Alice in My Veins escrita por Miss Atomic Bomb


Capítulo 12
O suco de Tumtum


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal ^^ fui mais rápida dessa vez mas ao mesmo tempo demorei kkkk me perdoem, estava com um bloqueio com a minha outra fanfic e hoje finalmente consegui posta-la. E como essa aqui estava atrasada tomei vergonha na cara e escrevi kkkk mas fiquei chateada pelo capítulo não ter chegado a 2.000 palavras. Mas na minha opinião, ele ficou bem divertido. Espero que gostem e boa leitura!



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Capítulo 12 - O suco de Tumtum

Por pouco ambos não se espatifaram lá no fim do abismo. Se é que ele tinha fim.

Isso porque Alexia não sabia como voar com seus novos pares de asas e também porque Jared não era lá muito leve. A sorte é que o abismo era ainda mais profundo do que parecia e a garota ganhou tempo. Por mais bizarro que isso pareça.

Porém, é nesses momentos que as pessoas se revelam. Alexia teria rido muito em outras circunstâncias ao ouvir o grito aterrorizado de Jared.

A garota teve um certo trabalho ao segurar Jared e começar a voar mais para cima até chegar a terra firme. O rapaz até se sentia inútil, porque além de não poder fazer nada, ainda era um peso... Literalmente.

Alexia se continha para não soltar nenhum ruído de dor e não preocupar Jared... Ou faze-lo se sentir pior. Mas as vezes tinha a sensação de que suas asas estavam desgrudando de sua pele. E o local onde iria pousar não estava tão próximo assim.

O rapaz incentivava Alexia com palavras gentis enquanto a olhava com uma expressão preocupada. Sua insistência e coragem era louvável. Ela podia simplesmente ter saltado dali e ter deixado Jared sozinho para as cartas de baralho ambulantes.

A garota cerrava os dentes a cada bater de asas e seguia assim, mordendo o lábio inferior. A cada metro que ultrapassava era um alívio e uma tortura.

Ora diminuía, ora aumentava a velocidade, apenas para conseguir suportar aquilo. Quando finalmente viu que poderia pousar, mais se jogou do que voou.

Ambos caíram na terra e na grama e rolaram alguns metros. Porém isso não era nada. Estavam a salvo. Sem nenhum membro faltando. Alexia ainda no chão sentindo a dor sumir aos poucos, olha para o outro lado do abismo. Via as cartas encarando-os visivelmente irritadas sem poder passar, enquanto aos poucos deixavam o local.

Alexia então respirou fundo fechando os olhos ainda deitada sobre a grama.

Jared já se levantava e observava Alexia. As marcas intraterrenas em seu rosto ficavam cada vez mais fortes, chegavam a brilhar como tudo naquele estranho mundo. Seus olhos tinham uma expressão histérica e... Louca. Além de seus cabelos desgrenhados. Não saberia dizer se foi devido ao que já passaram ou se era algo mais.

Alexia ia se levantando quando viu o ar tremeluzir ali perto e Cheshire tomar forma novamente. Não podia esconder a frustração pelo gato não ter ajudado em nada. Tudo bem que Morfeu os havia alertado, mas ainda era injusto.

— Vejo que conseguiu êxito em sua ação, senhora — O gato dava aquele seu sorriso e Alexia não saberia dizer se aquilo era um elogio ou uma provocação. Seu sorriso sempre deixava aquilo em aberto.

— Por muito pouco — Ela resmungou e respirou fundo, se levantando logo em seguida. Sentia que algo estava diferente. Sua visão estava melhor. Mais focada. Se sentia uma espécie de águia. Seus dedos tremiam histericamente, seus olhos percorriam o local várias e várias vezes. Cada barulho desde o bater de asas de uma mosca a fazia olhar para todos os lados como se a sua vida dependesse disso. — O-o que está acontecendo comigo?

Cheshire sorriu novamente e rondou a garota.

— Seu lado intraterreno finalmente está totalmente despertado. Acha mesmo que a loucura é uma doença mental? O país das maravilhas é movido a loucura. Ele é a própria loucura. E você herdou isso. Seja bem vinda a abstinência!

