Somebody To You escrita por CarolHust


Capítulo 8
O Caso de Juvia Lockser. - Inseguranças.


Notas iniciais do capítulo

E aí gente?
Novamente, postando no domingo ;b. Gostaria de agradecer a todos todos que comentaram e aos novatos Karol Louise, dark heart, Urabe Kurosaki e Laís Mach (obrigada por favoritarem!). Continuem assim!!! :D
O "amigo" acabou por não surgir diretamente nesse capítulo, por que ainda tinham algumas coisas para acontecem, mas espero que gostem.
Aí está. ;)



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A noite não fora das mais confortáveis. Depois de saber da volta do meu “amigo”, a insegurança tomara conta de mim. A questão não era a respeito da minha vontade ou não de vê-lo. Mas tinha medo de que se uma parte da Phantom se aproximasse de mim de novo, eu poderia perder tudo o que havia construído em incríveis uma semana e meia. E eu não queria isso.

Enrolei na cama apesar de saber que eram seis e quarenta da manhã e eu tinha de me arrumar logo, senão Ultear viria me buscar, dessa vez sendo bem menos gentil. Repassei minha agenda do dia. Depois do treino, eu teria de visitar a escola para buscar meu uniforme e terminar de arrumar a papelada. E depois disso, o dia seria livre para eu me acabar em preocupações. Com esse pensamento animador, me levantei e corri para não perder o treino.

“Ao menos eu terei a chance de ver Gray-sama logo de manhã.”, pensei. “E sem camisa”. Corei com a animação provocada por esse detalhe.

Mesmo assim, não consegui agir totalmente indiferente e normal. Observá-lo de longe não mudou muita coisa.

No café eu fui a última a acabar, já que estava atrasada. Durante o treino, eu não consegui me concentrar totalmente.

– Juvia, solte mais esses braços! – gritou Ur. – Se você nadar rígida desse jeito não vai conseguir ganhar velocidade!

E as reclamações se repetiram ao longo da hora que fiquei nadando. Eu consegui controlar algumas coisas, mas Ur pareceu sentir que não era algo que pudesse ser resolvido no momento.

Ao sair da piscina, imediatamente Lyon veio em minha direção.

– Você está bem, Juvia?

– Estou, Lyon-sama... – pensei em que mentira contar. – Eu só acordei com dor de cabeça.

Ele assentiu e abriu caminho para que eu fosse ao vestiário. Não falei muito enquanto Cana me contava como havia sido o seu encontro na noite anterior. Ao que parecia, o cara fora incrível até o momento em que cuspiu metade do prato dele em cima da garota. Palavras dela.

Ri um pouquinho, e me retirei do trocador. Me despedi de Ur, que ficaria mais um tempo com o Lyon na piscina. Ele me observava enquanto eu saía do local.

Eu simplesmente não queria voltar para o meu quarto naquele momento. Ou ainda por cima encontrar mais alguém para conversar. Queria ficar um pouco sozinha. Decidi descer a rua andando até uma sorveteria que eu havia visto outro dia.

Na frente da sorveteria havia um parquinho infantil, e mesmo que não fosse o mais apropriado, me sentei em um dos balanços enquanto tomava um sorvete de chocolate. Concentrei-me na brisa que batia no meu rosto e fechei os olhos. Não sei quanto tempo passei dessa maneira, quieta e respirando fundo.

– Juvia?

Abri os olhos imediatamente ao som da voz de Gray.

– Gray-sama?!

Ele parecia estar no meio de uma caminhada, como no dia em que nos conhecemos. Vestia shorts de ginástica e uma blusa folgada, e estava todo suado.

– Errr... Você estava correndo?

Ele apontou para si mesmo com um olhar irônico.

– Faço isso às vezes. – completou.

– Ah, claro. – eu baixei o olhar.

Não muito tempo depois, ele se virou e seguiu em frente. Achei que tivesse ido embora, mas em minutos estava de volta com um sorvete em mãos. Percebi quando ele se sentou no balanço ao lado do meu, e, em silêncio, começou a tomar o sorvete, se balançando e esperando eu falar algo.

