Medo de falhar escrita por Mortícia


Capítulo 5
A sós


Notas iniciais do capítulo

Olá! Na finaleira do dia, mas está valendo rsrs

Este capítulo está bem diferente dos outros, eu dei uma aliviada nas questões da fic para fazer só cenas entre Sherlock e John, espero de coração que não tenha ficado nada haver hehe

E desconsiderem algum erro de português que venha a ter, agora é de madrugada e estou um pouco cansada rsrs



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Com certeza tinha sido Sherlock que mexeu em seu notebook, mas a pergunta é: Por que o grande detetive estava procurando sobre relacionamentos? Sherlock estava estranho de um mês pra cá, aproximadamente. É claro que se não disse nada para o loiro até então não diria agora. John não perguntaria diretamente porque sabia que se o fizer Sherlock iria tentar manipula-lo com alguma informação falsa para que John parasse de pegar no pé. O loiro deveria encontrar alguma forma de arrancar isso de Sherlock, como seu melhor amigo tinha o direito de saber.

Já estava deitado em sua cama quando que por mágica, dois nomezinhos vieram a sua mente: Mycroft Holmes.

♥♥♥

Sherlock se aproveitou do costume que seu John tinha de acordar um pouco mais tarde no domingo para botar algumas dicas em prática. Iria arrumar toda a cozinha e depois prepararia o café da manhã. Estava trabalhando arduamente no ‘caso John’ como chamava agora.

Começou pela geladeira, iria reposicionar todos os pedaços de corpo que havia nela, dividindo o espaço entre as comidas, claro que John ainda não acharia adequado e muito menos mais higiênico, mas pelo menos ele não correria o risco de esbarrar em uma cabeça enquanto queria pegar a manteiga. Sherlock estava pensando na possibilidade de adquirir um frigobar, com certeza o nível do estresse de John cairia em sessenta por cento. Pediu para que sra. Hudson comprasse algumas caixas para ele poder guardar suas placas de petri, tubos de ensaio e outros utensílios químicos enquanto não estivesse fazendo nenhuma experiência, assim deixaria a mesa livre. Claro que o resto do flat também era importante ser arrumado, mas a cozinha era vital para John.

Enfim terminou, nem ele mesmo tinha noção do quão bagunceiro ele era. Faltava aproximadamente 40 minutos para seu loiro acordar, daria tempo de fazer pelo menos algo simples de café da manhã. Sherlock não tinha o costume de cozinhar, na verdade nunca havia feito isso, sua mãe sempre foi superprotetora com ele e quando foi morar sozinho comia fora ou simplesmente ficava sem comer e no 221B tinha a sra. Hudson e John, mas hoje teria que aprender, se esforçaria o máximo para seu café ficar perfeito ou pelo menos comestível.

Estava olhando no google como fritar um ovo e fazer panquecas, não que ele não soubesse a teoria, mas queria ter certeza de que não deixaria passar nenhum detalhe, afinal coisas simplórias eram feito com maestria por pessoas simplórias.

♥♥♥

John abre os olhos em seu quarto, era uma preguiçosa manhã de domingo. Estavam em novembro, e apesar de não ser oficialmente inverno, Londres estava um gelo. John reluta um pouco a se levantar, mas, cede a tentação da cama quando sente um cheiro peculiar vindo da cozinha. Desce para constatar a origem do cheiro e encontra seu companheiro de quarto com um avental sujo de ovo cru e farinha, havia panelas e talheres para todos os lados, a cozinha estava mais bagunçada do que quando Sherlock a utilizava para seus experimentos. John não entendia nada.

– Você pode me explicar o que diabos é isso, Sherlock?

– Ah, bom dia, John! Você não poderia ter chegado em um momento melhor. – Sherlock estava de bom humor. – Sente-se, preparei o nosso café. – falava enquanto colocava um ovo destroçado e meio queimado junto com as panquecas que aparentavam estar meio cruas ainda.

