The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 12
For All Eternity


Notas iniciais do capítulo

meio xoxo, mas é o máximo que eu consegui com 38º de febre dkfskldf



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– Ele quer falar sobre Kurt? – Quis saber Burt, levantando-se da mesa. Finn cerrou os dentes e os punhos, forçando um sorriso para Burt quando ele assentiu. – Então deixe-o entrar. Eu te conheço, garoto? – Perguntou o mais velho, e Sebastian balançou a cabeça.

– Eu sei sobre Kurt, senhor. Eu vi tudo. – Ele disse, forçando lágrimas em seus olhos azuis. Os olhos de Burt se arregalaram e Quinn teve de beber um pouco d’água para controlar sua respiração acelerada. Carole gesticulou para que o menino continuasse e Finn quis dar um soco nele, mas deixou que Sebastian falasse: – Foi tão triste, senhor Hummel. Ele falou comigo, eu fui o último com quem ele falou antes de... de se matar. – Um “Oh” coletivo foi ouvido e o coração de Burt lutou para não parar. – E-Ele disse que não aguentaria uma vida sem Blaine... e preferia não ter a própria. Eu o achei por acidente num beco do bairro, e Kurt estava todo machucado... ele atirou na própria boca. Eu- eu nem sei aonde ele conseguiu a arma... foi horrível, senhor. Isso foi na terça... eu só- Kurt era uma pessoa tão boa, mas ele deve estar no céu agora, com pessoas igualmente generosas. Eu sinto tanta falta dele no corredor da escola... Temos apenas um problema... seu corpo sumiu.

Ninguém disse nada. Burt estava suando frio e com uma expressão estranha no rosto, Carole chorava e Finn estava furioso com Sebastian. Aquele merda! Quinn havia ido no banheiro para não ouvir o resto e Smythe tinha lágrimas de crocodilo rolando por suas bochechas. Um lado do rosto de Burt ficou entorpecido.

– Burt? – Carole perguntou, ao levantar o olhar. Imediatamente, a mulher reconheceu o sintoma e, preocupada, pediu ao marido que sorrisse. O mesmo não conseguiu, elevando apenas um canto da boca. Depois, para levantar os dois braços, novamente o homem não conseguiu, e se alarmou. – Chame uma ambulância! Chame uma ambulância! – A mulher gritava, e Finn imediatamente discou o 911 no celular.

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– Kurt? – Blaine chamou, aconchegando-se mais no peito nu do namorado. Ele ouviu um “Hmmm?” suave vibrar o tórax de Kurt. – F-Foi bom para você?

– Foi ótimo, meu amor. Não se preocupe. – Respondeu Kurt, e os dois trocavam carícias docemente debaixo dos lençóis. – Foi- Foi sua primeira vez?

– Foi.

– Sinto muito.

– Por quê?

– Eu não queria que fosse assim. – Lamentou-se o castanho, acariciando os cachos de Blaine, que suspirou. – Mas já que não temos outro jeito... então fico honrado que eu tenha tido a oportunidade.

– Foi sua primeira vez?

– Mais ou menos. Eu nunca tinha sido ativo. – Confessou, beijando a testa do moreno. – Lembra de meu aniversário na praia? Que ficamos o dia todo juntos e depois eu fiquei todo queimado?

– Lembro, eu nunca vou me esquecer disso. – Blaine disse, sorrindo tristemente à memória.

Kurt e Blaine corriam pela praia vazia, o sol de meio dia queimando a pele dos dois. Elizabeth e Burt riam debaixo de uma barraca de sol, observando o filho, seu amigo e o mar. Kurt completava doze anos no dia e um dia com Blaine era tudo o que o castanho havia pedido de presente.

– Blaine, não role na areia. É nojento, e você fica com areia em tudo o corpo. Inclusive lá embaixo. Duvido que você vai achar um príncipe com areia na sunga. – Kurt disse, vendo o amigo se sujar no chão depois de um mergulho, fazendo com que cada grão de areia grudasse em sua pele enquanto ele gargalhava deliciosamente.

– E eu duvido que você ache um príncipe que não goste de rolar na areia! Você devia tentar! – Convidou Blaine, levantando-se. Sua pele morena estava esbranquiçada pela areia.

– Blaine, não. – Disse Kurt, entendendo o que Blaine estava prestes a fazer. – Se você me jogar na areia eu juro que- – O moreno havia pego Kurt pela cintura e colocado-o no chão amarelado, causando a areia a grudar no castanho também. O mais baixo deitou em cima de Kurt e sorriu para o amigo, antes de rolá-los praia a fora. Ele podia sentir Kurt furioso embaixo de si e começou a correr antes que Kurt pudesse se levantar.

– Feliz aniversário, Kurt! – Blaine exclamou, enquanto fugia de Kurt para o mar.

– Eu vou te matar, Blaine Anderson! Vou ter areia no cabelo até os trinta anos! – Kurt gritava, correndo atrás do amigo.

– Eu nunca havia me sentido tão feliz. – Lembrou-se Blaine, esfregando o nariz adoravelmente no pescoço de Kurt, causando arrepios no castanho. – ...Acho que estou feliz novamente, daquele jeito.

