Dezesseis Anos e Meio escrita por Lady Padackles


Capítulo 24
Capítulo 24




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"Depois de correr pelo campo de basquete por duas horas a fio, Brian era uma poça de suor. Se exercitar era bom. Fazia com que ele esquecesse, ao menos momentaneamente, do fogo que lhe corroía por dentro. Era um homem amaldiçoado. Amaldiçoado pelo desejo que ardia em seu corpo e inundava seus pensamentos com imagens impuras. Mas ele não sucumbiria ao pecado de novo. Seria forte o suficiente. Iria esquecê-lo, custasse o que custasse...

Brian Scott seguia até o vestiário, andando apressado, quando notou Sam Winchester se aproximar.

– Se exercitando de novo, Brian? - perguntou o belo homem, mexendo em seus cabelos castanhos e macios com sensualidade.

– Sim... Eu gosto de fazer exercícios... - respondeu Scott secamente, tentando cortar a conversa. Estava cansado.

Sam sorriu, passando a mão no pescoço e no hematoma em seguida. Gemeu baixinho. - Eu sei... Você já me disse... Exercícios te fazem esquecer. Mas Brian... Isso não é justo! Ver esse seu corpo suado, só me faz lembrar... - disse de maneira sedutora.

– Esquece, Sam. Quantas vezes preciso repetir que o que fizemos foi errado? Quando você vai entender que não dá?

– Você pode falar o que quiser, Brian Scott... - disse o professor Winchester, então, puxando o treinador pela camisa, e falando próximo ao seu ouvido. - Seu corpo, seus olhos e a batida acelerada do seu coração me dizem outra coisa. Você quer! Quer tanto quanto eu...

Sam enfiou os braços por dentro da camisa de Brian e apalpou sua carne firme e musculosa, fazendo com que o outro homem estremecesse. O treinador sentiu seu membro crescer por dentro da calça. Maldito Winchester...

– Eu vou queimar no inferno por sua culpa... - gemeu Scott, sentindo os lábios de Sam em seu pescoço. Tentou se desvencilhar, mas a verdade é que para ele era impossível resistir. Era como se ele e o outro homem estivessem grudados com super bonder. Não dava mais pra separar sem rasgar a pele.

– Eu mando um cartão postal do céu dos homossexuais... - respondeu o professor de teatro, debochado.

Nenhum dos dois falou mais nada. Jogaram-se um nos braços do outro, despindo-se com ânsia e devorando-se em seguida. "

– Nossa, essa fic está ficando linda, amiga! Que tudo esse casalzinho... Estou totalmente shipando Wincott! - exclamou Jo entusiasmada, devolvendo o tablet de Ruby. - Mas como assim "devorando-se"? Um penetrou o outro, tipo, ao mesmo tempo?

– Não, ao mesmo tempo não dá, né? Só se tivessem um pau de borracha, que crescesse e se esticasse todo. Acho que um foi primeiro, e depois o outro.

As duas meninas puseram-se a rir, pensando na cena.

– Descreve melhor o que eles fizeram! - retrucou Jo em seguida. - Quero um lemon bem picante!

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Então lá estava ele, Sam Winchester, diante de Dean Ross, e prestes a lhe contar tudo... Abriu a boca, mas antes que conseguisse emitir algum som, Dean cortou o silêncio.

– Eu já pedi pro pai do Misha, e ele disse que pode me levar a sua casa no sábado! - disse entusiasmado.

Sam olhou para o seu lindo bebê, tão contente... Pobrezinho. Não queria decepcioná-lo, mas não tinha como evitar.

– Desculpa, meu amor. Eu não vou poder esse sábado...

Sam então contou sobre Clark e o teste para a Broadway. Dean ouvia as palavras do namorado, e por mais que entendesse, não podia deixar de se decepcionar. Ele só pensava em ficar a sós com Sam de novo. O amava tanto... Como poderia ficar ainda mais tempo sem tocá-lo, beijá-lo e abraçá-lo? Será que o moreno não se sentia da mesma maneira? Será que ele amava Sam mais do que Sam o amava?