Acho que ele percebia o meu humor afetado, e claramente colocava como minha opção falar ou não sobre aquilo que me incomodava. E mesmo que o meu interior resistisse, resolvi falar. Eu queria confiar nele. Eu já confiava, na verdade. Mas não gostava de falar sobre aquilo com ninguém.

– Gray-sama... Juvia...

– Você normalmente não é assim no treino, Juvia. Você pode até ter algumas dificuldades – deu um sorriso torto. –, mas você se esforça mais. Não importa o que aconteça, você não deve deixar isso te afetar.

Ele percebeu o quanto aquilo soara como um sermão.

– O que quero dizer é... ahn... você tem de se recompor.

Dei um sorriso.

– Obrigada, Gray-sama. A questão é... Hipoteticamente, se você tivesse um grupo enorme de coisas ruins que você quisesse evitar, mas no meio delas há uma coisa boa. Não por coincidência, essa coisa boa agora volta para você.

Ele assentiu.

– Mas você não quer que essa partícula boa atraia todo o ruim de antes. E você sente que isso pode acontecer. Não necessariamente de modo literal, mas de fazendo com que você se sinta preso a esse lado ruim. O que você faz?

Ele havia parado de comer e passara a me observar atentamente. Ao mesmo tempo em que parecia reconhecer o problema como válido, ele não demonstrou ter dificuldade em achar a solução.

– Isso é bem simples, não? Você só tem de isolar o bom de todo esse mal, deixando o que você quer evitar para trás. E para isso, você precisar se fortalecer.

Ele olhava para mim de soslaio enquanto mexia no sorvete.

– E como eu faço isso? – perguntei.

– É só bater com tudo de frente.

Sorri de lado e respirei fundo.

– Você tem razão, Gray-sama. Obrigada.

Ele se levantou e jogou o pote que segurava fora.

– E aí? Quer apostar uma corrida até o Casarão? – falou sorrindo abertamente.

Meu coração acelerou automaticamente.

– Se você perder vai ter de treinar o dobro amanhã. – disse ele.

– E o que eu ganho se você perder? – indaguei levantando uma sobrancelha.

– Caso isso aconteça... Que tal eu te apresentar o colégio mais tarde?

Pensei um pouco.

– Fechado.

...

Daquela vez, e pela primeira vez, eu venci Gray Fullbuster em alguma coisa. Provavelmente por que ele já estava cansado por estar correndo desde antes e por ter me dado vantagem na partida, mas ele que sugerira tudo. Talvez pensara que fosse ter a vencer dada a minha “incrível capacidade na corrida”. E eu estava imensamente feliz. Tanto pela vitória, quanto pela punição dele.

Como nenhum de nós havia tomado banho ainda, escondidos de Ur corremos para o andar de cima. Ele me deixou ir primeiro, e eu me apressei para que desse tempo de nós dois estarmos prontos antes do horário do almoço.

Imediatamente após de mim ele entrou no banho, e fui me arrumar. Durante toda essa correria, eu mantinha um sorriso no rosto. Não conseguia parar de pensar de como aquilo parecia o nosso pequeno complô, talvez a primeira vez que eu partilhei algo verdadeiramente importante com ele. O primeiro momento definitivamente nosso.

Eu resolvera seguir o conselho de Gray. Mesmo que minha insegurança não tivesse sumido por completo, só de saber que havia alguém com quem eu poderia partilhar tudo aquilo já ajudava. E eu não podia ficar com medo. Muito menos quando isso me afetava na natação.

Quando saía do quarto, encontrei Ultear me esperando na porta.

– Primeiro você se atrasa para o café, aí você aumenta seus tempos durante o treino, e, por fim, você some com o meu irmão por cerca de quarenta minutos. Posso saber o que está rolando, Juviazita?

Fui atacada de surpresa.

