Allec estava na casa de Catherine com Mariana. Eles atacavam um pacote de pipoca de manteiga. Mariana estava deitada no sofá, Allec e Cath sentados no chão assistindo The Flash.

– Essa Iris é vacilona, hein? Como pode dispensar o cara? Eu simplesmente dava pra esse Barry Allen. Jesus. - Mariana comentou. Allec e Cath gargalharam. - Não, sério, olha esses olhos. Esse sorriso.

– Quando você o encontrar, quem sabe? - Cath sugeriu.

Já fazia um mês que eles eram um trio inseparável. Depois de pular de paraquedas, Catherine deu o número dela para eles, que se falaram pelo whatsapp. Então em uma noite, Mariana aparecera de madrugada vestida com uma estranha roupa colante no melhor estilo viúva negra na janela do quarto de Allec e o acordara para ir na casa de Catherine. Os dois foram até lá e pouco depois saíram pela cidade, quase caindo de tão bêbados.

– Mal posso esperar por isso. - Mariana concluiu. Então levou as mãos a pipoca, encontrando o pote vazio. - Droga. Allequito do meu coração. Pega mais pipoca pra sua melhor amiga aqui.

– A melhor amiga dele sou eu. - Catherine exclamou, fingindo ofensa.

– Não, não é. - Mariana empinou o nariz.

– Meninas, não briguem. Eu sou de todas. - Allec sorriu. Mariana e Catherine deram almofadadas nele.

– Vai de uma vez. - Mariana exigiu.

Allec, resoluto, foi até a cozinha. Colocou mais uma pipoca no microondas e se apoiou na mesa, assobiando uma música qualquer enquanto olhava pela janela. Uma sombra passou por ali. Parecia familiar. Ele andou até o vidro, e ficou branco com o que viu.

Um rosto não muito diferente do seu, alguns poucos traços estranhos. Mas estava magro e mal-alimentado.

– Louis... - Allec sussurrou, reconhecendo o rosto de seu irmão. Mas aquilo era impossível. Ele vira seu irmão morto. Ele mesmo... Ele mesmo matara seu irmão. Foi como ele descobriu os poderes. Ele estava ficando louco. Isso era impossível.

– Olá irmãozinho. - Louis disse, com um sorriso. - Faz muito tempo desde a última vez que nos vimos.

Allec se apoiou na mesa da cozinha, derrubando um prato com frutas que se despedaçou no chão. Catherine que estava na sala teve um sobressalto, mas Mariana foi mais ágil. Rápida, ela correu para a cozinha, a tempo de ver Louis pela janela.

– Lou. - Ela cuspiu o nome, com raiva. Pegou um revólver de dentro da bota que usava e apontou para o garoto.

– Mari. - Louis sorriu. - Finalmente, hein?

– Não era pra ter vindo aqui. - Mariana falou, com a arma apontada. Catherine e Allec deram alguns passos para trás, não entendendo porque a amiga segurava uma arma. - Eu jurei que da próxima vez que eu te visse eu meteria uma bala na tua cabeça.

– Você não vai atirar. - Louis contou vantagem.

– Como pode ter tanta certeza?

– Não com Cath assistindo. - Louis respondeu.

Mariana vacilou, mas não parou de apontar para Louis.

– Eu sei seu ponto fraco, Mari. Você tem uma queda pelos Campbell. Não vai atirar em mim. Não na frente do meu irmão. Sem falar que você nunca me machucaria. - Louis deu a última cartada.

Mariana abaixou a arma. Louis deu risada e fugiu rapidamente, aproveitando a chance.

– Mariana... - Cath gaguejou.

– O que diabos foi isso? - Allec terminou a pergunta. Mariana colocou a arma de volta na bota.

– Eu vou explicar. Mas antes vamos reunir a turma.

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Charlie estava na sua casa. Ela havia convidado David para passar a tarde por lá porque precisava contar ao amigo outro sonho estranho que tivera. Estava reunindo coragem para dizer algo quando a campainha tocou.

Ela abriu a porta e ali estava uma ruiva de cabelos encaracolados, parecendo nervosa com um pen drive na mão. Assim que a viu, uma dor de cabeça lancinante tomou conta de Charlie. Ela recuou automaticamente.

– Ah, por favor, não feche a porta. - Andrômeda pediu. - Meu nome é Andrômeda. Acho que já nos conhecemos.