A filha da Magia - EM HIATUS escrita por Maria Clara


Capítulo 1
A semideusa incomum


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁÁ PESSOAS DO MEU ❤
VIM AKI PRA INFERNIZAR A VIDA D VCS (de novo).

Enfim, como eu disse nos avisos, eu to repostando a fic. Queria deixar ela melhor.

Pro pessoal que já leu minha fic passada:OI DE NOVO!

Pro resto que nem sabe quem é essa maluca:VALEU POR ME DAR UMA CHANCE!!!!

boa leitura :)



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Eu andava em direção a escola. Um internato, quando as lembranças me invadiram.

“- Filha, eu... tenho que te contar uma coisa.

– O que foi, papai? – Perguntei a meu pai.

– Sabe as histórias que eu sempre te conto antes de dormir?

– Mitologia greco-romana?

– S-sim.

– O que tem elas?

– Filha... É tão difícil de explicar... Essas histórias são realmente reais. Quando a conheci, soube que era diferente. Ela não era uma mulher comum. E isso que me fez se apaixonar por ela. Era tão incrível...

Era um assunto delicado... Minha mãe. Era raro ele tocar nesse assunto, mas, muitas vezes eu ouvia ele murmurando um nome dormindo. Hécate.

– O-o que? É algum tipo de brincadeira? – Gaguejei, andando alguns passos para trás.

Ele tentou se aproximar, mas eu andava cada vez mais para trás, até que me encontrei com a parede. Ele parou, percebendo que queria distância e continuou.

– Não, filha. Eu juro para você que todas essas histórias que eu te contava são reais. Você é uma semideusa.

– Eu sou uma...?

Ele assentiu, sério.

– Sua mãe é uma deusa.

– E isso quer dizer...?

– Isso quer dizer que você é filha da magia.”

Sequei as lágrimas. Continuava andando, com as mãos no bolso, esperando qualquer monstro pronto para me atacar. Meu “cheiro” era incrivelmente forte, de acordo com ela. Mesmo depois de exatamente 8 anos, era difícil de aceitar. Minha mãe me visitava algumas vezes, antes do “acidente”. Então ela finalmente me ouviu, e me deixou sozinha. Eu precisava disso. Uma distância para digerir tudo isso.

Só que hoje eu iria levar uma vida normal. Tentar, pelo menos. Fui andando até um internato bastante conhecido na cidade e entrei na escola.

Uma moça, com um coque desarrumado e óculos retangulares, olhou para mim e sorriu.

– Bom dia, em que posso ajuda-la?

– Bom... dia. Eu gostaria de me matricular aqui.

– Claro. Mas a senhorita possui algum responsável? Preciso da assinatura de algum maior de idade.

Opa... Me esqueci desse detalhe.

E então eu estalei meus dedos na frente de seu rosto. Seus olhos ficaram desfocados e eu pronunciei as palavras bem calmamente, controlando a Névoa.

– Eu só quero me matricular aqui. Você já me conhece e sabe que não tenho responsável.

Ela piscou algumas vezes e seus olhos se focaram em mim. Ela me analisou e abriu mais um sorriso.

– Claro, senhorita... Qual é o seu sobrenome?

– Brown.

– Muito bem, senhorita Brown. Me acompanhe, vou lhe mostrar seu quarto e lhe apresentar a suas colegas.

Eu engoli em seco.

– Colegas?

– Sim. Você vai dividir o quarto com elas.

Passamos por alguns corredores, viramos a direita e paramos em uma porta branca. No topo estava escrito “nº 452”.

– Bem-vinda ao seu quarto. – A moça disse abrindo a porta.

O quarto estava um pouco bagunçado. Havias roupas por todo lado, até no ventilador de teto. Três camas de solteiro com lençóis rosa estavam juntas, uma ao lado da outra, no canto esquerdo do quarto. No meio de toda essa bagunça, duas garotas faziam uma guerra de travesseiros.

E eu pensava que minha vida iria ficar mais fácil, pensei.

– Louise, Emily, venham aqui. Vocês têm uma nova colega de quarto.

As garotas finalmente perceberam que eu estava ali. Me analisaram e sorriram.

Uma garota ruiva, com cabelos lisos e olhos azuis, me estendeu a mão. Eu apertei.

– Prazer, sou a Emily.

– Layla. – Respondi.

A garota com cabelos curtos castanhos, que iam até o ombro, e olhos âmbar inteligentes, estendeu a mão pra mim também. Cumprimentando-a, ela disse.

– Eu sou a Louise.

Eu sorri tímida. Olhei para a moça que me atendera. Ela olhou para mim, confiante, e se despediu.