– Dean, não fica triste... O Clark sempre sonhou com isso. Pensa como ele deve estar inseguro... Ele precisa de um amigo perto dele... - explicava Sam. Estava doendo ver os olhinhos de Dean marejarem.

Droga! Sam tinha razão, mas por que ele, Dean, tinha que ser tão infantil? Se começasse a chorar ali, Sam o acharia um bebê de verdade. Um perfeito idiota... E quanto mais Dean lutava contra as lágrimas, mas elas insistiam em lhe inundar os olhos.

– Não chora! - disse Sam, com o coração partindo ao meio. Certificou-se que ninguém estava olhando e limpou as lágrimas do menino com as mãos. - Prometo que no fim de semana seguinte a gente vai ficar juntinhos... Mas não chora, Dean...

Mas Dean continuou lacrimejando. Simplesmente não conseguia evitar... Tudo o que dizia respeito a Sam Winchester o deixava demasiadamente sensível.

– Por que está assim, meu amor?

– Desculpa, Sammy... É que você e o Clark se conhecem há tanto tempo... São amigos há tantos anos. Desde garotos... Antes mesmo de eu nascer. Eu entendo que você precisa ir com ele. Mas eu fico com ciúmes, porque você deve me achar um pirralho e...

Sam deu mais uma espiada, e como estava tudo tranquilo, arriscou um abraço, calando o namorado.

– Você não é um pirralho... Só de você admitir sua insegurança, já mostra que tem maturidade. E eu entendo que esteja triste... Só não quero que fique inseguro, porquê eu te amo mais que tudo nessa vida, Dean...

E Clark ainda queria que ele contasse a Dean que namorara seu irmão mais velho!? Dean tinha ciúmes até de Clark! Ele não iria entender... Iria morrer de ciúmes, e achar que Sam jamais estaria com ele, um garoto tão novo, não fosse pela paixão que vivera na adolescência... Ainda mais com a óbvia comparação que Brian fazia entre os dois irmãos Campbell. Não! Ele não iria. Não podia contar... Não tão cedo!

Dean enxugava as lágrimas quando Pablo e Christian chegaram. Algo em seu semblante denunciava que também não haviam tido um momento lá muito romântico.

– Dean, você está chorando? - Christian então perguntou, parecendo genuinamente preocupado. - Não foi por causa do que o Pablo falou, foi?

– Não! - responderam Dean e Sam em uníssono. Chorar por causa do que o Pablo falou era demais...

– Então o que houve?

Dean titubeou e Sam respondeu por ele.

– Ele deu um mau jeito na perna, e doeu.

– Ahh nossa... Melhor a gente voltar logo, caso ele precise ir pro hospital! - exclamou o garoto, preocupado. Christian era um bom menino. Partia seu coração ver qualquer pessoa chorar.

– Não, eu já estou melhor. Já está passando... - Disse Dean, ainda fungando.

"Quanta frescura", resmungou Pablo baixinho. Nenhum dos outros três prestou atenção ao comentário. Enquanto isso Christian abria a porta do carro. Sugeriu que Dean sentasse no banco de trás com ele, colocando a perna machucada para cima. O louro, ainda abalado pela vergonha que acabara de passar, chorando na frente de todo mundo, apenas obedeceu.

– Calma... Vai passar... - Tranquilizava Christian. - onde está doendo?

Dean apontou para o local, ainda ligeiramente dolorido por causa corrida. Surpreendeu-se quando o outro menino começou a massageá-lo de leve.

– Não vou te machucar. Meu pai é fisioterapeuta. Passar a mão assim só alivia a dor - explicava o menino, descontraído.

Sam não ficou com ciúmes. Sabia que não tinha motivos para isso... Viu entretanto, que ao seu lado, Pablo só faltava soltar fogo pelas ventas. Ele estava injuriado.

– Sabe que eu já quebrei a perna também? - disse então Navalhada, lá pelas tantas. - Foi fratura exposta. Eu tinha só cinco anos, e nem chorei...

– Tem gente que é mais sensível à dor... - respondeu Sam, tentando amenizar a situação, e defender seu neném.

