Somebody To You escrita por CarolHust


Capítulo 16
O Caso de Juvia Lockser. - A Geleira Fullbuster.


Notas iniciais do capítulo

Volteiii, tan tannnnn
*leiam isso com ritmo*

Finalmente! E agora de verdade.
Gostaria da agradecer pela paciência, compreensão, etc. A todos os que comentaram no último capítulo (conseguimos passar dos cem!), a Maa Fernanda (conte-me mais sobre em que parte do anime você está kkk), a Mrs Lalooth Thalia e a Baby Peach, especialmente.
Outra coisa da qual não posso me esquecer: sei que já falei não sei quantas vazes, mas aqui vai o agradecimento mais que especial a Baby Peach, que recomendou a história. Nem preciso dizer o quão feliz, motivada, e tudo mais, que eu fiquei. Espero que você continue gostando e fique por aqui ;).
E, ao que eu acho que já dá para notar pelo título, esse capítulo é mais leve.
Terminei agora, que aqui em SSA é 3 da manhã, mas vamos lá.


Boa leituraaa ~~~


PS: a aqueles que pediram fotos do cosplay (oi Urabe o/) vou tentar colocar no meu perfil, não sei se dá. Ou simplesmente mandar por mensagem.
O evento em si foi muito legal, várias pessoas vieram tirar foto e tals. Tive até decepções com um Gray lá kkkk.



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– Ah, acho isso tudo muito bonitinho, esse discurso de “vamos ajudar minha amiguinha”, realmente, muito emocionante. – dizia Aquarius fingindo chorar, ao circular em meio aos alunos. – Mas na hora de fazer, cadê todo esse amor, né?

Ao meu lado, Cana revirou os olhos. Estávamos no pátio do colégio, uma semana após a turma ter se unido a meu favor, sentados lado a lado na grama. Na verdade, talvez “sentados” não fosse a melhor descrição da nossa situação: todos se encontravam fazendo flexões sob o sol de duas horas da tarde, coisa que já estava se tornando uma rotina.

Com a revolta aparente e a promessa de que todos juntos derrubariam a Phantom, Aquarius fora um dos primeiros professores a se candidatar a nos ajudar, logo seguida por Gildarts. A treinadora tinha sangue nos olhos, e parecia mais estar se divertindo ao imaginar uma cena de destruição do que realmente querendo ajudar alguém.

– Desde que ela faça o seu papel está bom para mim. – dissera-me Gray após um treino na semana anterior.

Talvez ela estivesse fazendo o trabalho bem demais: a maioria dos adolescentes cedia após quatro séries de movimentos. Sim, todos ali eram atletas (Levy e alguns outros ficaram ajudando na organização), mas com poucas exceções eram acostumados a fazer exercícios sobre pressão constante e sem descanso, com bônus de trinta graus celsius. O outono já se fazia presente na maioria da cidade, mas aquele dia fora, coincidentemente, como um castigo para aqueles que segundo Aquarius eram “a escória dessa sociedade fútil e que em poucos anos será formada apenas por obesos que não saem de seus quartos” - isso acrescido de uma comparação entre nós e os seres humanos do filme Wall-e.

Entre os que mais sofriam, estava Lucy. A loura suava, toda vermelha e dolorida, forçando-se a concordar quando Natsu comentava o quanto estava animado. O rosado às vezes perguntava como ela estava se sentindo, pois seus gemidos não eram assim tão bem disfarçados, mas ela mentia dizendo que era apenas uma dorzinha nas costas.

– Como, garotinha? – Aquarius segurou Lucy pela orelha quando a ouviu comemorar o fim do treino. – Quer fazer uma série a mais? – a treinadora se divertia à custa da líder de torcida.

Aparentemente, Aquarius tinha um ódio especial por Lucy, que estremecia apenas de vê-la. Lucy apenas choramingou o continuou a forçar os braços. Sentia pena dela. O suficiente para espera-la terminar e ajuda-la a se levantar do chão. Infelizmente, minha simpatia ainda não chegava ao ponto de corresponder ao sorriso animado que ela me dirigiu, então apenas caminhei ao seu lado até o local onde todos se reuniam para beber água.