Quando a porta se fechou, as meninas me puxaram pelos pulsos e me obrigaram a se sentar na cama do meio, que aparentemente era a minha, por ser a menos bagunçada. Emily começou o interrogatório.

– É novata, certo?

– Eu parei de estudar em escolas quando tinha oito anos.

Ela me olhou, confusa.

– Então você estudava aonde?

– Em... Casa. Minha mãe me ensinava.

O que não era totalmente mentira, já que ela realmente me ensinava em casa. Só que não eram matérias comuns.

– O que você mais gosta de fazer?

– Eu... Não sei.

– Hum. Tem muitos amigos?

– Não tenho nenhum...

Ela sorriu, solidaria.

– Agora você tem. Duas amigas.

E essa foi a primeira vez que me senti em casa.

***

Os primeiros trimestres foram simplesmente perfeitos. Até aquele momento nenhum monstro me atacara e eu estava incrivelmente grata por isso.

Mas como tudo que é bom dura pouco...

Eu acordei, mais cansada do que relaxada, já que dormi tarde. Um ser estava me atacando com uma almofada e me chamando para acordar.

Eu abri meus olhos e dei meu olhar mortal.

– Será que não posso dormir em paz?

– Não, senhorita dorminhoca.

– Mas Louise, hoje não tem aula.

– Mesmo assim, temos que estudar para as provas.

– Elas são só daqui três meses.

– Mesmo assim!

Isso que dá ter uma amiga nerd, pensei.

Soltei um muxoxo e me levantei. Me dirigi até o banheiro e lavei meu rosto. Estava com olheiras, mas fora isso, minha aparência não mudara. Possuía o mesmo cabelo encaracolado castanho que ia até a cintura. Meus olhos... Difícil explicar. Minha mãe, em alguma de suas visitas passadas, me disse que possuía algum tipo de magia neles. De acordo com os meus sentimentos, eles mudavam de cor.

Naquele momento, eles estavam cinzas. Não é nenhuma novidade que estou cansada, pensei.

Tomei um banho e me vesti. Eu estava bebendo água, quando olhei o relógio. Eu quase que cuspi a água que estava na minha boca.

– Louise, Emily, são duas e vinte e cinco!

Elas se entreolharam e correram para a porta do quarto.

Até as duas e meia teria almoço, depois você fica sem comida. Então... Corremos que nem loucas...

Mas nós somos loucas mesmo.

Entramos no refeitório e nos surpreendemos em como ele estava cheio.

– Viu? Não somos as únicas que acordam tarde. – Provocou Emily.

– Não importa! Estamos atrasadas do mesmo jeito. – Retrucou Louise.

Emily revirou os olhos e se serviu. Fizemos o mesmo e nos sentamos em uma mesa no meio da sala.

Eu estava comendo calmamente, quando, de repente, escuto um “BUUMM!”. Olhei em pânico para as minhas amigas.

– Ouviram isso?!

– O que foi?

– Um barulho!

– Não ouvi nada.

Louise nem terminou de falar quando a parede esquerda do refeitório foi arrancada. E o causador disso tudo foi, ninguém menos e ninguém mais que: Um ciclope. Eu me levantei e mandei as meninas correrem. Elas não hesitaram. Junto de todos, correram para fora do prédio.

Sabe quando você sente que o tempo ficou devagar? Era exatamente isso que eu estava sentindo. Tudo parecia estar em câmera lenta, e eu lembro pouco dessa parte.

Eu só me lembro de ter gritado algo como “me deixe em paz!” e explodir tudo.

Sim, isso mesmo que você ouviu, eu literalmente explodi o ciclope.

E alguma coisa deu muito errado.

Por falta de prática, acho eu, eu fui longe demais na hora de usar meus poderes como filha de Hécate e explodi mais do que deveria. Em vez de só explodir o monstro, eu explodi o prédio inteiro.

Quando a poeira abaixou, eu só vi uma poeira dourada e destroços do prédio.

Corri que nem uma louca até o meu quarto. Juntei todas as minhas coisas em uma mochila e saí correndo antes que tudo desabasse.

Corri até minha casa. Um prédio na periferia de Nova York, no oitavo andar. (N/Autora: ♪Quando eu te vi fechar a porta eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar. O... ♪ Tá parei.).

No momento em que entrei naquele apartamento, as lembranças da morte do meu pai me invadiram.

Era um dia comum da semana. Meu pai foi trabalhar e eu fui para a minha escola.