John olhava atentamente para Sherlock que estava feliz da vida praticando essa atividade.

– A sra. Hudson saiu para visitar sua irmã no interior então estávamos sem café da manhã e como eu havia acordado cedo, decidi preparar. Só não consegui deixar com uma aparência boa, mas os temperos estão na medida certa.

John não consegue se segurar e começa a ir do amigo. Sherlock olha para John fazendo esforço para entender o que se passava naquela cabeça.

– Meu Deus, Sherlock! Como alguém tão bom em química pode ser um desastre na cozinha? Você é uma contradição, meu amigo. – John não parava de rir.

– Ora, não deve estar tão ruim assim. – Sherlock agora sorri de volta.

– Isso nós vamos ver.

O mais baixo abre a geladeira para pegar leite e a encontra totalmente organizada, Sherlock havia colocado num canto e embrulhado os membros humanos de tal maneira que se John não tivesse se dado conta nem perceberia que estavam ali.

– Uau! Sempre que eu acordar mais tarde vai ser assim? – John falava incrédulo com o que via.

– Só queria organizar um pouco mais as coisas por aqui. Ultimamente percebi que você anda meio cansado, então resolvi cooperar. – Sherlock tinha um leve sorriso nos lábios.

John abre a boca para falar, mas a fecha rapidamente, por mais estranho que fosse esta atitude de Sherlock não colocaria tudo a perder, iria adorar ver sempre a casa um pouco mais em ordem.

– Fico realmente muito feliz com isso Sherlock, por mais estranho que pareça. Mas bem, vamos lá. – Se senta na mesa em frente a um Sherlock sorridente e começa seu café da manhã.

– E então? – Sherlock olhava esperançoso para John.

– Deus! Como você conseguiu Sherlock? Está delicioso, mesmo com essa aparência grotesca.

– Sabia que iria gostar. – Sherlock sorria orgulhoso.

– Ah, nem venha ficar se achando. Você ainda tem muito que aprender.

– Isso é um desafio, John Watson?

– Talvez. - Não era só Sherlock que sabia da arte da manipulação.

– Ok, amanhã não coma nada na volta do trabalho.

– Está realmente empolgado com isso não?

– Você nem imagina.

♥♥♥

Após o café John e Sherlock foram para a sala, Sherlock estava lendo o jornal e John estava com um livro de medicina em mãos, mas pensava no que seu amigo havia dito ontem no taxi. Será que Sarah era de fato como ele descreveu? John estava numa época de sua vida que precisava de alguém companheiro, alguém que cuidasse e deixasse cuidar, não ao contrário, não tinha mais saco para lidar com atitudes adolescentes.

– Uma moeda por seus pensamentos, John. – Sherlock diz com uma voz grave, tirando John suavemente de seu devaneio.

– Hum...? Perdão Sherlock, só estava pensando sobre ontem... O que disse era verdade?

– ... Sobre?

– Sarah?

– Ah claro! Sim, sinto dizer, mas, era tudo verdade.

– É que ela é tão... tão doce e meiga comigo, não aparenta ter todos esses traços.

– Isso é porque você vê, mas, não observa. Todos os traços estão cravados nela.

John da um longo suspiro e joga seu pescoço para trás com os olhos fechados. Sherlock sente um calorzinho passar por seu corpo e se move na poltrona.

Sherlock já havia preparado o café da manhã e John não estava nenhum pouco a fim de fazer o almoço, então:

– Daqui a pouco chega a hora do almoço, não gostaria de sair para almoçar?

Aquilo pegou Sherlock de surpresa, não esperava aquilo de John tão cedo.

– Ahn.. Claro, eu adoraria. – Sherlock estava ficando com o rosto vermelho, fato que não passou despercebido por John, que da um sorriso.

– Ótimo! Conheço um lugar bem bacana. Pegue seu casaco que Londres está um gelo e você não vai querer ficar mais corado do que já está.

Sherlock tinha os batimentos elevados.

