The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 19
Sweet Dreams


Notas iniciais do capítulo

oi oi oi
capítulo dedicado aos porcos, pq eles viram bacon e eu comi bacon hoje



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Kurt não se moveu. Ele não piscou, não falou nada. Blaine rapidamente estava o abraçando o mais forte que podia, mas o castanho não sentia nada. Ele estava entorpecido e ferido, como assim Burt havia morrido? Não, por favor..., Kurt implorava a não se sabe quem. Ele só queria que seu pai ficasse vivo, seguisse sua vida...

— Kurt? Kurt, vamos lá, eu vou te levar lá para cima. — Blaine sussurrava, tentando fazer com que o namorado se mexesse, mas o mesmo estava calado, olhando para o ponto aonde Finn estivera antes de ir até o irmão também. — Oh, não, por favor, não. Kurt, fale comigo, baby. — Blaine estava entrando em pânico. Todos na sala podiam ver seus olhos apontando para todas as direções, e gotas de suor faziam a testa do mesmo brilhar.

— Blaine, está tudo bem. Ele vai ficar bem, só está em choque. Isso passa, confie em mim. — Tate disse, colocando uma mão no ombro do moreno. — Vamos lá, você precisa de um copo d’água para se acalmar.

— Não! Eu n-não posso deixá-lo aqui. Não, eu vou ficar com Kurt. — Blaine decidiu-se, e, como Kurt não estava encostado no sofá, ele se sentou atrás do namorado e puxou o mais alto para si. Com um pouco de força, Kurt finalmente se moveu um pouco e Blaine beijou seus cabelos castanhos. — Kurtie... acorde, baby. Está tudo bem, está tudo bem. — Kurt de repente se mexeu, saindo do abraço de Blaine e respirando rápida e pesadamente.

— Você! — Ele apontou para Finn. — Você vai buscar Sebastian e vai trazê-lo aqui. Vamos lá! — Ele ordenou, e Finn não mexeu um músculo.

— Kurt, respire, vamos lá. — Quinn disse suavemente, colocando uma mão carinhosa nos ombros do amigo, que virou-se para ela e desabou em seu ombro. Blaine assistia com lágrimas próprias nos olhos enquanto o namorado era acalmado pelos braços levemente maternais de Fabray. — Isso, isso... vai ficar tudo bem, estamos todos aqui com você. Cada um de nós já passou por situações diferentes de perda, mas a sensação é a mesma. A gente te entende. — Um murmúrio coletivo concordou com a loira.

— Céus, me desculpe. — Kurt soluçou, a voz trêmula. — Eu não s-sou capaz d-de m-machucar n-nem uma mosca, q-que dirá um c-cara como S-Sebastian. — Ele chorava, enquanto a loira sussurrava assegurações em seu ouvido. Ele parecia tão pequeno e frágil, mesmo sendo alguns centímetros maior do que Quinn. E Blaine só queria poder fazê-lo feliz novamente.

— Kurt, durma um pouco. Descanse, e depois você conversa com alguém sobre isso. — Quinn sugeriu, e gesticulou com a cabeça para Blaine ir até aonde eles estavam no pé da escada. — Blaine vai te levar lá para cima, está bem?

— O-Ok. Obrigado, Quinn. — Kurt disse, baixinho, e reuniu todas as suas forças para não quebrar novamente quando olhou nos olhos de Blaine, vermelhos e molhados. Eles subiram as escadas lentamente e o moreno deitou os dois na cama de casal, imediatamente deixando Kurt se enroscar nele. — Eu te amo, B.

— Eu também te amo, Kurtie. Vai ficar tudo bem, confie em mim. — Ele sussurrou, e Kurt assentiu antes de pegar no sono, querendo fugir daquele mundo o mais rápido possível.

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Finn e Quinn conversaram um pouco com Tate e Violet, agradeceram Moira por algo e saíram da casa. Kurt tinha seu celular e podia ligar para eles quando quisesse-os novamente. Os dois andavam calmamente até a casa do mais alto, optando por deixar o carro naquela vaga no final do quarteirão.

— Finn, quem é Rachel? — Quinn perguntou, e Hudson parou em seu lugar.

— C-Como você sabe de Rachel? — Indagou Finn, franzindo o cenho.

— Ela não parava de te mandar mensagens ontem. Deus, Finn, você esteve falando com ela e pensando nela enquanto me beijava? — Perguntou retoricamente a loira.