– Eu- eu também. Eu te amo, baixinho.

– Eu também te amo, Kurt. – Blaine respondeu de bom grado, beijando o namorado vorazmente, dessa vez. Os dois sorriram no beijo. – Pronto para um round 2?

– Você está?

– Com certeza. – Kurt sorriu e beijou-o mais uma vez.

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A porta estava aberta, como sempre e Finn não hesitou em entrar na grande casa de Blaine, agora o lar de seu irmão também. Ele começou a chamar por Kurt e sentiu uma mão tapando sua boca.

– Fique quieto! – Era uma menina. – Fique quieto, Kurt está dormindo. Você é o irmão dele, Finn, certo? – Ela era loira, e tinha olhos castanhos, usava um vestido preto estampado com um cardigã amarelo. – Eu sou Violet, morri aqui.

– O-Oi. Eu- eu preciso falar com meu irmão.

– É, eu sei, Finn. Eu posso chamar Kurt se você quiser.

– Pode ser... É urgente. Diga isso para ele, por favor.

– Está bem, sente-se e não saia daqui ou responda alguém, especialmente Moira. – Alertou a menina, e subiu as escadas rápida e habilidosamente. Finn ficou imóvel no sofá empoeirado, cuidadoso para não fazer nada demais ali, já que tinha certeza que estava sendo observado.

Quando Violet chegou no quarto, ela não bateu na porta, pois sabia que Kurt e Blaine haviam ido dormir há algum tempinho, logo após tentarem fazer o jantar. Ou sorvete, enfim, algo do tipo. Ela abriu a porta e rapidamente fechou, ao ver Kurt em cima do namorado, nu, enquanto ambos gemiam desesperada, porém silenciosamente. Eles nem pareciam perceber a presença da garota, que desceu para falar de novo com Finn.

– Uhm, ele- ele não quer acordar, Finn. – Ela falou, um pouco constrangida e tentando tirar aquela imagem da cabeça. Por mais que ela fizesse e falasse sobre sexo todos os dias, ver duas pessoas se não ela e o namorado no ato era um pouco estranho. E falando em seu namorado... Tate entrou na sala e fechou a porta que levava ao porão. – Oi, baby. – Ela disse, enquanto o namorado se sentava a seu lado e dava-lhe um beijo na bochecha. A campainha tocou naquele momento e Violet e Tate imediatamente desapareceram assim que o loiro havia aberto a boca para falar algo.

Finn engoliu em seco a foi atender à porta. Ele andou até a mesma lentamente, rezando para que Sebastian não fosse matá-lo também. Mas, felizmente, era apenas Quinn. O grandão suspirou aliviado e- Espera!, pensou ele, Quinn não pode saber de nada disso!

– Q-Quinn, oi! Vamos sair daqui, Q. Podemos falar em outro lugar. – Ele pediu, pegando a mão da loira gentilmente e puxando-a para fora, atravessando as faixas amarelas, mas ela ficou parada no lugar.

– Finn, Burt está no hospital. Ele- ele teve um derrame. Sua mãe foi com ele e pediram para que eu te avisasse. Sebastian já foi embora. – Ela disse, e só então ele notou seus olhos vermelhos e inchados. – O que você estava fazendo aqui?

– Eu... eu não sei. Como você descobriu aonde eu estava?

– Eu vi você virando nessa rua pela janela. Finn, por favor, não me esconda nada. Já passamos por muita coisa por causa de segredos bobos.

– Eu- uh- você pode esperar aqui dentro, só um segundinho? Eu juro que não demoro.

– Você está com alguma garota aqui dentro? – Ela perguntou, tirando a mão da do mais alto.

– Não! Não, deus, Quinn. Por favor, fique aqui. E não responda nada à ninguém. – Ele pediu, e a loira assentiu, mesmo confusa. Quer dizer, eles estavam sozinhos, certo? Haviam algumas velas acesas (como os moradores da casa faziam todos os dias, porém Fabray não sabia) e leite e chocolate pelo chão da cozinha, ela observava os mínimos detalhes. Viu algumas manchas de sangue pequenas e se assustou com a quantidade gigantesca do líquido na parede. Parecia que alguém havia levado um tiro...

Enquanto isso, Finn bateu na porta do quarto do irmão impacientemente. Ele não parou de bater até Kurt responder um “Já vai” com uma voz trêmula e um pouco alta demais. Depois de uns três minutos, o castanho apareceu na porta apenas com a calça do pijama, e Blaine estava deitado na cama, com um copo de vinho que eles acharam ali.

– Finn! – Exclamou Kurt, jogando os braços ao redor do pescoço do irmão. Depois do abraço, o castanho viu a preocupação estampada no cenho franzido e na mandíbula contraída do mais alto. – Finn, o que houve?

– Quinn me pediu para contá-la o que está havendo. – Finn engoliu o nó em sua garganta ao ver o furo de bala no lado esquerdo do peito nu do irmão. – Mas você é quem sabe, eu posso inventar alguma coisa.

