POV Aus

Estávamos todos, normalmente na aula de música, quando de repente, ouvimos um som extremamente amedontrador e já conhecido por mim: https://www.youtube.com/watch?v=POepWsznudQ

– Abaixem-se! - gritou a professora, automaticamente todos se esconderam em baixo de mesas, atrás de armários etc.

Dez, Trish e eu nos encolhemos entre a mesa da professora e uma parede. Ally, apavorada, se encolheu em baixo de uma cadeira.

– Ally! - sussurrei para ela.

Ela me olhou e eu fiz sinal para que ela visse até mim, e, engatinhando, ela o fez.

Assim que nos alcançou ela me abraçou com força.

– Ta tudo bem, - sussurrei - Só não sai daqui.

Ela não conseguia dizer absolutamente nada. Dez começou a vasculhar sua mochila e tirou sua câmera. Ligou-a e começou a dizer.

– Eu to gravando esse vídeo, para dizer, se essas forem minhas últimas palavras, e consequentemente meu último vídeo, que… Mãe, pai, maninha, eu amo muito todos vocês. - dizia ele em lágrimas - Eu não faço a mínima ideia do que está acontecendo agora, ou quem está fazendo isso. Só quero dizer que eu amo muito meus pais, minha irmã, e principalmente meus amigos, que foram os únicos que me aceitaram como eu sou. Eu amo vocês…

Ele passou a câmera para Trish, e ela disse:

– Pai, mãe, maninho… Eu sei que sou muito arrogante, estressada e chata a maioria do tempo, mas isso não quer dizer que eu não ame vocês, é justo o contrário. Vocês foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Então, eu só quero que vocês saibam que... Eu amo vocês… E… Talvez, adeus.

Ela passou a câmera para mim.

– Mãe, pai, Clary, eu não tenho certeza do que está acontecendo, tenho quase certeza que vai dar tudo certo. Mas se eu não voltar… Quero que vocês saibam que vocês são a razão de eu seguir o meu sonho, sem vocês eu nem sei o que eu seria. Eu sempre amei vocês, sempre vou amar… Não tenho muito o que dizer… Nunca fui bom com palavras… Então é isso… Eu amo vocês…

Eu passei para Ally.

– Pai, m-mãe… Me ajuda, eu não sei o que ta acontecendo, eu to com muito medo… - dizia ela chorando cada vez mais, e os disparos no corredor não ajudavam nada - Eu nunca fui a garota mais feliz, mas nunca fui triste. Pai, eu sei que você da duro para nos sustentar e ainda os tratamentos da minha mãe, você é meu herói por isso, você nunca reclamou de falta de dinheiro, você nunca reclamou… Mesmo quando eu fiz coisas absurdas para você me dar atenção você nunca perdeu a linha, sempre me amou e eu sempre te amei… E sempre vou amar… M-mãe, mesmo eu nunca ter tido um afinidade grande com você, eu quero que você saiba que, mesmo você estando doente, eu não te amo menos, pelo contrário, eu te amo muito mais. Só de pensar que eu posso te perder a qualquer momento… Isso só faz com que eu queira passar mais tempo com você. Eu te amo desse jeitinho… Austin, - ela olhou para mim - Eu sei que você ta do meu lado agora, mas só quero deixar registrado que, eu nunca amei e nunca vou amar um garoto como eu amo você. Podemos estar juntos a pouco tempo mas eu sinto isso há anos… Trish, mesmo você sendo a garota mais irritada que eu conheço, eu te amo muito, você me entende como ninguém e está sempre disposta a me ajudar, nunca vou conseguir retribuir todos os favores que você me fez. Dez, você pode ser todo doidinho do jeito que você é, mas é desse jeito que a gente gosta de você. Não mude quem você é só para agradar os outros, você é inteligente, e o meu melhor amigo… E antes que eu me esqueça, Kira, se você estiver vendo esse vídeo, me perdoe se eu te fiz algo, nunca foi minha intenção. Talvez, se tivéssemos tentado, poderíamos ter sido grandes amigas. - ela fez uma pausa - Só para finalizar, Pai, mãe, Trish, Dez, Dallas e Austin, eu amo muito vocês, e se acontecer algo comigo que nos separe, por favor me perdoem. Eu amo vocês…

Ela por fim desligou a câmera e devolveu para Dez. Logo me abraçou e disse:

– Se acontecer algo comigo, me prometa que vai seguir sua vida como se eu não tivesse existido?

– Vai ser impossível, mas vou tentar, contra a minha vontade. - respondi.

Portas bateram, gritos soaram, passos ligeiros pelos corredores e o som que eu menos esperei ouvir: o gatilho.

– Onde está esta compositorazinha sem talento? - dizia Kira do lado de fora como uma canção de ninar.

– Eu vou lá. - disse Ally se levantando.

– Nem pensar. - protestou Trish.

– A qual é, se não fosse por ela nada disso teria acontecido! - disse Cassidy.

Ally andou até a porta, assim que pôs a mão na maçaneta, eu levantei e puxei-a.

– Me solta! - disse ela com autoridade

– Não vou deixar você fazer algo tão estúpido.

– Solta! - disse ela mais firme.

– Você sabe o que vai acontecer depois, não vou deixar você deixar acontecer…

– Você viu parte do que vai acontecer! E se for diferente?

Eu soltei-a e ela saiu. Alguns minutos depois, ouvi o último conjunto de sons que eu queria ouvir: um tiro, e um grito. O grito dela.