POV Austin

– A-Ally? - falei já sorrindo.

– O que você…?

– Ally, - disse Jake se aproximando - Vejo que já conheceu o Austin.

– Na verdade eu já o conhecia. Ele é um… velho amigo.

– É… - falei sem graça.

– Austin, - ela se posicionou atrás de Jake e o abraçou por trás - Esse é o Jake, meu noivo.

– Noivo. - murmurei desapontado - Er… Meus parabéns.

Ela sorriu sem graça e disse:

– Jake, por que você não liga para os seus pais? Eles devem estar preocupados.

– É, você tem razão. - disse ele - Foi um prazer conhecê-lo Austin.

– O prazer é meu.

Então ele saiu, deixando Ally e eu sozinhos. Ela não parecia feliz, estava tensa e confusa.

– Quando você voltou? - perguntou ela me puxando até a porta de entrada.

– Agora mesmo.

– E como soube que eu havia voltado?

– Minha mãe disse que essa casa foi vendida, então eu vim.

Ela me empurrou até o quintal e fechou a porta da casa.

– Você está querendo destruir a minha vida?! - perguntou ela surtando.

– O que? Não, eu só…

– Escuta Austin, eu deixem bem claro quando pedi para que você seguisse a sua vida sem mim. Achei que você tivesse entendido.

– Eu entendi, mas não consegui.

– Bem, mas eu consegui. Fala sério! Eu tenho uma vida agora! Uma familia! Você não pode aparecer quando quiser e sem avisar.

– Como é que eu ia saber que você havia voltado?! - gritei sem paciência.

Ally ficou sem palavras, observei ela por alguns segundos Ela estava mais alta, seu cabelo havia crescido, ela parecia mais… madura, e confiante. Com toda a certeza muito mais confiante.

– Caramba Ally! Eu passei os últimos quatro anos da minha vida só pensando em como você fazia falta! E quando volto, descubro que você está prestes a se casar?! Porra!

Ela pôs a mão no rosto e esfregou a testa, sempre fazia isso quando estava nervosa. Ela respirou fundo e disse:

– Olha Austin, eu sei que você ta confuso e chateado, mas você tem que entender que eu segui a minha vida.

– Eu entendo. Eu só… Queria ter você de volta.

– Talvez ainda possa, - murmurou ela - mas não agora. Eu… Estou prestes a me casar com um homem incrível que me ama. E…

– E você?

– Eu o que?

– Você o ama também? Digo, mais do que você disse que me amava?

– Eu… Eu não sei! Eu estou muito confusa nos últimos dias. Tem a loja para organizar, a casa, contas e prejuízos!

Ela se sentou nos degraus da entrada da casa e pôs as mãos no rosto, com os cotovelos apoiados nos joelhos. Sentei-me ao seu lado.

– Sentimos a sua falta.

– Ahn?

– Eu, Trish, Dez e até a Clary.

Ela sorriu.

– Ally, escuta só, quando eu disse que queria você de volta, eu não disse como.

– Talvez… Quem sabe… Podemos reatar nossa amizade.

Eu sorri.

Ela se virou e me abraçou, eu fiz o mesmo.

– Que tal ligarmos para a Trishina e para o Dezzo para nos reencontrarmos? - disse ela.

– Dezzo? - eu ri - Ta bem.

– Mas não diz que eu estou aqui.

Peguei meu celular e liguei para o Dez. Ele atendeu.

– Fala Austin!

– Você ta com a Trish?

– Sim, ela ta dirigindo, estamos indo para a minha casa. Por quê?

– Põe no viva voz.

– Beleza.

– Fala loiro! - disse Trish.

– É o seguinte, vão cada um para suas casas, e depois a gente se encontra na Sonic Boom

– Tais doido? A Sonic Boom não abre há quatro anos! - disse Trish.

– Eu sei, mas me disseram que mudou de dono e já reabriu.

– Beleza então. Alguém mais vai junto?

– Só uma amiga minha.

– Ok, a gente se vê! - gritou Trish.

Desliguei o celular. Assim que olhei para Ally ela disse:

– Eu vou, me trocar e dizer para o Jake que vou sair.

– Ok, a gente se vê lá. - falei me levantando - Ah, e meus parabéns… Pelo noivado.

– Obrigada.

Comecei a andar até a minha casa, mas ela disse:

– Ah, Austin! - me virei.

– Oi.

– É bom ver você de novo. Senti sua falta.

Deixei escapar um meio sorriso, e continuei andando.