– Não... Acho que tem gente que faz frescura, isso sim. Pra ganhar atenção... - respondeu o garoto, sem esconder a acidez.

– Pablo! O que deu em você hoje? - reclamou Christian. Pobre Dean chorando de dor e o outro só piorando as coisas? As vezes Christian não entendia o que se passava com o seu amor. Sim, seu amor... O menino não escondia que estava apaixonado, mas desde a bronca que levaram de Brian, Pablo parecia não querer mais nada com ele. - Não liga pra ele não, Dean... - completou Christian.

Pablo estremeceu de raiva, sentado em sua poltrona, e permaneceu calado até chegarem ao colégio.

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Dean ainda sofreu um bocado ouvindo músicas tristes, abraçado a Sammy Pillow, e pensando no seu amor solto pela Broadway, bebendo e dançando com Tom em alguma boate gay. Apesar disso, não reclamou mais com Sam. No fundo sabia que estava sendo infantil, e não queria que seu namorado, adulto, concluísse isso também.

Sam, notando a infelicidade de seu neném, tratou de preparar uma atividade especial para o ensaio de quinta-feira. Arranjou tarefas para ocupar os outros alunos e planejou passar todo o tempo treinando luta com Dean. Agora que o louro se livrara do gesso, podiam finalmente fazer isso.

Um colchão foi posto no tablado, e assim que Dean chegou para a reunião foi surpreendido por Sam.

– Vem, Dean. Hoje nós vamos treinar nossa luta... Tem que ficar perfeito pro dia da apresentação!

O louro sorriu satisfeito enquanto os dois se afastavam dos outros alunos. Misha, Justin e as meninas estavam trabalhando à distância, enquanto os dois podiam se encostar a vontade.

– Vem, me apunhala. Segura aqui... Deixa eu te pegar aqui... - instruía Sam, enquanto tirava milhares de casquinhas do namorado.

Dean estava adorando a atividade. Apertava Sam com tesão e impunemente.

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– Vem Dean. Me ataca, que vou te jogar por cima de mim.

Dean empurrou Sam com as mãos, mas foi segurado pela cintura e lançado pra cima, caindo no colchão em seguida. Repetiram o golpe algumas vezes até ambos ficarem cansados. E foi aí que Dean empurrou com mais vontade, jogando Winchester no colchão, e caindo por cima dele.

Sam estava ofegante e olhava direto em seus olhos. Dean não tinha mais forças para se levantar... Ele queria relaxar. Deitar por cima do namorado e dar-lhe um beijo de cinema. Queria passar as mãos pelos cabelos compridos e macios de Sam e sentir o perfume que ele tinha. Mas não... Não podia... Por que como toda história de amor que se preze, a deles era complicada... Não podia nem beijar seu namorado em paz.

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– Eiii psiu! - chamou Misha.

Dean e Sam, ainda deitados no colchão, olharam para o garoto que os chamava, já se aproximando.

– Justin levou as meninas lá pra fora. Foram atrás do Brian Scott... - ria o garoto. - Podem aproveitar que nós estamos vigiando... Quer dizer, vigiando a porta e a janela... Fiquem a vontade - completou, virando o rosto e se afastando em seguida.

Dean não esperou nem um segundo. Já havia esperado demais... Segurou os pulsos de Sam e agachou-se por cima dele, em posição de dominância. O Winchester era dele, só dele.

O professor estremeceu ao ver aqueles olhos verdes e brilhantes a fitá-lo. Aquele menininho não estava para brincadeira... Sentiu-se amolecer e se entregou aos beijos do louro. Quentes e apaixonados.

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Jo e Ruby correram a escola inteira atrás de Brian depois que Justin e Misha garantiram tê-lo visto andando por ali com um buquê de rosas e uma caixa de bombons. Seriam um presente de Sam Winchester, ou um presente para Sam Winchester? Elas precisavam descobrir. Queriam saber tudo... Aqueles dois namorados eram tão fofos e tão românticos!

Enquanto isso, Justin vigiava a porta, rindo da história que inventara. Misha vigiava a janela, e os namorados se beijavam e se abraçavam, felizes por terem ao menos alguns minutos para se curtir.


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