Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 47
Capítulo: 46 - Ano Novo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Capítulo novinho para vocês :D.
Boa Leitura.



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Bella

A viagem para Forks um dia antes da véspera de ano novo estava sendo tranquila. Bom, quando você está em jatinho particular tudo sai tranquilo. A não ser que o jatinho caia. Então seria trágico. Muito trágico.

Sacudi-me, querendo espantar aquelas sensações ruins. Olhei para o lado, vendo Edward dormir com a boca levemente aberta, óculos de leitura em seu rosto e um livro em mãos. Ao que parece, meu namorado sucumbiu ao sono como os seus filhos. No total éramos treze no avião: Jasper, Alice e os seus dois filhos; Rose, Emmett, Renné, Edward, as crianças e eu.

Meu incrível namorado teve a incrível ideia de juntar todo mundo para ir ao seu jatinho, fazendo-me questionar quão rico ele era. Meu irmão pareceu um relutante no começo, com a típica birra de irmão mais velho, mas logo se derreteu quando viu o conforto e garrafa de champanhe a sua espera. Perguntei-me se Edward estava querendo ganhar Emmett de alguma forma, apesar das coisas entre eles estarem na linha pacífica. Das duas vezes que Edward fora ao apartamento onde eu morava, na última semana, uma delas foi para um jantar – a pedido de Emmett – e a outra uma mera informalidade.

O jantar tinha se seguido de forma tensa no início, com meu irmão dando uma de mais velho que toca o terror, mas terminou com eles dois rindo de besteiras e tomando um champanhe maravilhoso trazido por Edward – mesmo que o resmungão, vulgo Emmett, negue isso até a morte. Eu sabia que meu irmão estava louco para refazer a construção de amizade com o Edward. Bem lá no fundo, no fundo mesmo, quase chegando ao intestino delgado.

Edward murmurou algo ininteligível ao meu lado e eu olhei novamente para ele, percebendo que os óculos estavam tortos em seu rosto. Com dó, tirei o objeto de sua face, vendo seus lábios se contrair em um leve sorriso.

Passei a mão por seus cabelos, apreciando a textura macia dos fios de bronze. O sorriso de Edward se expandiu ainda mais e eu suspeitei do seu sono.

— Edward?

— Hm.

— Tá acordado?

— Não.

Bati em sua testa, fazendo-o rir e resmungar ao mesmo tempo. Edward abriu os olhos no mesmo momento que o piloto anunciava a nossa chegada em Port Angeles. Agora só faltava mais uma hora para chegarmos à chuvosa e saudosa Forks.

— Parece que acordei bem a tempo. – espreguiçou-se com um sorriso manso em seus lábios.

— Parece que você dormiu demais, isso sim. Credo, homem. Você baba. – fiz uma careta de brincadeira e Edward semicerrou os olhos para mim.

— Quem é que baba, Isabella? – questionou, atacando minha barriga com malditas cócegas.

— Vo-vo-você!! – consegui exclamar em meio aos risos.

— Eu não ouvi direito.

Eu ia morrer aos vinte e três anos, era fato.

— Socorro! – consegui soltar, mas Edward ainda continuou no seu cruel ataque – Não é você, não é você, eu me rendo.

Edward parou de fazer cócegas, com um sorriso maroto nos lábios, e eu pude soltar uma respiração completa.

— Chegamos casal magia! – gritou Alice, aproximando-se de nós de repente e nos assustando.

— Porra Alice! – xingou Edward pondo a mão no coração. Ele estava e costas para o corredor, então não conseguiu nem um relance da irmã chegando.

— Olha essa boca, Edward Cullen. Temos crianças no vôo. – apontou para as crianças, que já estavam despertas e conversando animadamente algo com Rose e Emm.

— Já podemos descer? – indaguei, olhando para a janela ao meu lado e notando que o jatinho parava aos poucos na pista de pouso.

