POV Ally

Quem diria? Eu, Ally Dawson, a garota mais tímida da cidade (tenho quase certeza disso) namorando um jogador do time de futebol do colégio! No começo eu até duvidava que o Dallas estivesse apenas fingindo para no final o time de futebol jogar vitamina em mim. Mas pelo jeito não foi o que eu pensei, ele tem sido muito atencioso em relação a minha timidez e o meu medo de palco.

Do nosso “grupinho” apenas eu, Austin e Dallas namoramos. Austin namora a Kira, capitã das lideres de torcida e filha do empresário dele. Eu realmente não sei o que ele viu nela, é tão... Arrogante. Nunca está satisfeita com nada e ainda vai pra cama coom o primeiro que aparece. Bom... cada um com seus gostos...

Hoje, eu, Dallas, Austin, Trish, Dez, Clary vamos ficar na Sonic Boom de noite, ver alguns filmes etc. Meu pai não está na cidade então, aproveitamos para fazer isto.

Neste momento, Dallas e eu estamos arrumando a loja. Afastando os instrumentos, guardando as coisas que quebram etc.

– Como está indo aquela musica que você estava compondo? – perguntou Dallas.

– Mais ou menos, fiquei sem inspiração de repente...

Sentei na cadeira do piano e fiquei olhando para o nada.

– Ainda é aquela coisa com a sua mãe?

– É...

Meu pai recebeu uma ligação da minha mãe, pela reação que ele teve devia ter sido algo importante, mas quando eu perguntei ele mentiu dizendo que ela estava escrevendo um novo livro.

– Não é certo ele estar te escondendo isso.

– Podemos... Mudar de assunto? – sugeri.

– Claro, sem problemas. Quer falar sobre o que?

– Eu não tinha pensado nisso. – falei rindo.

Dallas andou até o aparelho de som que havíamos colocado em cima do balcão e ligou, começou a tocar I Think About You, do Austin. É a minha musica preferida, mas ele nunca nos disse sobre quem é. Dallas veio até mim, estendeu a mão, eu a peguei. Andei na frente dele, até que ele me abraçou por trás e me deu um beijo na bochecha.

– Dança comigo? – perguntou ele.

– E eu tenho opção? – falei rindo.

Começamos a dançar feito bobos, eu "deitei" a cabeça sobre seu ombro, estávamos muito próximos, tanto que eu podia sentir a minha respiração colidir com a dele. Dallas pôs a mão no meu pescoço, acariciou minha bochecha com o polegar e me puxou para mais perto dele. Ele inclinou a cabeça e aconteceu... Meu primeiro beijo.

Assim que nos separamos, eu ainda de olhos fechados, falei:

– Aposto que você estava se coçando de desespero para isso acontecer. – brinquei.

– Pode ter certeza. – disse ele rindo.

Eu ri, abri os olhos e dei um beijo na bochecha dele.

– Estamos atrapalhando? – disse Trish da porta da loja.

Notei que logo atrás dela estavam Dez, Austin e Clary.

– N-Não, podem entrar. – respondi.

Senti meu rosto avermelhar de repente. Trish trazia uma cesta de piquenique, Dez a sua câmera, Clary uma bolsa vermelha e Austin uma cara de poucos amigos.

– Que foi Austin? – perguntei – Brigou com a Kira?

– É. Como sabe?

– Já não é novidade. – murmurei revirando os olhos. – Todo dia tem uma briga nova...

– Nós já sabemos que você não gosta dela, só não sabemos o porquê! – disse ele irritando-se. Austin não gosta quando falamos “mal” dela.

– Você sabe muito bem a razão, só não fala por que não quer admitir que escolheu sua namorada pela aparência e não tem coragem de terminar com ela porque ela é filha do dono da sua gravadora. – repliquei.

– Você não tem moral nenhuma para falar da Kira! – gritou ele.

– Aé? Bem, pelo menos eu não traí o meu namorado com o primo dele!

– A gente já conversou sobre isso e ela pediu desculpas.

– Desculpas? – falei rindo – Aquela puta dormiu com metade da escola incluindo os professores e você se satisfaz com um pedido de desculpas?!

– Já deu Ally... – disse Trish.

– Não, ela ta certa. – disse Clary se posicionando ao meu lado – Aquela vaca foi pra cama com todos os garotos da minha turma. Não duvido nada que ela fez o mesmo durante o namoro de vocês, quem garante que ela não está fazendo isso agora mesmo? – disse ela calmamente.

– CALA A BOCA CLARY! – berrou Austin.

– Vix... Treta. – murmurou Trish, ela ama uma briga, mas seu tom de voz pareceu preocupado.

– Austin, não fala assim, você sabe que é verdade. – falei.

