Emma Swan estava devastada e quebrada. As lágrimas caiam de seu rosto como se fossem cachoeiras. A garota de cabelos cacheados tinha apenas 18 anos. Em pleno aniversario seu pai decidiu que ela não iria mais morar com ele. Simplesmente pelo motivo em que ela pensou que ele iria a apoiar, mas não apoiou. Ela disse friamente que gostava de meninas, seu pai a deu um olhar estranho e o silêncio rodeou a sala. Depois de segundos, ele quebrou o mesmo dizendo apenas ''Saia da minha casa" Emma negou a saída então seu pai subiu as escadas, só era ele e ela. Ele como pai, deveria estar ali por ela, no momento mais difícil de sua vida.

Chorando ali, naquela rua fria com a chuva que caia junto com suas lágrimas, Emma avistou uma mulher com cabelo longo se aproximar, ela estava com um guarda-chuva por cima de sua cabeça e uma roupa de inverno. Enquanto Emma estaria simplesmente com o vestido em que seu pai lhe deu para que eles pudessem comemorar seu aniversario. A mulher se aproximou de Emma e tocou seu ombro, Emma a fitou por um instante e ouviu a voz calma da mulher:

"O que você está fazendo na chuva?" Ela perguntava com uma cara de piedade. Emma simplesmente se estremeceu e respondeu com sinceridade. "Meu pai mandou eu sair de sua casa." Os cabelos cacheados de Emma Swan agora estariam totalmente encharcados por conta da chuva que caia pesadamente. A mulher se sentou ao lado de Emma sem se importar se molharia sua calça.

"Por qual motivo ele fez isto?" Perguntou ela olhando atenciosamente para a face de Emma.

"Porque eu o contei a verdade. Eu o disse que gostava de meninas" Confirmou Emma abaixando a cabeça e lembrando-se da cena. O clima estaria tão bom, por que ele simplesmente não a abraçou? Por que ele não disse que tudo iria ficar bem?

"Bobagens! Seu pai é um verdadeiro idiota." Disse a mulher estremecendo os lábios um contra o outro. "Minha filha, ela gosta de meninas também. No dia em que ela me disse, eu não aceitei. Mas depois, eventualmente, eu comecei a amar ainda mais quando eu não sabia." Confortou a mulher dizendo palavras que faziam Emma ter um pouco de esperança sobre seu pai aceitar.

"Venha comigo! Vamos para minha casa. Irá conhecer minha filha, tenho certeza que irão ser amigas. O nome dela é Regina, tem praticamente a mesma idade que você." Disse a mulher tirando seu casaco e dando para Emma Swan amenizar o frio. Assim, elas foram para sua casa onde não ficava muito longe, andaram pouco até que chegaram em uma grande casa preta com branca. A mulher olhou para Emma Swan e a mesma retornou o olhar espantada. Entraram na casa e Emma conseguiu ouvir o grito de alguma garota, provavelmente sua filha.

"Mãe! Chegou?" Quando Emma ouviu os gritos da garota ela simplesmente apareceu na porta e viu os olhos de Emma vermelhos. Se perguntando, claro, quem deveria ser aquela garota encharcada. "Quem é?" Perguntou a garota com cabelos curtos e secos.

"Está é..." A mulher encarou Emma por um instante se esquecendo de seu nome, ou se lembrando que nem ao mesmo perguntou. "Emma." Retrucou ela ao olhar para a mulher e para sua filha em seguida. "Emma..." Repetiu a mulher sorridente. "Emma, está é minha filha, Regina." Confirmou ela.

"Por que ela está toda molhada?" Regina perguntou confusa, sem saber o que estava acontecendo. Será ela uma menina abandonada? Perguntou-se Regina.

"Eu a encontrei sentada em um banco perto do mercado" Confirmou indo pegar uma toalha. "Ela estava chorando. Contou ao pai que gostava de meninas." Continuou ela, gritando.

"Ué! Isto é algo bom, não? Ter contado..." Perguntou Regina levitando uma das mãos, confusa.

"É sim. Só que o pai dela a expulsou de casa. Tadinha!" Gritou a mãe de Regina de outra sala. Em segundos, ela estava ali novamente, com uma toalha branca cercando por volta de Emma. "Que idiota!" Exclamou Regina abaixando as mãos. "Regina, leve ela para seu quarto. De uma de suas roupas, eu irei fazer algo para ela comer." Demandou sua mãe. Regina pegou Emma pela mão e a guiou até seu quarto.

