The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 17
I'll Stand By You


Notas iniciais do capítulo

sei que tem um capítulo chamando Stand By Me, mas fds, dfdbsljf
capítulo dedicado pra GikaColfer pela minha... *drum roll* PRIMEIRA RECOMENDAÇAO NO NYAH!!!!! Muito obrigada, linda, de verdade. Isso me incentiva muito!



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Blaine deixou que lágrimas rolassem por suas bochechas durante a maior parte da noite, pois ele não conseguia dormir. Ele queria ir lá para baixo e se deitar com Kurt... e se o castanho estivesse tendo um pesadelo? Será que Kurt lembrara da data especial? Aquilo era horrível, concluiu Blaine, enquanto ele cobriu a cabeça com um travesseiro, se encolhendo na cama agora grande demais para apenas ele.

Enquanto isso, Kurt vagava pela sala tentando não chorar. Ele se sentia um estúpido! Blaine não merecia aquilo, e o castanho sabia que eles teriam que conversar, mas o moreno deveria estar dormindo e sonhando com algo melhor do que ouvir Kurt pedir desculpas histericamente enquanto o castanho tentava parecer com que sabia o que estava falando. Mas Kurt desmoronou no balcão da cozinha, aonde estava sentado, quando se lembrou que no dia anterior, ou naquele dia – era madrugada, como se não fosse nem um dia, nem o outro – ele e Blaine completaram nove anos de amizade...

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A neve havia se juntado com a chuva lá para as três da manhã, e batia agressivamente no vidro da janela do quarto de Finn, que roncava. Quinn, por outro lado, não conseguia dormir por nada. Ela não gostava de tempestades e geralmente fritava bacon para distraí-la em madrugadas como aquela. Mas não tinha bacon, só macarrão instantâneo, então ela se contentou com jogar o jogo da Kim Kardashian no celular.

Quando deram quatro da manhã, a loira estava morrendo de sono e a chuva parecia ter apenas aumentado. Ela jurou para si mesma que nunca precisaria de um homem, mas naquele momento seria bom entrar debaixo das cobertas com Finn... sem nada demais, claro. Deus, ela nem conseguia pensar em sexo em uma hora daquelas.

Quinn então subiu as escadas da casa familiar dos Hudmels e lentamente abriu a porta do quarto de Finn, aonde o celular do mais alto apitava sem parar. Céus, como o garoto conseguia estar roncando com aquilo? Ela foi olhar as horas no celular do grandão e viu trocentas mensagens carinhosas de uma tal de Rachel Berry... cujo nome estava salvo com um coraçãozinho do lado.

Ela se deu a liberdade de desbloquear o iPhone do grandão, cuja senha era 2009, o ano que ele conhecera Quinn. A tela inicial dele eram algumas gotas de chuva contra alguma janela, era uma boa foto, mas não era aquilo que importava para Quinn. O ícone das mensagens tinha oito mensagens não lidas, duas da operadora do celular e seis de Rachel. Quem diabos era aquela menina?! Os olhos esverdeados de Quinn leram a primeira mensagem.

RachelB94 diz: Ok, bons sonhos. Eu vou ficar por aqui mesmo... estou sem sono.

RachelB94 diz: São meia noite aqui. Feliz dia de Ação de Graças!

RachelB94 diz: Você comemora o feriado?

RachelB94 diz: PS: eu sei que você está dormindo, responda quando acordar! ;)

RachelB94 diz: Meus pais estão acordados até agora! O-o!!!! Eles vieram reclamar de minha música alta...

RachelB94 diz: Bom, acho que vou dormir. Até amanhã, Finn. ♥

Quinn estava furiosa. Finn não havia falado muito com ela pelos últimos dias, desde quando a loira havia chegado na cidade, o que deveria ser bom. Mas ele ainda dava bom dia e boa noite para aquela tal de Rachel. Quinn não gostava nada dela, Finn teria que escolher entre as duas.

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Kurt se sentou no sofá, suando e chorando. Ele levou os joelhos ao peito e deixou-se soluçar no vazio da noite fria, com o cobertor que ele havia arrastado para a sala cobrindo seus pés gelados e um travesseiro com as marcas do suor do castanho. Ele se perguntava se algum dia ele conseguiria dormir longe de Blaine e não ter um pesadelo... aquele fora o pior, até agora.