Alexia não conseguia entende-lo muito bem mas resolveu permanecer calada.

— E então? Para onde vamos agora? — Jared questionou o gato.

— Estamos mais próximos do covil do Chapeleiro Maluco — O gato sorriu — Vamos poder tomar uma xícara de chá e depois ele quem guiará vocês.

— Espero que ele seja mais prestativo — Alexia resmungou e Cheshire revirou os olhos ignorando-a, seguindo o caminho logo com seguida.

Então os nossos queridos heróis tornaram a segui-lo. A beleza do país das maravilhas nunca deixava de encanta-los. Mas no momento Jared estava mesmo era admirado com as asas de Alexia.

Eram lindas, delicadas e ao mesmo tempo tão fortes... Elas refletiam a luz neon das florestas e plantas e erradicava poder. A garota estava perfeita.

Já Alexia se sentia como se estivesse dentro dos desenhos de seu pai. O cenário, as asas, o cabelo bagunçado, as marcas... Era coincidência demais para ser verdade. Ele já estivera aqui, não? Aquilo era incrível. O modo como ele expressava o submundo.

Claro, que não chegava nem perto do real. A beleza do país das maravilhas não é algo que se possa descrever. De modo algum. Isso porque sempre faltará a energia, a liberdade e a loucura que aquele lugar exalava.

Eles caminharam durante algumas horas. Seus pés doíam e clamavam por descanso e sempre que pediam por isso, Cheshire os incentivava falando que estavam próximos. As vezes parecia que estavam andando em círculos. Mas isso era só um truque do próprio local.

Então Alexia viu não muito longe dali, uma enorme mesa. Tinha várias cadeiras também, mas todas vazias. A mesa exibia um forro branco muito bem trabalho. Seria magnifico... Se não estivesse todo manchado.

Alexia a esse ponto já sabia onde estava. Apertou o passo e chegou até a mesa. A quantidade de xícaras e bules quebrados era assustadora. Estavam em todos os lugares. Sobre a mesa, nas cadeiras e até sobre o tapete que havia ali. Porém, isso não parecia incomodar o Chapeleiro e a ratinha que estavam ali, tomando o seu chá alegremente.

Tortas, bolos, broas de milho, cheese cake... Tinha uma variedade imensa ali. E aquilo despertou o estômago de Alexia. Só agora havia percebido que já estava faminta.

Na outra ponta da mesa, estava o chapeleiro tomando uma xícara de chá fumegante. Sua cartola era de um tom ferrugem, com uma fita azulada circulando-a. Suas roupas eram muito elegantes e tinha uma gola cheia de babados coloridos, assim como a ponta de sua camiseta, escondida pelo comprido casaco marrom e surrado. Os seus dedos estavam cheios de curativos e seus olhos se moviam e tremiam, quase como um tique nervoso. Ele era bem branco e suas olheiras eram profundas, de um tom alaranjado, ressaltando seus olhos verdes.

— Oh, temos visita! — Ele soltou uma risada engraçada. — Vamos, sentem-se. Temos comida para todos. Estão todos atrasados para o chá!

Alexia não sabia se fugia ou se se sentava. Mas estava com fome e o chapeleiro era seu aliado. Então a segunda opção lhe pareceu bem melhor.

Caminhou até uma das cadeiras e se sentou. Jared veio logo atrás dela e Cheshire apareceu do nada na cadeira ao seu lado.

— Então, meu humilde amigo... Sabe que as coisas aqui no País das Maravilhas não estão muito boas já faz um tempo e... — Cheshire começou quando o Chapeleiro o interrompeu.

— Fora cabeçuda! — Gritou ele e depois começou a rir histericamente junto com a ratinha. Alexia tentava afastar a sensação ruim toda vez que pensava que aquele seria seu guia. — Ora, vamos, comam!

Alexia não esperou que dissesse duas vezes. Se a comida estivesse envenenada estaria mais do que ferrada. Pegou algumas broas e colocou sobre seu prato, levando uma delas até sua boca. Sentiu salivar na hora. Estava delicioso. A garota revirou os olhos e respirou fundo.

