Somebody To You escrita por CarolHust


Capítulo 4
O Caso de Juvia Lockser. - Acordando cedo e mercado.


Notas iniciais do capítulo

E aí gente? Eu fiquei muito feliz pelos comentários e pelas pessoas que favoritaram (eu escrevo os nomes em outro capítulo por que agora tenho de sair). Obrigada a todos você. Cumpri o prazo e escrevi até o sábado, Brigtter chan. Foi o maior esforço por que a semana foi muito cheia (UFA!).
Espero ter compensado a demora com um capítulo maior.



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Às seis e quinze da manhã do sábado, eu já estava acordada e vestida para o treino. Estava determinada e não fazer feio chegando atrasada novamente. Principalmente ao observar aquele bilhete logo em cima da mesinha ao lado da minha cama.

Sabe quando a vergonha e raiva só fazem você se sentir mais motivada a melhorar? Bom, eu sentia a necessidade de mostrar ao Gray que eu podia ser melhor do que fora no dia anterior. Em todos os sentidos.

Mas eu não sentia ódio por ele, especificamente. Claro, na noite anterior eu ficara revoltada, mas desde o início eu sabia que ele era assim, falava o que queria. O modo como ele me tratara e sua cara de tédio só me faziam ter mais vontade de impressioná-lo, de atrair seu olhar para mim e de algum modo conseguir lhe mostrar que eu não era tão inútil, que eu merecia alguma atenção. E eu iria fazer isso. Impressioná-lo com a minha natação, comigo.

Desci as escadas e encontrei Ur tomando café na cozinha. Ela se apoiava na bancada da pia enquanto segurava uma xícara de chá e lia o jornal local, The Weekly Sorcerer. A revista estava na frente do seu rosto, então ela só percebeu minha presença quanto sentei-me à mesa de café.

– Oh, Juvia! Cedo assim? – perguntou andando lentamente até sentar-se ao meu lado.

Apesar de sua idade, me impressionei em como ela ainda perecia uma jovem. Por trás da revista que lia, ela segurava uma torrada com a boca, e tinha os cantos da mesma melados de manteiga. E não perecia se importar nem um pouco.

Ela terminou seu café e me serviu o bolo que Chelia fizera na noite anterior. Enquanto eu comia ela foi lavar os pratos e voltou a me perguntar a respeito do horário. Engoli o pedaço de bolo e a respondi:

– Eu queria meio que compensar por ontem, já que eu cheguei atrasada. – vi-a dar um sorrisinho.

– Não precisa se importar com isso, Juvia. Já disse antes, mas aquilo não foi nada de mais. Mas eu entendo sua forma de pensamento. – ela terminara de lavar os pratos. - Você quer alguma coisa a mais para comer?

– Não precisa.

Me ofereci para limpar a louça que eu sujara, mas ela se recusou a me deixar a fazê-lo, afirmando que pela minha expressão já dava para se perceber a minha ansiedade para ir logo para a piscina.

– Mas não se preocupe que não vai ser sempre assim. Sabe como é, é preciso ser mais simpático com os novatos.

Me lembrei que era apenas meu terceiro dia no Casarão. Mesmo que fizesse pouco tempo, eu me sentia mais confortável no local do que, por exemplo... minha antiga escola. Eu queria contribuir de algum modo na casa. Pelo que me lembrava, era Ur que fazia tudo.

– Mas é você que sempre cozinha, limpa e tal?

– Ah, não. A limpeza nós fazemos todo domingo, ainda de manhã. Cada um dos que mora aqui tem um dia da semana para cozinhar, e a louça eu só lavo a de todos de manhã, pelo resto do dia cada um lava a sua.

– Cada um tem um dia?

– Ah, entendi. – disse sentando-se ao meu lado e dando uma batidinha no meu ombro. - Você pode ficar com as quintas. Eu estive cozinhando por três dias, e cada um dos garotos em seus respectivos dias. Os domingos e as segundas são meus, agora que você pegou as quintas.

Internamente eu estava muito feliz. Ok, eu não era nenhuma mestra na cozinha, mas eu conseguiria fazer um jantar decente. Eu achava.

– Bom, pode ir indo para a piscina que eu acabo com isso aqui. – disse Ur apontando para os pratos que eu sujara. – Mas a partir de amanhã, se você me oferecer ajuda de novo, eu vou aceitar.

