávamos, de certa forma, tranquilos e gratos por termos aquele lugar onde nos refugiar.

Minha relação com Bruce seguia normal, meio morna como sempre, mas ultimamente ele andava mais preocupado comigo e em me proteger. Eu não achava isso ruim, de forma alguma, era bom ele se lembrando de que eu existia. Não me levem a mal, eu não tinha muito do que reclamar em namorar Bruce Muller, o sonho de qualquer mulher de Waynesboro, mas quando se tratava de saber como tratar uma dama, Bruce pecava, e como. Para todo o charme e autoconfiança, havia a desatenção e o descuido. Ele quase nunca se lembrava de uma data ou de uma surpresa qualquer no meio do dia. Era frustrante e cansativo. O x da questão era que eu amava Bruce, só não estava mais apaixonada por ele. Mas era totalmente inviável eu tentar me afastar agora, não queria e nem precisava. Estava bom como estava. A familiaridade no fim do mundo era a única coisa que me mantinha sã. Estar cercada por pessoas que eu conhecia e amava.

Como era de se esperar, tudo isso não durou muito. Bem, eu não estava esperando quando as pessoas apareceram, as vivas eu quero dizer, não as podres que se arrastam. Em pensar que eu acreditava que os walkers eram a nossa maior ameaça. Estúpida. Aquilo sim foi um choque. E nunca, nunca, vou me esquecer do que aconteceu naquela noite.

Saio dos meus devaneios quando escuto a risada alta de Noah que está conversando animadamente com Logan e John. Balanço a cabeça. O que o sexo não faz com as pessoas... Até alegrando crianças o John está fazendo agora.

Levanto-me e vou falar com Lea e Russell, que estão sentados discutindo e apontando para um mapa. Havíamos decidido tentar o QCI e ver se podemos encontrar algo de útil por lá. Ainda acho meio insano esse plano de ir até Richmond, que está longe de ser uma cidade pequena, afinal é a capital da Virginia pelo amor de Deus. Quanto mais habitantes, mais mortes, mais walkers. Pelo menos, pelo que eu saiba, as coisas são assim. A única coisa que nos faltava era nos aventurar na cidade grande e dar de cara com uma horda de walkers gigantesca. Que eu esteja errada, que eu esteja errada, que eu esteja errada!

Aproximo-me de Russell e Lea e os vejo conversarem amigavelmente, fazendo planos A, B e C. Isso parece ser uma boa coisa a se pensar.

– Oi gente. – digo, sentando-me do par de bancos a frente deles e me levantando, virando para trás para olhá-los.

– Ah, oi America! – Lea me cumprimenta, enquanto Russell apenas olha pra mim e me dá um sorriso sem mostrar os dentes.

– E então? Está tudo certo para o QCI? – pergunto.

– Sim. Já passei tudo para o Phillip. O caminho, as rodovias a se seguir, os desvios... Está tudo no esquema por enquanto. São mais ou menos uns 200, 250 km até lá. – Russell explicou.

– Devemos chegar em cerca de duas horas, eu acho. – Lea completa.

Assinto com a cabeça e fico em silêncio por um segundo.

– O que vocês acham que vamos encontrar lá, em Richmond? – pergunto porque essa dúvida está me consumindo por inteira. Nunca fui do tipo medrosa e cagona, mas juro que agora o receio de tudo ir pelos ares, é bem grande. Que eu esteja errada, que eu esteja errada, que eu esteja errada!

– Sinceramente, não faço ideia. Estou procurando não pensar muito nas piores possibilidades sabe? – Lea diz e dá de ombros. Posso ver o medo ansioso em seus olhos castanhos.

Russell cossa a sua cabeça careca e isso me faz olhar pra ele.

– Acontece que precisamos pensar em tudo, em todas as opções. Nas glórias e nas derrotas também. – ele suspira alto. – Só quero que dê tudo certo. Estou cansado dessa porra de apocalipse.

– Quem não está parceiro? – digo. Dou dois tapinhas amigo em seu ombro direito e me levanto do banco, indo até os fundos do ônibus.