O tempo já estava encoberto por nuvens e uma fraca chuva molhava a janela. Era fim de tarde, mas não dava para se ter um vislumbre do pôr do sol.

— Espere mais um pouco, apressadinha. – disse Alice.

O jatinho finalmente parou, para a minha alegria, já que eu não aguentava mais ficar enclausurada naquele troço. Fomos descendo um por um, menos eu, que tinha um Liam dengoso em meu colo. Quando chegou a minha vez de descer, Edward já estava a minha espera e estendeu-me a mão, a qual eu peguei prontamente. Sorrimos um para o outro e permanecemos com as mãos entrelaçadas. Escutei um bufo baixo perto de mim e nem precisei pensar muito para saber que tinha vindo do meu irmão idiota.

Esperamos um pouco na pista de pouso pelas nossas malas e avistamos Esme e Carlisle a nossa espera com dois carros.

— Quer que eu o leve? Liam costuma ficar preguiçoso em viagens. – sussurrou Edward para mim, apontando para o garotinho em meus braços. Ele já tinha adormecido de novo.

— Não precisa.

Caminhamos todos juntos até onde o casal Cullen estava. Esme parecia quicar em seu lugar, assemelhando-se muito a filha.

— Oh, meus queridos, finalmente! – comemorou, sendo abraçada pelos três netos que estavam no chão – Meus netinhos lindos! E Liam dormindo, como sempre. – sorriu, olhando para o garotinho em meu colo, até que seus olhos escorregaram para baixo, percebendo a forma que a mão de Edward estava na minha. Seus olhos correram de volta para nossos rostos, a felicidade quase explodindo no verde – Estou vendo isso mesmo? Vocês estão juntos? – indagou em êxtase.

Sorri aliviada pela sua evidente aceitação e Edward apertou sua mão na minha.

— Como unha e cutícula, mãe. Esses dois safados pararam de enrolação e finalmente estão juntos. – disse Alice, piscando o olho maliciosamente para nós.

Jasper olhou para a esposa em uma mistura de choque e diversão, enquanto Rose soltava uma risada nada discreta.

— Oh, finalmente mesmo! Eu esperei tanto por isso! – comemorou, abraçando a mim – um pouco torto por causa do garotinho – e a Edward.

Esme cumprimentou a todos, assim como Carlisle, que parecia bem feliz também com a notícia sobre o novo casal. Ela reivindicou o neto dos braços de Jasper e disse que ele quem seria o motorista da rodada. Sem oposições, seguiram Esme, Alice, Jasper, os bebês, Liam e Lily para o carro que tinha sido trago pela matriarca da família Cullen. No outro, fomos Rose, Renné, Edward, Carlisle, Melanie, Emmett e Peter, seguindo primeiro em direção a minha antiga casa – já que era lá onde mamãe, Emm, Rose e eu íamos ficar – para depois seguir para casa de Carlisle e Esme. 

— Tem certeza de que não quer ir comigo? – questionou Edward, quando ficamos a sós na entrada da frente da minha antiga casa.

Renné, Emmett e Rose já tinham entrado com as malas e eu tinha ficado para trás, a fim de despedir-me de Edward já que só nos veríamos no dia seguinte.

— Sua mãe já tem gente demais para lidar em casa, Edward. Os parentes de Londres, os filhos, os netos. Eu vou ficar muito bem aqui. – falei, olhando para casa atrás de mim – Senti falta do meu antigo lar.

Edward sorriu para mim como se compreendesse e pegou meu rosto em suas mãos, selando os nossos lábios de maneira demorada e doce. Assim que nos separamos, avistei Melanie e Peter, no banco traseiro do carro, fazendo careta e o avô rindo deles.

Ai. Crianças!

Edward riu, vendo a mesma cena que eu, e então se foi, correndo para o carro por conta da chuva que começava a cair. Fiquei observando, através das gotas grossas e sobre o pequeno telhado acima da porta, a Mercedes preta sumir da rua.

