Garoto Errado - Diecesca escrita por Beyhive Diecesca


Capítulo 10
O lado bom da vida Parte 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/528494/chapter/10

FlashBack On
Nanda: Francesca, sua menstruação vem 2 dias depois da minha
Fran: E daí?
Nanda: E daí que a minha veio semana passada e a sua não – Ela disse e eu me assustei, pois realmente é verdade –
Fran: Nada haver! – Disse nervosa –
Nanda: Amiga, vem ca – Ela abriu os braços me chamando para um abraço e assim eu fiz – Eu vou estar aqui pra tudo – Ela disse e eu chorei deixando o nervosismo sair –

POR FRAN
Já fazia quase meia hora que eu tinha feito xixi no palito. Deixei em cima da pia e sai, não to com coragem de ver o resultado...

Nanda: Vai logo, Francesca

Fran: Acho que ainda não apareceu lá
Nanda: Vai logo!

Tomei coragem e abri a porta do banheiro, fiquei 2 segundos observando o palito em cima da pia até que tive coragem... peguei-o e uma lágrima correu ao meu rosto ao ver o resultado... saí do banheiro e olhei com lágrima nos olhos para Fernanda que logo não se aguentou e começou a chorar também.

Nanda: Positivo né?! – Disse sem deixar transparecer sua voz de choro, porém embargada de preocupação –

Fran: Amiga eu não sei como isso foi acontecer... Na verdade eu sei! Mas não era pra ser assim – Disse e ela me abraçou forte e logo os flashes da minha noite com Dih veio a cabeça – amiga? – Disse e ela me olhou preocupada –

Nanda: O que foi, amor?

Fran: Eu não usei camisinha quando transei com o Dih – Ela colocou as mãos no rosto –

Nanda: Como não Fran? Ta louca? – se levantou –

Fran: Foi o momento, a gente acabou esquecendo!!!

Nanda: Agora você vai ter que ir atrás dele e falar tudo!

Fran: Eu não posso.. – Disse chorando mais –

Nanda: Como? – Disse sem entender –

Fran: Eu não vou ter esse filho – Disse e ela me olhou incrédula –

Nanda: Não to ouvindo isso – Deu duas piscadas e deixou lágrimas rolarem pelo seu rosto – Você não vai fazer isso, Francesca

Fran: Vou sim! Eu to tentando esquecer o Diego e tudo que eu menos preciso é uma gravidez indesejada

POR DIEGO

Estava com uma menina que acabei de conhecer na balada, a gente tinha acabado de transar... não me julguem! Nunca pensei que eu sairia comendo qualquer uma, apesar de sempre pensar em curtição, nunca fiquei com “putas” assim! Só ficava com meninas que eu conhecia e que tava afim de pegar! Mas dessa vez não, tava disposto a esquecer Francesca a qualquer custo! Ela me machucou de mais e eu tava cansado de sofrer por isso, então resolvi ver o que a vida tem de melhor e o que eu nunca vi... resolvi provar do lado bom da vida e adoro essa vida de viver de balada em balada! Olhei pra menina do meu lado tentando lembrar o nome dela, alguma coisa como Renata, Rafaela.... sei lá! Não lembrava... levantei-me e me vesti, tratei de procurar um papel e uma caneta, escrevi um bilhete e fui embora pra minha casa pra dormir... Queria saber algo da Fran, como ela ta.. mas somente isso! Pois se ela aparece na minha frente pedindo uma chance eu vou fazer o mesmo que ela fez, ela me deixou! E não se importou, não vou me importar e vou manda-la embora da minha vida pra sempre, não mereço esse sofrimento

POR FRAN
Depois de uma longa briga com a Fernanda, decidi que amanhã vou atrás de Diego e dizer tudo que está acontecendo, se ele reagir mal... vamos até a tal clinica para eu tirar o feto! Qual foi? Não quero ter um filho, não posso ter um filho... eu quero recomeçar minha vida! Deitei na cama ao lado de Fernanda, não estou em condições de dormir sozinha! Abracei-a de lado e dormimos, era incrível o amor fraternal que a gente sentia uma pela outra, ela me chamava de “Francesca Cauviglia Vilaça”, pois eu era sua irmã de coração.. quando não me chamava de Keulla, seu sobrenome (Fernanda Keulla Vilaça)!

Acordei no outro dia, depois da minha noite de pesadelos malucos que nem sei explicar...

FLASH BACK ON (SONHO DA FRAN)
“Eu estava no carro com Ludmila, numa estrada estreita e estranha, ela me olhou assustada ao ouvirmos gritos vindos do final da estrada, uma lágrima quente e pesada desceu dos meu olhos... quanto mais nos aproximávamos, mais meus olhos se escureciam de dor e desespero... eu queria sumir ao passar por isso! Chegamos mais perto das pessoas e vimos cerca de 20 pessoas com placas de luto gritando
–Parem de matar bebês”
Acordei com o coração acelerado, levantei-me e olhei o relógio! Eram 7:30! Meu coração ainda estava apertado pelo sonho, então decidi fazer minha higiene matinal, me vesti normalmente e passei pouca maquiagem para ir a casa de Diego. Decidi não acordar a Fernanda! Então desci as escadas do prédio, peguei o carro e dirigi em direção a casa dele, quanto mais perto estva, mais meu coração acelerava! Até que cheguei... eram exatamente 8:50! Toquei a campainha desesperadamente e senti meu coração aumentar o rítimo mais ainda. Nada! Toquei a campainha novamente. Nada! Toquei-a outra vez e pude pude ouvir passos até a porta e a voz de Diego gritando: “Já vai, caralho”. Pude ver o susto em seus olhos ao abrir a porta e se deparar comigo:

Diego: Francesca?

