Love Poison escrita por Miphos


Capítulo 5
Explicações


Notas iniciais do capítulo

OE OE OE! Desculpem a demora, tive uns problemas com a internet e não conseguia conectar-me ao Nyah, mas aqui está! Feliz Ano Novo para todos, e espero que gostem do capítulo 5!



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Um homem de cabelos e olhos negros trajando um refinado terno deslocava as falanges dos dedos pelas teclas do notebook em suas mãos, parando de vez em quando para saborear sua cerveja e ajeitar os óculos de sol. Fúnebres, exaustos suspiros saíam de seus lábios rachados aqui e acolá, e o documento que escrevia subitamente perdia sua importância. Acordara com uma terrível ressaca e cá estava bebendo sua segunda Scarlof em um barzinho qualquer enquanto trabalhava. Infelizmente – ou felizmente – o álcool tornara-se parte de sua vida durante os últimos cinco anos graças às infantis tentativas de não se lembrar do rosto do ex que, por sua vez, ao contrário do moreno, parecia estar dando-se muito bem no jogo de trapaças que era a vida.

Mas, bem, não era como se Sasuke não merecesse essa maré de azar, não?

Estalou os punhos, sentindo-se completamente exaurido ao recostar-se ainda mais na cadeira desconfortável daquele bar de terceira categoria. Tinha condições financeiras para frequentar os melhores bares de Nova Iorque e, entretanto, não sentia vontade de fazê-lo. Até porque estava ali para trabalho e retornaria ao Japão em poucas semanas, três ou quatro no máximo.

Sentia-se como um ancião de cem anos preso em um corpo de vinte e seis.

Sentia-se como um mendigo louco preso no corpo de um advogado alcoólatra.

Sentia-se como...

Bem, como nada.

– Ei, você. – Chamou uma garçonete alheia. – Traga-me outra garrafa. – O homem comandou rapidamente em um inglês cansado, tirando os óculos no momento em que a moça americana trouxe-lhe o pedido. Não agradeceu, limitando-se apenas a pegar a cerveja e a levar o bico aos lábios.

Queria morrer, para assim deixar de sentir tanta aflição de uma vez.

...Só não o fazia porque ele não iria querer isso.

Um nó se entalou em sua garganta e, antes que percebesse, seus olhos começaram a arder. Ah, como sentia sua falta! Falta do cheiro do perfume barato de menta que costumava fazer seu nariz coçar, falta daquelas seis marquinhas estranhas em suas bochechas, falta de seus sorrisos de criança, falta de sua bagunça, falta da voz desengonçada que fazia ao cantar no karaokê... Tudo, tudo isso e muito mais fazia seu coração palpitar como se fosse uma menininha de treze anos com seu primeiro amor.

“Foda-se essa merda de amor. É tudo uma merda nesta porcaria de vida inútil.”

Com um suspiro decidido, virou a garrafa até beber pela metade, contendo os soluços que estavam tentando sair de sua garganta. Eis que, no momento em que a pusera na pequena mesa, o sino da portinha do bar tocou e, com ele, uma sombra loira adentrou vestindo roupas simples, porém de visível estilo. O rapaz tinha uma pele bronzeada e alguns músculos definiam-se por debaixo da camiseta laranja, e um cordão com um longo pingente de diamante azul repousava em seu peito, refletindo a luz fraca da lâmpada do bar e brilhando em diferentes cores. Os olhares de cada um no recinto agora dirigiam-se encantados ao estranho que, contudo, ostentava uma expressão serena, ignorando a óbvia impressão que causava e os múrmuros que passavam de mesa em mesa.

E foi aquele cordão tão familiar para si que fez o ar do Uchiha sumir e seus joelhos tremerem, arregalando os orbes escuros ao reconhecer a peça única e, mais importante, o rosto daquele que a usava.

Peça esta que fora criada por suas próprias mãos para a única pessoa que amara em sua miserável vida.

Como se um botão tivesse sido apertado em si, Sasuke levantou-se em um pulo e andou apressado até a mesa aonde o outro se acomodara, nenhum pensamento ocupando sua mente a não ser aquele que o assombrava há cinco anos:

“Não vá embora.”

