Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 16
A Espada Vorpal


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ^^ sei que demorei bastante dessa vez, me perdoem! Eu estava viajando kkkkk espero que gostem e boa leitura!



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Capítulo 16 - A espada Vorpal

— E então? — Perguntou a Vermelha com aquela sua voz esganiçada e irritante. — O que está fazendo parada aí ainda? Saia!

Alexia não sabia onde enfiar a cara e muito menos o que falar. Então era de fato melhor sair dali antes que a Rainha começasse a ficar irritada e queira cortar sua cabeça.

Até porque elas eram muito parecidas. Será que isso significava algo? A denunciaria em algo?

A garota esperava que não. Estavam indo muito bem para e ferrarem agora.

Saiu então do local sentindo os olhares pesarem toneladas em suas costas. O Valete principalmente. Era de fato o que mais olhava.

Com passos apertados, Alexia estava no corredor novamente e permitiu-se respirar. Os dias ali seriam de fato muito, muito longos.

Como queria achar logo a espada.... Aquele lugar a assustava e fazia mal. Seu ferimento não estava em boas condições. E nem era útil na cozinha, com todos aqueles ingredientes estranhos.

Estava perdida em seus pensamentos quando se surpreendeu ao ver Jared no corredor. Estava vestido com uma espécie de armadura vermelha. Seus cabelos estavam desgrenhados mas sorriu ao ver a garota. Tinha dado tudo certo, afinal.

Ele se aproximava às pressas e pegou Alexia pelo braço gentilmente, puxando-a para o canto.

— Céus, eu fiquei preocupado.... Deu tudo certo, então? — Dizia ele com uma das mãos brincando com as mexas do cabelo da garota que caiam da touca que as escondia. Em seguida colocou de volta para dentro. Ela apenas assentiu com a cabeça um tanto tensa, torcendo para que não a pegassem ali com ele.

— Foi muito difícil conseguir pegar esta roupa? E o Chapeleiro? — Perguntava Alexia.

— Ele está bem, em um aposento criando chapéus para a rainha. Quanto a mim.... Não, não foi muito complicado. Mas estou aqui para informa-la.

— Informar? Aconteceu alguma coisa?

— Encontre a mim e o Chapeleiro mais tarde. As tortas de Amora da rainha devem estar ficando prontas. Ela as adora. Todos os dias deve ter, chega a parecer um ritual. Alguns convidados se servirão junto a ela e assim ficará mais fácil de imos atrás da espada Vorpal.

— Mas vocês já sabem onde ela está? — Alexia arqueou a sobrancelha e logo se tocou que era uma pergunta idiota. É claro que eles sabiam, não tomariam uma decisão tão precipitada do contrário.

— Eu não. Mas o Chapeleiro sim. Você provavelmente terá que servir as tortas para a rainha e seus convidados. Esperaremos por você lá, feito?

A garota assentiu com a cabeça, porém estava longe dali agora. Teria que ficar cara a cara com a Vermelha novamente, o que não era nada confortável. O jeito era torcer para que ela não ligasse mesmo para o rosto das empregadas.

— Não se atrase — Disse Jared despertando-a de seu transe e beija sua testa — Você ainda está ferida.

Alexia então franziu o cenho e olhou para o seu braço. Não doía, era como se não estivesse ali, e este era o perigo. O veneno se espalhava e parte do seu braço já mostrava uma coloração assustadora. Em seguida desviou o olhar, procurando focar em algum outro lugar.

— Vai dar tudo certo — Jared afirmou encarando a garota e logo em seguida esfregou seu outro braço em um ato de apoio — Não se atrase.

E então ele se virou para o corredor e passou a caminhar. Alexia achou melhor então fazer o mesmo, voltando então para a cozinha.

O cheiro de amora era perceptível de longe e era irresistível. Agora entendia o porquê de terem roubado as tortas da rainha uma vez. Ela provavelmente já estava viciada naquelas tortas. Quando chegou na porta viu várias e várias bandejas com uma torta recheada com uma espécie de geleia de amora, com algumas delas enfeitando a parte de cima com açúcar de confeiteiro. Estavam frescas e provavelmente quentes e fáceis de desmontar.

Nessas horas era meio difícil não querer se tornar rainha.

— Aah, que bom que você chegou! — Disse uma das cozinheiras olhando para Alexia — Você já pode ir levando o chá. Nós vamos levar as bandejas com a torta, se sobrar alguma peço que venha buscar.

