Controlados- Interativa escrita por White Rabbit, Soulless


Capítulo 13
Capítulo 11- Desespero- Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tenho uma boa notícia, leiam as notas finais. Espero que gostem do capítulo!



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Kiriko Aytsuko

The Hunter

She Wolf- David Guetta ft. Sia

Ele se esgueirou por entre as árvores andando cautelosamente. Sua presa estava a poucos metros dele, um pequeno coelho de pelos esbranquiçados que comia as pequenas ervas que cresciam em maio a campina. O pobre animal ignorava sua presença, sem esperar pelo destino que estaria para vir sobre ele: a morte. Kiriko movia-se astutamente, os passos lentos e precisos, a besta empunhada pronta pra lançar uma seta sobre sua presa. O coelho mexeu as orelhas repentinamente como se tivesse escutado algum ruído. O rapaz parou repentino, a tarefa de um caçador era saber esperar e ele sabia muito bem o que era ser um caçador.

O coelho olhou em volta com ar de curiosidade, mas logo depois voltou a comer sem se preocupar. Com a besta em mãos, ele ajoelhou-se em meio a grama, fechou um dos olhos mirando a ponta da besta em sua vítima distraída, agora ele só precisaria apertar o gatilho e o coelho estaria morto. Sentiu a emoção percorrer de novo em suas veias, ele sempre fora um caçador, e estava novamente na ativa, isso para ele era como o maior dos sonhos. Apertou o gatilho fazendo a besta lançar a seta na direção do coelho, a mesma zuniu no ar antes de acertar o pobre animal, manchando a grama com seu sangue.

Kiriko levantou-se enquanto a mesma sensação de sempre percorria seu sangue. Ele sempre fora um caçador, desde que se conhecia por gente. Só que no seu caso, ele não era um caçador normal que caçava animais para sobreviver. Ele era um assassino de aluguel, caçava pessoas em troca de dinheiro e favores. Tinha perdido as contas do número exato de pessoas que ele torturou e matou, e por mais macabro que fosse ele gostava da sensação, de ter o sangue sujando suas mãos, de ver os gritos de agonia de suas presas, de poder mata-las de diversas formas, ele pouco se importava com moralidade ou com certo ou errado, era o seu meio de sobrevivência e ele não poderia fugir da realidade.

Viver na Base Seizon-sha era sobreviver da forma que conseguisse, a maior parte da população se resumia a membros de gangues, prostituas, ladrões e falsários. E as pessoas como ele que lucravam com a morte. Todos deviam se perguntar, como alguém de dezessete anos pode matar assim? Com tanto sangue frio? Nem ele próprio sabia a resposta. As poucas lembranças que tinha de sua infância se resumiam e ele chorando em meio a uma poça de sangue. E mais tarde quando ele foi adotado por um membro de uma das gangues de sua base.

Kiriko balançou a cabeça, o seu passado pouco o importava, sua vida também, por mais que ele quisesse ninguém o entenderia. Seria chamado de assassino, demônio, tirador de vidas... Grande coisa! Pessoas mataram bem mais que ele, pessoas chacinaram muitas outras vidas nas disputas por poder, então que se ferrassem todos os que o chamassem de imoral, os seres humanos perderam a moralidade logo que surgiram e por todo o tempo continuariam sendo os mesmos seres patéticos de antes, apenas mais violentos.

Ele observou o coelho, inerte, sem vida, banhado pelo próprio sangue. Quantas pessoas não terminaram do mesmo modo que aquele animal? Quantas pessoas não morreram por motivos fúteis? Quantas pessoas naquele mundo não desejavam a morte mais do que tudo? Ele podia ver a alma negra daqueles que matava, podia ver o quanto suas mentes desejavam a morte, o quanto eles queriam fugir daquele mundo. Ele apenas estava ajudando eles, afinal eles iam morrer um dia de qualquer forma.

