O viajante no tempo escrita por Gabriel Lucena


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um...


Boa leitura!



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Depois que eu e Popis ficamos nos encarando nos olhos, ela soltou uma risada cínica e perguntou:

–Acha mesmo que pode me derrotar com esse quadro? Há, você vai ter que tomar muita sopa pra isso.

–E quem disse que quero te matar? Só quero te impedir de fugir daqui.

–Não interessa, eu atiro em você e você morre, esse quadro não vai segurar minhas balas.

–Então atira se você tiver coragem ô maluca. Eu sabia que você não era flor que se cheire, mas manter uma menina inocente me cárcere só prova que você é bem pior do que eu imaginava, imagina o que o Chaves vai dizer quando souber que a mandante de tudo isso é você.- eu disse e ela abriu a boca pra me dizer algo, mas a voz de um policial ao megafone surgiu:

Atenção, quem estiver aí na casa não se mova, só pedimos que o mandante do sequestro se entregue e liberte a refém, assim ninguém sairá ferido.

–Acha mesmo que vou me entregar de bandeja pra esse verme? Sou mulher mas sou guerreira, eu luto por aquilo que quero e não deixo nem uma minhoca me atrapalhar.- disse a Popis arregalando os olhos.

–Isso é o que você pensa, daqui a pouco eles arrombarão a porta e você vai estar aqui, caída no chão, imobilizada por mim.

–Eles não vão poder arrombar, a porta é ativada pela minha voz, tudo é ativada pela voz hoje em dia, e só vai abrir se eu mandar.

–E qual é a palavra que você vai usar pra mandar ela abrir?- desafiei.

–Abre-te césamo!!- e ela riu alto, o que despertou a atenção do policial.

–Se não se render agora, nós vamos invadir a casa, é a última chance!

Agora não teve mais jeito, aproveitei que ela deu uma pequena olhada em direção à porta para prestar mais atenção à voz do policial e eu dei um golpe na arma dela com a adaga com isso, a arma caiu no chão e nós brigamos por ela, pra azar meu, a Popis conseguiu deixar a mão na arma enquanto que a minha só ficou um pouquinho segurando nela, então, tive uma ideia, mordi a mão dela, morder não é bater nem agredir certo? Com a mordida, ela gritou de dor e eu pude pegar a arma, mas antes de chegar no quadro, ela fez a adaga ficar atravessada entre as minhas pernas e me fez cair no chão, mas eu não larguei a arma, e quando ela partiu pra cima de mim pra tentar pegar, eu rolei pro lado e avistei uma corda no canto da parede, não pensei duas vezes e peguei a corda, como ela ainda estava no chão, aproveitei e amarrei-lhe os braços e as pernas, resistindo aos chutes e tapas que ela tentava me dar.

– Tá apertado?- eu perguntei depois de amarrar os pulsos dela.

–Um pouquinho.- ela disse, com lágrimas nos olhos.

–Ótimo.- e depois de dizer isso eu peguei as chaves no bolso dela e fui até a porta dos fundos e abri, logo assim que saí, avistei o Seu Madruga, Alejandra e Chaves mais à frente;

–Ei aqui! A entrada é por aqui! A mandante do sequestro está aqui!!!- eu gritei para o Seu Madruga, que veio correndo na minha direção.

–Quem é a mandante?- perguntou o Chaves ao entrar na casa.

–Ninguém mais ninguém menos que ela.- eu disse apontando para a Popis, que agora estava com uma cara de quem não acreditava que aquilo estava acontecendo com ela.

–Popis...- disseram Chaves e Seu Madruga juntos.

Logo depois disso, os policiais algemaram ela e o Chaves finalmente conseguiu se recompor e perguntou:

–Popis, por quê você fez isso?

–Porque eu quero você Chavinho. Eu achava que mantendo a Chiquinha presa iria conseguir fazer você esquecer dela e assim poderia conquistar você.- ela disse, deixando o Chaves boquiaberto.

–A Chiquinha, cadê ela Popis?- perguntou o Seu Madruga.