Fran: Dih..

Diego: O que você ta fazendo aqui?

Fran: A gente precisa conversar

Diego: Conversar? – Me disse sem entender –

Fran: É que aconteceu tanta coisa e eu precisava te... – antes que eu terminasse a frase fui interrompida por ele –

Diego: Não, Francesca! Não temos nada pra conversar! Você me deixou aqui e não deu sequer satisfação alguma. Eu nunca vou te.. – o interrompi –

Fran: Deixa eu te explicar o que ta acontecendo

Diego: Não, nunca mais apareça na minha frente. Nunca mais volte na minha casa, eu não quero te ver nunca mais! Você me deu momentos de felicidade sim, mas não se compara ao tanto de desgosto – Essa altura eu já estava chorando – E por que você ta chorando? Quem foi abandonado aqui fui eu, eu que deveria estar chorando! A cada palavra que sai da sua boca é um desgosto pro meu coração, não consigo mais te olhar, Francesca! Não consigo te olhar sem lembrar tudo que você me fez – Cada palavra que ele dizia, me destroçava.. não conseguia responder nada. Só as lágrimas caindo pelo meu rosto já eram capaz de mostrar meus sentimentos – Vai embora da minha casa e não apareça nunca mais! Não precisa me explicar nada, porque eu sei que o que você vai falar vai me causar mais desgosto e mais vontade de te ver longe! – assenti com a cabeça. Virei-me e sai, pude ouvir a porta batendo e algo quebrando lá dentro –

Diego não tem noção do que aquelas palavras me causaram, eu só queria sumir... fui aos soluços em direção ao aeroporto, obviamente se eu dissesse a Fernanda que estava decidida a abortar ela iria me matar e me obrigar a ir atrás de Diego outra vez. E não, não estava preparada para isso! Não estava preparada para ouvir os sermões dela. Eu só queria fugir. Chegando ao aeroporto, fui até a companhia aérea que eu iria viajar para Itália e cancelei meu voo, comprei uma passagem para o voo mais próximo para o México. Viajaria pela madrugada, ás 03:00, de hoje pra amanhã! Depois de resolver tudo da viajem no aeroporto, fui em direção da minha casa e me deparei com Fernanda ainda dormindo! Arrumei minhas coisas silenciosamente, com cuidado para não acorda-la. Coloquei tudo no quarto e fui em direção da minha próxima missão, uma casa velha , na beira de uma estrada pouco movimentada. Era lá que vendia os remédios para aborto, que minha amiga de escola, Gabriela havia tomado aos seus 15 anos. Tal vez ainda encontrasse uma resposta naquela casa. Assim que cheguei, bati na porta e me abriu um homem de mais ou menos uns 43 anos que se apresentou como Álvaro!

Fran: É que quando eu era mais nova minha amiga disse que veio aqui pra tomar um remédio e.. – Fui interrompida –

Álvaro: Como ela se chama?

Fran: O caso é que agora, eu que to precisando desse remédio! - Olhei pra baixo um pouco sem jeito –

Álvaro: Você tem certeza?

Fran: Sim!

Álvaro: Você ta sozinha – o olhei assustada, por que ele estaria perguntando isso –

Fran: Sim, estou sozinha!

Álvaro: Ok... Então vou te dar a pílula e você toma quando chegar em casa e vai direto repousar. – Sorri fraco em sua direção –

Fran: Ok!

Ele saiu para outro compartimento, enquanto isso eu observava o velho casebre com cara de abandonado. O que eu estaria fazendo alí? Passei a mão na minha barriga e uma lágrima correu meu rosto. Eu estaria matando meu próprio filho, não podia fazer isso! Mas o que seria pior? Faze-lo perder a vida antes mesmo de te-la, ou deixa-lo sofrer com a ausência de um pai? Não poderia criar uma criança naquela condição, as palavras de Diego me machucaram muito e não poderia ter sequer uma lembrança, eu estava carregando um pedaço dele dentro de mim e teria que tira-lo, antes que esse pedaço dele estrague tudo, todo meu recomeço iria por água abaixo se eu tivesse um filho agora. Meus pensamentos foram interrompidos por Álvaro quando chegou com duas pílulas em mão me entregando! Eu o agradeci e fui em direção da casa que eu morava antes. Tirei as coisas do carro a as coloquei na sala de casa. Peguei as pílulas da minha bolsa, um copo d’agua e tomei as duas pílulas, porem uma de cada vez. Caíram lágrimas pesadas e quentes dos meus olhos, fui em direção ao meu quarto, deitei-me e dormi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!