A Semideusa escrita por Annah Dias


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

=D Por favor, deixem reviews para a história continuar! =D



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Capítulo 1

Acordei na sala de aula enquanto a professora de Historia estava dando aula. Ela não parecia incomodada com o fato de euestar dormindo enquanto a aula dela ocorre. A única professora que era assim comigo. Normalmente quando eu adormecia durante as aulas, eu era acordada brutamente e enviada para a diretoria e recebia uma advertência, o que me aconteceu umas quatro vezes na aula de Geografia.

Eu não tinha tempo para dormir em casa. Por algum motivo, coisas estranhas acontecem comigo todos os dias e eu sempre chego tarde em casa e quando vou dormir, tenho pesadelos horríveis que me deixam com insônia.

Um dia quando essa professora de História, Ellen, me chamou para conversar sobre o fato de eu dormir na sala de aula dela, me perguntou o motivo e eu contei tudo. Ela parecia acreditar em mim e sempre depois das dias que tinha aula dela ou quando ela está no colégio à tarde, ela me dava aulas extras com a maior paciência do mundo, ja que eu tenho dislexia e TDAH.

Ela é legal.

Ellen me deu um sorriso aconchegante. Ellen tem cabelo preto liso na altura do busto e olhos cinzentos que me lembram nuvens de tempestades - que estavam bem mais frequentes esses dias - o que ficava bem legal nela. Ellen usava uma saia estilo secretária cinza e camiseta branca com um broche de safira que formava uma coruja.

Assim que eu retribui um sorriso, ela voltou a continuar a aula sobre deuses gregos.

Bem, eu esqueci de me apresentar. Sou Annah Collins e tenho catorze anos. Estudo em um colégio público nos arredores de Manhattan. Eu não sei o porquê que vou dizer, mas eu sempre me pergunto o motivo de eu não ser nem um pouco parecida com meus pais. Eles são loiros, embora minha mãe - Elizabeth Collins - tenha olhos verdes como a safira que minha professora usava e meu pai - Dr. Julius Collins porque ele é um médico cirurgião bem conhecido nos Estados Unidos - tem olhos castanhos; eu tenho cabelo preto como as asas de corvos (eu gosto muito e sempre que vou à um zoológico, eu fico perto deles) e olhos tão azuis quanto o céu. Meus pais falaram que foi a genética que decidiu isso.

Sempre que diziam isso, eu ria demais.

Sem perceber, a aula passou depressa e logo o sinal para o intervalo soou. Meus colegas já estavam com as bolsas prontas e fugiram da sala sem se despedir de Ellen.

Arrumei minha mochila calmamente. Eu não tinha nada mesmo para fazer no intervalo e minha professora favorita estava ali, então eu preferia fazer as coisas em câmera lenta.

“Você dormiu novamente”, Ellen disse se aproximando com os livros de mitologia envoltos nos braços dela.

Eu ajeitei a mochila em meu ombro e olhei para ela. “Desculpa, professora. Eu realmente gosto de suas aulas e de você, mas como eu te disse… Meus pesadelos me tiram o sono e eu mal consigo dormir em casa à tarde”.

Ela sorriu novamente. “Eu te entendo, não precisa se desculpar. Bem, hoje não vou poder dar aula extra para você, mas segunda-feira eu poderei.”

Eu franzi minha testa.

“Por quê?”, perguntei.

“Tenho uns assuntos de família para resolver. As coisas estão bem ruins no mundo, certo?”, eu não sabia o motivo dela estar falando sobre isso, mas eu assenti.

“Os furacões frequentes, tsunamis e terremotos”, eu estremeci só em dizer isso, “Espero que tudo volte ao normal”.

Ellen sorriu. “Eu também, Annah. Bem, preciso ir agora. Tenha um bom fim de semana”.

“Obrigada, você também professora!”, eu acenei e quando ela saiu da sala, eudei meia-volta e olhei pela a janela as nuvens negras. Iria cair uma grande tempestade. Eu não me sentia mal com aquilo, mas matava e feria pessoas e isso não era legal.