Ao entrar, Emma pôde ver vários posters de bandas desconhecidas e alguns de mulheres com biquínis. Regina foi direto até o seu guarda-roupa e jogou uma blusa e uma calça na sua cama. Emma Swan as pegou no momento em que as viu. "Pode ir ao banheiro. É ali." Disse Regina apontando para o banheiro que ficava do lado direito, uma porta branca. Emma agradeceu e foi direto ao banheiro, fechando a porta em seguida.

Em minutos, Emma abriu a porta do banheiro vestindo as roupas de Regina. A garota estaria esperando sentada em sua cama. Emma sentou-se ao seu lado, com uma cara ainda triste.

"Por que decidiu contar a ele?" Perguntou Regina, friamente. Emma olhou nos olhos de Regina e desviou em seguida, botando uma das mãos no cabelo e pondo o mesmo por trás da orelha.

"Porque é meu aniversario. Eu queria finalmente tirar este peso das minhas costas. Quando disse, ele me mandou ir embora." Explicou Emma com lágrimas brotando de seus olhos.

"Que droga!" Disse Regina. "Quando disse pra minha mãe, ela simplesmente fez uma cara de que estava feliz com aquilo, mas sei que não queria ouvir aquilo. Mas não me abalei, depois de uma semana tudo voltou ao normal." Continuou ela tentando amenizar a dor de Emma.

"Então, o que você queria para seu aniversário?" Perguntou Regina criando um sorriso sujo em seus lábios. Emma sorriu um pouco também. "Não sei." Retrucou Emma envergonhada, olhando para o chão.

"Você já foi beijada antes?" Regina perguntou sem nenhuma vergonha sequer. Emma soltou uma gargalhada e respondeu: "Claro que sim." A sua resposta foi honesta. Mas não foi exatamente o que Regina perguntou.

"Por meninas?" Novamente, perguntou ela querendo saber a resposta. "Não. Somente por meninos." Regina mordeu os lábios ao ouvir as palavras que saiam da boca de Emma. "Gostaria de ser beijada por uma menina?" Perguntou. "Oras, é claro." Respondeu Emma sem entender bem o porquê da pergunta.

"Bem, eu irei lhe dar seu presente de aniversário então." Quando disse, Regina levou seu rosto para perto do rosto de Emma Swan, fazendo seus lábios se tocarem. Foi um beijo rápido, apenas para Emma ter o gosto do beijo feminino. Regina se afastou em segundos, Emma fitou seus olhos, agora sem os desviar. A loira suspirou pesadamente e levo seus lábios novamente para a boca de Regina. Tudo indica que a menina queria sentir mais um pouco daquele gostinho feminino. Regina sorriu entre o beijo intenso, e brincou com a língua da garota.

Em segundos, Emma e Regina puderam ouvir o barulho da porta abrindo e uma voz vindo em seguida:

"Deus! Regina... mal conheceu a garota e já quer beija-la. Sinceramente..." Era a mãe de Regina. Ela parecia calma com a situação, mas perplexa ao vê-la. "Desculpe mãe. Eu estava dando a ela um presente de aniversário." Confirmou Regina.

"É seu aniversário? Não diga..." Perguntou a mãe de Regina para Emma, que simplesmente assentiu. "Que maravilha! Parabéns..." Disse ela pondo uma bandeia de biscoitos. Na mesma, havia dois copos cheios de café. "Obrigada!" Disse Emma pondo um sorriso alegre nos lábios.

Mesmo que seu pai não tenha aceito, outras pessoas aceitam. E ela está feliz sendo o que é, sendo igual aos outros, humana.

6 anos depois.

"Abra o presente!" Gritou Regina para Emma que pulava de alegria. Suas mãos afagaram o pequeno pacote embrulhado. Ao abri-lo, pode ver dois pares de roupas. Os mesmos que ela usou naquele dia chuvoso quando se conheceram. Lágrimas caíram de seu rosto ao relembrar.

"Feliz aniversário, filha." Disse seu pai a abraçando por trás e deixando um beijo em sua bochecha. Assim como a mãe de Regina disse, ele aceitou sua filha. Assim como a mãe de Regina a aceitou.