– Não aconteceu nada com a Juvia, de verdade. – afirmei.

– Ahá! Você só usa a terceira pessoa quando está nervosa. Me diga, o que aconteceu? Eu sou sua amiga, não?

Me exaltei com a última pergunta. O ser “amiga” não era muito comum em minha vida.

– Errrr...

– Não me diga que o Gray se revelou com um amor platônico por você, que completou o seu desejo de tê-lo, e agora vocês estão vivendo um amor em segredo enquanto tem de manter as aparências? E você de tão feliz dormiu mal e não consegui nadar direito? E aí ele te chamou para sair e disse: “Juvia, eu sei que nós nos amamos demais e estamos vivendo esse amor loucamente, mas eu não posso deixar que isso afete nossa natação senão minha mãe vai nos separar!”? E aí...

– Ultear! – gritei extremamente vermelha. – É claro que não é isso!

Ela parou instantaneamente.

– Não? Então o que aconteceu? – ela se fingia de confusa enquanto segurava o riso.

– É claro que o Gray-sama não sabe que eu gosto dele! E sobre o resto... é uma longa história.

Ela pareceu um pouco chateada por eu não lhe contar o que ocorrera. Desistiu de segurar a gargalhada quando viu o estado do meu rosto outra vez, e mesmo constrangida eu ri um pouco também. Descemos a escada enquanto eu me segurava no braço da minha primeira amiga em muito tempo.

...

O almoço havia sido feito por Cana, que iria ficar até mais tarde naquele dia. Na mesa, eu me sentei ao lado de Ul, como de costume. Em geral, Gray se sentava ao meu lado, mas naquele dia Lyon chegou antes. Enquanto falávamos sobre as competições regionais, Gray chegou ao cômodo, de banho tomado. Seu olhar foi automaticamente para a cadeira ao meu lado, e ele, com um olhar meio estranho, se dirigiu a outro assento.

– E então Juvia, está animada com amanhã? – perguntou Cana.

– Mais ou menos.

– Ela quer dizer muito. – disse Ul.

Todos riram.

– Mas não se preocupe, vai se sair tudo bem. – afirmou Ur.

Não havia como ela ter certeza, mas o seu tom me acalmou no mesmo momento.

– E além do mais nós estaremos sempre aqui para ajudar com qualquer coisa. – disse Lyon. – Você vai pegar os livros, etc, hoje?

– Vou. Irei depois desse almoço, na verdade.

– Talvez você tenha a oportunidade de conhecer o diretor. – disse Freed com um brilho nos olhos. – Ou quem sabe...

Ele parecia estar no meio de uma crise de fã, em que se fica imaginando o ídolo.

– Boa sorte. – disse Lyon. – Você bem que podia ir para a Lamia, mas a Fairy Tail também é legal.

E a partir daí se iniciou a discussão do dia: Fairy Tail x Lamia Scale. E, como brinde, ganhei novos olhares mortais da Chelia.

...

Depois de um longo almoço (literalmente), todos pareciam querer descansar. Me levantei para lavar meu prato e Gray fez o mesmo, logo depois de mim. Após terminarmos, Ur me perguntou se eu queria alguma ajuda para chegar até a escola.

– Eu vou levar ela. – disse Gray.

As sobrancelhas de todos se levantaram. Era como se perguntassem: “Gray, se oferecendo para ajudar além do necessário e por vontade própria?”. Obviamente, eles não sabiam o motivo real dele estar me levando. E eu não iria dizer que fora por que ele havia perdido uma aposta. Apesar de que a vontade foi grande quando Ultear me olhou ironicamente de modo que apenas eu percebesse. Senti vontade de jogar algo na cara dela.

Eu subi para pegar um casaco e minha mochila, e Gray me esperou na porta de entrada. Apesar de naquele dia ainda ser verão, o vento havia começado a bater mais forte.