– VOCÊ QUER SABER A VERDADE?! – gritou ele vindo até mim – PELO MENOS EU TENHO TALENTO! NÃO SOU COMO CERTAS PESSOAS QUE DIZEM TER “PÂNICO DE PALCO” SIMPLESMENTE PARA NÃO SE HUMILHAREM POR NÃO SABER CANTAR UMA ÚNICA NOTA!

– Ai meu Deus... – murmurou Trish boquiaberta.

– Muito obrigada Austin. – falei – Você quis que eu calasse a boca, e conseguiu. O problema é que agora, é que você perdeu uma compositora... E uma amiga. – nunca pensei que um dia diria aquilo.

– Ally eu não... – disse ele se arrependendo.

– Cala a boca Austin! Você só se importa com sigo mesmo! Diz que tem talento, mas isso não é tudo! Você nunca parou para pensar que eu sempre me preocupei com você e nunca recebi nada em troca?! Eu sempre aturei a vaca da Kira porque você gosta dela! Mas daqui pra frente você se transformou em um imbecil! Eu quero o meu amigo de volta! Quero você de volta... – minha voz falhou.

Ninguém disse nada por alguns segundos. Eu andei até o balcão, peguei a chave da loja e andei para a saída. Virei e disse:

– Dallas, fecha a loja quando sair. – joguei a chave para ele, me virei para ir embora mas voltei e disse – E não adianta me procurar, eu não vou pra casa. – então fui embora.

POV Trish

Francamente, eu acho que a Ally tem razão. O Austin não deveria ter dito aquilo, claro, não é nada de mais para ele, mas para a Ally é muito mais do que um simples “medo”. Esse pânico de palco fez com que ela perdesse a única chance de conseguir estudar na escola dos seus sonhos.

Depois que ela foi embora da loja, Dallas e eu tentamos ao máximo fazer com que o clima não ficasse tão tenso. FAIL. Austin ficou em silêncio o tempo todo. Deixamos o rádio ligado para escutar algumas musicas. Estava tudo bem, até tocar I Think Abou You. Ao ouvir os primeiros versos da canção, Austin se levantou e desligou o rádio com tanta força que quase quebrou o botão.

– Austin, pra que isso? É só uma musica. – falei.

– Uma música que eu não deveria ter escrito. – disse ele.

– Por quê? – perguntou Clary.

– Não te interessa pirralha! – disse ele um pouco irritado.

– Okay, okay... Que tal para acalmar os ânimos... – falei – Um prato de panquecas?

– Você trouxe panquecas? – disse ele com os olhos brilhando.

– Trouxe. Não estão muito quentes, mas ainda estão boas.

Peguei a cesta de piquenique, peguei o prato com as panquecas e entreguei para ele.

Graças a Deus as panquecas que a minha mãe fez ajudaram, Austin ficou mais animado depois de comê-las. Nem pareceu que ele havia perdido a amizade melhor amiga.

No dia seguinte, acordamos na loja. Sim dormimos ali mesmo porque estávamos com preguiça de ir para casa. Comemos o resto do lanche que trouxemos e conversamos bastante numa boa, até o celular da Clary tocar. Ela atendeu, mas continuou sentada na roda de almofadas que havíamos feito no chão.

– Alô?... Oi!... Não, to ocupada não. Fala. – disse ela sorridente – Não acredito! – disse ela fechando a cara – Ela ta bem?... Quando você viu ela?... Desse jeito mesmo?... Ela é o que?Doida? Ela podia ter sido seqüestrada ou pior!... Ela ainda tá lá?... Ok, eu já vou... Beijo, tchau.

Clary se levantou, pegou a bolsa e deu impulso para ir embora mais Austin segurou o pulso dela.

– Aonde você vai?

– Pra praça. Mais especificamente para o lago da praça.

– Por quê? – perguntou Dez.

– O John, um garoto da minha classe encontrou a Ally dormindo lá hoje de manhã. Segundo ele, ela ainda não acordou.

– Eu vou lá. – disse Austin se levantando.

– Nada disso!Você já causou problemas demais, eu vou. – disse Dallas.

– Nenhum dos dois vai! – falei.

– Como assim? Ela é minha namorada.

– Por isso mesmo, o namorado sempre ajuda a namorada mesmo ela não estando certa. Os amigos fazem o mesmo, mas discutem para ver se ela cai na real. – todos ficaram cabisbaixos – Dez, você vai – conclui.

– Eu? Por quê? Eu não tenho nada haver com isso.

– Exatamente, e é por isso que você vai. Dallas e Austin são seus amigos, ou seja, você não vai dar moral para nenhum dos dois, a não ser que um deles esteja certo. Vai logo!

– Ta bem.

Dez se levantou e saiu correndo da loja. Não sei por que, mas senti, por um único segundo, que Dez seria a solução para tudo isso. Ele pode ser o mais tonto do grupo, mas ele tem um lado inteligente. Só não demonstra isso.