Como as Peônias escrita por Herondale


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então... Sou a Fernanda, e essa é minha primeira fic... É sobre Fallen, e é a sequência do epílogo de Êxtase, na nova vida da Luce, então tem SPOILERS. Esse capítulo está curtinho, é só pra introduzir a história... Enfim, espero que gostem!



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Luce guardou seu material apressadamente na bolsa estampada florida, quase tropeçando na corrida para a porta da sala de aula. Tinha quase atravessado toda a massa de estudantes eufóricos no primeiro dia na faculdade quando uma mão agarrou seu braço. Reconheceu sua colega de quarto, Nora, pelo bronzeado alaranjado. Ela puxou Luce para fora do fluxo de pessoas saindo.

— Que pressa é essa, Luce? — Perguntou descontraidamente — Não quer almoçar com a gente? Estamos indo para o refeitório daqui...

Luce corou. Não sabia bem como dizer que Daniel, o garoto que conhecera na noite anterior, a convidara para almoçar com ele. Quando voltara para o dormitório, por volta das três da manhã, ficara pensando na conversa com Daniel, no cachecol vermelho que ele usara, na suavidade de seus lábios ao beijar sua bochecha ao se despedirem. Tentou afastar a lembrança — era cedo para isso — mas ainda estava nessa quando Nora entrou silenciosamente no quarto, cerca de uma hora depois. Agora estava nervosa com a ideia de vê-lo novamente. Nora esperava uma resposta, então ela falou de uma vez:

—Eu, hã, combinei com um amigo... Ontem... De almoçarmos juntos hoje.

— Você disse que não conhecia ninguém daqui — observou Nora, erguendo uma sobrancelha.

— Ah, não, eu o conheci ontem mesmo — Luce deu uma risada nervosa.

Nora riu com leveza, e deu um beijo no rosto de Luce, saindo da sala.

— Tudo bem, fica para a próxima. Divirta-se!

Luce apressou-se pelos corredores até o local onde haviam se encontrado na noite anterior, no meio do campus. Isto não é um encontro, disse a si mesma. Passou os dedos pelo cabelo comprido e alisou a blusa folgada, de um ombro só, e a calça jeans preta. Daniel estava sentado no encosto do banco onde estiveram na véspera, os pés no assento. Pegou o celular no bolso na jaqueta, olhou o horário e guardou-o novamente. O coração de Luce acelerava a cada passo, seu estômago se remexendo. Um sorriso sincero espalhou-se pelo rosto do garoto ao vê-la, e ela sorriu também.

— Oi.

— Oi.

Seus olhos se prenderam nos dela, e ela pensou ter visto um leve brilho violeta em sua íris. Na noite anterior, um calafrio a havia percorrido, seguido por uma sensação tão forte que a deixou tonta. Ela tentara ignorar a vertigem, mas aqui estava novamente. Aquela familiaridade avassaladora que originava uma vontade louca de abraçá-lo. Espantou-se quando Daniel perdeu o fôlego. Será que...? Não, repreendeu-se mentalmente. Seguiu-se um breve silêncio, até que ela perguntou, pigarreando:

— Então... Aonde vamos?

Ele piscou como se acordasse de um sonho. Saltou do banco e caminhou ao lado dela até a saída.

— Há um restaurante aqui perto... É bastante frequentado pelos estudantes daqui, pelo que soube. Pensei que poderíamos conhecer o lugar.

Luce estava prestes a agradecer o convite quando viraram uma esquina e ela quase esbarrou no garoto que vira na lavanderia. Seus olhos gélidos a contemplaram, e ele forçou um sorriso, jogando a velha moeda para o alto. Um arrepio a fez sentir frio de repente. Ela tornou a imaginar a razão daquela tristeza profunda gravada em seu semblante.

— Olá — Cumprimentou ela ao passar.

— Você o conhece? — perguntou Daniel, alguns segundos depois.

Instintivamente, Luce sabia que se olhasse para trás, veria que o garoto ainda a olhava.

— Eu o vi na lavanderia ontem — contou.

Estavam agora no fim da rua, e viraram à esquerda para entrar no restaurante. Estava quase cheio, e muitos rostos ela podia reconhecer do colégio. Escolheram uma mesa no canto. Um garçom, que aparentava uns trinta e poucos anos de academia, veio anotar seus pedidos. Uma rápida olhada em volta revelava que o local havia se adaptado à clientela: uma decoração simples e moderna, máquinas de refrigerante e uma televisão grande preenchiam o ambiente.

Seus olhos detiveram-se a três mesas de distância. O garoto. Da lavanderia. Ali. Sentado. Ai. Meu. Deus. Quando ele...?

— Luce? Está tudo bem? — questionou Daniel, parecendo preocupado. Por um momento, ela se distraiu; uma brisa soprou uma mecha de cabelo sobre os olhos dele, que a afastou rapidamente. Até nesse gesto ela parecia conhecê-lo. Mas então se lembrou dos olhos frios que encaravam do outro lado do salão.

— Ah... Sim, tudo bem é só... — As mãos de Luce tremiam — Aquele garoto... Da lavanderia... Não sei como ele chegou tão rápido.

Daniel olhou para trás, e quando virou de volta suas sobrancelhas franzidas evidenciavam seu desconforto.

— Ele está te encarando — disse, secamente.

Ela abaixou a cabeça. Nesse momento, apesar da estranheza, não imaginava que poderia se arrepender de ter vindo com Daniel, mas os próximos cinco minutos mostrariam o quanto ela estava errada.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, se tiver algum comentário, sugestão ou crítica, fique a vontade para me falar :)



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