A garota apenas assentiu calada enquanto ia até a bandeja com o bule de chá e um recipiente com vários torrões de açúcar. Pegou-a com cuidado e começou a andar em direção ao salão.

Desta vez não foi difícil encontrá-lo. O castelo estava muito agitado, pessoas andando pelos corredores, aparentemente com o mesmo destino. A garota apenas seguiu o fluxo.

O salão era do tamanho de um campo de futebol com uma mesa bem grande no centro. Alguns bules de chá já estavam ali e pelo vapor que saia, alguém havia levado recentemente. Além disso também havia cestas com uvas e outras frutas, apesar do prato principal serem as tortas.

O local também tinha muitas janelas que por sinal, eram enormes. Começavam no chão e terminavam perto do teto, com as duas pontas se curvando até se encontrarem uma com a outra. As cortinas começavam no teto e lambiam o chão e a vista dava para o jardim.

Na verdade, era difícil achar um local no castelo que não desse vista para o jardim. Ele rodeava todas as partes da construção.

A bandeja foi colocada sobre a mesa e ao ouvir passos, Alexia soube que estavam trazendo as tortas. Caminhou em direção a cozinha para ver se não precisavam de ajuda. Eram tantas tortas que não conseguia imaginar como seriam capazes de comer tudo aquilo.

Restavam duas bandejas quando Alexia teve a ideia de embrulhar algumas delas. Se tudo desse certo, partiriam em viagem logo e precisariam se alimentar. Talvez a Vermelha não fosse tão neurótica com suas tortas quanto era antes, não?

Pegou um pano e arrumou as tortas lá dentro num piscar de olhos. Foi até o esconderijo onde havia se trocado e deixado a bolsa. Sua vítima ainda estava enrolada como uma múmia, gritando inutilmente. Saiu o mais rápido que pode e pegou a bandeja, levando-a até o salão.

O tempo foi exato. Assim que deixou a bandeja sobre a mesa, as trombetas soaram. Todas as criadas foram em direção a parede, formando uma linha perfeita e Alexia apenas fez o mesmo.

Jared e outro guarda que não conseguia identificar abriram a porta e pararam numa postura perfeita ali mesmo, enquanto a Vermelha entrava com seus convidados que não conseguia reconhecer.

Agora a rainha vestia um vestido com uma saia volumosa e vermelha. A parte de cima era preta com um tomara-que-caia em formato de coração. Seus convidados também estavam elegantes, apesar de um tanto extravagantes.

A Vermelha caminhou até o seu lugar e os convidados só ousaram fazer o mesmo quando ela ordenou. Depois que todos estavam em seus lugares, ela ordenou que todos que não foram convidados saíssem.

Alexia saiu do local praticamente ao mesmo tempo que Jared e logo deram de cara com o Chapeleiro.

— Bem na hora — Ele abriu um sorriso com os olhos brilhando — Vamos, não temos tempo a perder.

Então o Chapeleiro começou a andar pelos corredores com paços apressados. Não se preocupava nem em se certificar se estavam seguindo-o. Sabia que estavam. Precisavam disso.

Alexia pediu um tempo para poder ir até o seu esconderijo. Eles a seguiram e lá ela pegou sua mochila. Sentia que não ficariam al por muito mais tempo.

Eles então saíram de dentro do castelo, indo para a parte de trás, que também tinha o jardim, mas era menos frequentada. Era o local dos estábulos e não muito longe, uma casinha.

Não havia guardas nem nada do tipo. Era de um tamanho médio.

— Está ali — Apontou o Chapeleiro para a casinha — É ali onde o Capturandam fica.

— Quer dizer que ele está lá agora?! — Alexia arregalou os olhos.

— Não.... Ele ainda está lá fora. Mas quando sentir que a espada está sendo ameaçada virá para cá. Talvez conseguimos a tempo. Temos que ser rápidos.

Sem mais nenhuma palavra, eles seguiram até o local. Porém quando estavam perto da porta, Alexia fraquejou, caindo no chão.

— O que houve? — Disse Jared em um sussurro alarmado, olhando para Alexia.

— O veneno — O Chapeleiro respirou fundo. Sua expressão não estava nada boa.

— Vamos continuar! — Disse a garota — Se ficarmos parados aqui só vai me deixar pior.

Sem mais delongas, eles então seguiram em frente enquanto a garota tinha um de seus braços envolvidos no pescoço de Jared que a ajudava a andar. O Chapeleiro aproveitou para abrir a porta com o mínimo de barulho possível.

