Scott perguntou debochando.

– Não, claro que não.

Emma disse com um sorriso, se distanciando.

– Vocês já pediram o almoço? Eu estou morrendo de fome.

O empresário comentou sentando-se no sofá.

– Ainda não e por falar em almoço, eu vou pedir alguma coisa mais leve para você, Regina. Uma sopa ou algo do tipo. Pode ser?

– Claro, é até melhor. Obrigada.

As duas sorriram e Emma foi até o telefone da mesinha da sala, para poder ligar para o serviço de quarto. Enquanto esperavam, Scott contou como foi o final da corrida e como o rapaz que estava com Ruby chamou atenção de outras mulheres, levando a morena de mechas vermelhas a um pequeno surto. Eles estavam em uma conversa tão boa, que no que pareceu pouquíssimos minutos, a comida chegou.

***

– Então, acho que você está livre de mim por hoje.

Emma comentou em um tom divertido.

– Puxa, já? Passou tão rápido.

Regina falou entrando na brincadeira.

– Pois é. Parece que não sou tão chata assim.

– Com certeza não.

As duas sorriram.

– Mas antes de você ir, eu queria te levar até um lugar.

– E que lugar misterioso seria esse?

A morena perguntou arqueando sua sobrancelha.

– Você vai ter que esperar para ver. Aceita?

– Claro.

– Então vamos.

Emma se levantou do sofá, acompanhada de Regina e foi avisar Scott, que já estava em seu próprio quarto, que iria dar uma saída. O empresário concordou, contanto que ela não demorasse muito.

***

– É aqui.

Emma exclamou assim que ela e Regina chegaram em frente a porta de um apartamento na cobertura. A loira colocou a chave que o porteiro tinha lhe dado na maçaneta e abriu a porta que há tanto tempo não abria.

– Lar doce lar!

Emma sorriu entrando no apartamento, juntamente de Regina.

– Quem bom que está tudo como eu deixei.

A cantora comentou olhando em volta.

– Você mora aqui?

Regina questionou impressionada.

– Aham. É tão bom estar em casa.

Emma suspirou contente e começou a guiar a morena pelo apartamento, mostrando a ela todos os cômodos, que eram extremamente amplos, bonitos e organizados. Quando retornaram a sala, Regina passou a olhar os porta-retratos que se encontravam na estante e um em especial chamou sua atenção.

– Quem são?

A morena perguntou curiosa, analisando com cuidado o retrato em que Emma e todos os presentes ali sorriam abertamente.

– Meus pais, David e Mary Margaret, e meu irmãozinho Henry.

Emma respondeu sentindo a saudade bater no peito.

– Henry?

– Sim.

– Que coincidência! Esse é o nome do meu pai.

– Sério?

– Uhum.

– Que demais!

As duas sorriram e Emma decidiu levar a repórter a o único lugar que até o momento não tinha mostrado.

– Eu simplesmente amo esse apartamento, mas essa sala aqui é sem dúvida a minha preferida.

Quando a loira abriu a porta, Regina ficou mais encantada do que já estava.

– Isso aqui é incrível, Emma!

– Quando eu preciso ficar sozinha e não estou tão longe, eu sempre venho pra cá. É como se fosse meu refúgio.

Emma confessou enquanto olhava com um sorriso enorme seu lindo estúdio de música.

– E você está mostrando-o pra mim?

– Pois é.

– Obrigada pelo voto de confiança.

Regina sorriu.

– Acho que nunca vi tantos instrumentos juntos e você toca todos eles! Você é simplesmente demais, Emma!

A morena comentou animada.

– Assim eu fico sem jeito.

Emma deu um sorriso tímido.

– Se eu te pedisse, você tocaria alguma coisa pra mim?

– Só porque você é muito legal.

Regina comemorou e as duas riram. Em seguida, Emma se sentou ao piano e a repórter se aproximou.

– Vamos lá.

A loira disse antes de começar a tocar.

You think I'm pretty without any makeup on
You think I'm funny when I tell the punchline wrong
I know you get me so I let my walls come down, down
Before you met me I was alright but
Things were kinda heavy, you brought me to life
Now every February you'll be my valentine, valentine

Regina estava maravilhada com aquela voz. Era tão suave e tão firme ao mesmo tempo, que ela simplesmente não conseguia tirar os olhos da garota a sua frente, assim como na primeira vez que a tinha visto cantar.