– Muito bem. – anunciou Gildarts. – Depois de disso, não achem que acabou não. Lembrem-se que é necessária a média sete para todos os que pretendem participar das competições. Por isso, gostaria de dividi-los, por seu histórico escolar, entre aqueles que darão banca e aqueles que as receberão. Precisamos que vocês se organizem para que todos se deem bem nos testes que se iniciarão daqui a duas semanas.

Com a lista de chamada que ele tinha em mãos, ele foi formando os dois grupinhos. Ao fim de tudo, chamou a mim e a Gajeel, que trouxemos nossos boletins do ano anterior. O nível de cobrança das duas escolas era semelhante. Ele olhou primeiro o meu.

– Todas as notas acima de oito?! – ele mantinha as sobrancelhas levantadas.

Corei, envergonhada.

Levy, que estava atrás do homem, pediu para que ele lhe passasse o boletim de Gajeel, com um sorriso presunçoso. Ela o desdobrou.

– Aposto que... – ela arregalou os olhos. – Você também? E... – ela corria as órbitas pela folha. – Dez em química?

Gajeel deu um sorriso nada humilde.

– Sempre me dei bem com os metais.

Dei uma cotovelada em seu estômago, e aproveitei a oportunidade para explicar a situação. Era incrivelmente prazeroso bater nele – especialmente quando tentava impressionar certo alguém.

– Nós morávamos nos dormitórios do colégio e não tínhamos ninguém para pagar o nosso aluguel, então sempre precisamos manter as notas em um nível bom. Era obrigatório se quiséssemos competir e viver lá. – murmurei.

– Ah, claro. – disse a baixinha. – Então venham para o grupo de cá, junto com os outros.

A classe estava dividida entre (segundo a classificação de Gildarts):

Na faixa de alunos exemplares: Erza, Levy e Freed.

Na faixa de alunos dedicados: Lucy, Evergreen, Lisanna, Mirajane, Laxus e Gray.

Na faixa “se salva por pouco”: Cana, Droy e Meredy.

Acreditava que nós dois nos encaixássemos na segunda faixa, mas isso dependeria do veredito do treinador. Enquanto ele decidia quem daria aula de cada matéria, me sentei junto a Meredy.

Observamos Cana se gabar em um canto, estando claro que ela estava aliviada por estar bem na tabela.

– Como você conseguiu se meter em um conflito do segundo ano mesmo? – indaguei.

– Brigas vêm atrás de mim o tempo todo. – rimos juntas. - Não ia deixar de ajudar quando você precisa. Aliás... Só estou nesse grupo por uma ajuda que recebi enquanto estudava fora.

– Em quais matérias você tem dificuldade?

Meredy suspirou.

– Não suporto geografia. Na verdade, sempre odiei. Se não fosse por ela eu poderia estar no seu nível, minhas notas são mais ou menos as suas mesmo.

Eu concordei com a cabeça. Tornei a me lembrar de algo que eu tinha na cabeça a certo tempo:

– Você e a Ultear moraram juntos enquanto estiveram fora?

– Não. Mas quase isso. Assim como o Casarão, era um espaço coabitado por diversos estudantes, e Ul morava nele. Conheci-os por que morava na casa em frente, com o meu tio. Hoje e dia, ele me envia dinheiro para que eu viva nos dormitórios Fairy Tail... Ah, e digo que os conheci por que me aproximei de... outras pessoas também.

Meredy mantinha uma ruga de preocupação entre as sobrancelhas, como se não soubesse onde deveria parar. Geralmente, ela dizia tudo para só depois raciocinar, uma característica que por vezes me lembrava de uma criança. Resolvi deixar de lado.

– Bem, acabamos de decidir como isso será organizado. – Gildarts batia palmas para chamar nossa atenção. – Levy, Erza e Freed ajudarão a todos, supervisionando, e farão um pouco de tudo. Meredy, Cana e Droy não darão banca nem receberão, podem estudar sozinhos. A situação de vocês não é das mais preocupantes, mas se quiserem podem assistir às aulas que outros receberão.

– Eu vou ficar com você, Levy! – gritou Droy de um dos lados da quadra e a garota respondeu com um sorriso.

Meredy soltou um risinho baixo ao meu lado.

A distribuição foi feita, ficando cada um com uma área: eu com história, Lisanna com geografia – o que fez com que Meredy agradecesse aos céus e fosse para o seu lado -, Evergreen com biologia, Gray com física... Entre outros. Aquarius aproveitou para constatar que cada um dos que precisavam de nota poderiam escolher três matéria em que tinha maior dificuldade para receberem ajuda.