— Não, Quinn! — Respondeu Finn. — Eu penso em você. Céus, meu irmão está em choque e é disso que você quer falar?!

— É, sim, Finn, porque se não eu sei que não falaremos depois! — Ela falava alto, os dois discutiam no meio da rua. — Me diga agora, olhando nos meus olhos, que você não pensa nela.

— Eu não penso em Rachel. Eu já disse que não, Quinn. — Insistia o grandão, dessa vez mantendo contato visual com a loira. — Eu não teria te beijado pela primeira vez se pensasse nela.

— Promete?

— Claro que prometo. Vamos lá, agora. Eu não gosto de brigar com você. — Finn disse, e Quinn se inclinou para frente e juntou seus lábios. — Deus, eu estou morrendo de fome. — Resmungou o mais alto.

— Seu irmão está em choque e é disso que você quer falar? — Zombou Quinn, e Finn riu, passando um braço pelos ombros da loira enquanto eles seguiam caminho para a casa.

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Kurt não sabia para onde ia. Ele estava andando e queria parar, pensar em tudo, mas não dava. Se ele ficasse parado, provavelmente algo de ruim aconteceria. Então o castanho andou e andou até se deparar com uma estradinha parecida com a dos tijolos dourados do mágico de Oz. Haviam plantas como arbustos e árvores pequenas, além de flores extensas e árvores grandes, com o tronco grosso e folhas de um verde claro chamativo.

A melodia de Pure Imagination, do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, começou a tocar e Kurt olhou em volta – nada tinha mudado, se não por uma espécie de vento que soprava. Então ele viu seu pai aparecer em sua frente.

— P-Papai? — Kurt chamou, num sussurro. Burt o olhou, incrédulo, e abraçou o filho apertadamente. — Deus, pai, eu estou com tantas saudades suas. Não é fácil morar naquela casa e saber que você está lá por toda a eternidade.

— O-O quê? Isso não é o céu, ou inferno, ou algo do tipo? Droga, Kurt, eu pensei que você estivesse aqui. Estava quase te perguntando se você havia falado com sua mãe. — Burt suspirou. — Então é verdade? Você está mesmo- uh... é. — Kurt levantou a camiseta e revelou sua cicatriz.

— Me desculpe, pai. Eu sei que você provavelmente ficaria bravo por eu ter me matado por Blaine, que estava morto... me perdoe, eu queria estar com você, vivo... — O castanho secou uma lágrima. — Fale com mamãe por mim, eu sinto tanta a falta dela, me abraçando e cantando Beatles quando eu fico doente.

— Oh, Kurt, não fale assim. Eu só espero poder te encontrar algum dia, filho. Tenha certeza que você se alimente, e tome seus remédios para gripe quando começar a tossir! Não esqueça que você é alérgico a-

— A camarão, pasta de amendoim e nós moscada. Eu sei, papai. Vou me cuidar, eu juro. — Prometeu Kurt, e Burt o abraçou novamente com a mesma força de antes. — Céus, eu não quero que você me deixe, por favor, não me deixe.

— Calma, Kurt, shhh, está tudo bem. Você tem Blaine, não tem?

— E Tate, e Violet, e Finn e Quinn me visitam quase todos os dias. — Kurt informou o pai, que secava algumas lágrimas próprias. — Não se preocupe. Só, por favor, seja feliz. Você vai para o céu e encontrará mamãe, eu tenho certeza. Apenas... se cuide. Por favor. Eu não sei se isso é um sonho bizarro ou está mesmo acontecendo com nossas almas, só... eu não sei quanto tempo ficaremos aqui e preciso lhe falar isso de alguma forma. — Kurt disse, lutando conta outro nó em sua garganta. Deus, ele choraria uma vida inteira por Burt...

— Está bem, kiddo. Eu vou, ok? E da próxima vez, não me fale para não me preocupar. Você estará sempre comigo, Kurt. Temos que manter os que amamos perto de nós. — Burt disse, e puxou o filho para si. Os dois ficaram ali, e parecia tão real...

De repente, o mesmo vento que levara Burt ali retornou. Kurt não queria que o pai fosse embora. Ele olhou em volta e percebeu folhas de outono e galhos secos, os tijolos amarelos debaixo de seus pés viraram grama e a velha residência dos Hummel, pintada de amarelo claro e com as janelas marrons, estava ali. E Elizabeth acenava da porta. Ela usava o mesmo avental que tinha no corpo quando fora levada ao hospital, e de lá praticamente não saíra. Seu cabelo estava no mesmo penteado – um pouco de gel domando os fios castanhos com um coque apertado deixando alguns cachos para fora.