Com uma respiração profunda, abri a porta da casa. A primeira coisa que eu deparei foi Emmett, Rose e Renné retirando os panos brancos de cima dos móveis, colocados por mim e pelo meu irmão quando nos mudamos definitivamente para Nova York. Os móveis que surgiam começavam a harmonizar com a pintura azulada da sala e com os quadros que compunha uma das paredes. Tudo ainda parecia igual, como se a mão do tempo tivesse deixado aquele lugar inalterado.

— É uma sensação esquisita está de volta depois de tantos anos. – comentou mamãe, sentando-se na poltrona que costumava a pertencer ao meu pai, e olhando ao redor – Charlie adorava essa poltrona velha. – sorriu, alisando o braço do móvel.

— Era a sua poltrona de jogos de basquete. – disse Emmett com um sorriso saudoso nos lábios.

Ele sentou-se no sofá e levou Rose junto, ambos olhando o local também. Emmett em reconhecimento; Rose em descobrimento.

— Sim. Charlie adorava beber cerveja e xingar um pouco os jogos. – riu Renné.

— Emm e eu sempre nos juntávamos a ele em dias de finais. Era quando o papai estava mais enérgico. Acho que metade dos palavrões eu aprendi com ele, apesar de ele enfatizar sempre para não os falarmos. – revirei os olhos, sorrindo ao lembrar-me do meu velho pai.

— São tantas lembranças. – suspirou Renné.

— Sinto falta do papai. Eu vivi por tanto tempo aqui quando ele se foi, mas voltar depois de oito meses parece que reacende todas as lembranças. – comentou meu irmão, olhando para as próprias mãos.

Engoli em seco, sendo tomada por aquele clima de nostalgia. Renné parecia imersa em seus próprios pensamentos com um olhar distante em seu rosto. Rose passou as mãos pelas costas de Emmett, repousando sua cabeça no ombro dele, em uma tentativa de reconfortar o namorado.

— A casa que a gente cresce sempre é recheada de lembranças. E quando uma das pessoas que conviveram nela com você por tanto tempo morre, isso parece ainda mais forte. – sussurrou Rose, suspirando – Ainda posso me lembrar da minha irmã quando visito a casa dos meus pais em Chicago.

Agora foi a vez de Emmett reconfortá-la, pegando uma das mãos da loira e apertando-a contra a sua.

— Seus pais vêm para o final do ano? – perguntei a Rose, querendo sair do clima triste que tinha pairado sobre nós.

Era ano novo, gente!

— Não. Eles vão para uma festa na casa de um amigo deles. É algo que eles sempre fazem.

— Que tal prepararmos uma comida para esquentar os nossos estômagos? A noite não será quente em Forks. – falou Renné com uma voz animada, levantando-se da poltrona.

Eu sorri para ela. Aquela parecia ser uma ótima ideia.

[...]

— Eu queria neve. – resmungou Melanie, chutando a água de uma pequena poça no chão.

Era manhã do dia 31 de dezembro. Renné, Emmett, Rose e eu tínhamos ido para o café da manhã na casa dos Cullen, a convite de Esme. A refeição tinha sido recheada de animação e preparação para a festa que viria logo mais, com as cozinheiras contratadas por Esme para auxiliar no jantar trabalhando a todo vapor. Eu até tentei oferecer a minha ajuda para alguma coisa, mas fui veemente barrada pela minha sogra, que expulsou todos que ofereceram algum tipo de ajuda, mandando-nos aproveitar o dia. Menos a da minha mãe, alegando que Renné tinha um ótimo gosto para ajudá-la a decidir algumas coisas.

Então, com isso, Edward, as crianças e eu acabamos por ir caminhar nas ruas praticamente vazias de Forks. Não estava chovendo, mas o frio que reinava era motivo suficiente para manter as pessoas em suas casas.

— Mamãe disse que nevou no natal. – disse Edward, de mãos dadas com ela.

Nós caminhávamos como uma espécie de corrente na rua, com Edward e eu nas pontas.