– Mas, como em quase todo ano, - a treinadora ressaltou. – temos o caso especial de alguém que não se contenta em perder em uma, duas, ou até cinco matérias, são em todas mesmo. – observei meus colegas em busca de alguém mais tenso. – Dessa vez, decidimos que é a Heartfilia que ficará responsável pelo Natsu.

Ouvi algumas pessoas tentando abafar o riso. Natsu, que estava no outro grupo, correu para o lado da loira com um sorriso de satisfação.

– Não é ótimo, Lucy? – ele segurava os braços da garota.

Lucy deixou que ele a abraçasse, porém o que sua expressão transmitia era o mais puro desespero. E Aquarius se divertia imensamente com isso. Naquele dia eu entendera os sentimentos mútuos entre Lucy e a minha treinadora.

...

Depois dos treinos – que estavam se tornando cada vez mais constantes -, me dirigi ao trabalho. Durante aquela semana, Gray vinha me acompanhando, como prometido, e naquele dia não foi diferente.

– A Aquarius pega pesado, mas ela sabe a linha do limite. – dizia-me Gray enquanto caminhávamos. Lhe lancei um olhar torto. – Eu acho. Pelo menos com o Gildarts lá ela não faz nada muito radical.

Soltei uma gargalhada. Ainda bem, aquele clima de constrangimento que havia se instaurado depois da abordagem de Aria e Sol se dissipou. O sentimentalismo que atingira não só a Gray, mas a todos, apenas impedia que esquecêssemos o problema. O que eu queria – e o que ocorreu – era que todos voltassem a se divertir, conversar, agir como normalmente, ainda que estivesse se preparando para a tal revanche. Se alguém ficasse preocupado, que fosse eu.

– E essa história do Natsu? Quero dizer, o que ele tem de tão ruim assim? – perguntei.

Gray respirou fundo.

– Natsu é... complicado. – ele franzia as sobrancelhas, para então rir junto comigo. – Não acho que seja possível explicar rapidamente.

– Pode dizer.

– Bem, ele é o capitão do time de basquete, como você já sabe. A questão é que ele simplesmente não consegue ficar um semestre sem tirar uma média muito baixa. E ele precisa sempre se manter naquele padrão de notas de que falamos. Então todo ano é uma correria por que alguém é escolhido para ajudar ele. Esse ano foi a Lucy.

Observei a expressão dele enquanto pronunciava o nome dela. Constatei que não havia nada especial em sua face ou tom. Minhas antigas impressões a respeito da relação entre eles vinham se mostrando erradas.

– Ele não se preocupa ou o que?

– Acho que é mais por conta da distração mesmo. Apesar do que aparenta, Natsu pode ser bem inteligente.

Concordei. Em pouco tempo estávamos na posta do café. Nos separamos na entrada: eu fui para o vestiário e Gray sentou-se em uma das mesas vazias. Em geral, ele ficava estudando, lendo ou ouvindo música em seu lugar, e pedia apenas café ou refrigerante.

Naquele dia, em especial, foi mais difícil para ele se manter em paz. Mirajane finalmente havia conseguido organizar um de seus amados eventos: o dia das super-heroínas e super-heróis. Sem opções, eu escolhera me vestir de Mint Aizawa, do anime Tokyo Mew Mew. Ela me entregou a caixa com todo o figurino enquanto eu me trocava.

– ... e eu não sei quando é que vai dar para fazermos o dia do Power Rangers, quem sabe em...

– Mira, já entendi. – eu saí do vestiário com uma cara fechada.

Ela deu outro de seus surtos. Mirajane era animada demais até para uma líder de torcida.

Inesperadamente, quando eu a perguntara o por que dela ter escolhido entrar para o time de líderes, ela afirmara que fora para, além de passar mais tempo com Lisanna, diminuir a sua agressividade.

– Eu já lutei judô durante um bom tempo. – ela sorria de um modo amedrontador. – Se bem que, agora que a Erza topou voltar às competições, eu bem que poderia tentar ter a minha revanche por aquela vez...