Parando ao lado do jovem, o infeliz advogado ofegava ao finalmente segurá-lo pelo ombro, sentindo os olhos arderem com intensidade quando uma expressão chocada fez-se presente na face à sua frente, seguida de lágrimas que começavam a brotar na grandiosidade do par de olhos azuis que nunca mudava.

– Olá, Naruto. – Sasuke murmurou, tendo a inequívoca sensação de algo molhado escorrendo pelos lados de seu rosto. Aquilo não era uma alucinação, era? Esse homem realmente era seu Naruto, não era?

Cômico o fato de estar repetindo a mesma cena de dez anos atrás.

– Sasuke, você... – O loiro não terminara de falar, pois logo afastava sua mão e saía da mesa aos tropeços. Podia haver envelhecido um pouco, mas ainda lembrava-se de sua promessa de que jamais voltaria a vê-lo. Sasuke não merecia vê-lo, não merecia nem ao menos uma troca de palavras ou olhares.

Já perdoara erros demais do amado, e estava cansado de nunca ser capaz de dizer-lhe um adeus definitivo.

Isto é, até cinco anos atrás, quando perdoá-lo simplesmente tornou-se impossível e isso passou a afetar suas emoções. Naquele dia fatal, criara coragem suficiente para deixá-lo, mesmo que abandoná-lo fosse como abandonar uma parte de si.

– Espere! – O berro ecoou em seus ouvidos, arquejando ao ter uma mão agarrando com força seu braço. Agora, do lado de fora do bar, o vento batia em seus cabelos e secava suas lágrimas que passaram a jorrar ao ver o claro sofrimento do maior.

– Não, me solte! – Exclamou, soltando-se momentaneamente para logo então ser envolvido por dois braços quentes que o apertavam, impossibilitando qualquer chance de fuga. Por que o encontrara ali, tão longe do Japão? Por que a vida insistia em fazê-lo sofrer? A realidade nua e crua em sua cara deu início à vontade de chorar ainda mais, porém optou por fechar os olhos e tratar de acalmar o próprio coração. – Me solte, Sasuke, p-por favor...

– Não me deixe novamente! – O Uchiha gritou, apertando o pâtissier contra seu corpo para a surpresa de ambos. – Por favor, não me abandone, usuratonkachi... – Sussurrou com desespero, necessitando morder o lábio inferior para engolir o choro. Vê-lo pessoalmente depois de tanto, tanto tempo era... Era indescritível, não havia palavras que pudessem dizer com precisão o que o advogado realmente sentia naquele momento, tendo-o em seus braços.

Aproximando os lábios de seu pescoço, Sasuke inspirou o cheiro de menta que tanto conhecia, soltando uma breve risada com o número de lembranças que aquele odor lhe proporcionava.

– Você ainda usa o mesmo perfume barato, Naru. – A pronúncia amorosa do apelido íntimo que antigamente usavam fizera calafrios percorrerem seu ser por inteiro. Se fosse outra situação, provavelmente teria sorrido e feito algum comentário, mas a tristeza e a saudade sobrepunham qualquer outra sensação.

– Não me culpe pelo que ocorreu. – As palavras saíam baixas e trêmulas, mas insistentes a ignorar qualquer avanço. – Você me fez deixá-lo, Sasuke. Você me afastou. E o mais importante, você roubou minha fé.

Cada sílaba dita dilacerou seu coração, estropiou sua sanidade ao ponto de não mais ver o que estava à sua frente, muito menos ao rapaz bronzeado afastando-se com rapidez. Queria berrar que estava errado e que tudo não passava de maus entendidos, mas tudo o que Naruto dissera era a mais plena verdade. Fora ele quem desandou a relação. Sasuke rompeu o coração do amado várias vezes, e esta era sua punição mais do que merecida.

Pois quem fere um anjo não merece a felicidade.

*~*~*~*~*~*~*

DE VOLTA AO PASSADO

[DEZ ANOS ATRÁS]

*~*~*~*~*~*~*

– Aí ele olhou pra mim e perguntou se eu tinha problemas! Ele é tão fofo, o danna, preocupado com minha saúde mental! – Deidara deu risadinhas abafadas, juntando as mãos sujas de argila molhada em um suspiro apaixonado. A seu lado trabalhava um pensativo Sasuke, que olhava a tela branca há meia hora sem nada fazer, apesar de ter a paleta de cores em uma das mãos e o pincel já seco na outra. O colega loiro falava de sua paixão por Sasori desde que entrara pela porta, pouco importando-se se seu kouhai o escutava ou não. O conquistaria com graça, jurava, afirmando com furor já estar atraindo sua atenção.