♥♥♥

Pegaram um taxi até Rua Oxford, o mais alto tinha o mapa de Londres completo na cabeça e já imaginava onde John pretendia almoçar, mas nunca havia ido.

O restaurante era pequeno, simples e com decoração rústica, as paredes eram feitas de pedras e os acabamentos em madeira, todas as mesas eram de madeira maciça, um ambiente bem aconchegante, bem a cara de John.

Um dos diferenciais do restaurante era a comida preparada em forno a lenha, John amava comida assim. Entraram e sentaram numa mesa próxima a uma pequena janela que dava para a avenida. Optaram pelo prato executivo e John pediu uma garrafa de vinho tinto suave.

– Nesses dois anos que nos conhecemos percebi que no inverno você tende a ingerir quantidades maiores de bebidas alcoólicas.

– Sim, elas me deixam mais quentinho. Você devia experimentar também.

– Não, estou bem obrigado. Prefiro não me aproximar muito das drogas.

– Santo Deus! Você quer mesmo comparar? É só uma taça, Sherlock, não vai te fazer voltar... – John ficava um pouco desconfortável de tocar no assunto das drogas com o moreno, nesses dois anos o amigo nunca contou o que de fato aconteceu.

– Não precisa ficar desconfortável, John, foi há muito tempo e tudo bem, eu o acompanho com uma taça.

Os pratos chegaram e Sherlock que nunca havia experimentado comida feita em forno a lenha ficou maravilhado com os gostos e a texturas de tudo.

– Você se superou, John. Nunca tive tanto gosto em comer.

O amigo gargalha, Sherlock estava percebendo o quão bom era fazer seu soldado rir.

– Eu amo forno a lenha, minha avó sempre fazia comida nele, me remete muito a minha infância.

– Que sorte você teve, minha mãe sempre foi péssima na cozinha.

– Mycroft sempre disse o contrário.

– Mycroft gosta de qualquer coisa, por isso sempre foi gordo.

– Gordo? Não sabia dessa. – John estava com o rosto todo corado, havia bebido a garrafa de vinho quase toda e Sherlock havia se restringido a apenas uma taça.

– Sim, quando criança ele tinha obesidade mórbida, meu pais vivam correndo com ele em hospitais, quando chegou na adolescência começou a fazer regimes e se exercitar e conseguiu ter um peso razoável, tanto que até hoje ele segue com essa rotina.

– Ah então por isso ele sempre pede chá sem açúcar, pensei porque não gostasse.

– Mycroft é pior que formiga, acredite.

Enquanto Sherlock falava, John não tirava os olhos dele, é claro que nunca se interessou por homens, mas não havia como negar que seu amigo era interessante, desde o primeiro dia que se conheceram John percebeu isso. E aquela aparência toda? Sherlock estava longe de ser considerado um padrão de beleza, mas era difícil alguém acha-lo feio, mesmo os homens mais heteros, como John.

Estava se divertindo muito com a companhia de Sherlock, a maioria das vezes o amigo era difícil de lidar, mas era em momentos como esse que se lembrava do quanto gostava de estar próximo a ele. Sherlock sempre o fizera bem, mesmo quando o fazia mal.

– John? Está me ouvindo?

– Ahn, claro... Na verdade estava prestando atenção em você, seus olhos tem uma cor muito bonita, não sei identificar sua cor natural, ele sempre muda devido a luminosidade.

Sherlock estava começando a corar novamente, John era com em deixa-lo sem graça.

– Eles são azuis muito claros.

– São muito bonitos.

– Bem, melhor irmos.

Se levantaram, para Sherlock seu companheiro estava nitidamente alterado, por pouco não esbarrava em várias meses e cadeira pelo caminho, então o moreno levemente toca em sua cintura para guia-lo até saírem do restaurante. Como John era macio.

♥♥♥

Chegando ao 221B, John vai para seu quarto descansar um pouco enquanto Sherlock fica na sala com o cérebro a todo o vapor.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?



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