– Não, você não pode, Finn, você é um péssimo mentiroso. – Os dois riram um pouco. – Está tudo bem, eu conheço Quinn e sei que ela não contaria a ninguém. Obrigado por me consultar sobre isso, porém. – Agradeceu o mais novo, e abraçou o irmão novamente. – Eu vou colocar uma camisa e desço.

– Acho que você deveria levar Blaine, se não as coisas ficariam estranhas para nós e... enfim, você é um cara esperto, você entendeu.

– Entendi. É uma boa ideia. Agora vá, e não a deixe ir, eu não devo demorar. – Kurt pediu, e Finn assentiu, voltando para o andar debaixo. O castanho retornou ao quarto de Blaine, quer dizer, a seu quarto, sob o olhar confuso do namorado. – Vista algo, B. Quinn está lá embaixo e vamos explicar para ela algumas coisas.

– Tem certeza, Kurt?

– Tenho. Ela é confiável. – Explicou o castanho, colocando um par de meias. Ele pegou uma camiseta de pijama e cobriu o peito, Blaine ainda o olhava. – O que foi agora, seu bobo?

– Eu só queria um beijo. – Ele deu de ombros, um sorriso brincando no canto de seus lábios. Kurt sorriu e ajoelhou-se na cama, beijando os lábios de Blaine gentilmente. – Obrigado. Agora eu posso me vestir. – Ele disse, e se levantou para pegar uma camiseta.

Finn insistiu que Quinn ficasse no sofá e não saísse para explorar a casa como a loira desejava, e os dois ficaram naquilo por algum tempinho, quando Kurt e Blaine desceram as escadas. A respiração da Fabray parou e ela arregalou os olhos verdes.

– Quinn, acalme-se. – Pediu Kurt, numa voz calma. A loira controlou sua respiração e o castanho sorriu. – Escuta, isso não é fácil de saber. Eu lembro da primeira vez que Blaine me explicou tudo. – Ele começou. – Essa casa tem alguma força sobrenatural, que prende todos que morreram aqui nela. Nós não podemos sair daqui, nem mesmo ir até o jardim. Por isso há manchas de sangue em todo o lugar: a casa foi construída em 1922 e o casal morreu aqui, assim como todos os outros. Os pais de Blaine foram assassinados aqui e... bom, eu também fui. Por Sebastian.

– M-Mas Sebastian disse que você havia se matado... em- em um beco... – Quinn disse, perdida. Kurt arqueou uma sobrancelha e Finn interviu:

– Sebastian foi lá em casa e choramingou para Burt e minha mãe que havia visto você dar um tiro na própria boca e seu corpo havia sumido. Foi horrível, eu fiquei furioso. E mamãe chorou muito, assim como seu pai, Kurt. – O nome de Burt pareceu lembrar Finn do motivo da visita de Quinn. – Falando em Burt... Kurt, seu pai teve um derrame. Ele- ele foi para o hospital.

– O quê?! – Perguntaram Kurt e Blaine, em uníssono.

– Ele- Ele ficou muito preocupado. E em choque. – Explicou Finn, e Blaine envolveu o namorado nos braços. Eles ainda estavam de pé atrás do sofá e Quinn estava parada, processando tudo aquilo.

– Finn, por favor, cuide bem dele. Ele é tudo o que importa para mim, eu não aguentaria vê-lo desse jeito, e saber que é por minha causa... O que eu mais quero é abraçá-lo novamente. – Lamentou Kurt, fungando um pouco e secando as lágrimas. Blaine beijou sua bochecha docemente.

– Eu- Eu vou.

– Eu ainda não entendo. – Quinn disse, confusa.

– Olhe para o pescoço de Blaine, Q. – Kurt disse, resolvendo não pensar em seu pai numa cama de hospital novamente. Blaine entendeu sua deixa para mostrar a cicatriz. – Eu também tenho uma. – O castanho levantou a camisa até o peito e mostrou o ponto que havia ali.

Deus, Kurt. – Disse a loira, com a respiração pesada.

– Precisamos que você não conte à ninguém, Quinn. – Blaine disse, passando um braço pela cintura de Kurt. – A casa guarda o espírito de muitos e seria horrível ter a casa como ponto turístico.

– Eu não vou contar, prometo. – Ela jurou, e os três sabiam que aquilo era verdade.

– Vamos lá, Quinn, eu te deixo em casa. – Ofereceu Finn, e os dois se levantaram. Kurt abraçou Finn fortemente. – Eu volto, irmãozinho, fique tranquilo.

– Está bem. – Kurt disse, secando uma lágrima. – Obrigado por vir, Finn.

– Até mais, Kurt. – Ele disse, e com um aceno final o mais alto saía da mansão. Eles sempre estariam juntos.

Blaine e Kurt subiram para o quarto, em silêncio. Kurt se sentou na cama e o moreno engatinhou até o namorado, passando os braços por sua cintura e beijando seu pescoço gentilmente.

– Eu te amo, Blaine. Nunca me deixe. – Kurt pediu, lutando contra suas lágrimas.

– Eu não vou, Kurt. Te amo. – Ele sussurrou, e beijou os lábios do castanho, como pretendia fazer por toda a eternidade dos dois.


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Notas finais do capítulo

nhomzi :3
até