Atravesso o corredor e vou para onde estão os engradados com as garrafinhas de água. Ainda me pergunto onde diabos eles conseguiram achar isso. Pego uma, abro-a e levo a garrafinha aos lábios, matando minha sede. O dia está realmente quente hoje, típico verão insuportável. Fico em alerta quando alguém conversando baixinho por perto. Olho ao redor e percebo que a voz vem do banheiro. A voz masculina continua falando, em seguida ouço uma mulher respondendo. Olho para o pessoal no ônibus e percebo que os únicos que estão faltando são Craig e Jackie. Pisco os olhos, surpresa. O que eles tanto conversam ali dentro que, aparentemente, ninguém pode ouvir também?

Chego mais perto do banheiro tomando o máximo de cuidado para não fazer barulho. Aguço meus ouvidos para escutar melhor.

– Já te disse que não sei se quero fazer isso. – ouço Craig dizer.

– Não seja covarde. O que acha que pode te acontecer? John não irá fazer nada além de te dar um ou dois socos na cara. Nenhum dano será maior do que isso. Posso te garantir. – Jackie fala. Franzo a testa não entendendo porra alguma do que eles estão falando.

– Não sou covarde amor, mas ainda estou em dúvida sobre esse seu planozinho diabólico. – Craig comenta. – O que eu ganho separando os dois?

– A America, obviamente. Que pergunta mais estúpida. - Jackie ri. – Você fica com a loira, e eu com o gostosão. É bem simples na verdade. Só tem que fazer o que eu te falei.

– Vou pensar sobre isso. Depois do QCI conversamos. – ouço Craig dizer e se aproximar da porta.

Afasto-me rápido a passos longos do banheiro e me viro para o armário de comida, mexendo distraidamente nos pacotes dali. Craig passa ao meu lado, mas volta quando percebe que sou eu ali. Maldito. Ele se aproxima com um sorriso malicioso e pega a garrafinha de água das minhas mãos, dando um gole em seguida.

– E aí America? Vai bater uma boquinha agora? – Craig pergunta, ainda com o seu sorriso estúpido no rosto.

– A ideia era essa. – digo.

Jackie sai do banheiro e passa por nós. Ela nos olha rapidamente e vai em direção ao seu par de bancos/cama, senta-se lá e fica. Semicerro os olhos.

– Vocês estavam os dois lá dentro do banheiro? – pergunto, o mais inocente possível. Quero ver a desculpa esfarrapada que Craig irá contar. Quero vê-lo mentindo. – Que safadinhos.

Craig arregala de leve os olhos, mas logo volta ao normal. Esse gesto teria passado despercebido se eu não estivesse prestando atenção. Por favor querido, eu era uma advogada criminalista. Sei perceber sinais em um marginal. Ele então sorri maliciosamente de novo e cossa a sobrancelha, olhando para mim.

– Fui apenas ajudar a Jackie com a trava do chuveiro. Não dá na altura. – ele gesticula com as mãos, subindo uma até pra cima de sua cabeça. Craig ri e eu o acompanho, sarcástica. Filho de uma puta mentiroso. – Ah, mas você sabe... – Craig se aproxima de mim e eu quase dou um passo para trás, quase. Se desse admitiria que ele me intimida, o que está longe de ser verdade. – Eu sou todo seu America.

– E ela é toda minha. Agora cai fora daqui caralho. – ouço uma voz dizer e seguro o riso ao ver John parado atrás de Craig, parecendo estar furioso. E aposto que ele estava. Craig se vira e ri para Maddox, que continua o encarando, agora com uma sobrancelha levantada.

– Eu estava só brincando amigo. Não sou fura olho não.

– Mas eu não estou brincando. Não tenho um pingo de senso de humor, você está cansado de saber disso. – John diz seco e posso ver os ombros de Craig totalmente tensos. Eles se encaram por mais alguns segundos e então Craig sai andando pelo corredor, indo até a parte da frente do ônibus. Paro de dar atenção.

John ainda está parado com os braços cruzados, mas agora seus olhos verdes escuro estão em cima de mim, me analisando. Seu maxilar está trincado e posso ver como ele está puto. Tá me zoando que ele está bravo comigo né? Ah por favor.

– Que foi? – pergunto, grossa.

– Por que estava de conversinha com ele? – John pergunta, indo direto ao ponto. Reviro os olhos.