O rapaz passe pelo coelho sem se importar com o pequena cadáver, olhou em volta, nem mesmo um único sinal de vida. Ele suspirou, aquele mundo chegava a ser ainda mais chato do que o mundo real, não era o que ele esperava de um “novo mundo” como aquela cientista disse. No entanto, ele tinha a breve sensação de que já esteve ali antes, como se aquele local lhe fosse familiar, o que era estranho já que ele nunca estivera em nenhuma campina, pois elas não existiam em sua base.

Ele prendeu a besta em suas costas, por uma tira de couro que havia recebido. Ficou fitando o coelho sem vida, o que faria com ele agora? Comê-lo? Será que tinha matado o animal apenas para saciar sua sede por sangue? Ele continuou a olhar o infeliz animal, sem ter certeza do que fazer com ele.

– Não vai pegá-lo? - a voz o tirou de seus pensamentos e ele procurou por quem seria seu dono, até dar de cara com uma garota de cabelos prateados sentada em um galho de uma árvore próxima- Afinal você o matou não foi?

– Quem é você? - ele perguntou num tom rude, não estava para conversas.

– Sou uma das meninas que estava na taverna. Me chamo Valentine, sinto muito chegar de surpresa. É que eu estava atrás dos dois adolescentes que não apareceram.

– Sou Kiriko- ele fitou o emblema acima da cabeça da garota, ela havia chegado sem fazer nem mesmo um ruído, como ela tinha feito isso? – Desculpe perguntar, mas como você chegou sem que eu notasse?

– É uma das minhas habilidades de espiã! E quanto a você? – ela saltou da árvore caindo graciosamente a sua frente- Quais são suas habilidades de caçador?

– Como você sabe?

– Deixa pra lá- ela disse com uma risada- pode parecer estranho, mas tenho a sensação de que já te vi em algum lugar.

Kiriko fitou a garota mais uma vez, agora que ela tinha dito, ela lhe parecia familiar, será que eles se conheciam? Impossível, pelos traços da garota ela estava longe de ser asiática, então não podia morar na mesma base que ele. Estrangeiros não eram permitidos por lá. A garota apenas sorria, quem era ela?

– Não fique preocupado com isso, talvez seja apenas impressão minha. Então, que tal me ajudar a encontrar os dois que faltam?

– Porque tanta preocupação em acha-los?

– Bom, talvez eles possam saber de alguma coisa não acha? E sendo assim, seria de muita utilidade encontra-los. Então, vai me ajudar? Ou será que você não consegue achar duas pessoas nessa floresta imensa.

– Tenho certeza de que você não me conhece.

° ° °

O prédio se encontrava na mais completa escuridão, a pessoa riu da própria sorte. Se era mesmo um projeto tão importante para o governo, como então conseguiu entrar facilmente? Mas ainda tinha de ter cautela, armadilhas não seriam novidade para cientistas. Seus passos sequer faziam algum ruído, nem mesmo um sinal de segurança era visível e a porta para o computador central estava bem a sua frente. Depois de se certificar que não havia mais ninguém, abriu a porta que abriu com um pequeno rangido.

A sala estava completamente vazia, iluminada apenas pela tela do computador, pé ante pé, a pessoa andou até o mesmo, olhou em volta, não havia nenhuma câmera de vigilância, eles estariam tão seguros assim? Como eram tolos. Puxou do bolso um pequeno pendrive azul, colocando-o na entrada logo abaixo do processador. Um aviso apareceu na tela:

Programa Desconhecido

Senha para autorização

Abriu a pequena folha de papel que trazia com a senha, quem o enviara devia ser mesmo muito influente para conseguir a senha do processador central. Ele digitou a senha e apertou o botão de Enter, ao olhar para as paredes pode ver vinte pequenos monitores, cada um deles mostrava vinte jovens em locais diferentes, em um mundo completamente vívido- somente em mundos irreais, a realidade era bem diferente- viu que a transação de programas estava quase completa. Quando o aviso de conclusão apareceu, puxou o pendrive e colocou-o de novo no bolso. Sua tarefa estava cumprida.