Eu tinha feito 8 anos havia pouco tempo. Minha mãe não me visitava fazia meses e nunca dava notícia. Depois de chegar em casa, eu fiquei esperando meu pai chegar do trabalho. Eu já estava de pijama e nada dele chegar. Comi meu jantar sozinha e ele não chegava. Já era de tarde. Depois de um tempo, eu estranhei. A cidade não fazia ruído nenhum, nem os carros, nem nada. Olhei na janela e me deparei com a cena mais terrível que eu já havia visto. A cidade TODA dormiu. Literalmente. As pessoas estavam jogadas no chão, dormindo. E a além disso, a cidade estava totalmente destruída. Postes no chão, estátuas fora do lugar, prédios demolidos. Parecia que houve uma guerra ali.

O meu desespero cresceu. Coloquei uma roupa qualquer e saí correndo em direção ao trabalho do meu pai.

Eu corri até a ponte de Williamsburg e vi meu pai caído no chão. Sua cabeça sangrava e ele não queria acordar.

– Pai... Por favor... Acorde... Não me deixe... Você é minha única família... Pai, por favor... Acorde.

Só que eu percebi que eu não estava sozinha. Hécate apareceu.

– Ele não pode te escutar, meu bem. Ele foi pisoteado pelo exército de monstros de Cronos.

Eu não conseguia acreditar. Ela não visitava fazia MESES e agora simplesmente falava que meu pai morreu com a maior calma do mundo. E além do mais, nem sabia quem era Cronos. Meu pai só contava histórias em que Hécate estava envolvida.

– VOCÊ! Por que não o protegeu?! Sabia que ele corria perigo!

– Eu não podia fazer nada. – Ela disse serena.

– Você podia sim! Você é uma deusa! Podia protege-lo! Você... Você me deixou. Você não me quer.

– Layla, me esc...

Mas eu a cortei:

– Não. Me deixe em paz.

Depois disso, eu fui para casa, sem derramar uma única lágrima. Assim que eu bati a porta de casa, eu me joguei no sofá e chorei para valer. Como nunca havia chorado antes.”

Lágrimas rolaram pelas minhas bochechas, lavando o meu rosto coberto de poeira. Sequei-as e adentrei a sala de estar.

O chão estava coberto de poeira, menos os móveis e os eletrodomésticos, pois eu coloquei lençóis em cima. Fora isso, estava tudo do mesmo jeito que eu deixei.

Retirei o lençol do sofá e da televisão. Coloquei em um canal aberto e assisti ao noticiário.

– Bom dia, a todos. – Falou o apresentador do programa. – Hoje temos uma notícia importantíssima: Um internato que explodiu, não se sabe o motivo, desabou. Somente duas pessoas escaparam: Uma secretária e uma professora. O resto está soterrado nas ruínas do prédio. Os bombeiros procuram por sobreviventes. Até agora são 11 mortos.

E então mostraram uma imagem, com bombeiros desenterrando dois corpos: Uma ruiva e uma morena totalmente arranhadas e com sangue seco por todo o corpo.

A imagem estava sem som, mas eu consegui ler os lábios do bombeiro.

Reprimi um grito.

Minhas únicas e melhores amigas. Mortas.

E a culpa é minha.

Minha reação? Eu simplesmente desabei. Chorei como só havia chorado uma vez, que foi na morte do meu pai. Solucei até não poder mais e abracei minhas pernas. No peito esquerdo, senti uma dor profunda, que não foi o ciclope que causou.

Quando finalmente me acalmei, retirei o lençol do telefone fixo. Torci para a operadora deixar eu ligar e disquei o número da minha avó. Chamou apenas três vezes, e ela atendeu.

– Alô?

– O-oi, vovó. Aqui é a Layla e...

Mas ela simplesmente me interrompeu.

– Layla querida! A quanto tempo! Como está? Está bem? Vou te ver quando? Logo? Sua voz está tão bonita! Aposto que está mais alta do que eu!

Sério, até um gnomo é mais alto que minha avó.

– Oi vó. Sim, estou bem. E a senhora?

– Ótima! Melhor agora!

– Vó, desculpa pelo sumiço, mas... Estou com uns... Problemas. Gostaria de morar aí. Será que posso?

– Claro, querida! Quando quiser! Vem quando?

– Daqui uns...- Fiz alguns cálculos. – Três dias.

– Já vou arrumar sua cama!

– Tchau vovó.

– Tchau querida! Se cuida.

– Vou me cuidar. Um beijo.

– Outro!

E desligou. Guardei o telefone, tirei ele da tomada (por causa dos monstros) e fui para o meu antigo quarto.

Estava menor do que eu me lembrava e bagunçado.

Depois de tirar o lençol da minha cama, peguei um cobertor e me deitei.


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Notas finais do capítulo

Caramba, acho que esse captulo ta gigante.
mas okay.
vejo vcs depois!
BJS ;*