– Ok.

E saí do cômodo.

...

Quando cheguei na piscina, as luzes ainda estavam desligadas. Após acendê-las ir ao vestiário, entrei na água e observei o ambiente completamente vazio. Eu havia sido a primeira a chegar e ainda demoraria certo tempo até que qualquer um dos outros viesse nadar.

Exatamente como eu desejara.

Havia sido verdade o que eu dissera a Ur, a respeito de querer me desculpar pelo que ocorrera no dia anterior. Mas aquela não era toda a verdade. Ur dissera, na última manhã, que Gray era extremamente rígido com os seus treinos, o que provavelmente significava que, ao menos por alguns minutos de diferença, ele chagaria antes dos outros.

Coloquei os meus óculos azuis e me preparei para nadar. A minha vestimenta de hoje era bem mais confortável que a do primeiro treino (eu ainda pretendia devolvê-la ao seu remetente em algum momento). Eu colocara o meu maiô habitual: um azul marinho com uma faixa branca em um dos lados. A touca era preta.

Ao nadar, não me importei muito com a técnica, apenas nadei o mais levemente e rápido que eu conseguia. Por volta da oitava volta, ouvi o barulho de uma porta se abrindo e parei de nadar. Voltei para a borda da piscina, e tirei os óculos a tempo de ver o Fullbuster entrando no recinto.

Ele pareceu não me notar de primeira, mas quando o fez parou onde estava e franziu as sobrancelhas.

– Atrasado, Gray?

Eu sei, eu sei. Mas na hora eu não consegui conter o comentário maldoso. Mas ele não pareceu se irritar muito.

– O que está fazendo aqui, - ele olhou no relógio de pulso. – vinte minutos adiantada?

– Na verdade são trinta, considerando que já estou aqui a dez minutos. Eu quis chegar mais cedo hoje. Não queria repetir o que aconteceu ontem. – disse a última frase com sarcasmo.

– Que ótimo.

Ele concordou com a cabeça, e sem mais uma palavra, foi ao vestiário.

...

Quando ele voltou, já estava de sunga, touca e óculos. Pulou na raia ao lado e fez menção de começar a nadar. Quando ele começou, eu o acompanhei.

Durante as primeiras voltas, Gray pareceu não perceber o meu propósito, mas ao fazê-lo passou a nadar mais rápido. Eu tentava ultrapassá-lo, nadando crawl, mas ele era realmente muito rápido. Quando estava próxima de alcança-lo, ele mudou o estilo para costas, seu preferido e aquele pelo que era conhecido.

Gray batia os braços e pernas com extrema técnica e não abria espaço para mim. Eu estava ficando animada.

Passei a dar o meu máximo, e por volta da sexta volta, consegui passar para a frente. E continuei assim por algum tempo. Isso pareceu só dar mais força a Gray, que acelerou.

Eu pensava em nadar oito voltas, completando os quatrocentos metros, e parece que Gray deduziu que assim seria. Na última volta, quando eu já estava um pouco mais relaxada, ele deu o impulso final e me passou. Era incrível nadar com ele.

A diferença foi mínima. Ele ganhou.

Ambos estávamos ofegantes. Mesmo que eu tivesse perdido, aquela “corrida” elevara meu sangue à cabeça, e eu não conseguira parar de sorrir. Ele parecia se sentir do mesmo jeito, uma vez que sorria enquanto tirava a touca. Não parecia mais de mau humor ou irritado. E seu sorriso era lindo.

Ele voltou-se para mim.

– Você tem uma ótima velocidade, - disse me estendendo a mão. – mas o que lhe falta é resistência e técnica.

Eu apertei sua mão.

– Concordo, mas é engraçado isso vir de alguém que só me venceu por pouco.

Ele deu um riso e virou o rosto. Depois, voltou a olhar para mim, dessa vez cinicamente.

– Você parecia muito íntima me chamando só de Gray mais cedo.

Eu não entendi, no momento, o comentário.

– Como seu provisório treinador e possível capitão de time, acrescente o “-sama”, uma vez que me deve respeito.

...

O treino naquele dia foi tranquilo. Gray não estava irritado como na manhã anterior, então me deixou respirar por alguns momentos, enquanto corrigia minha respiração, e me pedia para dar voltas repetidamente.