POV Ally

Não acredito nisso, eu estou prestes a me casar e quando tudo parece estar perfeito. BUM! O único garoto para o qual eu disse que amava reaparece. Agora eu me pergunto, como vou conseguir voltar a ser amiga do meu ex-namorado?! Eu tenho muita falta de sorte.

Assim que entrei, vi Jake sentado no sofá da sala, ele estava estranho, pensativo e quieto.

– Jake? - falei sentando ao lado dele - Você ta bem?

– Me responda você. - disse ele me olhando.

– Como assim?

– Esse cara. Não é apenas um velho amigo, né?

Deixei um suspiro escapar.

– Não… Bem, sim… Mais ou menos…

– Ally.

– Austin e eu somos melhores amigos desde os dez anos, e aos dezesseis começamos a namorar. Ele é meu ex-namorado…

Jake abafou um riso irônico.

– O que ele queria?

– Eu também não sei. Conversamos agora e resolvemos reatar nossa amizade.

– Fico feliz por você.

Eu lhe dei um beijo na bochecha.

– Vou trocar de roupa.

– Vai sair?

– Vou na Sonic Boom, organizar algumas coisas. Passa lá mais tarde.

– Ok, só vou desempacotar algumas caixas.

– Beleza.

Subi as escadas e fui até o meu quarto, passei metade do tempo que demorei para me arrumar observando todos os moveis. Nada havia mudado. Nada. Escolhi minha roupa, vesti-a e andei até a sala. Encontrei Jake ainda sentado no sofá, desta vez vasculhando uma caixa. Aproximei-me devagar e disse:

– Então, o que acha? - falei.

– Uau! - disse ele ao me olhar - To desconfiando que você ta se arrumando para o seu ex.

– Ha, ha, ha. Muito engraçado. - falei irônica.

Ele se levantou, ficou frente a frente comigo, segurou minha cintura e disse:

– Você sabe que eu te amo, né? - murmurou ele cabisbaixo.

– Sei. E você sabe que eu nunca te traíria, né?

Ele riu e meu um beijo na bochecha. (http://4.bp.blogspot.com/-7YmdvNDS3Uk/T-nwBhhjmHI/AAAAAAAABTo/2p2RnDBIlXM/s1600/bieber-gif-justin-justin-bieber-next-2-you-Favim.com-294093.gif)

– Agora eu vou indo. Combinei de me encontrar com uma velha amiga na loja.

– Amiga, hun. Ok, mais tarde eu passo lá para conhecer esse tal amiga.

– Até mais tarde.

– Até.

Andei até a porta e saí. Não fui de carro, seria bom andar pela minha velha cidade. Avistei diversos lugares e pessoas que eu me lembro. Assim que cheguei no shopping, procurei por uma loja especifica: a de acessórios para celular. Quando finalmente achei, vi que a minha intuição estava certa: Dallas ainda trabalhava lá. Ele não me viu, estava guardando e organizando capinhas. Cheguei perto do balcão quando ele se abaixou e disse:

– Com licença - falei.

– Pois não? - disse ele ainda agachado.

– Gostaria de uma capinha personalizada, com um texto escrito.

– E qual seria esse texto?

– É… Eu voltei seu idiota, agora levante e me abrace pois eu senti saudade!

– Esse não é um texto muito… - ele se levantou e me olhou. - Ally?!

– Pois é, como eu disse, eu voltei! Agora me abrace!

– Eu não acredito nisso! - ele me abraçou com força - Você ta tão…

– Bonita, alta, magra, bem sucedida e confiante?

– Eu ia dizer madura, mas isso serve também.

– Idiota. - falei empurrando o ombro dele.

– O que ta fazendo aqui?

– Eu voltei, vou reabrir a Sonic Boom.

– Nossa, que saudade daquela loja. Se lembra daquela noite quando você e eu estávamos arrumando as coisas para passar a noite lá com o pessoal?

– O beijo. Lembro…

– Então, como anda a vida amorosa? Algum babaca te magoou? Se precisar bater em alguém pode me chamar.

– Na verdade minha vida amorosa vai muito bem. Muito bem mesmo.

– Uhum… Quem é o cara?

– Jake. Ele é… bem… mais que um “cara”.

– Como assim?

– Ele é meu… Meu noivo.

– Não acredito nisso Dawson! Você está noiva e nem me avisou?

– Relaxa. Eu vim justamente para pedir para você ser meu padrinho junto com a minha amiga Maia.

– Ela é gata?

Tirei meu celular e mostrei a foto dela.

– Wow!

– É… Mas vai tirando seu cavalhinho da chuva, a Maia é lésbica.

