Rose estava concentrada lendo um de seus enormes livros, ela os devorava em uma rapidez absurda.

–Ro. – a voz masculina soou ao seu lado fazendo-a parar de ler.

–Achei que estivesse com o seu namorado. –Rose zombou.

–Scorpius é meu melhor amigo e não meu namorado. –Albus ficou explicitamente bravo.

–Ficou bravinho Potter? – a ruiva sorriu vitoriosa.

–Talvez um pouco. – arqueou a sobrancelha esquerda.

–Desculpa, era só uma brincadeira. – a menina se inclinou para frente e abraçou o primo.

–Você sabe que detesto essas brincadeiras. – afastou-a.

–Ás vezes parece que isso te incomoda demais, é como se fosse verdade. – cruzou os braços na altura do peito.

–Não é e você sabe disso, a única pessoa que é apaixonada pelo Scorpius aqui é você. – o moreno estreitou os olhos.

–Você é tão burro Potter que não enxerga as coisas que estão na sua cara. – pegou o livro e marchou para longe bem longe do moreno.

Ela ia praguejando á si mesma por quase ter se exposto daquela maneira, ele não sabia e jamais saberia.

–Esquentadinha. – Scorpius provocou, mas ela nem sequer ouviu e continuou andando.

Os passos apressados da ruiva só foram interrompidos quando alguém segurou fortemente seu pulso obrigando-a á parar.

–Você está bem? – o loiro encarou-a.

–Pareço estar? – Rose puxou o braço.

–Se parecesse não estaria perguntando. – Scorpius esperou que ela respondesse, mas ela simplesmente ficou em silêncio. –Você realmente não está bem.

De longe Albus assistia a sua garota conversar com Scorpius, dessa vez eles pareciam conversar pacificamente e isso era sinal de que eles estavam se acertando. Ele se saiu caminhando andando para trás e se afastou dos dois.

No outro dia tudo estava normal em Hogwarts, era aula de Poções e Rose estava fazendo dupla com Scorpius.

–Se eu te fizer uma pergunta você promete não me matar? – Scorpius segurou a mão da ruiva.

–Faça. – ela puxou a mão.

–Se eu te convidasse para o Baile de Inverno você iria comigo? – perguntou.

–E-Eu... – gaguejou.

–Eu te dou um tempo para pensar. – o loiro desviou o olhar. –Albus esperou quase uma semana até a acompanhante dele aceitar. – contou.

–Al tem uma acompanhante? – cerrou os punhos e o loiro assentiu.

–Você só não pode demorar demais para responder.

–Eu aceito, eu vou com você. – aceitou.

Baile de Inverno

Todos estavam com suas acompanhantes e alguns já arriscavam bailar pelo salão e outros desfilavam de um lado ao outro.

Rose despontou no topo da escada, ela estava deslumbrante com um longo vestido vermelho, os fios ruivos estavam presos em um coque bem feito, o único problema eram seus saltos, ela odiava ter que usa-los.

–Você está linda. – Scorpius ofeceu o braço quando ela alcançou o último degrau.

Todos olhavam para eles e em especial admiravam Rose, mas um deles estava mais do que encantado, pois jamais a vira daquela maneira.

–Se você continuar olhando para ela, eu vou embora. – a morena acompanhante de Albus grunhiu.

–Ela é minha prima. – o moreno não tirava os olhos da ruiva.

–Todos sabem que ela tem sentimentos por você. – a Slytherin revirou os olhos.

Do outro lado Rose e Scorpius dançavam, a ruiva apoiava seu peso sob os saltos e o loiro equilibrava a menina para que ela não caísse.

–Estou passando vergonha. – a ruiva reclamou.

–Você está dançando perfeitamente bem. – Scorpius elogiou e a menina corou.

Ele usou seus braços para levantar a ruiva baixinha e então a beijou, ali na frente de todos.

Em um momento Albus soltou a mão de sua acompanhante, na outra trombava em todos que estavam na sua frente, de repente ele já estava socando o melhor amigo.

–Pare com isso Al. – a ruivinha se pôs entre os dois.

–Você ficou maluco? – Scorpius limpou com as costas da mão o sangue que escorria de sua boca.

O belo Potter apenas cambaleou para trás e saiu com passos apressados para longe de todos, ele tropeçava em seus próprios pés.

Ele correu para a Torre de Astrologia, se sentou no chão e enterrou a cabeça entre as pernas enquanto sentia as lágrimas esquentarem suas bochechas gélidas.

Albus ouviu o som de algo sendo jogado no chão e logo sentiu alguém tocar seu ombro e sentar ao seu lado.

Rose tocou o rosto do moreno fazendo-o olhar para ela e em movimento ela aproximou dele ainda segurando seu rosto.

–Sinto muito por ter estrago seu Baile de Inverno. – o moreno soluçou.

Em um movimento ele puxou a ruiva para um abraço longo e cheio de ternura.

–Você poderia me dizer o motivo de ter batido no seu melhor amigo? – ela perguntou ainda abraçada á ele.

–Ele te beijou. – afastou-se dela.

–E isso te incomodou? – ela perguntou e ele assentiu. – Por quê?

-Eu só tenho medo de te dizer certas coisas. – começou –Todo esse tempo eu tentei com todas as minhas forças não te amar Rose, tentei e todas as maneiras porque sei que as pessoas não aceitariam bem isso e você gosta do meu melhor amigo e eu fiquei confuso. – fechou os olhos. – Mas tentar não te amar só me partiu ao meio, tentar não te amar só me fez te amar mais. – declarou-se.

–Isso é bom porque eu estava morrendo para te dizer que tentar não amar você é inevitável e tentar não te amar só me fez te amar ainda mais. – ela sorriu para ele.

Albus mal conseguia acreditar no que estava ouvindo, ele não conseguia acreditar que sua garota era realmente a sua garota, Rose era sua Rose.

Ele puxou-a para si e então a beijou, beijou-a calmamente com medo de assusta-la mesmo que sua vontade fosse beija-la com toda a veracidade que sentia naquele momento, a sensação era estranha e ao mesmo tempo boa, eles sentiam correntes elétricas passando de um corpo para o outro fazendo ambos se arrepiarem.

Quando o ar se fez necessário eles interromperam o beijo, mas não se afastaram, não queriam se afastar.

Eles se olharam e sorriram.

–Esse com toda a certeza é o melhor Baile de Inverno de todos os tempos. – a ruiva não conseguia tirar o sorriso de seus lábios.

–Concordo plenamente minha namorada. – ele disse e ela esbugalhou os olhos.

–Sua... – arqueou ambas as sobrancelhas.

–Minha namorada, só minha. – ele beijou-a novamente.

–Então meu namorado você ainda está me devendo uma dança, esse é o meu Baile de Inverno. – ela corou ao chama-lo de seu namorado.

Albus levantou e lhe ofereceu á mão, ela agarrou a mão dele e eles dançaram ali com o som da música ecoando pelas escadas.