Sebastian havia pego Blaine, Burt e sua mãe, colocado-os enfileirados em banquinhos de madeira no que parecia a entrada de uma floresta escura. Ele tinha um revólver, uma seringa e algo não identificado, porém visivelmente ensanguentado. O menino dos dentes tortos pegou a seringa e sorriu de lado antes de inserí-la no coração de sua mãe, e Kurt imediatamente entendeu o que significava a seringa: câncer. Fora para a doença que Kurt perdera Elizabeth...

Depois, o mesmo pegou o objeto ensanguentado e deu um tiro. Kurt sentiu a mesma dor que sentira no dia de sua morte e viu Blaine se contorcendo de dor também. Por fim, Sebastian pegou Burt pela cabeça e torceu seu pescoço, emitindo um alto CRACK.

O castanho sacudiu a cabeça, respirou fundo, engoliu o orgulho e subiu as escadas, sentindo o chão frio contra seus dedos do pé. Ele abriu a porta do quarto lentamente e viu Blaine dormindo, virado com as costas para o lugar aonde Kurt estava em pé. Ele pegou as cobertas e destapou seu lado da cama, escorregando silenciosamente pelo colchão. Kurt chegou mais perto de Blaine e o abraçou, puxando-o gentilmente para si.

— Kurt? — Sussurrou o moreno, virando a cabeça o máximo que podia. Kurt levantou-se de leve, apoiando seu cotovelo no colchão de modo que ficasse mais alto, e beijou gentilmente os lábios de Blaine.

— Me desculpe. Eu sou um babaca.

— Shhh, vamos dormir, conversamos amanhã. — Blaine disse, e colou o corpo ainda mais no do namorado, suspirando contente. Kurt dormiu um sono livre de pesadelos. Era reconfortante, por mais que uma conversa o esperasse pela manhã, nada mais importava, porque eles estavam juntos, para sempre.

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— Kurtie, Kurtie, acorde. — Blaine chamava, carinhoso enquanto se ajoelhava perto do namorado na cama, na altura de seu rosto. O castanho havia dormido com o braço debaixo do moreno, e outro embaixo da cabeça. Seus olhos estavam fechados, se movimentando de vez em quando, e seu cabelo estava bagunçado, apontando para todas as direções. Deus, ele estava tão lindo. — Vamos lá, baby...

— Hmmm? — Kurt gemeu baixinho, e se virou para o lado, o rosto perto da coxa de Blaine, perigosamente perto. — Bom dia, B. — Seus olhos azuis se abriram devagar e ele sorriu. — Me dê um beijo, vamos lá. — Pediu Kurt, e esticou as mãos para o alto fazendo biquinho. Blaine riu, porém seu riso foi abafado pelos lábios suaves de Kurt, e logo a língua do castanho estava dançando calmamente com a de Blaine. — Céus, às vezes eu me pergunto se eu posso te amar mais.

— Às vezes eu me pergunto o quão cego nós éramos para ver que o amor de nossas vidas era nosso melhor amigo. — Kurt baixou o olhar, sorrindo. — O que foi?

— Eu... eu meio que já gostava de você... Tipo, desde o meu aniversário de dezesseis anos, foi quando eu admiti para mim mesmo.

— Jura? Depois de nós quase nos beijarmos na piscina? — Quis saber o moreno, e Kurt se ajeitou na cama, de modo que estava à altura de Blaine.

— Meio que antes, na escola. Quando quase nos beijamos na arquibancada, se lembra? Céus, eu ainda estava com Adam. Aquele babaca...

— Deus, nós quase nos beijávamos demais, desde os treze anos.

— Acontece... pelo menos agora eu posso te beijar de verdade. — Kurt disse, e puxou o moreno para mais um beijo.

Kurt e Blaine estavam se escondendo debaixo da arquibancada do colégio, matando o teste de física para qual eles realmente não haviam estudado. Os dois haviam passado a tarde toda vendo reprises de seriados na Disney, como As Visões da Raven e Zack e Cody: Gêmeos em Ação. Sim, eles estavam prestes a fazer dezesseis anos, mas não interessava, Zapping Zone estava passando por alguma razão, certo?

Eles estavam comendo o resto do almoço (dia de pizza!) e rindo de doces nadas, mas de repente, eles ouviram a voz do Sr. Theodore e da Sra. Monroe, conversando. Blaine habilidosamente o puxou para um canto, uma espécie de vala na qual os dois amigos ficaram espremidos, mesmo com a fisionomia magra. Kurt prendeu a respiração e sentiu seu mundo quebrando enquanto ele percebia.