Geralmente Deidara não se importava com o silêncio de Sasuke e continuava a falar, mas seu instinto estava tão apurado nesses dias que rapidamente não tardou em adivinhar o que se passava pela cabeça do moreno.

Até porque não havia como esquecer a cena do dia anterior, sendo o romântico incondicional que era.

– Sasuke-chan, – Chamou o escultor, curvando o canto dos lábios travessos em um sorriso confortador. – você está pensando no Naruto-kun, não é?

Ante a menção do nome do Uzumaki, o adolescente engoliu em seco e enrubesceu levemente, finalmente parecendo haver acordado de seu “transe” ao umedecer o pincel e passar a deslizá-lo distraidamente pela tela imaculada. O gesto causou graça no mais velho, que limitou-se a dar uma risadinha. Podia ser um filho da puta ignorante com a maioria das pessoas, mas costumava “amaciar-se” quando deparava-se com um caso de amor.

Também era xereta e gostava de intrometer-se na vida dos outros, contudo isso não vem ao caso.

– Conhecendo você como conheço, cara de pôquer, arrisco dizer que você o assediou contra a vontade dele. – Deidara disse confiante, sabendo como aquilo iria irritá-lo.

– Em primeiro lugar, sua bicha mal amada, eu não o assediei. Em segundo, ele não pareceu odiar o que fiz, entendeu? – Praticamente rosnou, franzindo o cenho em incômodo. Entretanto, com a expressão irônica de Deidara, Sasuke pigarreou e retornou ao trabalho, acomodando-se em seu banquinho. – Quer dizer, se é que fiz alguma coisa. N-Não que eu tenha feito algo, que fique claro! – Gaguejou no âmbito do nervosismo.

Quando você se acostumava, ler a carcaça do pálido tornava-se muito fácil.

– ‘Cê gosta dele, então? – O loiro insistiu, criando o formato do nariz de sua escultura de argila com delicadeza, embora ainda prestasse completa atenção ao relato do perturbado amigo.

– D-De que merda você ‘tá falando? É óbvio que não! Ele é um cara, e eu não curto pintos como você. – Exclamou chocado e até desajeitado. Sabia que o que dizia era quase que uma mentira transparente e que estava sendo bastante hipócrita, além de que tinha a plena certeza de que Deidara sabia o que se passava em sua mente.

Afinal, após finalmente tocar seus lábios fartos e quentes, o rapaz de cabelos bagunçados e marquinhas nas bochechas tornara-se sua mais sensual fantasia.

– Entendi, então você gosta dele. – Riu Deidara, cruzando as pernas com certa elegância para obter maior conforto. Ouvir que curtia pintos não era considerado uma ofensa por si, visto que não era mentira e todos sabiam disso. Se havia algo que aprendera na companhia do outro, era que, quando nervoso, Sasuke tendia a dizer o contrário do que pensava. Ele parecia não perceber, logo talvez fosse melhor não comentar isso. Era mais uma vantagem para si, de qualquer maneira.

– Tsc, Deidara, eu já disse que não g...!

– Nesse caso, ‘cê prefere a Sakura, não? Ela é bonitinha e não tem um pinto, até onde eu saiba. – Novamente interferiu o “conselheiro”. Teria acrescentado um “Apesar de você ignorá-la”, mas resolveu privar o comentário. Não sabia o que mantinha esse relacionamento, no entanto sabia que não havia amor envolvido. Não por parte do Uchiha, pelo menos.

Sasuke, entretanto, permaneceu em silêncio. Sua mão parou na árvore incompleta que deixara de tomar forma, rapidamente caindo em seu colo. O pincel que seus dedos entrelaçavam foi apertado, fruto de sua própria indignação. Como não percebera algo assim antes?