–Naquele quarto ali.

Chegando lá, o quarto estava vazio, mas havia um frasco de plástico em cima de um colchão, que devia ser o colchão onde a Chiquinha estava dormindo, junto com ele uma corda arrebentada e um canivete.

–Aqui neste frasco diz que os efeitos colaterais do remédio causam coceira, tontura, choro, perda de memória temporária e perda de coordenação motora.- disse o policial do megafone.

–Você estava dando este remédio pra ela Popis?- perguntei.

–Estava dando pra que ela pudesse dormir e ninguém pudesse ouvir os gritos dela.

Foi aí que eu percebi que a janela do quarto estava aberta, apesar de ser pequena, dava espaço pra uma garota do tamanho da Chiquinha passar, então, provavelmente, o remédio deu os dois últimos resultados dos efeitos colaterais e ela acabou se soltando e fugindo pela janela.

–Vamos atrás dela.- disse o policial, enquanto que outros levaram a Popis para a delegacia.

O que se revelou, no entanto, foi inusitado, ao pularmos a janela, tudo o que se dava pra ver era um monte de árvores e mato, como íamos achar a Chiquinha naquele mato todo? Mas, por sorte, a Chiquinha deixou rastros, foi o Chaves quem descobriu os rastos dela primeiro.

–Olha gente, a Chiquinha deixou rastros bem evidentes.

Como o Chaves havia sido o único quem conseguiu detectar o rastro da Chiquinha, ele foi andando na frente, enquanto eu fui atrás dele, Seu Madruga e Alejandra atrás de mim e por último, dois policiais pra nos dar cobertura.

Com meia hora de caminhada, Chaves começou a passar mal, ele tossiu uma vez e eu perguntei o que houve, mas ele disse que estava tudo bem, mas logo depois ele tossiu de novo e dessa vez, caiu no chão tossindo sem parar, Alejandra tentou socorrê-lo e ele começou a tossir sangue, isso mesmo, sangue, comecei a ficar preocupado, será que ele estava morrendo?

–Gente, isso só pode ser tuberculose, pessoas com essa doença começam tossindo normalmente e depois é que tossem sangue, ele precisa de um tratamento rápido e agora.- disse um dos policiais, que explicou que antes de se tornar policial, chegou a fazer faculdade de medicina, mas não passou.

–Levem ele para o hospital, eu vou atrás da Chiquinha.- eu disse.

–Não Alessandro, é perigoso, você pode morrer nessa mata.- disse o Seu Madruga.

–Eu preciso ir, eu vim aqui para impedir que a Chiquinha morresse atropelada e sequestrada, a minha missão é resgatá-la, e não vou descansar até ela estar a salva em sua casa.

–Mas como você sabia que a Chiquinha ia ser atropelada?- perguntou Alejandra.

Gelei no lugar, como contar para a Alejandra que eu vim do futuro? E o pior, ela ainda tinha que levar o Chaves para o médico o mais rápido possível, então, tinha que ser rápido, por isso, apenas acrescentei:

–Eu vim do futuro ok? Agora vão.- eu disse e saí correndo, achava que estava sozinho quando escutei um barulho atrás de mim, e ao me virar, percebi que um dos policiais estava indo comigo para me proteger de qualquer perigo que viesse pela frente, como ursos, cobras e tudo de perigoso que exite na mata.

É um pontapé atrás do outro, isso não parece uma viagem no tempo qualquer, parece que eu estou dentro de um videogame participando de um jogo onde estou em uma missão de resgate e a cada fase é um novo desafio pra eu passar, primeiro, o atropelamento, depois, o cárcere na cabana e agora, o sumiço na mata, quantas fases esse jogo têm? Não sei, mas eu sei que vim aqui com uma promessa, então, eu não posso descansar enquanto não tiver cumprido ela e vou até o fim. Até o fim mesmo.


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Notas finais do capítulo

Coitado do Chaves, será que ele se salva da tuberculose? Tomara né? Até o próximo.



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