— No natal estávamos em Nova York e você não me deixou ir fazer boneco de neve!

— Teremos neve pela frente ainda, Mel. Não dramatize, por favor. – revirou os olhos.

Melanie bufou, mas ficou quieta.

— Quando tiver neve de novo, a gente vai poder fazer anjinhos e bonecos, papai? – perguntou Lily com sua voz doce.

Edward sorriu.

— Claro. Faremos uma verdadeira festa na neve.

— Snoop gosta de neve. Estou com saudades dele. – falou Peter de repente, olhando para os próprios pés.

— Ele ficará bem com o Laurent, querido. – consolei-o, passando a pelo seu rosto, a única parte descoberta do seu corpo.

— UM PALQUE! – gritou Liam, apontando para um parquinho típico de praças ou parques arborizados.

Logo as crianças se animaram com a ideia de diversão que poderia se proporcionada ali e, sem alternativas, acatamos a vontade dos quatro. Liam e Peter correram para o escorrego, enquanto as meninas pediram para que Edward e eu as empurrássemos nos balanços.

Edward se posicionou atrás de Melanie no balanço e eu atrás de Lily, começando a sessão de balançados. As meninas riam abertamente e gritavam para irmos mais rápido. Edward e eu nos divertíamos com a sua ânsia, principalmente quando combinávamos de parar de empurrá-las de propósito, apenas para escutar os protestos indignados. Os meninos decidiram ir para a gangorra e riam quando chegavam ao topo.

Eu sorria, sentindo a mesma vibração de felicidade que emanava deles. A felicidade pairava sobre nós desde que Edward e eu decidimos ficar juntos, parecia à gota que faltava para tudo ganhar uma conotação perfeita.

Eu não poderia pedir por mais.

[...]

O zumbido de vozes misturado com o jazz suave ao fundo crescia à medida que os convidados de Esme e Carlisle chegavam. Era impressão minha, ou metade de Forks estava naquela festa? Ao que parece, o casal Cullen era bem popular na pequena cidade. Não me lembrava muito desse aspecto quando os conheci há anos.

Eu sentada com Charlotte em meu colo, adormecida, enquanto Alice terminava de se arrumar. Chase estava com Rose, ambos do outro lado da enorme sala de estar. Ela parecia falar algo com Emmett e Renné, enquanto ele brincava com o pé do menino desperto. Ambas estavam em vestidos amarelos, sendo o da minha cunhada longo e o da minha mãe um pouco mais curto. Já eu também optei por um vestido curto que possuía detalhes em azul e dourado, e tinha saltos altos dourados em meus pés. Meus cabelos caiam em uma cascata cacheada e castanha por minhas costas, conferindo-me uma boa moldura para o meu rosto.

Meus olhos vagaram pela sala, até se depararem com Sofia. Ela estava em um extravagante vestido dourado, uma taça de champanhe ocupava-lhe uma das mãos. Seu olhar era impaciente, azedo. Ela não parecia está satisfeita em estar ali e aquele fato parecia ter piorado quando ela ficou sabendo que Edward e eu estávamos namorando. Acho que ela só não fez uma cena durante o café da manhã para permanecer na pose, pois a expressão de desagrado do seu rosto foi bastante visível.

Bom, se eu passei por Tanya, não seria uma garota mimada que iria me deter né? Na verdade, agora eu achava graça da situação toda. Edward estava comigo, isso era o que importava.

— Como você acha que serão os olhos dela? – escutei a voz de Lily me perguntar.

Desviei o olhar para ela, encontrando-a com as mãos nas costas e uma cara de quem não quer nada. Seus irmãos estavam ao seu lado e pareciam ansiosos por minha resposta.

Os quatro já estavam perfeitamente vestidos. As meninas trajavam lindos vestidos claros, e Alice inventou de enfiar os sobrinhos em mini-smokings brancos com a gravata borboleta preta. Eles estavam lindos, tinha que confessar.