Os outros, na verdade, estranharam um pouco ao chegarem e verem eu e Gray já na piscina, mas com a desculpa de que eu decidira fazer um treino extra e de que ele sempre fizera isso, todos se deram por convencidos.

Quando acabamos, me troquei, e, ao sair do vestuário, vi Gray e Ultear conversando em um dos cantos da piscina.

Aproximei-me para cumprimentá-la e entreouvi a conversa dos dois.

– ... progredindo. – disse Gray.

– Que ótimo. Então ela é boa mesmo.

Acreditei que eles falavam sobre mim, mas não disse nada. Ultear pareceu me notar e acenou.

– Bom dia. – disse passando um dos braços ao meu redor. – Já vai?

– Bom dia. Uhum, vou correr para ver se tomo banho logo. A Chelia e o Freed ainda estão nos provadores, se eu correr chego antes no banheiro.

– Garota inteligente. – disse Ultear. – Bom, vá indo. Tchau.

– Tchau, Ul.

Gray, durante todo aquele tempo, estivera nos observando. Sua expressão era neutra. Eu já entendera que aquilo não significava que ele estava irritado, ele era apenas assim.

A menos que ele tenha me odiado desde que me conheceu, e por isso não me permitia, com raras exceções, ver outra expressão sua. Mas eu acho que não, uma vez que ele era assim com todos. Talvez ele odiasse o mundo todo. Tá, parei.

Senti a obrigação de me despedir.

– Tc-tchau, Gray-sama. Juvia já está indo.

A vergonha pareceu ser dupla. Ele corou enquanto e desviou o olhar enquanto eu olhei para o chão e me dirigi à saída. Ultear pereceu meio chocada em meio a aquilo.

...

Com muita correria, eu conseguira ser a primeira a chegar ao banheiro. Não muito tempo depois disso, Ultear veio ao meu quarto. Ela perecia meio risonha e com certeza curiosa.

– Que história foi aquela de Gray-sama? – disse se sentando a meu lado na cama.

Contei a ela o que ocorrera de manhã, e por fim, o que ele me dissera. Me lembrei do seu comentário: “possível futuro capitão de time”. Eu poderia ser do tipo que se acha, mas eu tinha certa confiança nas minhas habilidades. Eu ia passar no teste para o time da Fairy Tail, seja ele qual fosse. Quero dizer, eu tinha que, uma vez que era o único modo de competir.

No final da história, era evidente como eu havia ficado constrangida em chama-lo daquele jeito. Ultear deu uma gargalhada, que continuou por certo tempo como um riso histérico.

– O que há de tão engraçado nisso?

Ela se forçou a parar de rir.

– É óbvio que ele não queria que você realmente o chamasse assim, Juvia.

– Não?!

Ela segurou minhas mãos.

– O Gray só queria te incomodar um pouco falando aquilo, ele não achava que você fosse realmente chama-lo assim. Mas o orgulho dele não permitiu que ele te corrigisse quando você disse aquilo, apesar de ele ter ficado envergonhado.

Se bem que eu achara estranho ele ter corado. Não acreditava que eu passara por aquela vergonha por nada.

– Mas agora você pode usar isso para provoca-lo. Eu, pelo menos, vou. – disse Ultear.

Ela parecia empolgada com a ideia.

Na verdade, eu também estava. Seria divertido ver Gray corando toda vez que eu o chamasse de tal modo. E além do mais, eu meio que... Gostara de chama-lo assim. Mesmo que não fosse admitir.

– Acho uma boa ideia.

...

Na hora do almoço (que eu descobrira ser sempre responsabilidade dos alunos que não moravam no Casarão) me sentei ao lado de Cana. Todos conversaram muito, e Gray parecia não estar mais envergonhado, apesar de não ter falado diretamente comigo. Na saída, mais uma vez, Ultear me parou:

– Ah, e que história é essa de falar na terceira pessoa?

Essa era outra das perguntas que eu sabia que viriam.

– Ju- eu faço isso quando fico nervosa.

Ela deu uma batidinha na minha cabeça.

– É engraçado.

Ur, de dentro da cozinha, pediu que Gray fosse ao mercado. Pelo que parecia, sábados eram o dia dele de cozinhar.

– Alguém precisa ir com ele para ajudar a carregar tudo. Alguém se candidata?

