Ramble! escrita por Telsts


Capítulo 2
Capítulo 2 -- Come As You Are!


Notas iniciais do capítulo

Música que dá o título ao primeiro capítulo:
—- Come As You Are - Nirvana -- http://www.youtube.com/watch?v=vabnZ9-ex7o

Peço desculpa por qualquer erro e comentem, hein! ^-^



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A vida é filosófica. A vida, a morte, o medo, a alegria, a raiva, a dor, o desespero. Toda a nossa vida é nos mostrada como algo simples que complica aos bocadinhos.

Não podemos viver a nossa vida com apenas um desses sentimentos, mas também não nos podemos forçar a fazer dela um círculo vicioso onde apenas certos sentimentos entram.

Algumas pessoas apenas querem integrar nas suas vidas os sentimentos bons, como a alegria. Outras são forçadas a sentir apenas sentimentos escuros, maus. O lado negro faz as pessoas colocarem o desespero, o medo, a raiva, a dor, o ódio em primeiro lugar na vida; faz com que esses sentimentos invadam o coração e o façam sentir apenas esse pedaço.

Houve um momento da minha vida que os únicos sentimentos que eu permitia entrarem no meu coração eram medo, ódio, raiva, desespero e durante essa parte da minha vida eu afastei-me, deixei de me importar. No pior momento da minha vida eu deixei de ser alegre, culta, exigente, viva e passei a deixar os sentimentos negros entrarem no meu círculo, entrarem no meu coração, apoderarem-se da minha vida.

Existiu um momento da minha vida em que eu, a minha cama, o choro e os soluços me tornaram dormente, me fizerem despertar a negritude do meu coração, o que acabou por fazer com que ela se apoderasse dele. Eu quis morrer. Eu pensei em morrer 24h sobre 24h por dia. Deixei de comer, de beber, de sentir, de respirar. Eu morri aos pouquinhos.

Foi então que a escrita entrou na minha vida aos pouquinhos e como disse Charles Bukowski,” Essas palavras que escrevo me protegem da completa loucura.”. E foram as palavras, certas palavras que, pouco a pouco, tiraram a negritude do meu coração e me fizeram ver que eu também podia ser feliz, que eu acima de tudo merecia ser feliz.

Estou a escrever sobre fotografia agora. Sempre tive curiosidade a cerca desse assunto, mas também nunca decidi ter aulas, ou tentar aprender algo sobre isso. E moldar as personagens, as suas personalidades, os seus destinos é algo até gratificante. É como se as personagens que eu crio fossem na verdade as histórias que eu gostava de viver um dia, as várias vidas que eu gostaria de ter.

E eu apercebi-me que a minha vida dava sim parar escrever uma história. Eu apercebi-me que a vida que eu levo é única, os sentimentos são únicos, as ações são únicas, eu apercebi-me que tudo o que eu vivi, senti sou eu e apenas eu e que ninguém é igual a mim. Que a minha vida é uma história que apenas eu posso contar e que apenas eu posso lembrar.

Tenho momentos para contar, sentimentos para expressar, concelhos para dar e magnificas histórias para contar. Por exemplo esta história em especial que está a decorrer neste exato momento.

“Respirei fundo e escutei o velho e orgulhoso som do meu coração.”, escreveu uma vez Sylvia Plath e neste preciso momento é isso que faço.

O Castiel veio mesmo até minha casa e deste três horas atrás que está envolvido em várias conversas animadas com a minha mãe. Até esse ponto tudo bem, não me importei nada, mas agora a minha mãe quer contar as minhas histórias de criança e mostrar os meus álbuns de fotografias e eu só quero um buraco onde me esconder da realidade.

Sim eu sou orgulhosa. E sim eu sou orgulhosa de mais ao admitir que o Castiel que eu conheci na Bondage e o Castiel que eu vejo a divertir-se naturalmente ao ter simples conversas com a minha mãe são completamente diferentes e que eu gosto do Castiel que está sentado no sofá de frente para mim.

–Castiel tenho que te mostrar as fotos da Téra em pequena! – e sou tirada dos meus pensamentos por esta simples frase e que só me faz querer correr para o meu quarto e não sair de lá nunca mais – Aqui está! – e começa o exame às minhas memórias de infância.

Estou sentada no chão, encostada à parede de frente para eles separada apenas por uma mesa de vidro, a pensar como é capaz a minha mãe de agir como se tivesse uns sessenta anos a mostrar a sua netinha no seu melhor e ter apenas 29 anos.

–E fotos da Téra em bebé! – a minha mãe olha para mim com uma cara assutada e o Castiel continua a ver as fotos, quando se apercebe do súbito silêncio é que nos encara – Disse alguma coisa errada?

–Não existem fotos minhas em bebé. – suspiro e ele encara-me com cara fechada e um olhar curioso – A Carol não é mesmo minha mãe. É apenas a mulher que me adotou quando fui abandonada à porta de casa dela. – suspiro mais uma vez e levanto-me.

Na porta da sala ao dirigir-me para o meu quarto apenas ouvi o Castiel a pedir desculpas à minha mãe e suspirei mais uma vez.

~*~

A dor é uma coisa estranha.
Um gato que mata um pássaro,
Um acidente de automóvel,
Um incêndio...

A dor chega,
BANG,
E eis que ela te atinge.

É real.

E aos olhos de qualquer pessoa pareces um estúpido.
Como se te tornasses, de repente, num idiota.

E não há cura para isso,
A menos que encontres alguém
que compreenda realmente o que sentes
e te saiba ajudar...”

– Charles Bukowski

Certos escritores aclamaram a vida toda por apenas por um pequeno pedaço de compreensão e eu mesma aclamo por isso.

Então ver a minha mãe a relacionar-se bem com o Castiel, acho que me fez sentir um pouco nostálgica e talvez com um pouco de ciúmes daqueles dois, dai a minha mudança repentina de humor.

Mas depois ler, trouxe a pequena quantidade de alegria de volta e a vida vai correndo assim.

A última coisa que ouvi antes de me deixar levar para o mundo dos sonhos foi a minha mãe a chorar e a primeira coisa que ouvi ao acordar foi o meu próprio choro.


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Notas finais do capítulo

Estava um pouco nostálgica quando escrevi o capitulo, então ele está assim mais para o murcho.
Mas a minha nostalgia trouxe-me uma ótima ideia para a fic, então OBRIGADA NOSTALGIA!



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