— Eu não sei. – expressei-me, fitando o rosto adormecido da bebê em meus braços – Alice aposta em olhos verdes, pois, segundo ela, estão puxando para essa cor.

— ISSO! – comemoraram Peter e Lily, batendo as mãos, enquanto Mel e Liam pareciam chateados.

Olhei confusa para eles.

— O que foi isso?

— Apostamos com Mel e Liam que os bebês seriam loiros dos olhos verdes, uma mistura da tia Alice com o tio Jazz, enquanto eles disseram que a mistura seria cabelos pretos e olhos azuis. – explicou Peter com um olhar vitorioso.

Revirei os olhos com diversão.

— E qual é o prêmio?

— Vinte pratas! – anunciaram juntos.

— Minha mesada vai por água abaixo. – resmungou Liam do seu jeitinho, cruzando os braços.

Melanie bufou.

— Isso ainda não é uma vitória. É só um achado da tia Alice.

— Eles serão verdes, Mel. Aceite isso. – Peter sorriu de forma sapeca para a irmã mais velha.

A garota bufou outra vez. Eu revirei os olhos.

— O que está acontecendo? – Edward chegou questionando, olhando para as diferentes expressões nos rostos dos filhos e logo depois para mim.

— Eles apostaram vinte pratas em como seria os bebês da Alice e pelo que parece, Lily e Peter ganharam. – expliquei.

Edward riu.

— Que sacada feia, hein Mel. – cutucou a filha com um sorriso travesso nos lábios.

— Você não, pai. Você não. – resmungou, caminhando para longe.

Acabamos por rir do seu drama.

Esme chegou perto de nós, olhando um pouco confusa por onde Melanie tinha saído, mas logo voltando o olhar para nós com um grande sorriso no rosto. Ela sabia dos surtos da neta.

— Crianças, o que acham de irmos comer alguma coisa? – chamou com o seu tom doce.

Minhas crianças se animaram e logo seguiram a avó, que estava magnífica em um macacão branco e saltos vermelhos. Esme parecia mais uma mulher de trinta anos do que uma que estava se aproximando da casa dos cinquenta.

Que eu chegue assim na idade dela, amém!

 — Acabei de descobrir que adoro você com um bebê. – sussurrou Edward, sentando-se ao meu lado.

Olhei curiosamente para ele.

— Por quê?

— Faz-me pensar no futuro. – acariciou o rosto da garotinha, que mexeu a pequena boca rosada – Pensar em nós dois juntos, velhinhos, e cheios de filhos e netos ao redor.

— Você acha que quatro filhos não está bom não? – arqueei uma sobrancelha, vendo-o rir baixinho.

— Não quer ter filho?

— Um, talvez, não dezenas, seu louco. Eu já fico maluca com quatro, imagina com mais? – arregalei os olhos para ele, acentuando meu desespero.

Edward riu outra vez, afastando-se de Charlotte e colocando um braço em cima do encosto do sofá.

— Então só teremos um filho?

— Teremos cinco, Edward. Quatro já temos. – sorri, olhando para onde as minhas crianças estavam se empanturrando de algum salgado.

[...]

Quando o ano novo foi anunciado, Carlisle, Edward e Jasper lançaram ao céu três fogos de artifício, para o deleite dos cerca de cinquenta convidados na festa. Entretanto, o que me chamou mais atenção foi o olhar brilhante das crianças. Era como se eles tivessem em outra dimensão, fazendo somente aquilo que lhes agradavam.

— Feliz Ano Novo! Espero que esse ano seja maravilhoso para nós. – sussurrou Edward próximo a minha orelha, enquanto abraçava-me por trás.

Coloquei meus braços sobre os seus, admirando o espetáculo de outros fogos que iluminavam o céu ali por perto.

— Eu tenho fé que ele será.

