Apenas Corte escrita por Aprimorada


Capítulo 5
Tola.


Notas iniciais do capítulo

Galera desculpe a demora, esse vai ser curtinho, porém o próximo será bem grande, posto em torno de terça a quinta. boa leitura



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Concordei com a cabeça, lhe dei um abraço e quando voltamos o olhar, nos paralisamos. Meu corpo de alguma coisa estava adorando em estar envolvido em seus braços. Seu rosto se aproximou do meu. Senti que ele iria me beijar. E quando mais perto ele ia chegando, meu coração acelerava. E finalmente ... Ele me beijou, não, não nos lábios, mas o mais próximo deles, bem no cantinho. Fechei meus olhos, enquanto sentia seus lábios molhados tocarem o canto de minha boca. Voltamos a se olhar e um sorriso grande e bonito brotou em seu rosto, fazendo o meu aparecer em seguida. Então ele se virou e fiquei olhando até sumir na primeira esquina que virou. Entrei para casa, com um sorriso enorme no rosto. Minhas mãos tremiam, e por um segundo sequer pensei nele como alguém em quem poderia amar, como casal, como namorados, mas foram poucos segundos. Quando cheguei ao meu quarto, me toquei, que estava sendo uma idiota. Aquilo jamais poderia ocorrer, ele era um irmão pra mim, não do mesmo sangue, mas de alma, de coração.

Me sentei na bera da cama, e tampei meu rosto com a mão, sussurrei a mim mesma "Não estrague mais nada, por favor". Uma coisa é certa, não é minha culpa, mas não posso deixar acontecer. Ou talvez seja minha culpa ne? Porque deixei ele vim até minha casa, dei-lhe uma brecha, talvez ele ache que eu o amo. Não é? Talvez seja minha culpa. E eu iriei estragar uma amizade linda, porque sou tola. Pequenas lágrimas correram em meu rosto, lágrimas que não faziam sentido algum escorrer, mas eu era assim mesmo. Qualquer coisa era motivos de choros, de discórdias e discussões comigo mesma, de culpa. Serio, era tão complicado eu mesma me entender em certos dias. As lágrimas aumentaram e quando me vi, chorava feito um criança de seis anos que implorava para mãe comprar um brinquedo. Me joguei na cama e em seguida senti meu corpo se encolher. Eu sabia que tinha que parar com aquelas malditas lágrimas, pois elas me iriam me fazer algo que tento evitar ao máximo. Ta certo, é mais uma mentira, nunca evito os cortes e qualquer coisa acho que é útil e suficiente para fazer novos cortes aparecerem.

Então, ainda perdida em meus pensamentos, meu pai chegou. Entrou em meu quarto de escopeta gritando alguma coisa impossível de decifrar, me levantei da cama assustada e ele se dispôs a minha frente, chegou seu rosto perto do meu senti o cheiro forte de álcool que exalava de sua boca e gritou, dessa vez pudi entender.

— VADIA, ISSO, VA..

Cambaleou no quarto, colocou a mão na cabeça e minhas lágrimas voltaram a escorrer. Se virou para mim, me olhou como se fosse a pior pessoa do mundo. Como se eu fosse igual a ele. Ele se aproximou de novo e disse:

— SUA CULPA, TUDO SUA CULPA INGRATA MATOU QUEM EU MAIS AMAVA.

Dessa vez não entendia o porque disso, ele me culpa da morte de minha mãe, mas o que eu tenho haver com isso? Não tenho culpa nisso né? Por favor não me diga que eu tenha, não, não me julgue, por favor. Eu dizia a mim mesma. Ele saiu de meu quarto batendo a porta com força. Sem saber o que fazer com todos os sentimentos daquele dias mais uma vez fiz um ato mais que covarde, as lagrimas não pararam, e mesmo meus motivos não sendo suficientes. Eu resolvi fazer. Fui para o banho, e as lagrimas continuaram. Briguei com o espelho. Na verdade eu não sabia se era com o espelho ou comigo mesma. Xingava como se eu falasse com alguém que eu odiava a anos e na verdade odiava. Peguei a lâmina, passei em meu braço esquerdo. Passei rapidamente uma vez pelo meu braço e nada, nem uma gota de sangue, nenhum rompimento. Passei de novo e duas vezes a mais. Comecei a me xingar novamente, por não conseguir uma coisa que já fazia a muito tempo. Passei a lâmina mais uma vez, com mais força e mais raiva. Consegui dessa vez. O braço sangrava e eu chorava. Não por estar doendo, sim por te-lo feito outra vez. Comecei a falar com a voz baixa: ” Fraca, fraca, fraca!” Desmoronei. Peguei a lâmina mais uma vez e dois novos cortes apareceram. Os cortes ardiam. Meu pai voltou ao meu quarto, creio que queria brigar mais comigo, me xingar mais talvez ou me bater, e começou do outro lado da porta a gritar: “Menina, entrou no banheiro para morrer?” Sua voz saia tremula e falhada. Eu sorri ironicamente e respondi um: “Já estou saindo”. Olhei mais uma vez para os cortes, sorri e os recebi de bom grado como velhos amigos que gostariam de nunca mais ter de ver, mas que veria brevemente. Respirei fundo e tomei coragem para encará-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, acho que ficou meio difícil de entender, é que fiz bem de ultima hora. Por favor comentem.. Beijos



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