– Menos mal, assim a Clary não fica com ciúmes.

– Clary? O que ela tem haver com isso? Vocês não…

O rosto de Dallas começou a avermelhar.

– Não acredito nisso Dallas!

Ele riu.

– É bom ter você de volta. Quando a loja fechar eu passo lá na Sonic Boom.

– Ok. A gente se vê.

– Tchau.

Saí e fui até a Sonic Boom. Peguei as chaves e abri as portas. Estava tudo igual, com exceção da poeira e algumas coisas fora do lugar. Subi as escadas e como previ, lá estava ele. O piano em que eu compunha com o Aus. Tenho muitas boas lembranças nesse piano.

Sentei no banco e comecei a tocar algumas notas. Abri a tampa do banco e de lá tirei o meu diário. Sim, eu deixei ele aqui. Não fazia sentido escrever nele se meu coração estava aqui.

Abri na última página que eu escrevi, dois dias antes da minha partida e li.

“Querido diário, hoje, por incrível que pareça, sinto que só posso confiar em você para confessar meus reais sentimentos.

Sempre que Austin me pergunta se eu estou bem eu respondo “Ta tudo ótimo”, mas na verdade… está mesmo. Estou me sentindo horrível, estou feliz por estar me mudando, feliz por abandonar meu namorado e meus amigos! Eu sou a pior pessoa do mundo!

Não que eu queira me livrar deles, pelo contrário, quero que eles se livrem de mim. Sinto que eles perderam coisas maravilhosas por minha causa. Austin foi convidado para fazer uma parceria musical com a Taylor Swift mas recusou por que eu sou sua compositora; Trish terminou com o namorado por que ele disse que ela passava tempo demais comigo; Dez foi convidado para participar de um festival de curtas com o tema Amigos, mas não participou por causa do meu medo de palco!

Eu sou apenas uma pedra no sapato deles, nunca deveria ter aparecido em suas vidas! Nunca!”

Logo abaixo havia uma letra de música:

Remember love

Remember you and me

Remember everything we shared

On this planet when we cared

Remember hearts

Remember unity

Remember laughing neighbours without expecting favors

Why be afraid

To make an honest mistake

If you acknowledge the pain

And you wanna change

You can get through anything

Do you remember at all

People walking hand in hand

Can we feel that love again

Can you imagine it all

If we all could get along

Then we all could sing this song together

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Look at me

Look at you

Now look at me again

See we're nothing different

Look around

Take what you see

With throwing things outside our window

We don't care to keep it clean

I had a dream

Beauty was only skin deep

If we all just believe

That is all we need

Nothing else can set you free

Do you remember at all

People walking hand in hand

Can we feel that love again

Can you imagine it all

If we all could get along

Then we all could sing this song together

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

If we could throw away the hate

And make love last another day

Don't give up just for today

Life would be so simple

And when they talk about us

They gon' never stop us

We'll Keep singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Come on we'll keep singing

Singing Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Do you remember at all

People walking hand in hand

Can we feel that love again

Can you imagine it all

If we all could get along

Then we all could sing this song together

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Come, come on, come on singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Singing

Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh Oh

O que eu escrevi no meu diário, é verdade… Sempre foi e sempre será…

Meu celular começou a tocar. Número desconhecido. Atendi.

– Alô? - falei.

– Oi, Ally Dawson?

– Sou eu. Quem ta falando?

– Aqui é a Demi.

– Lovato? - falei sem acreditar.

– Exato. Taylor me falou que conhecei você em um restaurante em Sidney.

– Sim, conversamos um pouco sobre músicas.

– É...É isso mesmo que eu gostaria de falar com você. Sabe, meu produtor disse que precisamos de músicas novas para o álbum, mas ultimamente estou sem criatividade.

– Você ta querendo dizer que…

– Gostaria de compor com você.

– Ai. Meu. Deus! - falei dando um gritinho.

– E aí? Aceita a minha proposta?

– Claro que sim! Er… Eu estou em Miami, acabei de me mudar.

– Perfeito! Podemos combinar para… Daqui duas semanas?

– Claro. Pode ser.

– Ótimo! Eu ligo outro dia para combinarmos tudo certinho.

– Ok.

– Beijo, tchau.

– Tchau.

Desliguei o telefone sem acreditar. Era ela mesmo! Reconheci a voz por causa das entrevistas na TV. AI MEU DEUS!!! Levantei da cadeira e comecei a dançar. Quando virei, Austin estava entrando e me olhando esquisito e segurando o riso.

– A dancinha melhorou, mas continua horrível.