Olhou novamente para os monitores com pena, o que seria deles? Morreriam? Sairiam com alguma sequela? Ouviu um ruído no final do corredor e esgueirou-se pela escuridão, viu uma mulher ruiva passar com dois seguranças apressada até a sala do computador central. Depois que eles sumiram de vista, a pessoa foi até a janela e saiu naturalmente do prédio, pronta para desfrutar de uma vida de luxo e alegria longe de toda aquela loucura. Sem saber que o seu último ato destruiria todas as esperanças da humanidade.

° ° °

Elizabeth estava quase tendo um ataque. Alguém havia não somente invadido o sistema, como colocado um vírus nele. Mas os sistemas de segurança estavam ligados. Será que o responsável os desativara? Não, não era possível. A tela do computador piscava loucamente, um vírus, algo que podia destruir décadas de pesquisa e trabalho árduo, levando junto a chance da humanidade sobreviver. Olhou para os monitores, os jovens estavam normais, suas mentes e batimentos controlados. Nada havia acontecido, pelo menos por enquanto.

Ela apertou diversos botões tentando conter o vírus, mas ele já havia se instalado por todo o programa. Ela engoliu em seco, precisava fazer algo e só havia uma coisa segura a fazer. Desligar o programa e prender os jovens até que tudo se resolvesse para iniciar a simulação mais uma vez. Ela apertou meia dúzia de botões e o aviso apareceu:

Desligamento

Introduzir Senha

Ela colocou a senha e apertou um botão, o aviso desapareceu, no entanto a frase que surgiu logo depois a chocou:

Impossível de Desligar

Tente Novamente

Ela colocou a senha mais uma vez, duas, três e o mesmo aviso aparecera. Como isso havia acontecido? Um vírus a impedia de desligar o programa? Mas ele tinha as melhores defesas contra vírus? Quem o havia projetado? Uma chuva de perguntas passava por sua cabeça, olhou para os monitores, tudo continuava normal, mas levaria pouco tempo até que ele tomasse conta dos programas principais e tudo estivesse perdido. Foi quando algo que ela menos esperava aconteceu.

A tela chiou centenas de vezes, até que apareceu a imagem computadorizada de um homem de cerca de vinte anos. Tinha os cabelos negros e um olhar curioso, vestia roupas que lembrava aqueles mágicos circenses totalmente coloridas. Elizabeth deu dois passos para atrás aterrorizada e seu coração gelou no exato momento em que ele falou:

– Olá doutora Elizabeth. Deixe que eu me apresente normalmente. Chamo-me Abadom. E sinto em lhe informa que tomei posse de todo o sistema. Sei que se pergunta o motivo disso. Mas meu mestre foi bem categórico. A partir de hoje iniciarei um jogo que encherá a humanidade de desespero. Os seus vinte jovens, cuidadosamente escolhidos irão participar de um joguinho meu. Um jogo onde apenas um deles sobreviverá. E esse jogo começará em pouco tempo. De nada adianta tentar salvá-los do destino que está por vir. Esse jogo será mostrado em todo mundo. Sinto muito por destruir seu lindo projeto doutora. Mas essa é a verdade. Boa sorte, Elizabeth!

E a tela se desligou em um pane, a ruiva apenas encarava o computador sem crer no que acabara de ver, estava tudo perdido.

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Abadom

Kiriko Aytsuko


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Notas finais do capítulo

A boa notícia é... Recuperei a maioria das fichas, quase morri mas consegui. No entanto ainda faltam seis e são as seguintes:
Victoria Alice Dixon
Ryan Miller
Cecília Vittelie
Luciana Andrighi
Diego Proudmore
Coralina Wintary

Peço aos criadores que me mandem apenas um resumo com as partes que vc achar mais importantes e a foto. Apenas isso, please!!! Caso eu consiga recuperar aviso a vcs, quem ainda tiver a ficha toda e quiser me mandar se sinta a vontade, mas quem não, apenas o resumo, pode ter só cinco linhas, dez, enfim, não ligo. A partir de hoje podem usar seus PA's, beijos!