Eu Ainda Estou Aqui escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 18
Capítulo 18




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Eu havia trocado de roupa cinco vezes, e no final acabei com uma calça jeans escura, mocassim preto, blusa de lã bege, um cachecol vermelho e um pouco de maquiagem.

O final de setembro era frio, e eu não gostava de pensar que teria apenas até dezembro.

Ouço a campainha tocar.

– Tchau, pai - lhe dou um beijo na testa e saio de casa.

– Acha que assim está bom ? - pergunto ao abrir a porta.

– Oi pra você também, e sim, você está perfeita.

Coro um pouco por causa do elogio.

– Obrigada.

Fecho a porta atrás de mim e caminho até a moto ao lado de Jason.

– Princesa, minha madrasta pode ser um pouco difícil, mas não se preocupe, eles só querem te conhecer.

– Tudo bem - digo com um sorriso nervoso.

Jason me dá um beijo no alto da cabeça e nós montamos na moto. Algum tempo depois a moto entra num bairro rico da cidade e paramos em frente a uma casa extremamente grande de dois andares.

– Ual! - digo quando descemos da moto.

Jason sorri para mim e me conduz até a porta, quando esta se abre, dou de cara com um saguão onde há uma pequena mesa de mogno na nossa frente e um grande lustre acima de nós, ao lado da mesa vejo uma escada que dá para o segundo andar, e em ambos lados há corredores extremamente largos. Sou conduzida pelo corredor da esquerda e nós entramos em uma grande sala de jantar no final do corredor, há uma mesa de 15 lugares do meio da sala e um lustre parecido com o do saguão pende no teto, no fundo da sala a parede é toda de vidro dando para o fundo da casa onde há uma piscina e um grande gramado.

Sentados a mesa, estão um homem de cabelos parcialmente brancos, ele usa calça de sarja bege, camiseta preta e mocassim, se parece muito com Jason, o que os diferencia bastante são os olhos azuis do homem.

A direita do homem sentada a mesa está uma mulher de cabelos escuros, ela parece um pouco mais nova que o homem, mas seu rosto mostra algumas marcas de expressão, ela usa um vestido vinho e seus olhos pousam em mim assim que entramos na sala.

– Princesa, meu pai, Marcos e Abigail, minha madrasta.

– Oi - digo timidamente.

– Ah, olá... Elizabete? - pergunta Marcos, assinto - é um prazer conhece-lá.

Marcos estende a mão para mim e eu a pego. Abigail apenas olha para mim e faz um aceno com a cabeça.

Nos sentamos a mesa e pouco minutos depois um homem mais ou menos da idade de Jason entra na sala, ele também se parece com Jason, só que seus cabelos são um pouco compridos e seus olhos azuis, como os de Marcos. Ele me olha e sorri.

– Você deve ser Elizabete - ele me estende a mão e eu a pego - sou Michael, irmão do Jason.

– Olá, Michael.

Depois de todos estarem sentados a mesa, somos servidos.Há uma grande variedade de saladas e sucos, há cordeiro, purê de batatas e salmão. Me sirvo apenas com um pouco de salada e purê de batatas.

– Então, Elizabete - Abigail me surpreende falando comigo - você sabia que Michael está fazendo doutorado ?

– Ah, não, não sabia - digo meio receosa - mas é bom, ficar sabendo.

– Ah sim, bom, Michael é um ótimo garoto.

Abigail ficou falando sobre os feitos de Michael até servirem a sobremesa.

– Jason lhe contou que não fez nenhuma faculdade ?

– Ah sim, ele contou - digo, vejo que os dedos de Jason se apertam em volta do garfo.

– Então, Elizabete, o que você faz ? - Michael corta Abigail, com uma conversa agradável e eu fico grata por isso.

– Administro a academia do meu pai.

– Ah sim, interessante.

Apenas sorrio.

– Faculdade ? Você faz ? - Michael pergunta amigavelmente.

– Ah, não faço.

– Mas pretende ? - Abigail corta a conversa agradável.

– Na verdade, não - digo baixo.

– Não ? Pretende fazer o que da vida ?

– Eu... hm... não sei... - Morrer.

– Mas deveria pensar, não se pode uma moça da sua idade...

– Já chega, Abigail! - Jason diz entredentes.

– Ora, Jason - ela responde no mesmo tom em que falava - pelo que nos falou sobre ela, ela não é exatamente rica...

– Abigail! - Marcos adverte.

–E bom- ela continua como se Marcos não tivesse falado nada - você não é pobre e receberá uma herança um dia, seria muito convenie...

Jason bate os punhos na mesa, fazendo um barulho alto.

Michael olha a cena claramente envergonhado.

– O que ? É estranho ela não estar em nenhuma faculdade.

– Ela não está em nenhuma faculdade porque está morrendo! - Jason grita.

Ele se levanta da cadeira derrubando-a atrás de si, todos haviam se calado e seus olhares passaram para mim. Jason pega minha mão e me arrasta para fora da sala, depois para fora da casa. Ele sobe na moto e eu subo atrás.

– Jason! - ouço Abigail gritar enquanto partimos com a moto.

...

– Olha, eu sinto muito - Jason diz com as mãos tremulas de raiva quando entramos no barracão - eu não achei que ela pudesse ser tão...

– Tudo bem.

Pego suas mãos e a seguro forte sorrindo para ele. Jason me toma em seus braços com um abraço forte.

Depois de um tempo, nós nos sentamos no sofá e ligamos a TV.

– O que aconteceu com sua mãe ? - pergunto.

– Ela foi assassinada, por causa do dinheiro do meu pai... - ele deixa a voz morrer.

– Ah, sinto muito.

Ele apenas me abraça forte e eu retribuo o seu abraço.

– Como ela era ?

– Minha mãe?

– É.

– Ela tinha o cabelo e os olhos castanhos, não era exatamente pequena, tinha a altura do meu pai, embora fosse muito magra - ele para um pouco, mas em seguida volta - ela não fazia distinção entre mim e meu irmão, como Abigail. Ela conseguia ver o melhor em nós dois, sempre dizia que nos amava de maneira igual apesar de não sermos nada iguais, na verdade, via o melhor nas pessoas, e tenho certeza que você amaria ela e ela a você . Acho que é isso. Ela morreu quando eu tinha quatorze.

– Ah, adoraria ter conhecido ela.

– Adoraria que a conhecesse.

– Como seu pai acabou com Abigail ?

– Ele conheceu ela uns seis anos depois, obviamente ela não é nada parecida com a minha mãe, eu acho que é por isso que meu gosta dela, porque ela não lembra minha mãe e isso doeria.

– Entendi. Realmente, ela não tem nada haver com a sua mãe!

– Não, não tem ... - ele faz uma pausa - acho que minha mãe ficaria feliz por nós dois.

– Eu acho que... sim.


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