Let's go all the way tonight, no regrets, just love
We can dance until we die, you and I will be young forever
You make me feel like I'm livin' a teenage dream
The way you turn me on, I can't sleep
Let's run away and don't ever look back
Don't ever look back
My heart stops when you look at me
Just one touch now baby I believe this is real
So take a chance and don't ever look back
Don't ever look back

Emma sorriu para Regina, que já sorria para ela desde o início da música.

We drove to Cali and got drunk on the beach
Got a motel and built a fort out of sheets
I finally found you
My missing puzzle piece
I'm complete

Let's go all the way tonight, no regrets, just love
We can dance until we die, you and I will be young
forever
You make me feel like I'm livin' a teenage dream
The way you turn me on, I can't sleep
Let's run away and don't ever look back
Don't ever look back
My heart stops when you look at me
Just one touch now baby I believe this is real
So take a chance and don't ever look back
Don't ever look back

Emma passou a cantar fazendo um contato visual direito com a morena, que por nenhum momento ficou tímida ou quis desviar seu olhar para outro lugar. Assim foi o resto da música inteira.

Imma get your heart racing in my skin tight jeans
Be your teenage dream tonight
Let you put your hands on me in my skin tight jeans
Be your teenage dream tonight

You make me feel like I'm livin' a teenage dream
The way you turn me on, I can't sleep
Let's run away and don't ever look back
Don't ever look back
My heart stops when you look at me
Just one touch now baby I believe this is real
So take a chance and don't ever look back
Don't ever look back

Imma get your heart racing in my skin tight jeans
Be your teenage dream tonight
Let you put your hands on me in my skin tight jeans
Be your teenage dream tonight

– Uau! Que música linda!

Regina bateu palmas.

– Você é muito talentosa, Emma!

– Obrigada!

A loira sorriu meio sem graça diante dos elogios.

– Mas e você, nunca se interessou por algum instrumento?

– Te confesso que eu tentei vários, mas não me dava bem com nenhum.

As duas riram.

– Senta aqui.

Emma deu um tapinha no banco que sentava e foi um pouco para o lado, dando espaço para Regina.

– Vou tentar te ensinar alguma coisa.

Elas passaram um bom tempo tocando, rindo e conversando. Se divertindo de um jeito que Emma não fazia há muito tempo.

– Viu, eu disse que era péssima.

– Você não é péssima, Regina. E para falar a verdade, eu acho que você se saiu muito bem.

– Você só está falando isso para me agradar.

– Claro que não e eu tenho certeza que na próxima vez você vai estar melhor.

Emma sorriu.

– Então quer dizer que vai ter uma próxima vez?

A morena arqueou sua sobrancelha.

– Er...só se você quiser.

– Sem dúvida alguma.

Regina deu um sorriso sincero, mas quando desviou seu olhar para a janela, se deu conta que já estava anoitecendo.

– Meu Deus, Emma, Scott vai te matar!

– Por quê?

Emma perguntou confusa.

– Você já viu que horas são?

Quando a loira olhou seu relógio, tomou um susto. Elas tinham saído do hotel já fazia três horas e o empresário havia pedido para que não demorassem muito.

– É melhor nós irmos.

Regina falou se levantando, sendo seguida por Emma, que apagou todas as luzes e fechou o apartamento, retornando ao hotel rapidamente. Quando entraram na suíte, Emma ficou surpresa de não encontrar Scott lá, pronto para começar com seu sermão. A loira pediu para que Regina esperasse por ela, enquanto ia até o quarto do empresário. Emma abriu a porta vagarosamente, botando apenas sua cabeça dentro do quarto e encontrando Scott dormindo tranquilamente em sua cama.

– Ele está dormindo.

Emma disse aliviada, entrando novamente em seu quarto.

– Ainda bem.

Regina suspirou. Scott era um cara superlegal e gentil, mas ele sabia ser bravo quando queria.

– Emma, quais são os compromissos para amanhã?

– Pela manhã eu vou me apresentar na rádio Sirius XM e no final da tarde, vamos decidir os detalhes finais do meu perfume.

– Você vai lançar um perfume?

A morena perguntou impressionada

– Vou.

– Que incrível!

– Obrigada.

As duas sorriram.

– Mas então, que horas você vai para a rádio?

– 9:00 horas.