Todos pareceram fazer de tudo para se esconderem. E eu, a única no raio de visão de Ur, fiquei vulnerável.

– Juvia, ótimo. Você aproveita e aprende o caminho até lá.

...

Depois de Ultear ter rido da minha cara e todos os outros terem suspirado de alívio em seus esconderijos, eu e Gray saímos para o mercado.

Resolvi testar a teoria de Ultear.

– Gray-sama, nós vamos andando ou de metrô? E Gray-sama, o que nós vamos comprar?

Ele desviou o olhar, e pude o ver ficando vermelho. Sorri internamente.

– Vamos andando, e nós vamos comprar os materiais para fazer o jantar.

– O que vai ser?

– Macarrão à bolonhesa.

Não falamos muito mais pelo caminho, mas ele me explicou como chegar até o mercado.

Ao lá chegarmos, ele rasgou a lista de compras em duas e pediu que eu o encontrasse na frente dos caixas uma vez que terminasse de pegar tudo da minha metade da lista.

Me dirigi à seção de temperos, e fui pegando o que precisava. Passando de seção em seção, me lembrei do meu plano de impressionar o Gray(-sama). O que eu havia feito mais cedo na piscina havia servido como uma bandeira branca entre nós dois, e ele parecia ter simpatizado um pouco mais comigo, mas ele não tinha ficado necessariamente impressionado, e sim feliz. Precisava pensar em mais alguma coisa.

Enquanto terminava percebi o olhar de alguns garotos sobre mim. Eles estavam no fim do corredor e sorriram ao perceber meu olhar. Eram três.

Me apressei e me dirigi ao caixa. Onde Gray me esperava. Não contei a ele sobre os garotos, não achei necessário.

Enquanto ele pagava, esperei do lado de fora com as sacolas.

Depois de algum tempo, os garotos apareceram. Ao me verem se dirigiram diretamente para onde eu estava.

– E aí, bonitinha? – disse o mais alto. – Quer ajuda com essas sacolas?

Ele era até bonito, mas eu odiava aquele tipo de personalidade.

– Não, obrigada.

Quando tentei sair os outros dois se meteram na frente. Eles não era tão altos como Gray, mas serviram como uma boa barragem.

– Que é isso? Eu só quero conversar. – disse ele. – É a primeira garota que eu vejo de cabelos azuis.

Ele tentou pegar nos meus cabelos e eu desviei.

– Calma. – disse um segundo. – Você não gostaria de sair com a gente?

Eu inventei uma desculpa.

– Eu estou aqui com o meu namorado. – cerrei os dentes.

Eles deram risada.

– Aquele lá de dentro? Ele não pareceu se importar com você ficar aqui fora sozinha. Ele ao menos é realmente seu namorado?

A raiva tomou conta de mim. Aqueles garotos eram grandes idiotas.

Vi Gray saindo do mercado com algumas sacolas e franzindo o cenho, irritado, ao parecer entender a cena.

Não perdi tempo. Dei um chute bem naquele lugar do garoto à minha frente, coisa que queria fazer à muito tempo, e corri em direção à Gray.

E ele estava definitivamente surpreso.

Ao passar por ele, e os garotos começarem a se movimentarem em nossa direção, ele pareceu entender o recado e correu também.

Mas aí nós passamos para o meu ponto fraco. Eu poderia ser até boa dando chutes, mas eu definitivamente não corria tanto quanto um garoto.

Gray, percebendo isso, segurou minha mão esquerda e me puxou para a frente, me forçando a correr mais rápido.

Eu comecei a ficar nervosa. Ok, eu sei que enquanto você está correndo de um bando de garotos que estavam tentando te forçar a sair com eles não é o melhor momento para se sentir animadinha sobre segurar mãos, mas eu estava.

Só conseguimos despistá-los quando nos escondemos atrás de uma casa branca, a cerca de duzentos metros do Casarão.

Gray virou-se para mim.

– O que foi aquele chute? – ele perguntou e eu me preparei para uma briga. – Aquilo foi incrível.

Fiquei surpresa. É, eu conseguira impressioná-lo. Mas por um motivo totalmente diferente do que o esperado. Ele sorria enquanto se agachava para respirar. Eu não consegui não sorrir também.

– Obrigada.