Depois dos estouros dos champanhes, feito pelo Alfred e Emmett, abraços e felicitações para um próspero ano novo, voltamos para dentro da casa, vendo que o céu ameaçava desabar em uma chuva. Ao que parece, já tínhamos aproveitado demais de uma noite longe dela.

A música Get Lucky, do Daft Punk, foi colocada, dando a festa uma conotação mais divertida. A maioria decidiu vim para a pista de dança improvisada, jogando-se na dança e aproveitando do champanhe. O jantar já tinha sido servido, então o resto da noite era apenas diversão e um pouco de bebida.

Joguei-me na pista junto com Rose e Alice, aproveitando que o álcool já circulava pelo meu corpo. Dancei, cantei, me descabelei como manda o figurino. Quando o relógio marcava uma hora e meia da manhã, Edward aproximou-se de mim com Lily adormecida em seu colo, chamando-me para dá boa noite as crianças na cama.

Deixei Rose e Alice na pista de dança, que agora estavam envolvidas em uma batida mais sensual, e segui com ele para o quarto onde os cinco estavam. Os gêmeos de Alice já estavam dormindo há tempos, por isso a baixinha estava tocando o modo ‘’dando a louca’’.

Ao chegar ao quarto de Edward, encontrei as crianças já de pijamas e deitadas na cama com os olhos transbordando no mais puro sono. Lily era a única que tinha ficado mais tempo no andar debaixo, dançando com Emmett.

— Boa noite, meus amores. – murmurei para eles, beijando a testa de cada um.

— Você vai dormir aqui hoje, Isa? – perguntou Peter, coçando um dos olhos.

— Não, meu amor. Mas amanhã eu verei todos vocês, tudo bem? – passei a mão por seus cabelos, vendo-o assentir lentamente.

— Eu vou dá banho nessa mocinha e colocá-la em um pijama. – avisou Edward.

— Eu faço isso. Você deve está cansado. – retruquei, pegando a menininha, que tinha acordado, em seu colo.

— Não era eu quem estava remexendo o esqueleto até agora, senhorita Swan. – zombou Edward e eu dei um peteleco em sua testa, distanciando-me dele para ir para o banheiro.

Dei um banho rápido em Lily com água morna, secando-a com carinho e logo após colocando o seu pijama de coelhinhos. Como ela estava sonolenta, peguei-a em meu colo e levei de volta para o quarto. Os outros três pareciam está em um sono profundo. Edward estava ao lado deles, velando o sono dos filhos como o perfeito babão que tinha se tornado.

Delicadamente, coloquei a caçula no espaço vago, beijando-lhe a testa.

— Boa noite, Isa. Boa noite, papai. – desejou, fechando os olhos.

— Boa noite, amor.

— Boa noite, querida. – respondeu Edward do seu canto.

Sentei-me no colo de Edward, na poltrona ao lado da cama, e ficamos observando as crianças dormirem tranquilamente.

— Eles parecem uns anjinhos. – sussurrou, fazendo um carinho em minhas costas.

— Espere só eles acordarem. – brinquei.

Edward riu, afundando seu rosto em meu pescoço. Estremeci, sentindo sua respiração fria entrar em contato com a minha pele sensível.

— Que tal namorarmos um pouco? – sugeriu.

Eu bati em sua perna, fazendo-o olhar-me espantado.

— Deixa de ser safado, Cullen. Tem crianças no quarto. — ralhei.

Edward riu e eu franzi o cenho para ele.

— Estou falando de beijos. Mas se você pensou em safadeza... – sorriu maliciosamente – A culpa não é minha, querida.

Bati em sua perna outra vez, trazendo mais diversão para o meu namorado idiota, cretino e gostoso.

Que situação hein!

Edward não disse mais nada. Apenas pegou meu rosto em suas mãos e tascou-me aquele beijo. É aquele beijo que te tira o ar, a vida, o chão, tudo. Aquele beijo que te faz ansiar por mais. Mais contato. Mais pele. Mais calor.