Pegamos o metrô, andamos um pouco e logo eu conseguia avistar o colégio ao longe. Os portões eram de metal, assim como a cerca, e na frente do terreno havia um jardim com algumas árvores que identifiquei como cerejeiras, ou simplesmente sakuras. Os prédios eram duas construções retangulares, um para o ensino fundamental e outro para o médio, e ao longe eu via os tetos de diferentes ginásios, provavelmente um para cada equipe esportiva. Colégios que investiam nesse setor eram incríveis. Em cima do portão da frente, que estava fechado, havia o enorme brasão da Fairy Tail.

Olhei no relógio: três da tarde e cinco minutos. Eu havia marcado três horas com o diretor. Depois de algum tempo, e Gray já parecia levemente impaciente, Laxus surgiu de dentro da construção. Ele veio em nossa direção e abriu os portões. Não me espantei muito por ele estar ali, mas ao que parecia não havia mais ninguém.

– Olá, Juvia. Gray. – ele me cumprimentou.

– Olá. – disse.

Gray acenou com a cabeça.

– Infelizmente meu avô não pode vir, então eu mesmo vou ter de dar o seu material e recolher a papelada. – disse Laxus. – Mas ele pediu que você passasse na sua sala amanhã.

Eu concordei. Laxus nos levou até a sala da administração, e enquanto eu caminhava ao seu lado, Gray ficou um pouco mais para trás. Laxus pegou uma pasta em cima do balcão e me entregou. Na frente da mesma havia meu nome e ano, com uma observação dizendo que era uma aluna transferida. Ele pediu que eu conferisse tudo e que colocasse os documentos que faltavam ali dentro.

– Provavelmente amanhã lhe devolvem tudo, é só para checar.

Coloquei o formulário de transferência, minha identidade, tudo ali dentro. Não perecia faltar nada. Laxus então pegou no meio dos armários três sacolas. Uma delas continha meus livros. As outras, dois uniformes diários, meus sapatos, e mais o uniforme de educação física.

Depois de checar tudo eu agradeci a Laxus, que me disse que na manhã seguinte eu seria orientada, assim como todos, de qual seria a minha turma. Saindo do prédio, Gray apontou para a piscina coberta do clube de natação, dizendo que provavelmente me apresentariam ela no dia seguinte.

Ao chegarmos em casa, os outros nos esperavam na sala de estar enquanto assistiam a algo. Como ninguém tinha muito a fazer, ficamos conversando. Acabei por descobrir que o pai de Cana, Gildarts, era o coordenador de todas as atividades esportivas do colégio, além de professor de educação física. As aulas de Ul também começariam no dia seguinte, ao que parecia.

– Ah, a propósito, uma amiga minha também vai entrar na Fairy Tail esse ano. Acho que vocês poderiam se dar bem. – sussurrou Ultear.

– Quem?

– Meredy. Se você procurar por ela, é fácil de achar. Ela se destaca muito com aquele cabelo rosa cacheado e os olhos verdes.

Prometi que tentaria achar a amiga dela. Depois de alguns minutos, Ur, que estava fora, retornou.

– Trouxe uma coisa para a Juvia. – cantarolou.

– O que? – perguntei.

– Bem, já está bem atrasado, mas...

Ela me estendeu uma chave. Havia um chaveiro em forma de concha junto.

– Bem vinda ao Casarão, Juvia. Agora oficialmente.

...

Depois da declaração de Ur ao me entregar a chave (que naquele momento eu segurava entre minhas mãos) e do conselho de Gray, eu me sentia muito mais segura em relação ao que fazer. Se eu tinha que enfrentar tudo, que fosse. Ur deixara claro que aquele era o meu lar agora.

Ele não era muito do tipo de responder a mensagens, considerando que só escrevia e se comunicava indiretamente quando precisava, mas resolvi escrever uma resposta. Não seria por medo do que já ocorrera que eu iria rejeitá-lo.

Que bom que você também vai sair daí. Estou muito mais feliz aqui do que fomos na Phantom.

Estarei te esperando, Gajeel. “


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Notas finais do capítulo

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