O local era pequeno e aconchegante. O chão era coberto de palha e as janelas não tinham nenhuma cortina, para que entrasse a luz do lado de fora. Também tinha algumas velas, que não foram acessas. E nem pareciam ser acesas, na verdade. É como se tivessem esquecido deste local.

Alexia até entendia. Quem entraria naquele local para acender velas para um monstro?

No fundo da sala, porém, podia se ver uma única prateleira com uma caixa com um pouco menos de um metro de comprimento. Era fina e toda coberta de um veludo vermelho. Não restava dúvidas, a espada estava ali dentro.

O Chapeleiro logo se aproximou dela, olhou bem de perto, franzindo o cenho e juntando as sobrancelhas extremamente pensativo.

— Está trancada com magia. Apenas alguém com sangue real pode abri-la...

— Ótimo, nós não temos como abri-la! — Disse Alexia prestes a desistir.

— Aah nós temos sim — Disse o Chapeleiro puxando Alexia e mostrando sua marca de nascença, levando-a até o fecho.

Antes que tocasse, puderam escutar um rugido estrondoso. Não precisavam falar nada. Capturandam havia chegado.

Porém também podia se escutar marcha e as luzes do castelo se acendiam.

— CORTEM A CABEÇA! — Ouviu-se então o berro da rainha.

— Temos que correr! — Disse o Chapeleiro encostando a marca de Alexia na fechadura e pudemos ouvir o clique. Destrancado.

— Mas... Como? — Perguntava Alexia.

— Não temos tempo para explicar agora, corram! — Disse o Chapeleiro pegando a espada e entrega para Alexia.

Os três corriam para fora do local e quando chegam lá fora, estão cercados por vários e vários guardas cartas, além do homem que Alexia havia prendido com as plantas.

— Ora ora... — Dizia a Vermelha com sua voz irritante. Ela aparecia do meio da multidão com seus olhos cintilando em fúria — Parece que encontramos nossos invasores. Peguem-nos!

Alexia viu os guarda cartas sacarem suas lanças e apontarem para eles. Se aproximavam devagar com expressões ameaçadoras, quando o Chapeleiro sacou sua espada e Jared sua pistola.

Logo, tudo virou uma bagunça. As cartas vinham para cima quando o Chapeleiro rasgou uma ao meio como se fossem papel. Já Jared atirava nos olhos de alguns deles, que urravam de dor e fúria.

Mas eles eram muitos. Alexia sabia que por mais valentes que fossem, seriam pegos e sentenciados a morte. Precisavam fazer alguma coisa.

A garota olhou envolta. Estava num jardim. Aquilo com certeza era uma vantagem para ela. Então fechou os olhos, se concentrou e torceu para que desse certo.

Sentia toda a sua energia erradicar e todos as sua volta podiam notar a diferença. Os cabelos da garota ficando mais rebeldes e alvoroçados, quase como se tivessem vontade própria. As pedras em seu rosto brilhavam como se ardesse fogo ali. Suas asas reluziam e ficavam mais aparentes.

Porém o mais legal, era como tudo respondia a esse chamado de magia. O gramado do jardim se esticava e prendia os pés das cartas, fazendo com que se atrapalhassem a caíssem como efeito dominó.

Os cipós das árvores chacoalhavam e batiam como se fossem braços de um Salgueiro Lutador, jogando as cartas e qualquer um que se atrevesse a atacar longe.

Jared e o Chapeleiro não paravam a sua luta, atacando as cartas enquanto a Vermelha se enfurecia cada vez mais, soltando grunhidos de raiva a cada vez que via um de seus soldados serem derrotados.

Ainda assim, não parecia suficiente. Era como se aquelas cartas nascessem e se multiplicassem. Jared e Chapeleiro Maluco não eram máquinas de guerra e se cansavam. Alexia não tinha um poder infinito e já se podia notar falhas. Talvez lutasse melhor, se estivesse em condições para isso.

A garota já sentia seus joelhos fraquejarem e caírem contra o chão e os gritos de vitória do inimigo quando outro rugido foi escutado.

O Capturandam se aproximava e as cartas lhe davam espaço. Agora, a sensação de que tudo estava perdido era avassaladora.

Porém a garota não pode ver o desfecho desta batalha. Tudo escureceu, enquanto escutava os gritos e via as luzes do castelo girar.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem!



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