Percebia que gostava de Blaine. Quer dizer, admitia para si mesmo que gostava do melhor amigo, porque desde os treze anos ele negava isso, mas agora, olhando nos olhos de Blaine e o moreno nos dele... Kurt estava irrevocadamente apaixonado por Blaine Anderson.

— B-Blaine... — Ele sussurrou, e o moreno levou o indicador aos lábios do castanho.

— Fique quieto, nossos professores estão fumando aqui do lado! Se Sra. Monroe nos pega aqui... nós... uhm... — O moreno ficou sem palavras. Kurt era tão lindo... por que diabos ele estava com Adam? Adam era um canalha e o traía com vários garotos da série. Ele sentiu os braços de Kurt envolverem seu pescoço e o castanho fechou os olhos enquanto Blaine foi fechando lentamente a distância entre os dois.

— Meninos! O que fazendo aqui?! — Perguntou a voz aguda e irritante da Sra. Monroe, e os dois pularam para fora do espaço apertado. — Vocês vêm comigo para a secretaria!

— Deixe-os, Susan. — Kurt e Blaine se olharam às palavras do professor Theodore. “Susan?!” Kurt perguntou, silenciosamente. Blaine deu de ombros. — Além do mais, eles não viram nada, não é, meninos? — Ele perguntou, gesticulando para o cigarro nas mãos.

— Vimos o quê, Sr. Theodore? — Blaine perguntou, inocentemente.

— Esse é o Blaine que eu conheço. Voltem para a aula, crianças. — O homem piscou para o par, que saiu correndo corredores a fora e entraram no banheiro, gargalhando descontroladamente enquanto evitavam conversar sobre a tensão entre os dois.

— Kurt, baby, o que faz aqui? — Eles ouviram a voz de Adam e seu sotaque britânico irritante do loiro. — Eu e Josh viemos pegar papel para a mesa dele, eu a molhei... — Disse o inglês, e Blaine soube imediatamente o motivo de Crawford aparecer ali com outro garoto no meio da aula, ficando furioso com o mesmo, e ainda mais quando viu o sorriso apaixonado que Kurt o dava. — Vamos, me dê um beijo antes que eu volte para a aula.

— Claro, amor. — Concordou o castanho, e Blaine acenou constrangidamente para o garoto no banheiro, seu nome era Joe, e não Josh. Mas não importava para Adam. O moreno reprimiu uma cara de nojo para o casal que se beijava com língua demais para o meio dia, e se virou para o espelho, fazendo com que seu reflexo ficasse na frente do beijo nojento do amigo. Ele ajeitou o casaco no corpo e o cabelo e, felizmente, quando se virou, o ato obsceno já havia acabado. — Até mais, Adam.

— Te vejo na festa, Kurt. — O inglês disse, e gesticulou para Joe com a cabeça.

— Não vai pegar o papel, Adam? — Blaine perguntou, cruzando os braços. O loiro semicerrou os olhos e pegou abruptamente uma folha de papel toalha antes de sair do banheiro. — Vamos voltar para a arquibancada, faltam dez minutos para o sinal tocar. — Chamou Blaine, e Kurt pegou sua mão enquanto os dois andavam.

— Kurt? Kurtie, estou falando com você. — Blaine estalava os dedos na frente dos olhos azuis. — Eu não quero estragar o clima, mas temos que conversar, baby. — Kurt processou as palavras lentamente e sacudiu a cabeça positivamente.

— Eu sei, eu sei. Me desculpe por ontem, B. Eu realmente estava fora de mim e não queria ter te tratado daquela maneira. Deus, eu nem sei como você me deixou dormir aqui depois.

— Eu te conheço, Kurtie. Eu sei que você se arrependeu, e tudo bem. Quem nunca errou que atire a primeira pedra. — Blaine disse, num tom doce.

— Mas me desculpe, B. Eu fiquei tão mal por ter te tratado igual alguém que você não é. Deus, você deve ter ficado arrasado.

— Eu estou bem agora, e você também. — Blaine suspirou e pegou as mãos do namorado, entrelaçando seus dedos. — Tem alguma coisa que você queira falar a respeito de seu pai?

— Eu só- me desculpe por isso também. Eu sei o quanto meu pai fez por você e- ugh... Eu só acho que uma despedida vai doer tanto, mas tanto. Eu acho que papai merece uma, se é o que ele quer, mas eu vou desmoronar depois.

— Não tem problema, eu ficarei ao seu lado. Para sempre, meu amor. — Blaine sussurrou no ouvido do namorado, abraçando-o fortemente. — Vamos lá, eu te ajudo com o café. — E Kurt foi, sorridente como nunca.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!



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