— Mãe. — Kurt soluçou, correndo até ela e se jogando nos braços abertos de Elizabeth, que ria. — Oh, Deus, mamãe. Eu te amo, eu te amo, eu te amo. — Chorava o castanho, sentindo as mãos familiares da mãe em seus cabelos finalmente mais uma vez.

— Acalme-se, Kurtie. Eu vim buscar seu pai. Parece que alguém não sabe achar o caminho para casa. — Disse a mulher, com a voz suave de sempre. — Eu te vejo todos os dias, Kurtie. Eu soube que você havia... você sabe... enfim, eu soube quando me senti realmente doente mais uma vez. Sinto muito que você não possa vir conosco, meu menino. Mas, logo, logo, ao final dessa eternidade toda, você e Blaine poderão vir para cá. — Ela beijou carinhosamente a testa do filho. — Agora, temos que ir, querido. Se cuide.

— Não me deixe novamente! — Kurt pediu, mas recebeu apenas um acenar dos pais, que desapareciam naquele universo estranho.

O castanho se sentou na cama, respirando pesadamente. Deus, o que fora aquilo?! Ele havia sentido tudo, o leve tocar das mãos de sua mãe em sua pele... fora tudo tão real. Ele pulou ao sentir uma mão em seu braço, e viu Blaine se sentando na cama, seus cachos bagunçados. Estava escuro lá fora e ele provavelmente dormira o dia todo, pelo visto o moreno havia também.

— Blaine, eu vi minha mãe. — Kurt disse, e Blaine arqueou uma sobrancelha. — Eu- eu não estou brincando. Eu a vi e ela me abraçou e- Céus, eu não sei. Mas tenho certeza que foi real. Por favor, acredite em mim.

— Wow, acalme-se, babe. Vamos lá, me conte isso direito. Mais devagar dessa vez, ok? — Blaine esfregou um olho como se para mandar o sono embora, e passou os braços pela cintura do namorado, encostando o queixo em seu ombro.

— Eu adormeci, então estava no caminho de tijolos da Dorothy. Depois começou a ventar e meu pai apareceu ali, e eu falei várias coisas para ele e ele para mim, nós nos abraçamos várias vezes e foi real, como já disse. — O castanho ainda falava consideravelmente rápido, mas respirou fundo e Blaine beijou docemente seu pescoço, retornando o queixo para o mesmo lugar para que Kurt continuasse. — Então mamãe apareceu, e eu vi nossa velha casa. Lembra quando minha casa era amarela? — Blaine assentiu. — Aquela casa apareceu, e na porta estava minha mãe. Eu a abracei e ela me abraçou, e me disse que estava ali para buscar papai, pois ele não conseguia achar o caminho sozinho. Depois eles só... desapareceram.

— Violet já me falou disso. Foi mais ou menos uma semana antes de você voltar para o Alabama, ela disse que havia visto os avós. Eles falavam que ela deveria se cuidar melhor e que as cicatrizes de batalha eram marcas da força dela, ou algo assim, sendo que o avô dela lutou na segunda guerra mundial. — Blaine disse, apertando os braços ao redor de Kurt. — Ela também descreveu a situação como realística demais, e me pareceu estranho, primeiro. Mas depois eu entendi, sabe? Acho que fez sentido. Deve ser. — Blaine deu de ombros, e Kurt virou o rosto para capturar os lábios de Blaine nos seus. Em dado momento, o estômago do mais alto roncou e o moreno sentiu as vibrações contra suas mãos que repousavam ali carinhosamente.

— Me acompanha para o jantar? — Ofereceu Kurt, se levantando.

— Eu posso pedir para Tate cozinha hoje se você não estiver se sentindo bem, Kurtie.

— Eu apenas estou um pouco sobrecarregado com tudo isso. Mas não se preocupe, eu vou ficar bem. — Blaine sorriu de canto e saiu da cama também, embolando ainda mais os cobertores brancos.

— Nós dois vamos, meu amor, eu prometo. — Blaine sussurrou, e pegou a mão do namorado. Os dois desceram calmamente as escadas para fazer algum tipo de macarrão instantâneo, jogando conversa fora entra beijos e olhares.


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Notas finais do capítulo

o que acharam? :3



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