Olhou para Jared e ele desviou o olhar rapidamente para outra coisa enquanto reprimia a risada. Enquanto isso, cortava um pedaço de bolo

— Muito bem, continuando — Resmungou Cheshire olhando para o chapeleiro — Como pode ver outra descendente de Alice está aqui e essa está no caminho para concertar tudo. Preciso que a leve para o castelo para que recuperem a espada vorpal e...

— Ela já sabe que a Vermelha é a... — O Chapeleiro começava a dizer mas Cheshire arregalou os olhos e exclamou.

— Boca calada não entra mosca!

— Ah... Morfeu... — O Chapeleiro revirou como se já entendesse tudo e deu mais um gole de sua xícara de chá — E vocês querem que eu os leve para o covil da Vermelha.

— Se puder... — Resmungou Alexia cortando um pedaço do cheese cake de goiabada.

— Claro que posso. Não aguento mais aquela megera — O Chapeleiro resmungou emburrado, mordendo uma broa como se ela fosse a culpada disso tudo.

— Então quando começamos? — Perguntou Alexia dando uma garfada no Cheese cake.

— Que tal agora? — O Chapeleiro sorri mas logo em seguida gargalha exageradamente — Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?

Alexia estranhou a pergunta e preferiu ficar calada. Pegou uma xícara de chá e viu um líquido roxeado e o bebeu.

— NÃO! — Gritou Cheshire mas era tarde demais. Alexia já havia dado o primeiro gole.

A garota sentiu sua cabeça girar. Seus olhos mudavam de cor para um purpura. Um sorriso histérico e sínico se formou em seu rosto.

— Fome, muita fome! — Exclamou ela.

— Fome? Mas você acabou de comer e... — Jared começava a dizer quando Alexia pulou em cima dele como um animal selvagem com uma faca em suas mãos.

— FOME! — Exclamou ela tentando ataca-lo. Jared segura suas mãos.

— O que diabos aconteceu com ela?! — Ele gritou assustado.

— É o suco de tumtum... Precisamos achar a fruta para que ela come. É a única coisa que irá saciar a sua fome!

— FOME! — Gritava Alexia histericamente tentando desferir inúmeros golpes em Jared que apenas a segurava enquanto se debatia. Não queria machuca-la.

— Volto já! — Disse Cheshire desaparecendo.

— Ah mas eu não acredito! Ele vai nos deixar em outro momento muito importante! — Gritou Jared irritado tentando segurar Alexia que estava cada vez pior. Jared pegou algumas broas e jogava na boca de Alexia na esperança de que a fome passe mas a garota só ficava pior. Cuspia as broas ferozmente.

— COMIDA! — Gritava ela atacando-o novamente.

Jared já não sabia mais o que fazer. Ela ia acabar devorando-o assim. Mas não desistia. Segurava, tentando acalma-la com suas palavras

E foi quando Cheshire surgiu novamente com uma frutinha menor que um olho e jogou na boca de Alexia com urgência. Ela urrou mas aos poucos ia se acalmando e a cor de seus olhos voltavam ao normal. Sua respiração se estabilizava... A medida do possível quando seu modo intraterreno está ligado e ser louco não é ter uma respiração normal.

— O que houve?— Alexia franzia o cenho confusa.

— Você quase tentou me devorar — Jared riu baixinho. — Dá próxima vez é só pedir que te levo para um lugar mais... Privado — Ele piscou para ela e ela deu um tapa em suas costas.

— Estou falando sério — Ela resmunga se levantando.

— Uh, que belo show — O Chapeleiro aplaudia rindo e logo se levantou — Domidonga, preciso que fique aqui cuidando da mesa de jantar enquanto levarei os nossos dois cavalheiros para o covil da Vermelha.

A ratinha pareceu não dar muita atenção. Estava na verdade entretida em seu banho no meio de uma xícara de chá. Mas o Chapeleiro pareceu não se importar.

Apenas se virou para Alexia e para Jared e dá um sorriso tão assustador quando os que Cheshire costuma mostrar.

— Então... Vamos?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?



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