Eu entendera que o melhor era não ser inimiga ou rival de Mira em qualquer sentido. A garota tinha um desejo de dominar e um senso de justiça que assustariam a muitos. E ela parecia nutrir a respeito de Erza um desejo de superação. A diferença entre essa parte e o resto da sua personalidade era algo que chamava a atenção.

Ao sairmos do vestiário, logo fui chamada por um dos clientes. Um já bem conhecido, aliás. No café, havia alguns “patrõezinhos” que vinham apenas nos horários de determinado garçom/garçonete. Parte deles era bastante simpática, já em casos especiais, existia o grupo dos nem tão agradáveis. Infelizmente, o daquela tarde era o segundo caso:

– Juvia-chan! – o garoto repetia. – O que você acha que eu devo pedir? Afinal, se você recomenda é por que deve ser maravilhoso!

Não, aquela pessoa não era um velho gordo, nem um maluco que me perseguia, nem um otaku (no pior sentido da palavra), como se espera na maioria das histórias adolescentes. Nem era também o contrário: um garoto incrivelmente bonito, porém com um grave defeito de personalidade. Era um garoto normal. Apenas muito irritante.

Sempre que clientes como esse apareciam, eu... Bem, eu não fazia nada. Era parte do trabalho encarar situações nem tão agradáveis. Se eu não cumprisse com essa obrigação, acharia até correto se Mira quisesse me demitir. Respirando fundo, eu sempre tentava fazer o cliente sair do estabelecimento com um sorriso no rosto. Disse tudo o que ele queria ouvir.

– Então eu vou querer esse mesmo. – disse o garoto.

Antes que ele pudesse dizer algo a mais, inventei uma desculpa e me dirigi ao balcão de pedidos. Desde momentos atrás, eu sentia olhares sobre mim. Observei o local atentamente. Nada. Nenhum sinal da Phantom ou de ninguém suspeito. Talvez fosse paranoia minha.

Gray, desinteressado em tudo a seu redor, mantinha os olhos fechados e ouvia música, sentado em uma mesa ao canto. Pedi um café simples para ele e o coloquei na frente do garoto.

– Ah, obrigado. – Gray percebeu minha presença parada ao seu lado.

– De nada... – não consegui concluir a frase ao notar o modo como ele me encarava.

Com estranhamento. Além de um pouco de vontade de rir.

– Sério? – a palavra demonstrou todo o seu deboche.

Eu assenti, com total compreensão. Parcial, na verdade.

– O que você tem contra As Super Gatinhas, Gray-sama?!

Resumindo, eu gostava do anime.

– Como? – ele estava atônito.

Me senti constrangida pelo modo súbito e levemente irritado com o que eu fizera o questionamento.

– O desenho até que é bem interessante... – eu encarava o chão ao murmurar.

Talvez ele tivesse ficado incomodado pelo meu comportamento, ou – o mais provável -, simplesmente me achara infantil. Para a minha surpresa, no entanto, ao encará-lo eu apenas recebi um sorriso de certa compreensão, não havendo outra palavra para caracterizá-lo.

– Ma-mas Juvia também não gostou muito da ideia do cosplay.

Na verdade, ele não sabia da pior parte: a cada trinta minutos eu tinha que parar o serviço, ir para o centro do salão e cantarolar “Mew mew power, metamorfosis!”, e imitar a transformação da Mint. Genial. Isso tanto nas minhas quanto nas palavras dele.

– E quem foi o idiota que teve essa ideia? – ele ria ironicamente.

– Na verdade, foi a...

Ouvi uma fungada.

– Fui eu. – Mira estava atrás de mim.

Ela não tinha uma cara muito boa. Parecia prestes a chorar. Enquanto Gray tentava se desculpar, ela lhe deu as costas e voltou ao balcão. O moreno parecia querer se bater.

– Muito bem Gray, sempre muito delicado com as garotas. – disse Nab, um de meus colegas de trabalho. – Com a humanidade, na verdade.

Não sabia até então que eles se conheciam, mas deduzi que era por conta de Nab ser um ex-aluno da Fairy Tail. Após se formar, no ano anterior, ele decidira esperar por uma profissão que ele conseguisse fazer com maestria. Até descobri-la, Mirajane e Makarov decidiram contratá-lo.

– Muito engraçado. – Gray tentava disfarçar o constrangimento enquanto nós gargalhávamos. – Acabe logo com isso, Juvia, para irmos para casa.