– Ha, ha, ha. Muito engraçado. - falei - A Trish e o Dez já chegaram?

– Não, estão vindo daqui a pouco.

– Ótimo, então vamos preparar a minha entrada triunfal - brinquei.

– Tenho uma idéia. O palco que montamos lá na loja ainda está lá. Posso apagar as luzes, e fazer que nem um circo, sabe? Aí eu faço uma charada e você aparece no topo da escada.

– Gostei. Agora vamos!

Descemos as escadas correndo. Apagamos as luzes e cobrimos as portas com um tecido escuro, iluminamos o palco e o topo da escada.

Alguém bateu na porta da loja.

– Austin? - disse Trish.

– Sobe! - murmurou ele.

Subi correndo as escadas e me escondi no corredor. Austin abriu a porta da loja e voltou correndo para o palco. Trish e Dez entraram sem entender nada.

– Senhoras e senhores! - disse Austin com uma voz de apresentador de circo - Antes de começar a nossa atração principal gostaria de lhes fazer uma charada! O que é, o que é! Quem nos ama profundamente e mudou de continente só para ficar com a gente?

Trish e Dez se entre olharam e disseram:

– Não sabemos.

– Eu! - gritei do alto da escada.

– ALLY!! - gritaram os dois em coro.

Trish subiu e me abraçou com toda a força. Dez chegou logo atrás, quando ela me soltou.

– Eu também quero um abraço. - disse ele todo manhoso.

Abracei-o e tenho que confessar, o abraço do Dez é o melhor abraço que eu ganhei desde a minha volta. Ele tentou disfarçar, mas acabou chorando durante o abraço. Assim que nos separamos ele limpou o rosto e logo disse:

– Peraí, por que você voltou?

– Porque sim. E se não gostou eu volto para Sidney agora mesmo.

– Nem pensar! Você é nossa agora.

Eu ri.

Passamos as últimas três horas falando sobre as novidades, até que Jake entrou na loja.

– Ahn… Ally?

– Jake! - dei um gritinho.

Corri até ele e lhe dei um beijo.(http://25.media.tumblr.com/tumblr_lmyr2081t31qcuffvo1_500.gif)

– Nossa, - disse ele ao nos separar - Não recebo um beijo assim desde Sidney. - brincou ele.

– Vem cá. - falei puxando ele até o pessoal - Gente esse é o Jake.

Jake cumprimentou todos.

– Jake, esses são Trish, Dez e o Austin você já conhece.

– Prazer conhecer vocês.

– O prazer é nosso. Seu namorado? - perguntou Trish.

– Não… Tipo isso… - falei rindo.

– Ficante, peguete…

– Noivo. - respondi.

– Como assim?! Ally Dawson por que não me disse isso?

– Estou dizendo agora. - brinquei.

– Quem diria, Ally Dawson noiva de um gato como esse.

Eu ri, Jake ficou vermelho.

Trish e eu ficamos conversando no topo da escada, enquanto os meninos conversavam no palco.

– Então… Desde quando?

– Desde quando o que?

– Que vocês estão juntos.

– Ah, uns… três anos.

– Ai. Meu. Deus, Ally! Estou tão feliz por você! - disse ela me abraçou com força.

– Nossa! Desde quando você se tornou tão… afetiva?

– Desde que eu me entreguei de braços abertos ao amor - brincou ela com cara de apaixonada.

– Fala logo quem é o cara.

– Ok, o nome dele é Frank. Ele está na faculdade cursando educação física.

– Uau, um universitário. Somos duas amiga.

– Sério? O Jake não tem cara de universitário.

– Eu sei, mas ele está. Ele cursa Jornalismo.

– Legal. - nós rimos - Mas então, novidades?

– Só uma, bem recente. Mas vou contar junto com os meninos.

– Ok.

Descemos as escadas, eu subi no palco disse alto:

– Agora é a minha vez de fazer uma charada! - eles riram - Vamos lá! Quem é? Quem é? É a melhor compositora de Miami e conseguiu uma parceria com a Demi Lovato!

Eles ficaram boquiabertos, Trish vibrou junto com Jake.

– Isso mesmo! EU!!

Desci do palco e fui parabenizada por todos. Abracei Jake, depois Trish e Dez e por último, Austin. O abraço foi bom, mas estranho. Tentei disfarçar o clima que ficou após os abraços, mas felizmente o celular da Trish tocou. Assim que desligou ela disse:

– Austin, o Jimmy quer nos ver no escritório.

– Ok.

Nos despedimos e eles foram embora, deixando Jake e eu sozinhos...