Entretanto, tínhamos crianças inocentes no quarto que poderiam acordar a qualquer momento e ver cenas que as traumatizariam para o resto da vida. Com muito esforço, desgrudei meus lábios dos de Edward, com a respiração entrecortada. Meu namorado estava da mesma forma.

— O que acha de tomarmos um pouco de vinho? – sugeri e Edward acatou meu pedido.

[...]

Na manhã do primeiro dia do ano, eu estava na cozinha, tomando café da manhã e mandando feliz ano novo para todos os meus amigos e falando que queria vê-los o mais breve possível. Jéssica foi a primeira a responder, falando que precisávamos colocar o papo em dia, então marquei um lanche lá no apartamento assim que eu voltasse para Nova York. Bree e Anne também vão, Jess tinha digitado garantindo a presença delas.

A única pessoa que eu resolvi fazer uma ligação foi para o Adam, pois a última vez que nos falamos o clima tenso tinha permanecido entre nós. Eu não queria perder a amizade de Adam, ele era um cara legal e eu rezava para que ele encontrasse alguém que realmente gostasse dele.

Alô?— atendeu com a voz rouca. Provavelmente eu o tinha despertado.

— Feliz ano novo, seu pinguço! – brinquei um tanto nervosa.

Ele soltou uma risada fraca.

Feliz ano novo, Bella.

— E então? Encheu muito a cara noite passada? – continuei no clima leve.

Você não faz ideia.— resmungou. Soltei uma risada, lembrando-me de Adam bêbado – E você?

— Também tomei uma boa dose de álcool. Tinha que esquentar meu corpo de alguma forma nessa cidade gélida.

Você está em Forks?

— Estou.

Ed... Ele está aí também? — seu tom de voz mudou, tornando-se mais sombrio.

— Os pais dele moram aqui e a festa foi na casa deles, Adam. Então é claro que ele está.

Ah.

Silêncio.

— Quem é? — chegou Emmett perguntando, distraído com o seu celular em mãos.

— Adam. – respondi, tapando o microfone do celular com a mão.

— ADDY! – berrou meu irmão, pegando o aparelho das minhas mãos – Fala companheiro! Como foi essa virada de ano? – sorriu enormemente, saindo do cômodo com o meu celular.

Suspirei não me importando com a falta de educação de Emmett e pensando se ele tinha me salvado de uma situação tensa. Concluí que sim. Ao que parece, Adam ainda estava magoado.

Comecei a desenhar padrões aleatórios na mesa, sentindo-me um pouco derrotada.

— Que cara de quem comeu e não gostou é essa, Bella? – chegou Rose perguntando.

Minha cunhada estava passando tempo demais com meu irmão...

Levantei a cabeça para fitá-la, notando que ela estava de roupão e com uma máscara verde na cara.

— Dia de SPA? – retruquei com outra pergunta.

— Acho que exagerei um pouquinho no champanhe ontem e não posso ficar com nenhuma coisa horrorosa na minha pele de porcelana. – piscou, abrindo o armário atrás de algo – Onde estão os chocolates?

— Se não estiver aí, Emmett deve ter comido tudo ontem depois das compras. – dei de ombros.

— Droga! Emmett sabe que eu preciso de chocolate depois da bebedeira... – saiu resmungando da cozinha, fazendo-me questionar quão estranha minha cunhada pode ser às vezes.

A campainha tocou, mas eu não movi um dedo para atendê-la. Pelo contrário, deitei minha cabeça na mesa e fiquei aproveitando o silêncio, que era vez por outra brevemente interrompido por uma gargalhada de Emmett.

— Estamos de ressaca? – brincou Edward.

Não me surpreendi ao vê-lo ali. Ele já tinha dito que passaria por aqui. Levantei a cabeça, tristonha.

— Edward, eu sou uma má pessoa?

A expressão no rosto de Edward denunciou que ele não estava esperando pelo aquele tipo de pergunta. Curioso, ele colocou a sacola que carregava em cima da mesa e sentou-se ao meu lado.

