Julgamento escrita por Luc


Capítulo 6
Propósito Maior


Notas iniciais do capítulo

No final, apêndice de personagens e habilidades.



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Genevieve acordou devagar, imaginando estar em seu quarto. Depois de olhar ao seu redor, notou que aquele definitivamente não era seu quarto. Era fechado, pequeno, com cortinas pesadas, nenhum móvel além da cama onde se encontrava deitada.

Estava escuro. A garota sentou-se, tentando manter a calma. Onde ela estava? Que lugar era aquele? O pânico começou a crescer em seu peito. Ela lembrou-se da fuga nas ruas perto do mercado, um homem misterioso a seguia, sua respiração estava pesada...
Lembrou-se da fadiga repentina e de ter desmaiado nos braços de seu perseguidor. Olhos escuros. Ela arrepiou-se.
Do lado de fora da porta, passos ecoaram pelo que ela imaginou ser um corredor. Ela rapidamente voltou a deitar-se. A porta foi destrancada.
Genevieve fechou os olhos e tentou manter uma expressão serena no rosto. Sua pulsação parecia ecoar nas paredes ao redor dela, em seus ouvidos, pelo seu corpo, tanto que ela cogitou que seu visitante pudesse escutá-la. Ela ouviu o passos dele parando ao seu lado. Ela suspirou, para manter a calma. Tentou concentrar-se no ambiente ao seu redor. Ela sentiu cheiro de grama. Provavelmente estava no campo. Não havia barulhos de movimentação próxima, o que reafirmava sua teoria.
Uma pergunta no canto de sua mente esperava resposta; Por que ela estava viva? O homem certamente não havia violado seu corpo, visto que ela não sentia dores ou sangrava. Qual o propósito, então? Talvez um resgate?
O número de desaparecidos em Londres aumentou consideravelmente depois que começaram a praticar rituais ocultistas para a diversão da alta sociedade. Boatos viajavam pelas famílias ricas da cidade de que grande parte dos desaparecidos eram vítimas de seitas, cultos e ciganos. Genevieve não queria ser uma dessas pessoas.
– Eu sei que está acordada. - uma voz masculina disse calmamente.
A loira abriu os olhos e encarou os mesmos olhos que vira antes de desmaiar.
– Importa-se se eu me sentar à sua cama? - o homem retirou o relógio do bolso e olhou as horas, depois focou seu olhar nela.
Genevieve assentiu para que ele se sentasse. Por dentro, ela estava em pânico, alerta total, todos seus instintos a instigavam a correr, gritar, chorar... Mas por fora, ela aparentava uma calma calculada. Ela sempre foi assim, e não seria agora que perderia sua compostura.
O homem sentou-se, Genevieve afastou suas pernas para ceder-lhe espaço.
– Genevieve, não lhe direi meu nome, por enquanto. Pode referir-se a mim como Doutor. Não desejo ferir-lhe intencionalmente. Aqui você será alimentada, tratada educadamente e temos criados que cuidarão de seu conforto. Não sou seu inimigo. - ele não desviou o olhar enquanto dizia.
Genevieve ficou em silêncio por alguns segundo, pensando no que dizer.
– Onde eu estou? Por que estou aqui? - Provavelmente não haveria uma resposta.
– Você está... Em minha casa de campo, por assim dizer. É longe de qualquer lugar, então não tente fugir, do contrário não sobreviverá ou eu provavelmente a encontrarei novamente e trarei-a de volta. Você está aqui para servir a um propósito maior.
O homem levantou-se, ajeitando sua lapela.
– Acredito que revelei mais que o necessário por hoje. Você se reunirá com os outros em cerca de duas horas, sugiro que vista-se apropriadamente. - ele olhou para ela novamente durante alguns segundos - Sugiro que abra o baú aos pés da sua cama. Temos alguns vestidos que foram doados e lhe servirão perfeitamente, creio. Do contrário, procure Martha durante a refeição, ela fará os devidos ajustes. - dito isso, o Doutor começou a caminhar até a porta.
– Qual seu propósito maior? - Genevieve perguntou antes que a porta se fechasse. Mas o Doutor a ignorou e fechou a porta atrás de si.
...
Genevieve vestiu-se com um dos vestidos do baú. Todos muito usados, de tecidos claros, simples. Típicos vestidos de classe baixa. Ela tentou prender seus cabelos loiros em um coque descente, mas a falta de um espelho tornava a tarefa impossível. Desistiu, por fim, e foi até a porta. No corredor, haviam pelo menos mais sete portas como a dela. O corredor se estendia até uma sala. Duas outras portas se abriram, mais duas mulheres saíram vestindo vestidos semelhantes ao dela. Igualmente confusas, as três se encararam, mas nada disseram. Genevieve decidiu ser a primeira a fazer algo. Fechou a porta de seu quarto e caminhou até a sala ao fim do corredor. Não esperou para ver se as mulheres a seguiram.
A sala se estendia mais a fundo na casa, vertendo-se em outros corredores, com mais quartos como o dela, imaginou. Dos outros corredores, saíram mais mulheres vestindo vestidos simples, todas muito confusas. Aos poucos, todas se juntaram na sala.
As portas da sala se abriram e uma mulher sorridente entrou.
– Boa noite, Senhoritas. Bem vindas! Não temam, meu nome é Martha e sou a governanta da casa. Estou aqui para orientá-las, ajudá-las no que estiver ao meu alcance e fornecer conforto. Por favor, sigam-me, o jantar será servido! - Martha virou-se, esperando que todas a seguissem.
Genevieve estava confusa, a testa franzida.
– Por que faríamos qualquer coisa que você diz? - ela questionou diante do silêncio da sala.
Martha virou-se, e sorriu novamente.
– Porque se vocês não me obedecerem e manterem-se saudáveis, serão descartadas! - Martha declarou alegremente.
Genevieve, assim como as outras mulheres, não precisou de mais explicações. Seguiram Martha em silêncio e com apreensão estampada em seus rostos.


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Notas finais do capítulo

Lexi Smartchild- Habilidades reveladas: Empatia, capacidade de ler ou sentir sentimentos e emoções.
Markus Cooper- Habilidades reveladas: Indução a Necrose, capacidade de matar células de seres vivos.
Alicia Alexander- Habilidades reveladas: Precognição artística, capacidade de recriar artisticamente qualquer evento futuro.
Fabian Montgomery- Habilidades reveladas: Persuasão Sobrenatural, Habilidade de convencer ou obrigar as pessoas a fazer o que se pede usando a voz.
Genevieve Finley- Habilidades reveladas: nenhuma.



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