Desde que começara a namorar Sakura há dois anos, ainda no fundamental, nunca sentira-se atraído pela rosada. Admitia que ela era bonita e inteligente, mas sua impressão não passava disso. Supostamente estavam noivos por conta de uma espécie de casamento arranjado feito por suas famílias; os Uchiha, a mais famosa linhagem de advogados do Japão, e os Haruno, uma rica linhagem de médicos bem-sucedidos. O que poderia vir de errado a partir da junção dos herdeiros, certo?

Sua vontade não contava naquilo. Era somente uma questão de fama e dinheiro.

Acreditava estar condenado à presença de Sakura e, por isso, a menina tornou-se a origem de seu mau humor excessivo. Não iam a encontros a menos que seus pais mandassem, assim como não comemoravam datas festivas ante a mesma condição. Tudo não passava de um sofrível teatro em um palco mais sofrível ainda. Antigamente, Sasuke tratava de pelo menos apegar-se à garota, para só então descobrir que ela simplesmente “não fazia seu tipo”, como lhe explicara várias vezes. Não só ela, inclusive – subitamente, o moreno perdera o interesse em qualquer mulher que se demonstrasse cativada por sua pessoa. Pensara, é claro, que o problema era que ainda não encontrara alguém interessante o suficiente como para fazer seu coração bater.

Entretanto, um homem desajeitado e idiota conseguira a proeza de deixá-lo louco em apenas alguns dias. O anjo corrosivo de madeixas douradas assemelhava-se ao veneno, infectando-o e espalhando-se por suas veias com impressionante rapidez. Esse mesmo homem o excitara quando nenhuma moça o fez. A súbita realização do motivo o chocou, fazendo-o até engasgar um pouco com a própria saliva.

Seria...

Seria ele como Deidara?

– Preciso ir, Deidara. – Sua voz saía rouca e incerta, mas mesmo assim abandonara todos seus pertences e saíra em passos apressados pela porta enferrujada, andando com um único objetivo em sua mente.

O escultor, por sua vez, agora abria um sorriso irônico enquanto retornava a suas atividades, cantarolando músicas de amor dos anos noventa como se invocasse a Whitney Houston, quase que alheio ao que acabara de ocorrer.

– Ah, me pergunto se o danna-sama gosta de bentos caseiros ~ – Deu uma risadinha histérica, arregaçando as mangas do uniforme com a boca. Eles nunca aprendiam, hm?

...

Gotículas de suor deslizavam pela face bela de Sasuke. Era o horário pós-aulas e provavelmente Naruto já não estava nos arredores do colégio, mas sentia que precisava falar com ele. Mesmo que ele não estivesse ali, precisava tentar; caso contrário, não conseguiria dormir esta noite.

Fora os membros dos clubes, poucos eram os alunos que ainda permaneciam ali. Foi por isso que, ao chegar ao pátio, não resistira um suspiro de alívio ao ver seu objetivo aproximando-se do portão. Chamou por ele e, quando o loiro virou-se, surpreso, correu em sua direção. Sem hesitar ou fraquejar, o maior puxou-o com força pelo queixo e juntou seus lábios em outro roçar. Antecipando uma explosão, segurava-o pelos braços e deslizava a ponta da língua por sua boca cerrada, pedindo uma passagem que sabia muito bem que não seria concedida.

Para sua surpresa, no entanto, a única reação de Naruto fora uma mordida em sua língua que quase o fez gritar. Soltou-o imediatamente e cobriu a boca com as mãos, apertando-a embora o ato não aliviasse a dor aguda. Estava prestes a dar-lhe um soco, porém o rosto travesso e absolutamente vermelho do Uzumaki causou-lhe risos, logo endireitando-se.

– Foi justo. – Reconheceu entre uma risada e outra, ponderando sobre qual teria sido a última vez que rira desse jeito. O outro pareceu entender, contudo não o comentou. Em vez disso, o rubor dissipou-se e uma expressão séria tomou forma.

– Por que você fez isso? – Naruto perguntou, cruzando os braços. A verdade era que seu coração estava a mil e, assim como o moreno, ultimamente indagava mais do que deveria.

Já nessa época, descobriram-se interligados pelo fio escarlate que preferiu manter-se no fundo de seus corações.

– Fiz o quê? – Sasuke arqueou as sobrancelhas, engolindo em seco e apoiando o peso do corpo em uma das pernas. Não queria dar-se por vencido, não agora.

Mas a resposta não agradou o rapaz cada vez mais ansioso.