– Não estava de conversinha coisa nenhuma. Por quê? Está com ciúmes?

É a vez de Maddox revirar os olhos e rir não achando graça.

– Talvez esteja, mas não tenho tempo pra isso. – ele diz. – Não quero você perto do Craig, tá me entendendo?

Bufo cruzando os braços no peito. John é tão machista e controlador às vezes, que me dá vontade de lhe dar um murro na cara. Reprimo meu instinto selvagem e primitivo e aproximo-me de John, a fim de poder falar mais baixo.

– Eu estava escutando atrás da porta, se te interessa saber. Craig e a sua amiguinha Jackie estavam tramando alguma merda pra separar a gente. – digo, fazendo aspas com os dedos.

John me olha com cara de quem não está entendendo nada. Reviro os olhos.

– Como assim? – ele pergunta.

– Isso é totalmente ridículo! O que eles têm na cabeça? Onde eles acham que estamos? Na porra do High School Music onde o retardado arma com a retardada pra separar o outro casal mais retardado ainda? Ah me poupe! Isso é o mundo real onde merdas acontecem. – digo, passando a mão no rosto, cansada de tudo isso. – Temos problemas maiores para nos preocupar do que com esse planozinho estúpido desses dois, pelo amor de Deus!

John franze o cenho, provavelmente já entendendo a situação toda. Dou cinco segundos antes que ele pire. Cinco, quatro, três...

– QUE PORRA É ESSA? – ele grita e todos do ônibus viram a cabeça para trás. Ai que merda. John murmura um desculpa aí alto o suficiente para que todos escutem, mas não grita dessa vez. Uma a uma as cabeças voltam ao normal e as pessoas continuam a fazer o que estavam fazendo antes. John espera um pouco antes de falar novamente. – Você tem certeza disso?

– É claro que eu tenho. Sei o que escutei John. Jackie até disse que o máximo que vai acontecer com Craig é levar um ou dois socos seus.

– Socos... – John bufa, ainda puto da vida. – Eu vou dar um tiro no rabo dele se continuar com essas gracinhas do caralho.

Não consigo me segurar e acabo rindo, pondo a mão no braço de John. Ele balança a cabeça e desviar o olhar, mas quando volta a me fitar, vejo que a ira já passou.

– Isso é tão idiota. – digo, ainda rindo.

– Completamente. – ele diz. – Não é como se fossemos o casal do High School Musical. Você está mais para aquela loira vilãzinha fresca e insuportável e eu, bem, eu com certeza seria o cara totalmente entediado que está sentando na sala do cinema fazendo companhia a sua sobrinha de 10 anos.

Olho feio para John. Ele sorri irônico para mim enquanto apenas balanço a cabeça.

– Fresca e insuportável? Não fode Maddox. – digo, dando-lhe as costas e seguindo pelo corredor.

– Fodo com você só, mas no melhor sentido da frase. – sinto ele me abraçar por trás e mordiscar minha orelha.

Ri e me afastei, indo até onde o pessoal estava reunido na parte da frente. Sinto o ônibus parar e percebo que já devemos ter chegamos a Richmond. Um calafrio se espalha pelo meu corpo. Que esteja errada, que eu esteja errada, que eu esteja errada! Sinto John próximo, um passo atrás de mim, e então paramos para ouvir Russell falar.


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Notas finais do capítulo

HEEEY! E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado!
E toda vez que você pensa que o Craig é um rapaz direito (se lembram de quando ele salvou a vida do John?), o cara vai lá e prova o contrário! E sobre a Jackie? O que você pensam sobre ela? AHAHA
Como prometido, teve um pouquinho sobre o passado de um dos personagens, no caso da América. Juro que tem mais por aí gente, é meio importante pra história isso OMG!
No próximo capítulo, que já está prontinho e é cont. desse, temos o pessoal chegando ao QCI e botando pra quebrar!
Enquete: quais séries de tv vocês assistem? Quero conhece-los melhor :)) confesso que sou fãzassa de The Walking Dead (AVÁ), Game of Thrones, Pretty Little Liars, Arrow, Demolidor, Scream, Empire... E por aí vai, sem contar as que já acabaram HAHAH
Até mais gente, provavelmente sábado tem mais um capítulo pra vocês! BJOS