Me lembrei que ainda tinha de trabalhar, com um sobressalto.

– Ah, claro. – peguei o copo, já vazio, de café, e me dirigi à cozinha.

Antes de entrar, pude ouvir Nab sendo sarcástico.

– Não é à toa que te chamavam de Geleira...

...

Depois de muitos atendimentos, alguns minutos consolando a Mira e outros me despedindo de todos, eu e Gray fomos embora. Desde o início da sua escolta, ele vinha sendo ótimo, sem reclamar e sempre vigilante. Principalmente durante a noite, ele se mantinha atento. Mesmo que não fossemos abordados, ainda poderia haver alguém da Phantom à espreita.

Com isso em mente, quando passamos por uma área escura e algumas pessoas que eu não reconhecia me olharam de soslaio, ele as encarou de volta, colocando uma das mãos sobre a minha cintura. Isso vinha acontecendo bastante. E toda vez que a situação se repetia, eu sentia um frio na barriga.

Dessas vezes, não por conta da mão de Gray - sobre a qual eu estava extremamente consciente -, mas pelo verdadeiro medo. Eu não esperava que algo fosse acontecer tão cedo ou ainda com alguém por perto, afinal a Phantom gostava das coisas bem discretas, mas só o pensamento de que alguém poderia estar nos seguindo, e para que fazia isso, me dava calafrios.

Como em todas as noites, minhas preocupações não mostraram ter base.

...

Depois de um banho quente, ainda tive de fazer o jantar para todos. Eu tinha, de semana em semana, conseguido aumentar o nível dos meus pratos, chegando a satisfazer a maioria dos habitantes da casa. Mas eu estava exausta, então optei por uma opção mais fácil e clássica: lasanha.

Ur, notando isso, decidiu me ajudar enquanto eu terminava de assa-la. Ela tinha voltado da faculdade algumas horas antes, e já estava novamente com um de seus pijamas folgados.

– Então... – ela me deu um leve empurrão com o quadril enquanto prolongava a palavra. – Algum desenvolvimento com o meu irmão? Hein, hein? – ela tinha uma expressão provocadora.

Eu corei imediatamente.

– Você não podia evitar esse assunto?!

– Mas porque? A coisa mais divertida é ver você toda esbaforida desse jeito. – ela ria.

Suspirei e me voltei para terminar de arrumar a mesa.

– Você não respondeu... – ela cantarolou.

Desisti de contornar os questionamentos dela a respeito disso.

– Não Ul, está tudo normal. Acho que Gray-sama só me vê como uma... amiga.

Ou espero que ele ao menos me considere em tão posição.

– Garotos... nessas horas eles são meio lentos, mas quando é para dar uma checada nas garotas que passam, por exemplo você, são bem rapidinhos.

Eu queria me esconder debaixo da mesa. Graças à força maior, aquele não foi um dos momentos em que uma pessoa “coincidentemente” ouve a conversa - coisa que fiz questão de verificar ao observar, ao longe, a sala de estar e as escadas.

– Mas e você, Ul? Tem alguém? – tentei revidar.

E não deu muito certo.

– Não, na verdade. Acho que desde a idade de vocês eu não saio com ninguém. Já estou ficando mais velhinha mesmo...

– Claro que não! Digo, você é só três anos...

– Estou brincando, Juvia. – ela me tranquilizou. – Acho que só... perdi a manha, sabe? Talvez eu possa aproveitar todo esse entusiasmo de vocês e me animar para encontrar um namorado. Eu posso acabar encontrando um treinador bonitão em uma das competições, não é mesmo? – ela levantava e abaixava as sobrancelhas rapidamente.

Não consegui me manter séria, e rimos por um longo período. Era tranquilizante estar com Ultear. Ela acabou por me prometer que tentaria achar alguém, caso eu também me motivasse mais para conquistar Gray.

– Tu-tudo bem. – eu concordei.

– Tive um ideia. Por que nós não fazermos uma aposta: quem conseguir um namorado primeiro tem que...

Lasanhaaaa! – duas figuras passaram por nós, correndo em direção ao forno.

Ainda bem, Chelia e Freed haviam decidido nos interromper. Logo vieram os outros, instaurando a aconchegante confusão típica do Casarão.


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Notas finais do capítulo

Comenteemmm!!! XD



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