– Deidara te contou, não é? – As ríspidas palavras o pegaram de surpresa. Estreitando os olhos, Sasuke pôde notar que a voz do mais novo tremia como se estivesse prestes a cair no choro. O quê? Por quê? Não fizera nada demais! E contar o quê, exatamente?

– Do que você ‘tá falando? Foi apenas um beijo, não leve tão a sério – Quem tornava-se nervoso era Sasuke, agora. – D-De qualquer forma, eu queria te perguntar uma coisa e...

– “Não leve tão a sério”? – O loiro arquejou, interrompendo-o com violência. Aparentava estar perturbado com algo. – Você não tem direito nenhum de me perguntar algo, Sasuke, não depois do que fez comigo! – Exclamou no âmbito da cólera.

Espera...

– Huh? O que, exatamente, eu fiz? – Tentava manter a calma o máximo possível, é verdade, porém aquilo tudo estava muito estranho. Além disso, o Uchiha era extremamente temperamental e não era bom com discussões “civilizadas”. – E eu acredito que tenho o direito, depois de você ter sumido!

– V-Você... Não acredito nisso! – Naruto bufou, puxando os cabelos com as mãos trementes e virando de costas. Sentia uma infantil vontade de chorar, e tinha quase certeza de que não aguentaria muito mais tempo. – Que merda, teme, você...

– Eu o quê, caramba?! Desembucha! – A essa altura, já esquecera o que na realidade viera fazer.

– Você tirou meu BV, seu idiota!

...Quê?

– Pff... – Sasuke revirou os orbes cor de ébano, soltando risadinhas baixas e sarcásticas. A situação era imbecil demais para poder achar graça naquilo, francamente. Por outro lado, saber que era o primeiro a tocar aqueles dois pedaços de pêssego trazia um gostoso calor para seu peito.

– N-Não é engraçado, teme! – Corou o mais baixo, enfiando as mãos nos bolsos da calça do uniforme em um ato de nervosismo. – É um assunto sério, tsc...

Pouco a pouco, todas as peças se encaixavam no quebra-cabeça que Sasuke montava a respeito do sumiço que tanto o incomodava. Oh, seria possível que...

– ...Você sumiu por três dias inteiros apenas porque eu “tirei seu BV”? – Indagou o mais sério possível, embora o tom irônico fosse perceptível. Ele estava parecendo uma garota, comentou consigo mesmo, dizendo “BV” e dando tanta importância ao primeiro beijo. Era até adorável, de certa maneira.

Novamente, o silêncio do loirinho era a óbvia resposta.

Mais uma risada escapou ao moreno que, não podendo mais conter as mãos, atacou a cabeleira de ouro do jovem encabulado, acariciando-a com gentileza. O mero ato deixou o outro desconfiado, mas apesar disso encolheu os ombros e desviou o olhar. Talvez Deidara não houvesse dito nada, afinal...

– Desculpe. – Disse Sasuke, afastando-se com cautela. Um ar gentil pairava em seu rosto, e Naruto não pôde deixar de notar as várias faces de seu caráter que vira nos últimos dias. – Eu gostaria de começar de novo, se possível.

Aquilo deu-lhe uma pontada de esperança. Naruto riu brevemente, coçando a nuca ao ponderar sobre a resposta. Mordeu os lábios, duvidoso. “Ele tem namorada”, pensou, suspirando. Contudo, o raro sorriso que o outro estava demonstrando no momento entorpeceu-o. Ah, isso era errado, muito errado, mas...

Sasuke não sabia, porém os olhos astutos de Naruto o observavam a mais tempo do que poderia imaginar.

– E como você sugere que recomecemos, Uchiha? – Sorriu travesso, fazendo todo o embaraçamento passado parecer uma mera ilusão, tamanha a versatilidade de seu humor. E isso fez o mencionado sorrir, impressionado, antes de retornar à sua expressão satírica.

– Com um encontro.


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Notas finais do capítulo

Agradeço muitíssimo a todos os que estão acompanhando até aqui, e lhes garanto que a ação começará no próximo capítulo! Sempre leio seus comentários com um sorriso, e eles me motivam a continuar. Deixem críticas, dicas, elogios ou ameaças de morte, lerei tudo com vontade. See ya ~



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