— Por que a pergunta?

— Só me responda.

— Claro que não, Bella. Que ideia mais absurda! Você é o ser humano mais amável que eu conheci. Ainda está sob efeito do álcool?

— Não. É só que... – suspirei – Odeio magoar as pessoas que eu gosto.

O rosto de Edward se perdeu ainda mais em confusão.

— De quem estamos falando?

— Do Adam. – fui direta, não tinha para que mentiras.

A expressão de Edward endureceu. De repente, ele parecia incomodado. Não era para menos, eu sabia que Edward não gostava do meu amigo, mas aquilo era o que eu sentia e não podia fazer muito ao respeito.

— Seja o que quer que ele tenha te dito, não coloque isso em sua cabeça, ok? O fato de você odiar magoar as pessoas que gosta prova o quanto seu coração é bom, Bella. – sorriu fracamente – Você é maravilhosa.

Com lágrimas nos olhos, pulei nos braços, querendo poder sentir o calor dos braços de Edward.

— Eu amo você.

Edward soltou uma risada feliz. Feliz não: era quase puro êxtase. Sem entender, distanciei-me dele o suficiente para fitar o seu rosto. O verde brilhava de uma forma intensa, causando minha leve falta de respiração.

— É a primeira vez que você me diz isso. – explicou, dando de ombros um pouco sem jeito.

Beijei o seu nariz, encostando nossas testas.

— Desculpe-me por não ter dito isso, mas está tão claro, não acha? Creio que se meu corpo pudesse gritar, ele gritaria: Eu amo o cretino do Edward Cullen. – afinei minha voz e Edward riu da minha idiotice – Eu amo você, Edward. Amo você de uma forma louca. Amo todas as tulipas que você me enviou, mesmo que eu as tenha jogado fora em um acesso de raiva.

Seus olhos cresceram.

— Você jogou minhas tulipas fora? – fingiu ultraje.

— Cale-se e me deixe terminar minha declaração, homem. – coloquei minha mão em sua boca, fazendo-o revirar os olhos – Amo o seu jeito, por mais que eu tenha vontade de enfiar a minha mão na sua cara pela sua lerdeza. Amo seus cabelos de feno cor de fogo e amo ainda mais o maldito sorriso torto que me encantou desde a primeira que você o dirigiu para mim. Amo os quatro maravilhosos filhos que você tem. E, por último, amo o fato de estarmos aqui, juntos, desfrutando desse sentimento que nos une.

Terminei meu discurso com os meus olhos marejados outra vez, e agora uma lágrima escorreu do meu olho. Eu deveria está de TPM, esse sentimentalismo exacerbado é todo culpa dela. Ah, a quem eu estava tentando enganar? Eu era manteiga derretida mesmo.

— Eu amo você, Isabella Swan, por motivos que já foram explicitados. – beijou o meu queixo – E eu prometo te enviar tulipas todos os sábados a partir de agora. Eu vou lotar você dessas flores.

Eu sorri, passando os braços pelo seu pescoço.

— Eu mal posso esperar.

Sem mais delongas, selei meus lábios nos de Edward, perdendo-me mais uma vez na sensação viciante de embarcar naquele mundo meu.


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Notas finais do capítulo

E FIM!! ATÉ A PRÓXIMA HISTÓRIA PESSOAL!!!
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Não gente, não é o fim ainda, pois ainda tenho um pouquinho mais de história para contar a vocês kk. Acredito eu que ainda temos uns cinco capítulos - incluindo o epílogo - para podermos encerrar de vez UBSN.
—_
E então, o que me contam do capítulo? Passada a nuvem negra que pairava sobre os personagens, estou reintroduzindo a comédia de volta na história e colocando a Bella na sua mais pura forma de ser kk ♥.
Ah, para quem queria saber sobre a aposta das crianças, descobrimos o que os pestinhas estavam aprontando.
—_
Bom, por hoje é só pessoal. Beijo e vejo vocês na próxima!



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