Me sentei ao seu lado. Ele ainda não havia soltado minha mão, e eu não desejava que ele o fizesse. Ficamos daquele modo, ombro no ombro, por cerca de cinco minutos.

Depois disso, ele pareceu se tocar que ainda estávamos de mãos dadas e as soltou. Fiquei um pouco triste.

Ele, porém, ao se levantar, me elogiou novamente. Me ofereceu ajuda para levantar e eu aceitei. Nos dirigimos para o casarão, e ao lá chegarmos, todos perguntaram sobre o por que estávamos desgrenhados (na verdade só eu).

E eu continuei animada enquanto resumia a história e via Gray me observar.

...

O jantar fora exatamente o prometido. Ao sentar-me à mesa e observar o prato, que estava inesperadamente bonito, cochichei para Ultear:

– A comida dele é boa?

Mas antes que ela pudesse responder, Gray pareceu notar o comentário e me estendeu um prato, com um sorriso sarcástico.

– Coma e veja.

Sorri envergonhada e experimentei. Estava uma delícia.

– Ele é bem melhor que eu. – disse Ultear.

– Está muito bom. – comentei.

Gray parecia questionar: “sério?”. Desviei o olhar.

– É, está muito bom, Gray-sama. – disse Ultear.

Gray arregalou os olhos enquanto comia. Todos fizeram silêncio.

– Que história é essa? – perguntaram os outros.

– Oh, perguntem ao Gray, esse meu lindo irmão pervertido. Você bem que gosta de ser chamado assim, não é?

Enquanto eu dava uma gargalhada, os outros pareciam confusos e Gray parecia querer se esconder.

...

Na volta para os quartos, encontrei Chelia me esperando na frente da porta do meu quarto.

– O que foi? – perguntei.

Ela parecia estar determinada, mesmo que meio desconfortável.

– Sabe, Juvia, você sabe bem que eu gostei de você, mas... Eu quero que você me conte o que aconteceu na Phantom.

– Por que?

– Você sabe muito bem o que dizem de lá, e eu tenho medo que... Você sabe, você tenha vindo para cá com... outros objetivos além da natação.

– Como assim?

– Vou ser direta, ok? – eu concordei. – Você veio para cá para sabotar o time da Fairy Tail ou o Casarão? Ou nada disso? Eu só preciso de uma prova. Você sabe que a Phantom é uma das grandes inimigas da Fairy Tail nas nacionais.

Ela colocou seu braço em um de meus ombros.

Eu sabia. Teria alguém que não iria me querer aqui. Ninguém vai me aceitar completamente tendo eu vindo de onde vim.

Eu não sabia como reagir.

– Ouça Chelia, eu só vim aqui...

– Para poder nadar sem se preocupar com os resultados, não é?

Gray aparecera por trás de nós e tirou a mão de Chelia de cima de meus ombros.

– Gray-sama...

– Mas Gray...! – se exaltou Chelia.

Ele a olhou intimidadoramente.

– A Juvia não veio fazer nada disso aqui. Dá para perceber só de olhar para ela. E mesmo que ela tentasse, – disse ele – você acha que eu sou do tipo que é sabotado? Eu impediria ela de todo jeito. Pode ficar tranquila.

Chelia se calou, e, de cabeça baixa, se dirigiu ao seu quarto.

– Obrigada, Gray-sama.

Ele se virou para mim.

– O que foi? Eu já disse que odeio quando tentam forçar uma pessoa a falar sobre coisas que ela não quer. E o seu passado você só compartilha com quem você quiser.

Sorri de canto.

– Verdade.

Novamente, ele fizera tudo aquilo apenas por acreditar em algo, e não por que era eu. E isso me deixava mais encantada ainda.

– O que você ainda faz aqui? – ele perguntou ao me ver observando-o. – Vá dormir. Temos treino e faxina amanhã.

Ele sorriu levemente entrou no seu quarto.

Me apressei para entrar no meu. Escorreguei pela porta até sentar no chão.

Meu coração não parava de bater rápido.

Em três dias, Gray Fullbuster (Gray-sama), me dera o que eu procurara por uma vida toda.

Eu estava apaixonada.


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Notas finais do capítulo

Comentários?
Juvia apaixonada e a origem do "Gray-sama"?
O capìtulo não passou por edição então pode ter alguns erros de português.