Dei meia-volta novamente e saí da sala, esbarrando em um garoto que passou pela porta no mesmo momento que eu.

Ele era maior e eu colidi com seu tórax e só não caí, porque ele me segurou e logo me soltou quando eu o olhei.

Era o garoto emo da escola. Bem, todos o chamavam de emo, mas eu não. Ele tem cabelo ondulado e preto na altura do ombro e olhos tão negros que davam medo de olhar, o que combinava com as olheiras negras, mas eu não tinha medo dele. Ele vestia uma camiseta do Dia dos Mortos com caveiras dançantes por baixo de uma jaqueta aviador que estava aberta e um anel de caveira.

Aquele garoto era do tipo… Ama caveiras?

“Desculpa”, eu disse, “Mas você deveria andar olhando para frente, não para o chão.”

“Olha quem fala” a voz dele soou mórbida, tal como a minha quando eu não durmo direito. Ele apertou os olhos. “Acho que já te vi antes”.

Então eu lembrei do que ele estava falando. Eu esbarrei nele há alguns dias quando eu fugia de um homem gigante de um olho só, em frente à minha casa no meio da noite.

“Lembrei de você” dissemos juntos.

Ele deu um leve sorriso irônico. “Eu sou Nico di Angelo. O que você tinha correndo daquele jeito?”.

“Acho que você não acreditaria em mim”, disse eu. “Sou Annah Collins.”

“Acredite, não acreditar é uma coisa rara para mim” ele parecia dizer a verdade. Mas quem acreditaria em uma menina de catorze anos que diz que foge de monstros diariamente e tem pesadelos mitológicos e irreias? Ele com certeza não ira acreditar.

Nós não percebemos e nos encaramos por um minuto, enquanto eu decidia contar ou não.

“Você tem parceiro para o evento de música no domingo?”, ele me perguntou. Tinha que ter um parceiro para o evento no domingo que ocorreria, era para cantar, dançar ou atuar. Mas precisava fazer isso para ganhar pontos.

Eu não tinha amigos, então eu não tinha um parceiro e neguei com a cabeça.

“Ótimo. Quer ser minha parceira?”, ele perguntou.

“E o que você faria? Dormir?”, perguntei.

“Acho que essa seria minha pergunta à você. Ao contrário do que você possa pensar, eu sou ótimo guitarrista”.

“E eu tecladista” eu afirmei. “E cantora”.

“Você canta?”

“Não, cara, eu não canto. Eu berro” eu respondi à pergunta idiota dele. Se eu sou cantora, então eu canto. “Canto sim. Eu prefiro bandas de rock ou cantoras de endings de animes”. Eu sou uma viciada em animes, mangás e tudo assim, embora não leio mangás por conta da dislexia.

Ele puxou um pequeno bloco de notas e uma caneta - puxou a tampa e começou a escrever algo. Eu tentei ler o que estava escrito e não fazê-lo pensar que eu era curiosa. Assim que ele terminou de escrever, puxou o papel e me entregou.

Eu ergui o papel para ler e eu demorei alguns segundos para decifrar o que estava escrito:

Aceita ser minha parceira para esse evento escolar?

Eu franzi o cenho. Por que ele não falaria isso ao invés de escrever em um papel e me entregar? Ergui meu rosto na direção dele.

“Claro”, eu disse. “Mas poderia ter dito.”

“Não gosto de falar muito”, ele afirmou. “Eu te busco sete horas para irmos ao Starbuck falar mais sobre isso.”

Eu ergui uma sobrancelha. “E por acaso sabe onde moro?”

“Digamos que eu te segui no dia em que te vi correndo”, ele disse e deu às costas após acenar e continuou o caminho. Aquele garota era estranho.

Até ele sair da minha vista, continuei olhando e tentando pensar no que havia acontecido. Ele me seguiu? Acho que eu já poderia começar a chamá-lo de stalker.


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