– Tudo bem. Eu estarei aqui, mas agora eu já vou.

Regina se levantou.

– Eu abro para você.

Emma se dirigiu até a porta e a abriu.

– Desculpe ter alugado todo o resto do seu dia livre.

– Ei, não se desculpe. Eu adorei.

Regina sorriu e a loira se aproximou dela, lhe dando um demorado beijo na bochecha, que a repórter não soube explicar o por que, mas fez uma corrente elétrica percorrer por seu corpo.

– Até amanhã Emma.

– Até.

***

– Nossa, que demora! Pensei que você voltaria mais cedo!

Tinker exclamou enquanto Regina entrava no apartamento. A loira vivia na casa da amiga, já que moravam no mesmo prédio e as duas eram tão próximas, que uma tinha a chave do apartamento da outra.

– Oi para você também.

– Espera, que roupa é essa?

Tinker perguntou estranhando.

– Eu peguei emprestada.

– De quem?

– Da Emma.

– O quê? A Emma usou isso?

– Sem surtos.

– Você não vai devolver né?

– Claro que vou.

– Nem pensar, você vai dar ela pra mim.

– Não seja boba.

Regina riu e sentou-se no sofá ao lado da amiga.

– E por falar nessa roupa, por que você precisou pegar uma emprestada?

A loira questionou curiosa e Regina contou tudo o que tinha acontecido com ela durante o dia.

– A Emma cantou só para você?

Tinker se controlou para não começar a gritar desesperadamente.

– E eu aqui pensando que você ficaria preocupada comigo.

Regina debochou.

– Mas eu fiquei preocupada e, aliás, acho que você devia procurar um médico.

– Que besteira! Foi só um enjoo.

– Só que se acontecer de novo, você tem que me prometer que irá até um médico.

– Eu prometo.

A morena levantou a mão para o ar, como se estivesse fazendo um juramento.

– Olha, eu preciso te confessar que eu estava errada sobre a Emma.

– Como assim?

– Ela não é nada do que eu pensava e você tinha razão, ela é realmente incrível.

Regina confessou com um sorriso bobo.

– Nossa, que evolução! Você disse que eu estou certa e que a Emma é incrível em uma frase só. Já posso morrer feliz.

Tinker falou rindo, fazendo a amiga rir também.

– Sério, eu nunca imaginei que ela fosse cuidar de mim daquele jeito. Ela foi tão atenciosa, tão gentil.

– A Emma é demais! Sorte tem aquela antipática da Zelena.

A loira falou aparentemente brava.

– Não sei por quanto tempo.

Regina soltou sem querer.

– O quê?

– Você tem que jurar que não vai contar nada pra ninguém.

– Juro, juradinho.

– A Emma e a Zelena estão em uma crise.

– Ai meu Deus! Eu não acredito! A Emma finalmente vai ficar livre daquela mala!?

– Tinker, ela está sofrendo.

A morena falou se lembrando do desabafo que Emma tinha tido mais cedo com ela.

– Mas você acha que as duas vão terminar mesmo?

– Eu sinceramente não sei.

Regina suspirou e logo se pronunciou novamente.

– Mas agora mudando de assunto, o que você acha de pedirmos alguma coisa para comer?

– Acho ótimo. Eu estou morrendo de fome.

– Como sempre né.

– Engraçadinha.

Tinker mostrou a língua para a amiga, que riu e foi pegar o telefone.

***

Já passava das onze da noite e Regina ainda estava travada na frente do computador. Tinker tinha decidido voltar para o seu apartamento no quarto andar e dormir por lá mesmo, pois pela manhã a loira possuía alguns compromissos. Portanto, a repórter estava aproveitando aquele tempo para começar a escrever sobre Emma, mas simplesmente não conseguia terminar nem o primeiro parágrafo. Aquela garota ainda era um mistério para ela, que pretendia conseguir desvendá-lo em breve. Regina ficou ali por mais alguns minutos e por fim, vendo que nada sairia, resolveu dormir. Assim que se deitou na cama, o barulho alto da campainha preencheu o ambiente. Recusou-se a ir a entender, mas a campainha tocou novamente e ela não teve escolha a não ser ir até lá.

– Só pode ser brincadeira! Quem vai à casa das pessoas essa hora?

A morena bufou, enquanto se levantava da cama e ia em direção à porta, abrindo-a com certa raiva.

– Oi amor!